sábado, março 27, 2004

A Convergência e a Divergência Ibérica (parte I)

Em nome da moeda única, a convergência com a economia europeia tornou-se um objectivo dos programas de governo há mais de dez anos.

Portugal adoptou em 1641 um imposto sobre o rendimento de todas as pessoas (mesmo nobres), tentou centralizar as receitas fiscais (como as associadas ao comércio monopolista da Coroa), e manteve a moeda estável e convertível de 1688 a 1797.
Pelo contrário, as ambições hegemónicas de Espanha levaram a falências sucessivas da Coroa.

Em 1600, o PIB português por residente era 86% do espanhol, tendo-se verificado divergência relativamente aos 91% estimados para 1500. Em 1700 quase se chegou à paridade entre as duas capitações e a nova estimativa do PIB português em 1820 elevou-se a 110%. Porém, em 1850 já se regressara aos 86% observados em 1600 e em 1870, quando começam a estar disponíveis estimativas anuais para os dois países, o PIB por português é cerca de 81% do PIB por espanhol.

Em Portugal, a adesão ao padrão-ouro em 1854 restaurou a liberdade financeira até 1891 ao passo que em Espanha o regresso da convertibilidade foi mais breve(1868-1883).
A divergência ibérica chega a um mínimo de 58% em 1877, seguindo-se a convergência em 1900 (em que se chegou a 73%) para regressar abaixo dos 60% nos anos 1920.
O PIB português recupera mais de 30% durante a Guerra Civil Espanhola, e regressa à paridade na véspera da Segunda Guerra Mundial.

Depois da integração europeia, Portugal convergiu a uma taxa anual de 1%, nmais do que a Espanha até 2001. Nesse caso o PIB por português desceu de 91% do PIB por espanhol, a um pecentagem estimada para 1500.

É só o princípio.
Hoje como nunca temos que optar entre defender a nossa Nação entre as europeias e lembrar aos espanhóis que cá deste lado somos muito superiores.

Barão de Almodôvar



quarta-feira, março 24, 2004

A Justiça

Sinto-me alarmado para os crescentes casos ocorridos na justiça em Portugal.
A transparência está afectada, a confusão reina, suspeitos são tratados de forma díspar.

Não falo em especial do caso Casa Pia, ou de outro em específico, mas sim das confusões reinantes.
É claro que os suspeitos beneficiam da presunção de inocência e de todas as vias para provar a sua inocência. No entanto parece-me, e reforço o parece-me porque o Direito não é a minha especialidade, mas quem me parece "inocente" é o sistema judicial.

É grave que a meio de um processo um juíz desautorize outro, e que o processo sofra de nulidade ou tenha que recomeçar. Claro que errar é humano, mas faço esta pergunta.

Se um dado juiz não é considerado competente para julgar um caso, porque é que ele tomou conta do caso?

Penso que os últimos casos na Justiça Portuguesa apenas descredibilizam o sistema judiciário, levantando suspeitas de corrupção e mau profissionalismo.

Obviamente não conheço todo o processo judicial, mas a mensagem que passa é de total confusão.
Braveman

terça-feira, março 23, 2004

A Educação


Assiste-se nos dias de hoje a uma crescente agitação entre as hostes estudantis no ensino superior. a luta válida ou não contra as propinas faz-me pensar que os alunos se encontram algo perdidos. Na minha humilde opinião, os alunos do ensino superior estão a deixar a luta dos problemas estruturais do ensino, para se dedicar a batalhas efémeras e acessórias. O rumo deveria de ser a luta por uma renovação da lei de financiamento do ensino superior, acabando com certos cursos fictícios, reflectir sobre uma acção social mais justa e competente, e principalmente num ensino superior de qualidade, tanto nos docentes como em condições materiais.

No entanto, o panorama argumentativo das Associações estudantis, é o panorama da falsidade, onde dados falaciosos se misturam com outros argumentos válidos, criando desinformação e a escalada numa luta que poderá ser injusta.

Neste momento considero injustas as reclamações face ao governo, neste tipo de discussão "acessória".

Os alunos do ensino superior, deveriam encabeçar a luta por todos os ensinos, desde o Básico ao Superior, estabelecendo metas e renovações pedagógicas. O rumo deverá a longo prazo ser o Ensino Público totalmente e realmente gratuito, mas comecemos na base, a base é o importante.

Aliás, a titulo de exemplo, Portugal é dos se não o país com menor número de Licenciados. Mas será que se ao tornar o ensino superior gratuito este valor irá aumentar. Sinceramente não, aliás não penso que um dado esteja directamente relacionado com o outro. Ou por exemplo, hoje em dia um aluno chega ao 9º ano sem conhecimentos e com um currículo pejado de negativas com a conivência do sistema. O governo está a tentar modificar esta situção e logo se levantam associações de pais e de professores. Ao que parece os professores e pais querem que Portugal suba nos números da Educação europeia, mas falsamente e com conivência do estado.

Os pais demitem-se da sua função e se há insucesso a culpa é dos professores, dos filhos, do governo, e

Nunca deles Próprios

Penso que são os alunos do superior que devem proteger e lutar contra o estado de coisas.

Levantem-se e façam uma revolução, não descasquem a pele da maçã, atingam o caroço.

Braveman

sábado, março 20, 2004

É a primeira de muitas mensagens, nesta tasca de convivência amiga, que pretende ser apenas um espaço de reflexão principalmente acerca da vida em Portugal, mas também de outros assuntos. Não apenas da minha opinião mas de todos aqueles que desejam expressar a ideia de um Portugal e um mundo melhor. Conviver, reflectir e opinar são os requisitos para quem deseja dar azo às suas ideias.
Braveman