O diário estónio Eesti Ekspress escreve hoje que o agente que fazia a ligação entre o oficial Herman Simm (na foto), alta patente das Forças Armadas da Estónia, e os serviços secretos russos, a quem o estónio vendia valiosos segredos militares da UE e da NATO, era português.
“Agente de ligação não é espanhol, mas sim português”, escreve o jornal estónio, sublinhando que esse elo de ligação tinha “identificação portuguesa”. O caso do oficial Herman Simm, a quem um dos jornais estónios chamou “Carta de Ouro” dos serviços secretos russos, está a ter fortes repercussões não só na Estónia, mas também no seio da União Europeia e NATO, pois ele tinha acesso a informação sobre a “defesa informática” do seu país, bem como sobre o sistema de defesa antimíssil que os Estados Unidos pretendem instalar no Leste da Europa e sobre as operações da Aliança Atlântica no Afeganistão e Balcãs. Herman Simm, de 61 anos, ocupava um alto cargo no aparelho do Ministério da Defesa da Estónia e, segundo os órgãos de informação estónios, colaborou quase dez anos com os serviços secretos russos. Foi detido em Setembro passado, juntamente com a esposa, uma advogada que trabalhava para a polícia estónia.
Os órgãos de informação estónios escrevem que Simm recebeu da Rússia milhões de dólares e que passou a estar no centro das anteções dos serviços secretos estónios depois de adquirir terras e imóveis. Os serviços secretos norte-americanos e europeus tentam agora determinar os prejuízos causados ao sistema de segurança ocidental. “Quanto mais eles estudam este caso, mais clara se torna a envergadura do prejuízo causado pelo acusado de traição”, escreveu a propósito a revista alemã Der Spiegel.
quinta-feira, novembro 27, 2008
Ángel Villar assume ser apoiante da candidatura ibérica ao Mundial
Presidente da Federação espanhola em entrevista à Marca. Reuniões com o Governo de Zapatero vão decidir se Portugal cabe no projecto.
Se depender do presidente da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), Ángel Villar, haverá projecto ibérico à organização do Campeonato do Mundo de 2018. "Sou partidário de ir com Portugal", disse o dirigente quando questionado pela Marca sobre a possibilidade de Espanha se candidatar ao Mundial juntamente com Portugal.
Porém, Villar, que anteontem foi eleito para o sexto mandato, não se alongou em considerações sobre a parceria ibérica. "Quando o Governo der o sim, falaremos disso", comentou o líder da RFEF. E, possivelmente, essas reuniões que Villar espera ter em breve poderão ser com o ministro dos Desportos, uma vez que o chefe do Governo, José Luis Zapatero já anunciou que o próximo ministério a ser criado vai ser o do Desporto. Actualmente, e à semelhança do que se passa em Portugal, o desporto espanhol é tutelado por um secretário de Estado, que depende do Ministério da Educação, Política Social e Desporto.
Em Portugal, o projecto de uma organização conjunta conta com o apoio, quer do secretário de Estado do Desporto, Laurentino Dias, quer dos presidente da Liga, Hermínio Loureiro, e da Federação, Gilberto Madaíl. Aliás, este último tem afirmado repetidamente que existem contactos informais com Ángel Villar. Se a candidatura for mesmo para avançar, terá de ser entregue durante 2010. A FIFA decidirá em Dezembro desse ano o país organizador.
Dava jeito! Assim a selecção portuguesa ia ao Mundial directamente...
Se depender do presidente da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), Ángel Villar, haverá projecto ibérico à organização do Campeonato do Mundo de 2018. "Sou partidário de ir com Portugal", disse o dirigente quando questionado pela Marca sobre a possibilidade de Espanha se candidatar ao Mundial juntamente com Portugal.
Porém, Villar, que anteontem foi eleito para o sexto mandato, não se alongou em considerações sobre a parceria ibérica. "Quando o Governo der o sim, falaremos disso", comentou o líder da RFEF. E, possivelmente, essas reuniões que Villar espera ter em breve poderão ser com o ministro dos Desportos, uma vez que o chefe do Governo, José Luis Zapatero já anunciou que o próximo ministério a ser criado vai ser o do Desporto. Actualmente, e à semelhança do que se passa em Portugal, o desporto espanhol é tutelado por um secretário de Estado, que depende do Ministério da Educação, Política Social e Desporto.
Em Portugal, o projecto de uma organização conjunta conta com o apoio, quer do secretário de Estado do Desporto, Laurentino Dias, quer dos presidente da Liga, Hermínio Loureiro, e da Federação, Gilberto Madaíl. Aliás, este último tem afirmado repetidamente que existem contactos informais com Ángel Villar. Se a candidatura for mesmo para avançar, terá de ser entregue durante 2010. A FIFA decidirá em Dezembro desse ano o país organizador.
Dava jeito! Assim a selecção portuguesa ia ao Mundial directamente...
Portugal devia «vender mais e melhor» a quem lhe vende petróleo
O ministro dos Negócios Estrangeiros defendeu, em Leiria, que o País tem de procurar mercados alternativos em regiões que tenham um grande potencial de crescimento por força das matérias-primas que possuem.
"Não podemos deixar de vender mais e melhor para os países que nos vendem o petróleo que nós consumimos", afirmou Luís Amado num jantar-conferência promovido pela Associação Empresarial da Região de Leiria. O governante citou exemplos de mercados nos quais Portugal "tem quotas de penetração muito baixas", como a Venezuela, o Brasil e a Argentina.
"São mercados de crescimento para o nosso País", sublinhou o responsável, destacando, particularmente, o caso da Venezuela, onde vive meio milhão de portugueses.
Além da América do Sul, o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros apontou igualmente os países do Magreb, como a Argélia ou a Líbia e até Marrocos, mas também alguns estados do Golfo: Arábia Saudita, Iraque e Qatar.
"São regiões onde há um enorme potencial para gerar equilíbrios com a economia portuguesa", disse Luís Amado, reconhecendo ser «absolutamente indispensável que a penetração nesses mercados» resulte de "uma acção concertada com as associações empresariais e o Governo" por forma a garantir a entrada das pequenas e médias empresas.
O responsável explicou ainda que 2009 será um ano decisivo, com a tomada de posse da nova administração norte-americana, as eleições em Israel e no Irão.
"Não podemos deixar de vender mais e melhor para os países que nos vendem o petróleo que nós consumimos", afirmou Luís Amado num jantar-conferência promovido pela Associação Empresarial da Região de Leiria. O governante citou exemplos de mercados nos quais Portugal "tem quotas de penetração muito baixas", como a Venezuela, o Brasil e a Argentina.
"São mercados de crescimento para o nosso País", sublinhou o responsável, destacando, particularmente, o caso da Venezuela, onde vive meio milhão de portugueses.
Além da América do Sul, o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros apontou igualmente os países do Magreb, como a Argélia ou a Líbia e até Marrocos, mas também alguns estados do Golfo: Arábia Saudita, Iraque e Qatar.
"São regiões onde há um enorme potencial para gerar equilíbrios com a economia portuguesa", disse Luís Amado, reconhecendo ser «absolutamente indispensável que a penetração nesses mercados» resulte de "uma acção concertada com as associações empresariais e o Governo" por forma a garantir a entrada das pequenas e médias empresas.
O responsável explicou ainda que 2009 será um ano decisivo, com a tomada de posse da nova administração norte-americana, as eleições em Israel e no Irão.
quarta-feira, novembro 26, 2008
"Jogos Africanos", da autoria de Jaime Nogueira Pinto
O escritor, ensaísta e professor universitário português Jaime Nogueira Pinto lança segunda-feira em Lisboa o livro "Jogos Africanos", relato de "acontecimentos dramáticos e divertidos" sobre os corredores do poder na Angola, Guiné-Bissau e Moçambique independentes.
O também pensador político da direita portuguesa explicou que a obra, escrita em apenas um ano, constitui uma "narrativa factual" de acontecimentos por si vividos naqueles três países africanos a que esteve mais directamente ligado desde Junho de 1974, altura em que chegou a Luanda como voluntário militar. "O título do livro é o que melhor define esta história e histórias que tinha para contar, pois é bastante ambíguo, porque, de facto, são jogos, jogos de 20 anos de política africana em que estive presente", sublinhou Nogueira Pinto, aludindo ao horizonte temporal (1974/2004) da narrativa em que procurou ser "neutro" e "factual". "Procurei fazer uma narrativa realista, às vezes até chocante e brutal, pelo seu realismo", acrescentou, referindo, porém, que "Jogos Africanos" é uma "consequência" da intervenção externa, "dos não africanos", num continente "recém-chegado à estatalidade".
O primeiro contacto com a realidade africana, em Junho de 1974, dois meses após a revolução de 25 de Abril em Portugal, as primeiras amizades com políticos, militares e guerrilheiros, negociadores de uma geração que era, afinal, a sua, levaram Nogueira Pinto a participar em vários processos, umas vezes como espectador outras como actor. Na obra, Nogueira Pinto dá conta do seu envolvimento nas "intrigas e momentos decisivos" daqueles três países, com particular destaque para o caso angolano (13 dos 18 capítulos) e ao seu relacionamento com o líder da UNITA (União Nacional para a Independência Total de Angola), Jonas Savimbi, morto em combate em Fevereiro de 2002.
Cruzando a sua história pessoal com os relatos dos vários protagonistas da política africana, o autor procurou, disse, "contar alguns episódios", os jogos e as razões do poder, da guerra e do dinheiro, "entrosados com as ambições e paixões humanas". Partindo da chegada a Luanda, Nogueira Pinto relata os primeiros encontros, os Acordos de Alvor, a amizade com Savimbi, a guerra civil angolana, os encontros de Gbadolite e a "euforia" dos Acordos de Bicesse, as eleições de 1992, o recomeço da guerra civil, as guerras nos Congos (Kinshasa e Brazzaville), a queda dos bastiões da UNITA (Bailundo e Andulo) e a morte do líder do movimento do Galo Negro.
Ao longo das 528 páginas, editadas pela A Esfera dos Livros, e falando também das suas relações com políticos norte-americanos, Nogueira Pinto faz uma incursão a Moçambique, onde destaca a relação com Afonso Dhlakama, líder da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), narra as causas e consequências de 15 anos de guerra civil e as negociações para a paz, celebrada em 1992. Sobre a Guiné-Bissau, Nogueira Pinto disse ter-lhe dedicado "apenas meio capítulo", em que conta a sua passagem por esse país dias antes da morte de Ansumane Mané, o líder da rebelião que depôs, na sequência do conflito militar de 1998/99, o regime do então presidente João Bernardo "Nino" Vieira, hoje novamente chefe de Estado. "Devo ser das últimas pessoas que tirou uma fotografia com Ansumane Mané. Dez dias depois, foi morto", sublinhou, sem adiantar qualquer opinião sobre o que então sucedeu. "Não escrevi tudo o que sei, porque há coisas que não se podem contar pelas mais variadas razões, desde políticas às de Estado, passando até pelas de amizade e estima pessoais", frisou Jaime Nogueira Pinto, natural do Porto, onde nasceu a 4 de Fevereiro de 1946 (62 anos), e autor de "António de Oliveira Salazar - O Outro Retrato", que já vai na sexta edição. "Jogos Africanos" é lançado na tarde de segunda-feira no Salão Nobre da Associação Comercial de Lisboa e será apresentado pelo embaixador e amigo do autor Francisco Seixas da Costa.
in Notícias Lusófonas
O também pensador político da direita portuguesa explicou que a obra, escrita em apenas um ano, constitui uma "narrativa factual" de acontecimentos por si vividos naqueles três países africanos a que esteve mais directamente ligado desde Junho de 1974, altura em que chegou a Luanda como voluntário militar. "O título do livro é o que melhor define esta história e histórias que tinha para contar, pois é bastante ambíguo, porque, de facto, são jogos, jogos de 20 anos de política africana em que estive presente", sublinhou Nogueira Pinto, aludindo ao horizonte temporal (1974/2004) da narrativa em que procurou ser "neutro" e "factual". "Procurei fazer uma narrativa realista, às vezes até chocante e brutal, pelo seu realismo", acrescentou, referindo, porém, que "Jogos Africanos" é uma "consequência" da intervenção externa, "dos não africanos", num continente "recém-chegado à estatalidade".
O primeiro contacto com a realidade africana, em Junho de 1974, dois meses após a revolução de 25 de Abril em Portugal, as primeiras amizades com políticos, militares e guerrilheiros, negociadores de uma geração que era, afinal, a sua, levaram Nogueira Pinto a participar em vários processos, umas vezes como espectador outras como actor. Na obra, Nogueira Pinto dá conta do seu envolvimento nas "intrigas e momentos decisivos" daqueles três países, com particular destaque para o caso angolano (13 dos 18 capítulos) e ao seu relacionamento com o líder da UNITA (União Nacional para a Independência Total de Angola), Jonas Savimbi, morto em combate em Fevereiro de 2002.
Cruzando a sua história pessoal com os relatos dos vários protagonistas da política africana, o autor procurou, disse, "contar alguns episódios", os jogos e as razões do poder, da guerra e do dinheiro, "entrosados com as ambições e paixões humanas". Partindo da chegada a Luanda, Nogueira Pinto relata os primeiros encontros, os Acordos de Alvor, a amizade com Savimbi, a guerra civil angolana, os encontros de Gbadolite e a "euforia" dos Acordos de Bicesse, as eleições de 1992, o recomeço da guerra civil, as guerras nos Congos (Kinshasa e Brazzaville), a queda dos bastiões da UNITA (Bailundo e Andulo) e a morte do líder do movimento do Galo Negro.
Ao longo das 528 páginas, editadas pela A Esfera dos Livros, e falando também das suas relações com políticos norte-americanos, Nogueira Pinto faz uma incursão a Moçambique, onde destaca a relação com Afonso Dhlakama, líder da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), narra as causas e consequências de 15 anos de guerra civil e as negociações para a paz, celebrada em 1992. Sobre a Guiné-Bissau, Nogueira Pinto disse ter-lhe dedicado "apenas meio capítulo", em que conta a sua passagem por esse país dias antes da morte de Ansumane Mané, o líder da rebelião que depôs, na sequência do conflito militar de 1998/99, o regime do então presidente João Bernardo "Nino" Vieira, hoje novamente chefe de Estado. "Devo ser das últimas pessoas que tirou uma fotografia com Ansumane Mané. Dez dias depois, foi morto", sublinhou, sem adiantar qualquer opinião sobre o que então sucedeu. "Não escrevi tudo o que sei, porque há coisas que não se podem contar pelas mais variadas razões, desde políticas às de Estado, passando até pelas de amizade e estima pessoais", frisou Jaime Nogueira Pinto, natural do Porto, onde nasceu a 4 de Fevereiro de 1946 (62 anos), e autor de "António de Oliveira Salazar - O Outro Retrato", que já vai na sexta edição. "Jogos Africanos" é lançado na tarde de segunda-feira no Salão Nobre da Associação Comercial de Lisboa e será apresentado pelo embaixador e amigo do autor Francisco Seixas da Costa.
in Notícias Lusófonas
terça-feira, novembro 25, 2008
Guiné-Bissau: "Tentativa de golpe" reforça Presidente enfraquecido
Foi detido militar suspeito de liderar o tiroteio à residência de Nino Vieira. Este ganhou apoios dias depois de o seu rival ter vencido as legislativas.
A Guiné-Bissau estava ontem ainda sob o choque do intenso tiroteio que surpreendeu os habitantes da capital na madrugada de domingo na residência do Presidente guineense João Bernardo (Nino) Vieira. Um grupo de militares confrontou-se com a guarda presidencial. A troca de tiros resultou num morto e vários feridos, entre elementos da guarda presidencial. "Eu pensava que não ia mais ouvir o som das armas", lamenta por telefone o cineasta Flora Gomes, que vive a 500 metros da casa do Presidente. Acordou em sobressalto à 1h, quando ouviu os primeiros tiros, que duraram "cerca de três horas". Mas a vida rapidamente regressou à calma em Bissau. "As pessoas não abandonaram a cidade como no 7 de Junho [que deu início à guerra de 1998]", acrescenta. Não houve receio. Antes "vergonha". Centenas de pessoas saíram à rua no domingo para pedir o fim da violência e o princípio de uma paz duradoura. O Governo afirmou formalmente tratar-se de uma tentativa de golpe de Estado. E a polícia, após horas de buscas, deteve ontem o fuzileiro da Marinha suspeito de liderar os militares que protagonizaram o acto, o sargento N'Tacha Ialá, disse a Lusa.
Ainda na véspera, poucas horas depois do tiroteio, o chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA), general Tagmé Na Waie, declarava a situação "sob controlo" e as Forças Armadas "subordinadas ao Presidente". Alguns detidos estavam ontem a ser interrogados para esclarecer um episódio para o qual não há explicações, cenários apenas. O primeiro: o de ter sido um acto reminiscente da guerra de 1998 e 1999, protagonizado por militares descontentes com o regresso de Nino Vieira à Guiné-Bissau em 2005, depois de o terem deposto em 1998. Outra hipótese teria como pano de fundo o narcotráfico e estaria ligada ao recente afastamento do chefe de Estado-Maior da Marinha guineense Bubo Na Tchuto. O seu nome era o mais citado quando se falava de altas patentes envolvidas no narcotráfico. Era uma das figuras mais próximas do general Na Waie até sobre ele recaírem suspeitas de estar a preparar um golpe de Estado.
Foi afastado, preso, e fugiu para a Gâmbia, onde conseguiu asilo político. Esta é a versão oficial, mas a sua história é uma das muitas "mal-contadas", diz-se na Guiné-Bissau. O que pode ter acontecido então? Uma possível vingança dos militares próximo dele, e que terão perdido com o seu afastamento.
Uma encenação? Também não se exclui na capital guineense que este "golpe" tenha sido encenado para dar força a um Presidente enfraquecido. O tiroteio acontece menos de dois dias após a divulgação dos resultados das legislativas, nas quais o PAIGC, ligado historicamente a Nino Vieira, mas que este recusou apoiar, ganhou uma inédita maioria de dois terços na Assembleia, ganhando 67 dos 100 lugares. Em contraste, o PRID de Aristides Gomes apenas conquistou três lugares. Uma derrota para o Presidente, que escolhera Aristides Gomes para primeiro-ministro quando demitiu Carlos Gomes Júnior, e agora era conotado com essa candidatura. O Partido para a Independência e o Desenvolvimento (PRID) foi criado este ano. Pelos recursos de campanha que ostentou e as ofertas às populações que fez, na Guiné chamam-lhe o PRID - Partido Responsável pela Introdução da Droga, numa alusão às acusações de que vários partidos usaram os recursos do narcotráfico. O PRS do antigo Presidente Kumba Ialá conquistou 28 assentos.
Algumas atenções centraram-se no ex-Presidente. Mas poucos são os que acreditam na hipótese de haver ligação de Kumba Ialá ao tiroteio. Pode haver sim, e esse é outro cenário colocado por analistas em Bissau, "agitação nas hostes próximas de Ialá" pelos discursos inflamados deste contra Nino. Nas eleições de 16 de Novembro, os guineenses afluíram com entusiasmo e em massa. Mais de 70% dos eleitores votaram. E nesse voto, deram um "sinal claro" de querer paz, democracia e estabilidade, afirma Laudolino Medina, de uma associação do movimento da sociedade civil que organizou a marcha pela paz em Bissau. "O resultado das eleições foi o sinal de que os guineenses estão com vontade de mudar as coisas."
Depois de condenar "firmemente" o acto, a Comunidade Económica das Estados da África Ocidental (CEDEAO) enviou uma missão esperada ontem à noite em Bissau. No domingo, o Senegal fez avançar tropas para a fronteira e ofereceu-se para organizar uma conferência internacional sobre a Guiné. Disponibilizou um avião para retirar do país o Presidente e a família. Entre os países cada vez mais influentes em Bissau, Angola também se ofereceu para acolher Nino Vieira e a família. Vieira regressou em 2005 com a anuência do CEMGFA, contrariando o que seria a vontade predominante nos quartéis. Foi reeleito nas presidenciais desse ano e demitiu da chefia do Governo Carlos Gomes Júnior (com quem se incompatibilizara). Agora é de novo este adversário que o Presidente tem perante si. Mas desta vez com a força de uma maioria de dois terços. Nestes três anos, o Presidente perdeu influência. Controla as forças da Segurança do Estado mas não totalmente as Forças Armadas, maioritariamente de etnia balanta, que convive mal com ele. Mesmo assim, Forças Armadas e presidência têm-se acomodado. Como pano de fundo: o narcotráfico, que, chegou a dizer-se, poderia dar estabilidade à Guiné-Bissau enquanto beneficiasse militares e altas figuras do Estado.
A Guiné-Bissau estava ontem ainda sob o choque do intenso tiroteio que surpreendeu os habitantes da capital na madrugada de domingo na residência do Presidente guineense João Bernardo (Nino) Vieira. Um grupo de militares confrontou-se com a guarda presidencial. A troca de tiros resultou num morto e vários feridos, entre elementos da guarda presidencial. "Eu pensava que não ia mais ouvir o som das armas", lamenta por telefone o cineasta Flora Gomes, que vive a 500 metros da casa do Presidente. Acordou em sobressalto à 1h, quando ouviu os primeiros tiros, que duraram "cerca de três horas". Mas a vida rapidamente regressou à calma em Bissau. "As pessoas não abandonaram a cidade como no 7 de Junho [que deu início à guerra de 1998]", acrescenta. Não houve receio. Antes "vergonha". Centenas de pessoas saíram à rua no domingo para pedir o fim da violência e o princípio de uma paz duradoura. O Governo afirmou formalmente tratar-se de uma tentativa de golpe de Estado. E a polícia, após horas de buscas, deteve ontem o fuzileiro da Marinha suspeito de liderar os militares que protagonizaram o acto, o sargento N'Tacha Ialá, disse a Lusa.
Ainda na véspera, poucas horas depois do tiroteio, o chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA), general Tagmé Na Waie, declarava a situação "sob controlo" e as Forças Armadas "subordinadas ao Presidente". Alguns detidos estavam ontem a ser interrogados para esclarecer um episódio para o qual não há explicações, cenários apenas. O primeiro: o de ter sido um acto reminiscente da guerra de 1998 e 1999, protagonizado por militares descontentes com o regresso de Nino Vieira à Guiné-Bissau em 2005, depois de o terem deposto em 1998. Outra hipótese teria como pano de fundo o narcotráfico e estaria ligada ao recente afastamento do chefe de Estado-Maior da Marinha guineense Bubo Na Tchuto. O seu nome era o mais citado quando se falava de altas patentes envolvidas no narcotráfico. Era uma das figuras mais próximas do general Na Waie até sobre ele recaírem suspeitas de estar a preparar um golpe de Estado.
Foi afastado, preso, e fugiu para a Gâmbia, onde conseguiu asilo político. Esta é a versão oficial, mas a sua história é uma das muitas "mal-contadas", diz-se na Guiné-Bissau. O que pode ter acontecido então? Uma possível vingança dos militares próximo dele, e que terão perdido com o seu afastamento.
Uma encenação? Também não se exclui na capital guineense que este "golpe" tenha sido encenado para dar força a um Presidente enfraquecido. O tiroteio acontece menos de dois dias após a divulgação dos resultados das legislativas, nas quais o PAIGC, ligado historicamente a Nino Vieira, mas que este recusou apoiar, ganhou uma inédita maioria de dois terços na Assembleia, ganhando 67 dos 100 lugares. Em contraste, o PRID de Aristides Gomes apenas conquistou três lugares. Uma derrota para o Presidente, que escolhera Aristides Gomes para primeiro-ministro quando demitiu Carlos Gomes Júnior, e agora era conotado com essa candidatura. O Partido para a Independência e o Desenvolvimento (PRID) foi criado este ano. Pelos recursos de campanha que ostentou e as ofertas às populações que fez, na Guiné chamam-lhe o PRID - Partido Responsável pela Introdução da Droga, numa alusão às acusações de que vários partidos usaram os recursos do narcotráfico. O PRS do antigo Presidente Kumba Ialá conquistou 28 assentos.
Algumas atenções centraram-se no ex-Presidente. Mas poucos são os que acreditam na hipótese de haver ligação de Kumba Ialá ao tiroteio. Pode haver sim, e esse é outro cenário colocado por analistas em Bissau, "agitação nas hostes próximas de Ialá" pelos discursos inflamados deste contra Nino. Nas eleições de 16 de Novembro, os guineenses afluíram com entusiasmo e em massa. Mais de 70% dos eleitores votaram. E nesse voto, deram um "sinal claro" de querer paz, democracia e estabilidade, afirma Laudolino Medina, de uma associação do movimento da sociedade civil que organizou a marcha pela paz em Bissau. "O resultado das eleições foi o sinal de que os guineenses estão com vontade de mudar as coisas."
Depois de condenar "firmemente" o acto, a Comunidade Económica das Estados da África Ocidental (CEDEAO) enviou uma missão esperada ontem à noite em Bissau. No domingo, o Senegal fez avançar tropas para a fronteira e ofereceu-se para organizar uma conferência internacional sobre a Guiné. Disponibilizou um avião para retirar do país o Presidente e a família. Entre os países cada vez mais influentes em Bissau, Angola também se ofereceu para acolher Nino Vieira e a família. Vieira regressou em 2005 com a anuência do CEMGFA, contrariando o que seria a vontade predominante nos quartéis. Foi reeleito nas presidenciais desse ano e demitiu da chefia do Governo Carlos Gomes Júnior (com quem se incompatibilizara). Agora é de novo este adversário que o Presidente tem perante si. Mas desta vez com a força de uma maioria de dois terços. Nestes três anos, o Presidente perdeu influência. Controla as forças da Segurança do Estado mas não totalmente as Forças Armadas, maioritariamente de etnia balanta, que convive mal com ele. Mesmo assim, Forças Armadas e presidência têm-se acomodado. Como pano de fundo: o narcotráfico, que, chegou a dizer-se, poderia dar estabilidade à Guiné-Bissau enquanto beneficiasse militares e altas figuras do Estado.
Timor-Leste: A ilha insustentável (transcrição total da notícia do jornal Público)
Por Pedro Rosa Mendes
Este é o retrato implacável de uma realidade que não podemos continuar a fingir que não existe. Estas são algumas das verdades, duras como punhos, sobre um país que sonhou ser diferente - e nos fez também sonhar.
1. Timor não é um Estado falhado. É pior. Falhou o projecto nacional idealizado há uma década.
Em nove anos de liberdade, Timor-Leste não conseguiu assegurar água, luz e esgotos para a sua pequena capital. Baucau, a segunda "cidade", é uma versão apenas ajardinada da favela que é Díli, graças à gestão autárquica (oficiosa) do bispado. O resto, nos "distritos", é um país de cordilheiras que vive o neolítico como quotidiano, longe do mínimo humano aceitável. Chega-se lá pelas estradas e picadas deixadas pelos "indonésios". Há estradas principais onde não entrou uma picareta desde 1999.
O bem público e as necessidades do povo são ignorados há nove anos com um desprezo obsceno. O melhor exemplo é a companhia de electricidade: durante cinco anos, a central de Díli não teve manutenção de nenhum dos 14 geradores - todos oferecidos -, até que a última máquina de grande potência resfolegou.
O Hospital Nacional Guido Valadares, onde se inaugura esta semana instalações rutilantes, não teve até hoje um ecógrafo decente nem ventiladores nos Cuidados Intensivos. Não há um TAC no país (embora custe o mesmo que dois dos novos carros dos deputados); a menina timorense com que Portugal se comove teve o tumor diagnosticado pelo acaso de um navio-hospital americano que lançou âncora em Díli. A taxa de mortalidade infantil é apenas superada a nível mundial pelo Afeganistão. A mortalidade pós-parto é assustadora. Entretanto, cada mulher timorense em idade fértil tem em média 7,6 filhos.
Circulam entre diplomatas e humanitários os "transparentes" de um relatório do Banco Mundial que conclui que "a pobreza aumentou significativamente" entre 2001 e 2007 (um balanço arrasador do consulado Fretilin, porque o estudo usa indicadores até 2006). Cerca de metade dos timorenses vive com menos de 60 cêntimos de euro por dia e, desses, metade são crianças. Timor é um país rico atolado na indigência, onde os líderes se insultam por causa de orçamentos que ninguém tem sequer unhas para gastar.
2. A "identidade maubere"é uma ficção dispendiosa.
A identidade "nacional" do espaço político timorense não existe, como explicam os bons historiadores, que sempre referem no plural os "povos" de Timor. Sob o mito do "povo maubere" existe um mosaico de dezena e meia de entidades etnolinguísticas que se definem por oposição (em conflito, separação, desconfiança, distância) ao "outro", mesmo em aliança. O "outro" de fora, ou o "outro" de dentro. É um tipo de coesão circunstancial e oportunista que morre com o conflito, engendrando a prazo outros conflitos, em ciclos de calma e crise numa ilha com paradigmas medievais. A gesta "maubere" produziu, finalmente, uma inversão cronológica. A RDTL é uma cristalização política de uma sociedade que teve alforria de Estado antes de construir uma identidade que o sustentasse. A filiação de cada timorense continua a ser à respectiva "uma lulik" (casa sagrada) e às linhagens que definem outros territórios e outras leis que não passam por ministros, juízes nem polícias, mas por monarcas, oligarcas e chefes de guerra. É isto que os líderes tentam ser - ou, de contrário, não são.
3. O Estado independente é sabotado pelas estruturas da resistência.
O Estado timorense funciona. Não significa, porém, que produza algum resultado, exceptuando a Autoridade Bancária de Pagamentos, única instituição onde a aposta na localização de quadros e a recompensa do mérito fizeram do futuro banco central um oásis de probidade nórdica. As estruturas operativas do país são paralelas, oficiosas e opacas. Vêm do tempo da resistência e não houve coragem ou inteligência para as formalizar no jovem Estado. Um caso óbvio é o dos veteranos das Falintil que não integraram as novas Forças de Defesa (FDTL). Em 2006, foi a 200 desses "civis" que o brigadeiro-general Taur Matan Ruak recorreu num momento crítico de sobrevivência do Estado. O Estado-Maior timorense está, porém, a contas com a justiça. Se passar da fase de inquérito, talvez o processo das armas e da milícia "20-20" abra um debate que devia ter acontecido antes. O lugar das "reservas morais" tem de ser formalizado, sob pena de não haver linha de separação entre patriotismo e delinquência. O major Alfredo Reinado ilustrou, de forma trágica, a facilidade deste salto.
As estruturas paralelas, porém, não são exclusivo do sector de segurança. O ex-comandante Xanana Gusmão não esconde que a Caixa, a rede clandestina de "inteligência", continua activa. As fidelidades, mas também os reflexos e atavismos da resistência, continuam em vigor. A "velha" voz de comando é, por vezes, a última instância e, mesmo em Conselho de Ministros, o último argumento é por vezes o voto de qualidade por murro na mesa. José Ramos-Horta, diasporizado das Falintil e do mato até 1999, não tem cão mas caça com gato. O chefe de Estado, em linha com os símbolos maçónicos debruados nas suas camisas, é desde há dois anos o segundo "pai" da Sagrada Família. É uma sociedade fundada em 1989 pelo comandante Cornélio Gama "L7", que evoluiu para uma combinação algo mística de grupo religioso, partido político e milícia justiceira. Foi "L7", com a bênção de Xanana Gusmão, que apresentou a candidatura de Ramos-Horta à Presidência em Fevereiro de 2007, em Laga. Vários elementos da Sagrada Família integram a guarda do chefe de Estado.
A República timorense é limitada e sabotada pela recorrência do ocultismo, apadrinhamento, vassalagem e mentalidade de célula. No entanto, se não fossem as redes informais de confiança e de comando, por onde passam também os códigos de fidelidade e os valores de grupo, a RDTL já teria implodido. Versão moderna dos Estados dentro do Estado: a última contagem, confidencial, dá conta de 350 assessores internacionais junto do IV Governo Constitucional.
4. A estratégia dominante na sociedade está tipificada no Código Penal. Chama-se extorsão.
A simpatia pela "causa" timorense estagnou num ideal de sociedade e de pessoa que é desmentido pela frustrante experiência quotidiana. Ignorância, trauma, miséria e negligência, polvilhados com os venenos da complacência, paternalismo e piedade, banalizaram comportamentos de rapina, desonestidade, egoísmo e má-fé. A solidariedade, a generosidade e a gratidão estão em minoria. O que é marginal ou criminal noutros sítios faz, no Timor de hoje, catecismo nas repartições, nos negócios, no mercado, no trânsito, no lar.
A "liderança histórica" reina sobre um país intratável, em passiva desobediência civil, que pensa e age como se todo o mundo lhe devesse tudo e como se tudo estivesse disponível para ser colhido, do petróleo ao investimento e à atenção internacional.
A cobiça e a inveja social infectam a esfera política, social, laboral e até familiar. "Aqui todos mandam e ninguém obedece", para citar um velho timorense educado em princípios que deixaram de ter valor corrente no seu país. A "estabilidade" actual é comprada com um Natal todos os dias. Tudo é subsidiado, desde o arroz ao combustível, com uma chuva de benesses e compensações a um leque impensável de clientelas e capelas. A sociedade civil, digamos, é uma soma de grupos de pressão que recebem na mesma moeda em que ameaçam com incêndios e pedradas, desde os deslocados aos peticionários ou aos estudantes. Todo esse dinheiro nada produz. Algum sai para a Indonésia, que os novos-ricos timorenses consideram um sítio mais seguro para investir. O que fica compra motorizadas e telemóveis. A Timor Telecom vai fechar o ano com 120 mil clientes na rede móvel, 12 por cento da população, uma taxa ao nível de países com o triplo de rendimento per capita do timorense.
A maioria dos timorenses não paga o que consome: água, electricidade (por isso o consumo aumenta 25 por cento ao ano, um ritmo impossível de acompanhar por qualquer investimento nas infra-estruturas), casa, terra, crédito, arroz. Este modelo de pilhagem e esbanjamento é insustentável na economia, na banca, na ecologia, na demografia e, a prazo, até na política.
5. A ocupação indonésia foi implacável e a líderança timorense desmantela com zelo o que restava: a dignidade.
O gangster mais conhecido do submundo de Jacarta nos anos 1990 - o timorense Hércules - é, hoje, o dono de obra no melhor jardim da capital. Os condenados por crimes contra a humanidade, como Joni Marques, da "Tim Alfa" (pôs Portugal de lenço branco em Setembro de 1999 com um massacre de freiras e padres), voltam às suas aldeias com indemnizações por casas que foram queimadas, enquanto eles estavam na prisão. Na Comissão mista de Verdade e Amizade (CVA), foi a parte timorense, perante a surpresa indonésia, que tentou conseguir uma amnistia geral para os crimes de 1999, com uma persistência de virar o estômago. O relatório da Comissão de Acolhimento, Verdade e Reconciliação (CAVR), uma monumentae historica de 24 anos de dor em sete volumes, espera há três anos a honra de um debate no Parlamento. Duas datas estiveram marcadas em Novembro, mas, nos bastidores, os titulares políticos tentam obter uma prévia sanitização das recomendações da CAVR.
Mari Alkatiri, Xanana Gusmão e José Ramos-Horta, ao sectarizar a memória da violência, desbarataram o capital obtido à custa de duzentos mil mortos (incluindo os seus entes queridos). A herança do genocídio é aviltada na praça como capital de risco e como cartão de visita. O resultado é uma distopia moral, um abismo de proporções tremendas em que se afunda um país cuja soberania teve, afinal, uma legitimidade essencialmente moral no seu contexto geográfico e histórico. Os mortos são a parte nobre de Timor, merecedores de tributos em rituais, lutos e deslutos. Mas nesta terra de cruzes, valas comuns e desaparecidos, não houve ainda a caridade de 200 mil euros para instalar um laboratório de ADN que permitisse, enfim, devolver os ossos ao apaziguamento dos vivos.
A injustiça e a impunidade são valores seguros em Timor-Leste.
6. Timor fala todas as línguas e nenhuma.
Timor é uma ficção lusófona onde a língua portuguesa navega contra uma geração culturalmente integrada na Indonésia, contra a geografia, contra manipulações políticas internas e contra a sabotagem de várias agências internacionais. A reintrodução do português só poderá ter êxito com a cumulação de duas coisas: firmeza política, em Díli, sobre as suas línguas oficiais; massificação de meios ao serviço de ambas. O Instituto Nacional de Linguística tem 500 dólares de orçamento mensal (exacto, seis mil USD por ano). Na "Babel lorosa'e", como lhe chamou Luiz Filipe Thomaz, não se fala bem nenhuma das línguas da praça (tétum, português, inglês, indonésio). Uma língua é a articulação de um mundo e do nosso lugar nele. Perdidos da gramática e do vocabulário, uma geração de timorenses chegou à idade adulta e ao mercado de trabalho sem muitas vezes conhecer conceitos como a lei da gravidade, o fuso horário ou as formas geométricas, apenas para dar exemplos fáceis. Aos poucos bancos com balcão em Díli (três) chegam projectos de investimento estrangeiro cujos planos de amortização não prevêem mão-de-obra timorense ou que contam os timorenses como peso-morto na massa salarial, ao lado de operários ou técnicos importados que responderão pela produção.
7. "Entrar nas Nações Unidas é ficar politicamente inimputável".
Diz um diplomata que gosta do teatro de sombras javanês: "A ONU em Díli está em sintonia com os dirigentes timorenses. Todos fabricam fantasmas: o grande estratego, o grande diplomata, o grande guerrilheiro. Se não fosse assim, as máscaras cairiam e seria um grande embaraço...". A UNMIT, uma das missões mais caras da ONU, afunda-se penosamente no mesmo vazio moral da liderança timorense. Três mil funcionários, polícias e militares, uma massa crítica formidável que poderia ser um contrapeso à incompetência e à insensatez, são esmagados pelo cabotinismo carreirista do chefe de missão, Atul Khare, e de acólitos que acham bem em Timor aquilo que jamais admitiriam nos seus países desenvolvidos. "Entrar nas Nações Unidas é ficar politicamente inimputável", explicou um alto-funcionário da UNMIT.
8. Não há nenhuma bandeira de Portugal no mar de Timor
Não há interesses portugueses em Timor-Leste, porque não há condições objectivas mínimas para fazer vingar qualquer interesse mensurável. Não, decerto, pelos critérios que vigoram em qualquer outro lado. Seria bom que isto fosse entendido pelos nossos responsáveis políticos. Portugal concedeu mais de 440 milhões de euros de 1999 a 2007 em ajuda ao desenvolvimento a Timor-Leste, que consome quase metade do bolo total da nossa cooperação. Continuando uma tradição portuguesa, as projecções pós-imperiais e os fascínios com sucessivos aprendizes de Mandela ganham precedência sobre as informações que chegam dos operadores económicos no terreno. "Mas você nunca ouvirá um governante português dizer nada contra Timor", dizia, este ano, à mesa do café, um governante português de visita.
9. "Tudo ainda não aconteceu".
A ferida feia no corpo de Ramos-Horta, quando o Presidente jazia numa poça de sangue depois de levar dois tiros de cano-longo, é um buraco tão fundo como a vergonha da nação. A ressurreição do profeta-Nobel criou um cristo gnóstico mas as chagas, nesta terra dilacerada, já não fundam religiões com a facilidade com que há dez anos fundavam Estados. Díli, como um circo máximo de gladiadores, fervilha de jovens empurrados para a luta. Não têm emprego, educação ou perspectiva. Alguém lhes diz: "Não sois bandidos. Sois guerreiros." Mas dos aswain, os heróis das montanhas timorenses, resta-lhes a coragem física, um retalho de rituais dispersos por grupos rivais e a intransigente sacralização do seu território. Uma mistura inflamável para toda a nação. "A resistência continua mas agora sem rumo. E, sem rumo, só faz merda", diz o ex-assessor de Ramos-Horta para a Juventude José Sousa-Santos. "Tudo ainda não aconteceu", avisava um "espírito" antepassado, pela voz de uma menina de Ermera, no Natal ainda inocente de 2005.
Díli, Novembro de 2008
Íncrível...
Este é o retrato implacável de uma realidade que não podemos continuar a fingir que não existe. Estas são algumas das verdades, duras como punhos, sobre um país que sonhou ser diferente - e nos fez também sonhar.
1. Timor não é um Estado falhado. É pior. Falhou o projecto nacional idealizado há uma década.
Em nove anos de liberdade, Timor-Leste não conseguiu assegurar água, luz e esgotos para a sua pequena capital. Baucau, a segunda "cidade", é uma versão apenas ajardinada da favela que é Díli, graças à gestão autárquica (oficiosa) do bispado. O resto, nos "distritos", é um país de cordilheiras que vive o neolítico como quotidiano, longe do mínimo humano aceitável. Chega-se lá pelas estradas e picadas deixadas pelos "indonésios". Há estradas principais onde não entrou uma picareta desde 1999.
O bem público e as necessidades do povo são ignorados há nove anos com um desprezo obsceno. O melhor exemplo é a companhia de electricidade: durante cinco anos, a central de Díli não teve manutenção de nenhum dos 14 geradores - todos oferecidos -, até que a última máquina de grande potência resfolegou.
O Hospital Nacional Guido Valadares, onde se inaugura esta semana instalações rutilantes, não teve até hoje um ecógrafo decente nem ventiladores nos Cuidados Intensivos. Não há um TAC no país (embora custe o mesmo que dois dos novos carros dos deputados); a menina timorense com que Portugal se comove teve o tumor diagnosticado pelo acaso de um navio-hospital americano que lançou âncora em Díli. A taxa de mortalidade infantil é apenas superada a nível mundial pelo Afeganistão. A mortalidade pós-parto é assustadora. Entretanto, cada mulher timorense em idade fértil tem em média 7,6 filhos.
Circulam entre diplomatas e humanitários os "transparentes" de um relatório do Banco Mundial que conclui que "a pobreza aumentou significativamente" entre 2001 e 2007 (um balanço arrasador do consulado Fretilin, porque o estudo usa indicadores até 2006). Cerca de metade dos timorenses vive com menos de 60 cêntimos de euro por dia e, desses, metade são crianças. Timor é um país rico atolado na indigência, onde os líderes se insultam por causa de orçamentos que ninguém tem sequer unhas para gastar.
2. A "identidade maubere"é uma ficção dispendiosa.
A identidade "nacional" do espaço político timorense não existe, como explicam os bons historiadores, que sempre referem no plural os "povos" de Timor. Sob o mito do "povo maubere" existe um mosaico de dezena e meia de entidades etnolinguísticas que se definem por oposição (em conflito, separação, desconfiança, distância) ao "outro", mesmo em aliança. O "outro" de fora, ou o "outro" de dentro. É um tipo de coesão circunstancial e oportunista que morre com o conflito, engendrando a prazo outros conflitos, em ciclos de calma e crise numa ilha com paradigmas medievais. A gesta "maubere" produziu, finalmente, uma inversão cronológica. A RDTL é uma cristalização política de uma sociedade que teve alforria de Estado antes de construir uma identidade que o sustentasse. A filiação de cada timorense continua a ser à respectiva "uma lulik" (casa sagrada) e às linhagens que definem outros territórios e outras leis que não passam por ministros, juízes nem polícias, mas por monarcas, oligarcas e chefes de guerra. É isto que os líderes tentam ser - ou, de contrário, não são.
3. O Estado independente é sabotado pelas estruturas da resistência.
O Estado timorense funciona. Não significa, porém, que produza algum resultado, exceptuando a Autoridade Bancária de Pagamentos, única instituição onde a aposta na localização de quadros e a recompensa do mérito fizeram do futuro banco central um oásis de probidade nórdica. As estruturas operativas do país são paralelas, oficiosas e opacas. Vêm do tempo da resistência e não houve coragem ou inteligência para as formalizar no jovem Estado. Um caso óbvio é o dos veteranos das Falintil que não integraram as novas Forças de Defesa (FDTL). Em 2006, foi a 200 desses "civis" que o brigadeiro-general Taur Matan Ruak recorreu num momento crítico de sobrevivência do Estado. O Estado-Maior timorense está, porém, a contas com a justiça. Se passar da fase de inquérito, talvez o processo das armas e da milícia "20-20" abra um debate que devia ter acontecido antes. O lugar das "reservas morais" tem de ser formalizado, sob pena de não haver linha de separação entre patriotismo e delinquência. O major Alfredo Reinado ilustrou, de forma trágica, a facilidade deste salto.
As estruturas paralelas, porém, não são exclusivo do sector de segurança. O ex-comandante Xanana Gusmão não esconde que a Caixa, a rede clandestina de "inteligência", continua activa. As fidelidades, mas também os reflexos e atavismos da resistência, continuam em vigor. A "velha" voz de comando é, por vezes, a última instância e, mesmo em Conselho de Ministros, o último argumento é por vezes o voto de qualidade por murro na mesa. José Ramos-Horta, diasporizado das Falintil e do mato até 1999, não tem cão mas caça com gato. O chefe de Estado, em linha com os símbolos maçónicos debruados nas suas camisas, é desde há dois anos o segundo "pai" da Sagrada Família. É uma sociedade fundada em 1989 pelo comandante Cornélio Gama "L7", que evoluiu para uma combinação algo mística de grupo religioso, partido político e milícia justiceira. Foi "L7", com a bênção de Xanana Gusmão, que apresentou a candidatura de Ramos-Horta à Presidência em Fevereiro de 2007, em Laga. Vários elementos da Sagrada Família integram a guarda do chefe de Estado.
A República timorense é limitada e sabotada pela recorrência do ocultismo, apadrinhamento, vassalagem e mentalidade de célula. No entanto, se não fossem as redes informais de confiança e de comando, por onde passam também os códigos de fidelidade e os valores de grupo, a RDTL já teria implodido. Versão moderna dos Estados dentro do Estado: a última contagem, confidencial, dá conta de 350 assessores internacionais junto do IV Governo Constitucional.
4. A estratégia dominante na sociedade está tipificada no Código Penal. Chama-se extorsão.
A simpatia pela "causa" timorense estagnou num ideal de sociedade e de pessoa que é desmentido pela frustrante experiência quotidiana. Ignorância, trauma, miséria e negligência, polvilhados com os venenos da complacência, paternalismo e piedade, banalizaram comportamentos de rapina, desonestidade, egoísmo e má-fé. A solidariedade, a generosidade e a gratidão estão em minoria. O que é marginal ou criminal noutros sítios faz, no Timor de hoje, catecismo nas repartições, nos negócios, no mercado, no trânsito, no lar.
A "liderança histórica" reina sobre um país intratável, em passiva desobediência civil, que pensa e age como se todo o mundo lhe devesse tudo e como se tudo estivesse disponível para ser colhido, do petróleo ao investimento e à atenção internacional.
A cobiça e a inveja social infectam a esfera política, social, laboral e até familiar. "Aqui todos mandam e ninguém obedece", para citar um velho timorense educado em princípios que deixaram de ter valor corrente no seu país. A "estabilidade" actual é comprada com um Natal todos os dias. Tudo é subsidiado, desde o arroz ao combustível, com uma chuva de benesses e compensações a um leque impensável de clientelas e capelas. A sociedade civil, digamos, é uma soma de grupos de pressão que recebem na mesma moeda em que ameaçam com incêndios e pedradas, desde os deslocados aos peticionários ou aos estudantes. Todo esse dinheiro nada produz. Algum sai para a Indonésia, que os novos-ricos timorenses consideram um sítio mais seguro para investir. O que fica compra motorizadas e telemóveis. A Timor Telecom vai fechar o ano com 120 mil clientes na rede móvel, 12 por cento da população, uma taxa ao nível de países com o triplo de rendimento per capita do timorense.
A maioria dos timorenses não paga o que consome: água, electricidade (por isso o consumo aumenta 25 por cento ao ano, um ritmo impossível de acompanhar por qualquer investimento nas infra-estruturas), casa, terra, crédito, arroz. Este modelo de pilhagem e esbanjamento é insustentável na economia, na banca, na ecologia, na demografia e, a prazo, até na política.
5. A ocupação indonésia foi implacável e a líderança timorense desmantela com zelo o que restava: a dignidade.
O gangster mais conhecido do submundo de Jacarta nos anos 1990 - o timorense Hércules - é, hoje, o dono de obra no melhor jardim da capital. Os condenados por crimes contra a humanidade, como Joni Marques, da "Tim Alfa" (pôs Portugal de lenço branco em Setembro de 1999 com um massacre de freiras e padres), voltam às suas aldeias com indemnizações por casas que foram queimadas, enquanto eles estavam na prisão. Na Comissão mista de Verdade e Amizade (CVA), foi a parte timorense, perante a surpresa indonésia, que tentou conseguir uma amnistia geral para os crimes de 1999, com uma persistência de virar o estômago. O relatório da Comissão de Acolhimento, Verdade e Reconciliação (CAVR), uma monumentae historica de 24 anos de dor em sete volumes, espera há três anos a honra de um debate no Parlamento. Duas datas estiveram marcadas em Novembro, mas, nos bastidores, os titulares políticos tentam obter uma prévia sanitização das recomendações da CAVR.
Mari Alkatiri, Xanana Gusmão e José Ramos-Horta, ao sectarizar a memória da violência, desbarataram o capital obtido à custa de duzentos mil mortos (incluindo os seus entes queridos). A herança do genocídio é aviltada na praça como capital de risco e como cartão de visita. O resultado é uma distopia moral, um abismo de proporções tremendas em que se afunda um país cuja soberania teve, afinal, uma legitimidade essencialmente moral no seu contexto geográfico e histórico. Os mortos são a parte nobre de Timor, merecedores de tributos em rituais, lutos e deslutos. Mas nesta terra de cruzes, valas comuns e desaparecidos, não houve ainda a caridade de 200 mil euros para instalar um laboratório de ADN que permitisse, enfim, devolver os ossos ao apaziguamento dos vivos.
A injustiça e a impunidade são valores seguros em Timor-Leste.
6. Timor fala todas as línguas e nenhuma.
Timor é uma ficção lusófona onde a língua portuguesa navega contra uma geração culturalmente integrada na Indonésia, contra a geografia, contra manipulações políticas internas e contra a sabotagem de várias agências internacionais. A reintrodução do português só poderá ter êxito com a cumulação de duas coisas: firmeza política, em Díli, sobre as suas línguas oficiais; massificação de meios ao serviço de ambas. O Instituto Nacional de Linguística tem 500 dólares de orçamento mensal (exacto, seis mil USD por ano). Na "Babel lorosa'e", como lhe chamou Luiz Filipe Thomaz, não se fala bem nenhuma das línguas da praça (tétum, português, inglês, indonésio). Uma língua é a articulação de um mundo e do nosso lugar nele. Perdidos da gramática e do vocabulário, uma geração de timorenses chegou à idade adulta e ao mercado de trabalho sem muitas vezes conhecer conceitos como a lei da gravidade, o fuso horário ou as formas geométricas, apenas para dar exemplos fáceis. Aos poucos bancos com balcão em Díli (três) chegam projectos de investimento estrangeiro cujos planos de amortização não prevêem mão-de-obra timorense ou que contam os timorenses como peso-morto na massa salarial, ao lado de operários ou técnicos importados que responderão pela produção.
7. "Entrar nas Nações Unidas é ficar politicamente inimputável".
Diz um diplomata que gosta do teatro de sombras javanês: "A ONU em Díli está em sintonia com os dirigentes timorenses. Todos fabricam fantasmas: o grande estratego, o grande diplomata, o grande guerrilheiro. Se não fosse assim, as máscaras cairiam e seria um grande embaraço...". A UNMIT, uma das missões mais caras da ONU, afunda-se penosamente no mesmo vazio moral da liderança timorense. Três mil funcionários, polícias e militares, uma massa crítica formidável que poderia ser um contrapeso à incompetência e à insensatez, são esmagados pelo cabotinismo carreirista do chefe de missão, Atul Khare, e de acólitos que acham bem em Timor aquilo que jamais admitiriam nos seus países desenvolvidos. "Entrar nas Nações Unidas é ficar politicamente inimputável", explicou um alto-funcionário da UNMIT.
8. Não há nenhuma bandeira de Portugal no mar de Timor
Não há interesses portugueses em Timor-Leste, porque não há condições objectivas mínimas para fazer vingar qualquer interesse mensurável. Não, decerto, pelos critérios que vigoram em qualquer outro lado. Seria bom que isto fosse entendido pelos nossos responsáveis políticos. Portugal concedeu mais de 440 milhões de euros de 1999 a 2007 em ajuda ao desenvolvimento a Timor-Leste, que consome quase metade do bolo total da nossa cooperação. Continuando uma tradição portuguesa, as projecções pós-imperiais e os fascínios com sucessivos aprendizes de Mandela ganham precedência sobre as informações que chegam dos operadores económicos no terreno. "Mas você nunca ouvirá um governante português dizer nada contra Timor", dizia, este ano, à mesa do café, um governante português de visita.
9. "Tudo ainda não aconteceu".
A ferida feia no corpo de Ramos-Horta, quando o Presidente jazia numa poça de sangue depois de levar dois tiros de cano-longo, é um buraco tão fundo como a vergonha da nação. A ressurreição do profeta-Nobel criou um cristo gnóstico mas as chagas, nesta terra dilacerada, já não fundam religiões com a facilidade com que há dez anos fundavam Estados. Díli, como um circo máximo de gladiadores, fervilha de jovens empurrados para a luta. Não têm emprego, educação ou perspectiva. Alguém lhes diz: "Não sois bandidos. Sois guerreiros." Mas dos aswain, os heróis das montanhas timorenses, resta-lhes a coragem física, um retalho de rituais dispersos por grupos rivais e a intransigente sacralização do seu território. Uma mistura inflamável para toda a nação. "A resistência continua mas agora sem rumo. E, sem rumo, só faz merda", diz o ex-assessor de Ramos-Horta para a Juventude José Sousa-Santos. "Tudo ainda não aconteceu", avisava um "espírito" antepassado, pela voz de uma menina de Ermera, no Natal ainda inocente de 2005.
Díli, Novembro de 2008
Íncrível...
Espanha ignora Portugal na organização do Mundial
Líder da Federação fala em candidatura invencível sem usar o termo ibérico.
"Um dos objectivos principais é trazer para Espanha uma fase final de um Campeonato do Mundo, que pode ser o de 2018. Se estivermos unidos, toda a sociedade espanhola unida, a nossa candidatura será invencível". Miguel Ángel Villar, no seu discurso de reeleição de presidente da Real Federação Espanhola de Futebol, assumiu publicamente que Espanha quer a organização do Mundial 2018, o mesmo que anda a fazer sonhar Gilberto Madaíl, presidente da Federação Portuguesa, desde o ano passado. Porém, ontem, quando Villar, candidato único, assegurou a sua permanência por mais um mandato na presidência da RFEF, cargo que ocupa há 20 anos, "esqueceu-se" de Portugal. Pelo menos, durante o discurso, nenhuma palavra "dirigiu" ao seu homólogo português, não se percebendo, pois, se a possível candidatura ao Mundial 2018 (objectivo que definiu como um dos principais) engloba ou não Portugal:
"A primeira coisa que vou fazer é contactar o secretário de Estado para o Desporto para falar do futuro do futebol espanhol e desta candidatura, que ele sempre apoiou. Depois vêem se é conjunta ou não." Gilberto Madaíl ainda na semana passada, antes do Brasil-Portugal, admitiu que tem trocado informações com a Federação espanhola relativamente à candidatura conjunta.
"Um dos objectivos principais é trazer para Espanha uma fase final de um Campeonato do Mundo, que pode ser o de 2018. Se estivermos unidos, toda a sociedade espanhola unida, a nossa candidatura será invencível". Miguel Ángel Villar, no seu discurso de reeleição de presidente da Real Federação Espanhola de Futebol, assumiu publicamente que Espanha quer a organização do Mundial 2018, o mesmo que anda a fazer sonhar Gilberto Madaíl, presidente da Federação Portuguesa, desde o ano passado. Porém, ontem, quando Villar, candidato único, assegurou a sua permanência por mais um mandato na presidência da RFEF, cargo que ocupa há 20 anos, "esqueceu-se" de Portugal. Pelo menos, durante o discurso, nenhuma palavra "dirigiu" ao seu homólogo português, não se percebendo, pois, se a possível candidatura ao Mundial 2018 (objectivo que definiu como um dos principais) engloba ou não Portugal:
"A primeira coisa que vou fazer é contactar o secretário de Estado para o Desporto para falar do futuro do futebol espanhol e desta candidatura, que ele sempre apoiou. Depois vêem se é conjunta ou não." Gilberto Madaíl ainda na semana passada, antes do Brasil-Portugal, admitiu que tem trocado informações com a Federação espanhola relativamente à candidatura conjunta.
segunda-feira, novembro 24, 2008
Guiné: Portugal propõe à CPLP estabilização democrática
Portugal vai propor no Comité de Concertação Permanente da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) um programa de estabilização democrática e desenvolvimento económico para a Guiné-Bissau, disse hoje em Belgrado o chefe da diplomacia portuguesa.
Luís Amado, que se encontra em Belgrado no âmbito de uma visita oficial de dois dias à Sérvia, acrescentou que o programa será apresentado terça-feira em Lisboa pelo secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, João Gomes Cravinho.
Segundo o ministro Amado, o programa será para desenvolver ao longo de dois anos, no âmbito do novo governo saído das eleições legislativas realizadas na Guiné-Bissau no passado dia 16.
O ministro dos Negócios Estrangeiros crescentou que o programa que irá ser apresentado por Portugal se articula com a proposta pelo Presidente Abdulaye Wade, do Senegal, para a realização de uma conferência internacional sobre a Guiné-Bissau em Dakar.
"Articula-se sem nenhuma dificuldade com outras iniciativas da comunidade internacional e da região", disse. Amado referiu que toda a actuação da CPLP tem sido feita em estreita articulação com a região.
Portugal detém presentemente a presidência da CPLP.
Luís Amado, que se encontra em Belgrado no âmbito de uma visita oficial de dois dias à Sérvia, acrescentou que o programa será apresentado terça-feira em Lisboa pelo secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, João Gomes Cravinho.
Segundo o ministro Amado, o programa será para desenvolver ao longo de dois anos, no âmbito do novo governo saído das eleições legislativas realizadas na Guiné-Bissau no passado dia 16.
O ministro dos Negócios Estrangeiros crescentou que o programa que irá ser apresentado por Portugal se articula com a proposta pelo Presidente Abdulaye Wade, do Senegal, para a realização de uma conferência internacional sobre a Guiné-Bissau em Dakar.
"Articula-se sem nenhuma dificuldade com outras iniciativas da comunidade internacional e da região", disse. Amado referiu que toda a actuação da CPLP tem sido feita em estreita articulação com a região.
Portugal detém presentemente a presidência da CPLP.
População de Macau calculada em 557 mil habitantes
A população de Macau foi calculada no final do terceiro trimestre em 557.000 pessoas, mais 25.000 do que no período homólogo de 2007 e mais 19.000 do que no final do ano passado, foi hoje anunciado.
Dados estatísticos oficiais relativos ao terceiro trimestre de 2008 indicam que entre Julho e Setembro nasceram 1.221 nados-vivos e foram registados 405 óbitos, o que traduz um crescimento natural da população de apenas 816 pessoas.
Os números do crescimento natural comparados ao crescimento real da população de Macau indicam que o aumento do número de pessoas a residir no território deriva de fenómenos migratórios para a Região Administrativa Especial chinesa devido aos novos postos de trabalho criados com desenvolvimento de grandes projectos relacionados com a hotelaria e diversões.
No terceiro trimestre do ano foram registados 621 imigrantes legais oriundos do continente chinês e no final do período estavam autorizados 47.191 indivíduos a permanecer no território, mais 1.700 pessoas do que no final do segundo trimestre de 2008.
Em Setembro existiam em Macau 104.281 trabalhadores não residentes, mais 5.776 pessoas do que no final do segundo trimestre.
Os números agora apresentados ainda não reflectem os efeitos da crise financeira mundial que já levaram à suspensão de várias obras de grande dimensão no território, como os hotéis/casino que o grupo norte-americano Las Vegas Sands estava a construir e que levou à saída de cerca de 11.000 trabalhadores, a grande maioria dos quais não-residentes.
Dados estatísticos oficiais relativos ao terceiro trimestre de 2008 indicam que entre Julho e Setembro nasceram 1.221 nados-vivos e foram registados 405 óbitos, o que traduz um crescimento natural da população de apenas 816 pessoas.
Os números do crescimento natural comparados ao crescimento real da população de Macau indicam que o aumento do número de pessoas a residir no território deriva de fenómenos migratórios para a Região Administrativa Especial chinesa devido aos novos postos de trabalho criados com desenvolvimento de grandes projectos relacionados com a hotelaria e diversões.
No terceiro trimestre do ano foram registados 621 imigrantes legais oriundos do continente chinês e no final do período estavam autorizados 47.191 indivíduos a permanecer no território, mais 1.700 pessoas do que no final do segundo trimestre de 2008.
Em Setembro existiam em Macau 104.281 trabalhadores não residentes, mais 5.776 pessoas do que no final do segundo trimestre.
Os números agora apresentados ainda não reflectem os efeitos da crise financeira mundial que já levaram à suspensão de várias obras de grande dimensão no território, como os hotéis/casino que o grupo norte-americano Las Vegas Sands estava a construir e que levou à saída de cerca de 11.000 trabalhadores, a grande maioria dos quais não-residentes.
Portugal: Activistas guineenses questionam versão oficial e alertam para "encenação"
Activistas guineenses radicados em Portugal questionam a autenticidade do que oficialmente foi classificado, pelo ministro guineense da Administração Interna, Cipriano Cassamá, de "tentativa de golpe de Estado", na sequência do ataque à residência particular do presidente da Guiné-Bissau, "Nino" Vieira.
"Tudo isto me parece uma encenação", disse Fernando Casimiro, que não poupa palavras nas críticas que lança ao presidente "Nino". "Isto é uma estratégia que visa permitir acusar algumas pessoas incómodas ao regime e utilizar a inevitável vitimização perante a sociedade e os países daquela região de África", explica aquele activista, que estabelece uma relação entre os resultados das últimas eleições legislativas (que dão maioria qualificada ao PAIGC) e o terceiro lugar do Partido Republicano para a Independência e o Desenvolvimento, apoiado pelo "Nino", atrás do Partido da Renovação Social, de Kumba Ialá.
Outro activista, que solicita o anonimato, vai mais longe e atribui a "encenação" à manifesta e pública vontade de Carlos Gomes Júnior, líder do PAIGC, em combater o narcotráfico, face à necessidade de satisfação de "algumas clientelas poderosas" que gravitam em torno do poder. "Então o Ministério da Administração Interna descobriu que ia haver um ataque e não tirou o presidente da sua residência? Alguém acredita?", questiona.
Ambos sublinham, a cada passo, que nas mãos do presidente estão entregues poderes como o de declaração de estado de sítio, o que acontecer impediria, por exemplo, a publicação dos resultados eleitorais.
E é neste último ponto da sempre bem-vinda "teoria da conspiração" que pode estar a razão desta suposta tentativa de "coup d'etat".
"Tudo isto me parece uma encenação", disse Fernando Casimiro, que não poupa palavras nas críticas que lança ao presidente "Nino". "Isto é uma estratégia que visa permitir acusar algumas pessoas incómodas ao regime e utilizar a inevitável vitimização perante a sociedade e os países daquela região de África", explica aquele activista, que estabelece uma relação entre os resultados das últimas eleições legislativas (que dão maioria qualificada ao PAIGC) e o terceiro lugar do Partido Republicano para a Independência e o Desenvolvimento, apoiado pelo "Nino", atrás do Partido da Renovação Social, de Kumba Ialá.
Outro activista, que solicita o anonimato, vai mais longe e atribui a "encenação" à manifesta e pública vontade de Carlos Gomes Júnior, líder do PAIGC, em combater o narcotráfico, face à necessidade de satisfação de "algumas clientelas poderosas" que gravitam em torno do poder. "Então o Ministério da Administração Interna descobriu que ia haver um ataque e não tirou o presidente da sua residência? Alguém acredita?", questiona.
Ambos sublinham, a cada passo, que nas mãos do presidente estão entregues poderes como o de declaração de estado de sítio, o que acontecer impediria, por exemplo, a publicação dos resultados eleitorais.
E é neste último ponto da sempre bem-vinda "teoria da conspiração" que pode estar a razão desta suposta tentativa de "coup d'etat".
Venezuela: Luso-descendente eleito governador do Estado de Vargas
O luso-descendente Jorge Luís Garcia Carneiro foi eleito domingo governador do Estado venezuelano de Vargas, 20 quilómetros a Norte de Caracas, segundo dados divulgados pelo Conselho Eleitoral da Venezuela.
Candidato do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV, o partido de Hugo Chávez), Garcia Carneiro obteve 61,56% dos votos, segundo a presidente do Conselho Eleitoral (CNE), Tibisay Lucena.
Aquela responsável não revelou o número exacto de votos e avançou que Roberto Smith, principal adversário do candidato português, obteve 31,18% dos votos, quando estavam apurados 95,67% do total de assembleias de voto.
Quase 17 milhões (16.887.805) de venezuelanos foram domingo às urnas para eleger 603 autarcas, entre eles 22 governadores de Estado, 326 presidentes de câmaras municipais, um alcaide para o Distrito Metropolitano de Caracas e um alcaide para o Distrito de Alto Apure.
Nas eleições também foram escolhidos 225 deputados para os conselhos estaduais (23 Estados), 8 para conselhos indígenas, 13 autarcas para a zona metropolitana de Caracas, 6 para o de Alto Apure e um conselheiro indígena pelo Distrito de Alto Apure.
Além de Garcia Carneiro outros quatro luso-venezuelanos concorriam por diversos cargos nas eleições autárquicas, entre elas Andrea Tavares, 36 anos que, apoiada pelo partido de esquerda Pátria Para Todos, viu negada a possibilidade de presidir o Município de Libertador, o maior da capital.
Os resultados das candidaturas de Manuel Teixeira, candidato a vereador pelo Circuito Petare- El Llanito, duas localidades a leste de Caracas, de Carlos Teixeira, candidato independente à Câmara Municipal de Vargas e da vereadora Myriam do Nascimento, candidata a presidente da Câmara Municipal de El Hatillo, vão ser divulgados nos próximos dias.
O novo governador de Vargas, Garcia Carneiro é Licenciado em Ciências e Artes Militares e teve um papel determinado no regresso do presidente Hugo Chávez ao palácio presidencial de Miraflores, depois de ter sido afastado temporariamente do poder, em Abril de 2002.
Ocupou diversos cargos dentro das Forças Armadas Venezuelanas, entre os quais o de comandante-geral do Exército (2002), Ministro da Defesa e comandante chefe das Forças Armadas Venezuelanas (ambos em 2004).
Desempenhou ainda as funções de ministro de Participação Popular e Desenvolvimento Social, onde foi responsável pelo programa de apoio social "Missão Negra Hipólita", destinado a prestar assistência a indigentes e a reintegrar toxicodependentes na sociedade.
Centrou a sua campanha eleitoral na promessa de melhoria das infra-estruturas, na recuperação e construção de espaços públicos, escolas e centros de saúde, além da consolidação da área costeira, o desenvolvimento do ecoturismo e o apoio à economia solidária.
Candidato do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV, o partido de Hugo Chávez), Garcia Carneiro obteve 61,56% dos votos, segundo a presidente do Conselho Eleitoral (CNE), Tibisay Lucena.
Aquela responsável não revelou o número exacto de votos e avançou que Roberto Smith, principal adversário do candidato português, obteve 31,18% dos votos, quando estavam apurados 95,67% do total de assembleias de voto.
Quase 17 milhões (16.887.805) de venezuelanos foram domingo às urnas para eleger 603 autarcas, entre eles 22 governadores de Estado, 326 presidentes de câmaras municipais, um alcaide para o Distrito Metropolitano de Caracas e um alcaide para o Distrito de Alto Apure.
Nas eleições também foram escolhidos 225 deputados para os conselhos estaduais (23 Estados), 8 para conselhos indígenas, 13 autarcas para a zona metropolitana de Caracas, 6 para o de Alto Apure e um conselheiro indígena pelo Distrito de Alto Apure.
Além de Garcia Carneiro outros quatro luso-venezuelanos concorriam por diversos cargos nas eleições autárquicas, entre elas Andrea Tavares, 36 anos que, apoiada pelo partido de esquerda Pátria Para Todos, viu negada a possibilidade de presidir o Município de Libertador, o maior da capital.
Os resultados das candidaturas de Manuel Teixeira, candidato a vereador pelo Circuito Petare- El Llanito, duas localidades a leste de Caracas, de Carlos Teixeira, candidato independente à Câmara Municipal de Vargas e da vereadora Myriam do Nascimento, candidata a presidente da Câmara Municipal de El Hatillo, vão ser divulgados nos próximos dias.
O novo governador de Vargas, Garcia Carneiro é Licenciado em Ciências e Artes Militares e teve um papel determinado no regresso do presidente Hugo Chávez ao palácio presidencial de Miraflores, depois de ter sido afastado temporariamente do poder, em Abril de 2002.
Ocupou diversos cargos dentro das Forças Armadas Venezuelanas, entre os quais o de comandante-geral do Exército (2002), Ministro da Defesa e comandante chefe das Forças Armadas Venezuelanas (ambos em 2004).
Desempenhou ainda as funções de ministro de Participação Popular e Desenvolvimento Social, onde foi responsável pelo programa de apoio social "Missão Negra Hipólita", destinado a prestar assistência a indigentes e a reintegrar toxicodependentes na sociedade.
Centrou a sua campanha eleitoral na promessa de melhoria das infra-estruturas, na recuperação e construção de espaços públicos, escolas e centros de saúde, além da consolidação da área costeira, o desenvolvimento do ecoturismo e o apoio à economia solidária.
sábado, novembro 22, 2008
Algarve: Família indiana investe 150 M€ em novo resort
Um grupo português, liderado por uma família indiana, vai investir 150 milhões de euros num resort de luxo no Algarve, prevendo que a crise financeira mundial termine em 2012.
O empreendimento, denominado "Quinta da Praia", vai nascer numa área de 22,5 hectares em Alvor, incluindo um hotel de cinco estrelas com 175 quartos, um spa club e uma área residencial com 197 moradias e "townhouses".
Segundo o presidente do Grupo HN, Rakesh Kanabar, o lançamento do investimento em plena crise financeira mundial, "só foi possível porque está a ser planeado há já dois anos".
Trata-se da primeira aventura do grupo imobiliário fora do distrito em que está sedeado (Porto) e a sua estreia na imobiliária turística mas, ainda assim, não foge à regra do modelo financeiro da HN - "é financiado pela banca", refere o empresário.
Admite que, "se fosse hoje, não iria comprar mais um terreno de 50 milhões de euros", até porque defende ser altura dos empresários serem "prudentes".
Porém, acredita que dentro de três ou quatro anos, já terá sido retomada a confiança dos mercados financeiros pelo que o grupo irá "ter o produto pronto no momento certo".
Nos tempos que correm "ninguém consegue vender", especialmente no principal mercado da imobiliária turística no Algarve - o Reino Unido - onde "os preços da imobiliária estão a cair".
O empresário prevê contudo que tanto o Reino Unido como o resto da Europa - incluindo Portugal - "estejam preparados para começar a investir e a comprar aqui no Algarve", disse.
O arranque da obra está previsto para o final de 2009, ocasião em que os gabinetes de arquitectura WATG e Broadway Malyan já terão terminado os projectos do "resort lifestyle", como Rakesh Kanabar faz questão de designar.
O empresário revela ainda que o hotel de cinco estrelas será explorado por uma cadeia norte-americana, com quem deverá formalizar acordo "muito em breve". Em paralelo, encontra-se a negociar uma outra cadeia internacional para a gestão do clube de SPA, que inclui ginásio, "kids club" e áreas de lazer restritas a sócios.
No resort, deverá nascer ainda um bloco de apartamentos, onde só vão existir na tipologia T2. "Não queremos mais T1, pois o mercado da especulação já não existe. Hoje a procura só existe no Turismo Residencial e queremos criar aqui a Florida da Europa", afirmou.
O projecto contempla ainda a requalificação ambiental de uma área actualmente abandonada, entre o empreendimento e a praia, incluindo a recuperação de linhas de água e a criação de passadiços sobrelevados de acesso ao areal.
O Grupo HN tem centrado a sua acção na promoção imobiliária no Porto. Nos últimos 11 anos, ergueu hotéis como o Inca e o Sheraton. Tem actualmente em curso investimentos na ordem dos 100 milhões de euros, numa carteira que inclui o Boavista Palace, Porto Bessa Leite, Arrábida Lake Towers e o Retail Park de Gaia.
O resort algarvio pretende servir de plataforma à internacionalização do grupo no segmento do turismo residencial, tendo na mira países como a Angola, Cabo Verde e Brasil.
O empreendimento, denominado "Quinta da Praia", vai nascer numa área de 22,5 hectares em Alvor, incluindo um hotel de cinco estrelas com 175 quartos, um spa club e uma área residencial com 197 moradias e "townhouses".
Segundo o presidente do Grupo HN, Rakesh Kanabar, o lançamento do investimento em plena crise financeira mundial, "só foi possível porque está a ser planeado há já dois anos".
Trata-se da primeira aventura do grupo imobiliário fora do distrito em que está sedeado (Porto) e a sua estreia na imobiliária turística mas, ainda assim, não foge à regra do modelo financeiro da HN - "é financiado pela banca", refere o empresário.
Admite que, "se fosse hoje, não iria comprar mais um terreno de 50 milhões de euros", até porque defende ser altura dos empresários serem "prudentes".
Porém, acredita que dentro de três ou quatro anos, já terá sido retomada a confiança dos mercados financeiros pelo que o grupo irá "ter o produto pronto no momento certo".
Nos tempos que correm "ninguém consegue vender", especialmente no principal mercado da imobiliária turística no Algarve - o Reino Unido - onde "os preços da imobiliária estão a cair".
O empresário prevê contudo que tanto o Reino Unido como o resto da Europa - incluindo Portugal - "estejam preparados para começar a investir e a comprar aqui no Algarve", disse.
O arranque da obra está previsto para o final de 2009, ocasião em que os gabinetes de arquitectura WATG e Broadway Malyan já terão terminado os projectos do "resort lifestyle", como Rakesh Kanabar faz questão de designar.
O empresário revela ainda que o hotel de cinco estrelas será explorado por uma cadeia norte-americana, com quem deverá formalizar acordo "muito em breve". Em paralelo, encontra-se a negociar uma outra cadeia internacional para a gestão do clube de SPA, que inclui ginásio, "kids club" e áreas de lazer restritas a sócios.
No resort, deverá nascer ainda um bloco de apartamentos, onde só vão existir na tipologia T2. "Não queremos mais T1, pois o mercado da especulação já não existe. Hoje a procura só existe no Turismo Residencial e queremos criar aqui a Florida da Europa", afirmou.
O projecto contempla ainda a requalificação ambiental de uma área actualmente abandonada, entre o empreendimento e a praia, incluindo a recuperação de linhas de água e a criação de passadiços sobrelevados de acesso ao areal.
O Grupo HN tem centrado a sua acção na promoção imobiliária no Porto. Nos últimos 11 anos, ergueu hotéis como o Inca e o Sheraton. Tem actualmente em curso investimentos na ordem dos 100 milhões de euros, numa carteira que inclui o Boavista Palace, Porto Bessa Leite, Arrábida Lake Towers e o Retail Park de Gaia.
O resort algarvio pretende servir de plataforma à internacionalização do grupo no segmento do turismo residencial, tendo na mira países como a Angola, Cabo Verde e Brasil.
sexta-feira, novembro 21, 2008
"Tasquinha" apoia entrada da Indonésia na CPLP
Depois de aqui termos noticiado a intenção do actual embaixador da Indonésia em integrar este país na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), o "Tasquinha" resolveu apoiar este intento, tendo em conta as afinidades histórico-culturais e linguísticas com este organismo.
Hoje, José Ramos-Horta veio juntar-se a este projecto, declarando ser uma "excelente ideia" a entrada da Indonésia na CPLP.
"Timor-Leste endossa totalmente a ideia, porque a Indonésia é um dos países que tem laços de séculos com Portugal e a lusofonia", afirmou o Presidente da República de Timor-Leste.
"Basta ver a língua indonésia, com milhares de vocábulos portugueses, basta ver os monumentos, mesmo em Java e Sumatra, ou basta ver as gentes de Aceh que têm origem portuguesa", acrescentou o chefe de Estado timorense. "É um país com longas tradições portuguesas. Só por aí, a Indonésia merece o estatuto", declarou José Ramos-Horta.
O Presidente timorense diz também que "não há nenhum ciúme timorense" na ideia indonésia, "antes pelo contrário".
A Indonésia deu início aos contactos para obter o estatuto de observador associado da CPLP, disse esta semana o embaixador indonésio em Lisboa, Francisco Lopes da Cruz.
José Ramos-Horta levantou a hipótese de conceder o mesmo estatuto à Malásia se este país se mostrar interessado, "por causa de Malaca".
Hoje, José Ramos-Horta veio juntar-se a este projecto, declarando ser uma "excelente ideia" a entrada da Indonésia na CPLP.
"Timor-Leste endossa totalmente a ideia, porque a Indonésia é um dos países que tem laços de séculos com Portugal e a lusofonia", afirmou o Presidente da República de Timor-Leste.
"Basta ver a língua indonésia, com milhares de vocábulos portugueses, basta ver os monumentos, mesmo em Java e Sumatra, ou basta ver as gentes de Aceh que têm origem portuguesa", acrescentou o chefe de Estado timorense. "É um país com longas tradições portuguesas. Só por aí, a Indonésia merece o estatuto", declarou José Ramos-Horta.
O Presidente timorense diz também que "não há nenhum ciúme timorense" na ideia indonésia, "antes pelo contrário".
A Indonésia deu início aos contactos para obter o estatuto de observador associado da CPLP, disse esta semana o embaixador indonésio em Lisboa, Francisco Lopes da Cruz.
José Ramos-Horta levantou a hipótese de conceder o mesmo estatuto à Malásia se este país se mostrar interessado, "por causa de Malaca".
Mais de 1.200 portugueses eleitos nas autárquicas francesas
Mais de 1.200 portugueses ou luso-descendentes residentes em França foram eleitos nas autárquicas de Março passado, segundo dados da Embaixada de Portugal em Paris, que acredita que esse número pode chegar aos 3.500.
"Detectámos um pouco acima dos 3.500 autarcas" que podem ser de origem portuguesa, disse hoje à Agência Lusa o embaixador de Portugal em França, António Monteiro.
O diplomata falava na véspera de se realizar, em Paris, o 5º Encontro de Luso-Eleitos nas Autarquias Francesas, organizado pela Embaixada.
De acordo com António Monteiro, a Embaixada enviou uma carta a todos os autarcas que havia a suspeita de terem "ligações a Portugal".
Fonte da Embaixada de Portugal em Paris responsável pelo levantamento dos autarcas de origem portuguesa explicou que os nomes de todos os eleitos nas autárquicas foram colocados no site do Ministério do Interior francês.
"Verificámos quais os que tinham apelidos portugueses. O embaixador dirigiu cartas a 3.700 pessoas felicitando-as e propondo-lhes a inscrição num banco de dados na Embaixada", disse a fonte, acrescentando que "200 responderam a dizer que não eram portugueses", pelo que foram retirados da lista. "No total responderam 1.400 pessoas e 1.200 confirmaram ser portugueses e inscreveram-se num banco de dados criado pela Embaixada", disse.
Dos 1.200 inscritos na base de dados, 40 são presidentes de câmara, 180 são vereadores e 981 conselheiros municipais, precisou.
A mesma fonte disse ainda que o método utilizado nas eleições de 2001 foi o contacto pessoal através da rede consular, mas, "dado o tamanho do território, a maioria (dos luso-eleitos) não teve qualquer contacto com as autoridades portuguesas".
Trabalho bem feito, mas só pela metade...
"Detectámos um pouco acima dos 3.500 autarcas" que podem ser de origem portuguesa, disse hoje à Agência Lusa o embaixador de Portugal em França, António Monteiro.
O diplomata falava na véspera de se realizar, em Paris, o 5º Encontro de Luso-Eleitos nas Autarquias Francesas, organizado pela Embaixada.
De acordo com António Monteiro, a Embaixada enviou uma carta a todos os autarcas que havia a suspeita de terem "ligações a Portugal".
Fonte da Embaixada de Portugal em Paris responsável pelo levantamento dos autarcas de origem portuguesa explicou que os nomes de todos os eleitos nas autárquicas foram colocados no site do Ministério do Interior francês.
"Verificámos quais os que tinham apelidos portugueses. O embaixador dirigiu cartas a 3.700 pessoas felicitando-as e propondo-lhes a inscrição num banco de dados na Embaixada", disse a fonte, acrescentando que "200 responderam a dizer que não eram portugueses", pelo que foram retirados da lista. "No total responderam 1.400 pessoas e 1.200 confirmaram ser portugueses e inscreveram-se num banco de dados criado pela Embaixada", disse.
Dos 1.200 inscritos na base de dados, 40 são presidentes de câmara, 180 são vereadores e 981 conselheiros municipais, precisou.
A mesma fonte disse ainda que o método utilizado nas eleições de 2001 foi o contacto pessoal através da rede consular, mas, "dado o tamanho do território, a maioria (dos luso-eleitos) não teve qualquer contacto com as autoridades portuguesas".
Trabalho bem feito, mas só pela metade...
Guiné: PAIGC obtém inédita maioria dois terços, 67 deputados
O PAIGC venceu as eleições legislativas de domingo passado na Guiné-Bissau, ao eleger 67 dos 100 deputados à Assembleia Nacional Popular (ANP), segundo os resultados finais provisórios divulgados hoje pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), em Bissau.
Segundo os mesmos dados, atrás do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), de Carlos Gomes Júnior, ficou o Partido da Renovação Social (PRS), de Kumba Ialá, que elegeu 28 parlamentares.
Trata-se da primeira vez que um partido alcança uma maioria de dois terços no Parlamento guineense, com o PAIGC a ultrapassar os resultados obtidos por esta mesma força política nas primeiras eleições multipartidárias da história do país, realizadas em 1994, quando elegeu 66 deputados, embora só com cerca de 39% dos votos, tendo então ficado a um lugar do objectivo agora alcançado.
Além destas duas forças políticas, outras três elegeram deputados: o Partido Republicano para a Independência e o Desenvolvimento (PRID), do ex-primeiro-ministro Aristides Gomes, que elegeu três parlamentares, e a Aliança Democrática (AD), e o Partido da Nova Democracia (PND), de Iaia Djaló, ambos com um cada.
Segundo os dados provisórios das eleições a que se apresentaram 19 partidos e duas coligações, a taxa de participação atingiu os 82%, a mais alta de sempre - a abstenção rondou os 18%-, tendo votado 484.546 dos 593.739 eleitores inscritos.
Segundo a CNE, registaram-se também 16.038 votos brancos e 11.000 nulos, havendo também 1.196 votos protestados.
Os resultados finais definitivos da votação, acrescentou a CNE, serão conhecidos a 26 deste mês.
O PRS, cujo líder, antes mesmo de os resultados oficiais serem divulgados, já disse suspeitar de manipulação na votação, tem programada uma conferência de imprensa para hoje às 16:00 locais (a mesma em Lisboa).
Segundo os mesmos dados, atrás do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), de Carlos Gomes Júnior, ficou o Partido da Renovação Social (PRS), de Kumba Ialá, que elegeu 28 parlamentares.
Trata-se da primeira vez que um partido alcança uma maioria de dois terços no Parlamento guineense, com o PAIGC a ultrapassar os resultados obtidos por esta mesma força política nas primeiras eleições multipartidárias da história do país, realizadas em 1994, quando elegeu 66 deputados, embora só com cerca de 39% dos votos, tendo então ficado a um lugar do objectivo agora alcançado.
Além destas duas forças políticas, outras três elegeram deputados: o Partido Republicano para a Independência e o Desenvolvimento (PRID), do ex-primeiro-ministro Aristides Gomes, que elegeu três parlamentares, e a Aliança Democrática (AD), e o Partido da Nova Democracia (PND), de Iaia Djaló, ambos com um cada.
Segundo os dados provisórios das eleições a que se apresentaram 19 partidos e duas coligações, a taxa de participação atingiu os 82%, a mais alta de sempre - a abstenção rondou os 18%-, tendo votado 484.546 dos 593.739 eleitores inscritos.
Segundo a CNE, registaram-se também 16.038 votos brancos e 11.000 nulos, havendo também 1.196 votos protestados.
Os resultados finais definitivos da votação, acrescentou a CNE, serão conhecidos a 26 deste mês.
O PRS, cujo líder, antes mesmo de os resultados oficiais serem divulgados, já disse suspeitar de manipulação na votação, tem programada uma conferência de imprensa para hoje às 16:00 locais (a mesma em Lisboa).
Obama convida Durão Barroso para se deslocar a Washington
O Presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, convidou o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, a deslocar-se a Washington depois de tomar posse, a 20 de Janeiro próximo.
Segundo uma porta-voz do executivo comunitário, Barack Obama telefonou a Durão Barroso quinta-feira tendo os dois expressado a "vontade e desejo" de trabalhar em conjunto e cooperar na resolução de problemas "bilaterais e também globais", incluindo a luta contra as alterações climáticas.
A conversa foi classificada como "extremamente cordial", tendo também Durão Barrroso renovado o convite para Barack Obana se deslocar a Bruxelas.
Obama toma posse a 20 de Janeiro de 2009 como o 44º Presidente dos Estados Unidos.
O português mais cotado a nível mundial... E se levasse o Magalhães, então...
Segundo uma porta-voz do executivo comunitário, Barack Obama telefonou a Durão Barroso quinta-feira tendo os dois expressado a "vontade e desejo" de trabalhar em conjunto e cooperar na resolução de problemas "bilaterais e também globais", incluindo a luta contra as alterações climáticas.
A conversa foi classificada como "extremamente cordial", tendo também Durão Barrroso renovado o convite para Barack Obana se deslocar a Bruxelas.
Obama toma posse a 20 de Janeiro de 2009 como o 44º Presidente dos Estados Unidos.
O português mais cotado a nível mundial... E se levasse o Magalhães, então...
quinta-feira, novembro 20, 2008
Carro eléctrico norueguês a caminho de Portugal
Os noruegueses da Elbil Norge estão em negociações finais com o Governo para instalar uma fábrica na região Norte do País, num investimento de 25 milhões de euros, avançou o presidente executivo da empresa, Hans H. Kvisle, esta quinta-feira.
Assim, a produção de um carro eléctrico em Portugal pode estar para mais breve do que seria esperado, diz o artigo.
O veículo, com a designação comercial de Buddy, está a ser vendido há uma década, a uma proporção de 500 unidades por ano, na Noruega. Este é o país do Mundo com maior índice de carros eléctricos por habitante.
A Elbil Norge decidiu agora dar uma nova escala ao negócio e massificar a produção com uma produção inicial de cinco mil carros por ano, que deverá aumentar para 20 mil unidades, em cinco anos.
Assim, a produção de um carro eléctrico em Portugal pode estar para mais breve do que seria esperado, diz o artigo.
O veículo, com a designação comercial de Buddy, está a ser vendido há uma década, a uma proporção de 500 unidades por ano, na Noruega. Este é o país do Mundo com maior índice de carros eléctricos por habitante.
A Elbil Norge decidiu agora dar uma nova escala ao negócio e massificar a produção com uma produção inicial de cinco mil carros por ano, que deverá aumentar para 20 mil unidades, em cinco anos.
Estudo: Portugueses são terceiro povo mais infeliz da Europa
Os portugueses são o terceiro povo mais infeliz da Europa, segundo um estudo da European Foundation for the Improvement of Living and Working Conditions, da Comissão Europeia, divulgado esta semana.
No índice de satisfação com a vida, Portugal apresenta o quinto pior resultado (6,2), a par da Turquia e apenas à frente da Bulgária, Macedónia, Hungria e Letónia.
O índice de felicidade para os portugueses situa-se nos 6,6 pontos, numa escala de 0 a 10. Atrás de Portugal apenas se encontram a Bulgária (5,8) e Macedónia (6,3).
Os povos mais felizes são os dinamarqueses (8,5), suecos (8,3), finlandeses e noruegueses (ambos com 8,2).
Portugal é também, a par de Itália e França, um dos três países da Zona Euro em que mais de metade dos inquiridos diz estar pessimista quanto ao futuro.
No índice de satisfação com a vida, Portugal apresenta o quinto pior resultado (6,2), a par da Turquia e apenas à frente da Bulgária, Macedónia, Hungria e Letónia.
O índice de felicidade para os portugueses situa-se nos 6,6 pontos, numa escala de 0 a 10. Atrás de Portugal apenas se encontram a Bulgária (5,8) e Macedónia (6,3).
Os povos mais felizes são os dinamarqueses (8,5), suecos (8,3), finlandeses e noruegueses (ambos com 8,2).
Portugal é também, a par de Itália e França, um dos três países da Zona Euro em que mais de metade dos inquiridos diz estar pessimista quanto ao futuro.
Macau: IPOR estuda venda do espaço da Livraria Portuguesa
O presidente interino do Instituto Português do Oriente (IPOR) confirmou hoje em carta enviada à imprensa que está a ser estudada a transferência de instalações da Livraria Portuguesa (L.P.), mas nega que o IPOR se queira desfazer do espólio.
Na carta, Rui Rocha refere que a mudança de instalações da livraria "é uma hipótese que vem sendo estudada com particular cuidado pelos associados (do IPOR), (...) desde Janeiro do corrente ano".
No entanto, acrescenta, "tal mudança não significa, nem pode significar, uma menorização da missão para a qual a L.P. foi criada, ou a sua deslocalização para espaço menos nobre da cidade, por razões óbvias".
Apesar de ter a livraria concessionada a um antigo presidente devido a vários anos de prejuízos acumulados quando era gerida pelo IPOR, Rocha sublinha na carta que "nenhum associado IPOR afirmou, em qualquer momento que fosse, que tal actividade iria deixar de constar das preocupações ou dos planos de actividades" do instituto.
O presidente interino, que ao longo da semana tem estado sempre incontactável via telefone, lamenta também notícias "algumas com tão estranha animosidade contra as pessoas e a instituição portuguesa IPOR", embora não especifique qualquer caso concreto noticiado pela imprensa local.
Rocha acrescentou que as notícias sobre a L.P. provocaram uma "situação incómoda" para professores e alunos e salientou que à direcção do instituto cabe "criar as condições de estabilidade que viabilize a continuidade presente e futura do projecto IPOR, bem como da sua missão-chave junto da comunidade de não falantes da língua portuguesa em Macau que é ministrar qualificadamente o ensino da língua portuguesa como língua estrangeira a 1.200 alunos".
A notícia sobre a venda do espaço ocupado pela L.P. foi avançada pela Rádio Macau há uma semana e desde então Rocha e outros responsáveis da Fundação Oriente - que em conjunto com o Instituto Camões possuem a quase a totalidade do capital do IPOR - estão incontactáveis ou recusam falar sobre a possibilidade de venda do espaço da Livraria, agora confirmada por e-mail.
O espaço físico da Livraria - três andares e um apartamento no mesmo prédio para apoio - foi adquirido pelo IPOR no final da Administração portuguesa por cerca de 200.000 euros, mas a sua localização faz com que hoje o preço de uma eventual venda possa ser 20 vezes superior.
Na carta, Rui Rocha refere que a mudança de instalações da livraria "é uma hipótese que vem sendo estudada com particular cuidado pelos associados (do IPOR), (...) desde Janeiro do corrente ano".
No entanto, acrescenta, "tal mudança não significa, nem pode significar, uma menorização da missão para a qual a L.P. foi criada, ou a sua deslocalização para espaço menos nobre da cidade, por razões óbvias".
Apesar de ter a livraria concessionada a um antigo presidente devido a vários anos de prejuízos acumulados quando era gerida pelo IPOR, Rocha sublinha na carta que "nenhum associado IPOR afirmou, em qualquer momento que fosse, que tal actividade iria deixar de constar das preocupações ou dos planos de actividades" do instituto.
O presidente interino, que ao longo da semana tem estado sempre incontactável via telefone, lamenta também notícias "algumas com tão estranha animosidade contra as pessoas e a instituição portuguesa IPOR", embora não especifique qualquer caso concreto noticiado pela imprensa local.
Rocha acrescentou que as notícias sobre a L.P. provocaram uma "situação incómoda" para professores e alunos e salientou que à direcção do instituto cabe "criar as condições de estabilidade que viabilize a continuidade presente e futura do projecto IPOR, bem como da sua missão-chave junto da comunidade de não falantes da língua portuguesa em Macau que é ministrar qualificadamente o ensino da língua portuguesa como língua estrangeira a 1.200 alunos".
A notícia sobre a venda do espaço ocupado pela L.P. foi avançada pela Rádio Macau há uma semana e desde então Rocha e outros responsáveis da Fundação Oriente - que em conjunto com o Instituto Camões possuem a quase a totalidade do capital do IPOR - estão incontactáveis ou recusam falar sobre a possibilidade de venda do espaço da Livraria, agora confirmada por e-mail.
O espaço físico da Livraria - três andares e um apartamento no mesmo prédio para apoio - foi adquirido pelo IPOR no final da Administração portuguesa por cerca de 200.000 euros, mas a sua localização faz com que hoje o preço de uma eventual venda possa ser 20 vezes superior.
Astronauta perde saco de ferramentas durante um passeio espacial
Durante um passeio no espaço de sete horas a 254 quilómetros de altitude, por vezes, é difícil manter a concentração. Foi o que aconteceu à astronauta Heidemarie Stefanyshyn-Piper, que perdeu o seu saco de ferramentas, um dos maiores objectos já alguma vez perdidos no espaço durante este tipo de operações.
O acidente ocorreu durante a primeira missão fora da Estação Espacial Internacional (EEI) por parte dos recém-chegados astronautas da Endeavour, cujo trabalho permitirá aumentar a capacidade da estação de três para seis pessoas. Depois de mais de sete horas no espaço, uma das pistolas de óleo rebentou e a astronauta tentou limpar as luvas e a câmara, deixando o saco fugir-lhe. O saco perdeu-se enquanto Stefanyshyn-Piper tentava olear uma porca que já há mais de um ano impedia as asas solares de apontarem automaticamente para o Sol. Depois da perda das ferramentas, os controladores aéreos viram-se forçados a reavaliar os planos para os próximos passeios no espaço durante a visita da Endeavour à EEI, Dentro do saco estavam duas pistolas de óleo, toalhetes e um cinzel, que se foram afastando de tal forma, que não se considera haver perigo para a estação.
O acidente ocorreu durante a primeira missão fora da Estação Espacial Internacional (EEI) por parte dos recém-chegados astronautas da Endeavour, cujo trabalho permitirá aumentar a capacidade da estação de três para seis pessoas. Depois de mais de sete horas no espaço, uma das pistolas de óleo rebentou e a astronauta tentou limpar as luvas e a câmara, deixando o saco fugir-lhe. O saco perdeu-se enquanto Stefanyshyn-Piper tentava olear uma porca que já há mais de um ano impedia as asas solares de apontarem automaticamente para o Sol. Depois da perda das ferramentas, os controladores aéreos viram-se forçados a reavaliar os planos para os próximos passeios no espaço durante a visita da Endeavour à EEI, Dentro do saco estavam duas pistolas de óleo, toalhetes e um cinzel, que se foram afastando de tal forma, que não se considera haver perigo para a estação.
quarta-feira, novembro 19, 2008
5ª Avenida, Chiado e Av. Liberdade passam ao lado da crise financeira
"O Chiado está na moda". É hoje um dos locais de comércio mais caros de Portugal, a par com a Avenida da Liberdade. As rendas atingem os 900 euros anuais por metro quadrado e são as 40.as mais caras do mundo. Em primeiro lugar surge a 5ª Avenida, em Nova Iorque, onde o metro quadrado pode custar por ano 12.612 euros.
A famosa avenida nova-iorquina mantém, assim, a primeira posição do "ranking". "Main Street Across the World 2008", realizado pela consultora imobiliária Cushman & Wakefield (C&W). Em média, os retalhistas da 5ª Avenida pagam 12.612 euros por ano, o que representa uma subida de 23% face a 2007.
Enquanto Wall Street continua a sofrer os efeitos da crise financeira, tendo já perdido mais de 36% desde o início do ano, a Main Street tem conseguido contrariar os impactos negativos desta turbulência. Em 94% das 236 principais localizações de retalho a nível mundial registaram-se aumentos ou estabilizações dos valores das rendas, conclui o estudo da C&W.
Num grupo de 48 cidades, Lisboa é a 40ª localização de comércio mais cara do mundo. Esta posição representa uma queda de dois lugares face a 2007. O Chiado e a Avenida da Liberdade são as localizações mais caras da capital portuguesa: 900 euros anuais por metro quadrado, ou 75 euros mensais por metro quadrado. Este valor não inclui custos de condomínio, impostos locais e despesas de ocupação. "O Chiado tem verificado nos últimos anos um aumento da procura por parte dos retalhistas, que cada vez mais pretendem instalar-se nesta zona, registando valores equivalentes aos da Avenida da Liberdade. Hoje, o Chiado está definitivamente na moda, atraindo lojistas internacionais de referência", sublinha Sandra Campos.
Entre as localizações mais caras de comércio do mundo encontram-se, logo a seguir à 5ª Avenida, Hong Kong, Paris, Milão, Dublin e Londres. Na Causeway Bay, em Hong Kong, uma renda pode custar, anualmente, 12.161 por metro quadrado. Em terceiro lugar surge Paris onde as rendas podem chegar aos 7.732 euros. Este ano, Londres caiu duas posições para o sexto lugar. Na New Bond Street o valor da renda anual por metro quadrado é de 5.520 euros. No "top ten", a maior subida foi registada pela Grafton Street, em Dublin, onde o valor da renda anual é de 5.621 euros por metro quadrado. A Grafton Street figura agora no grupo das cinco localizações de comércio mais caras do mundo.
A famosa avenida nova-iorquina mantém, assim, a primeira posição do "ranking". "Main Street Across the World 2008", realizado pela consultora imobiliária Cushman & Wakefield (C&W). Em média, os retalhistas da 5ª Avenida pagam 12.612 euros por ano, o que representa uma subida de 23% face a 2007.
Enquanto Wall Street continua a sofrer os efeitos da crise financeira, tendo já perdido mais de 36% desde o início do ano, a Main Street tem conseguido contrariar os impactos negativos desta turbulência. Em 94% das 236 principais localizações de retalho a nível mundial registaram-se aumentos ou estabilizações dos valores das rendas, conclui o estudo da C&W.
Num grupo de 48 cidades, Lisboa é a 40ª localização de comércio mais cara do mundo. Esta posição representa uma queda de dois lugares face a 2007. O Chiado e a Avenida da Liberdade são as localizações mais caras da capital portuguesa: 900 euros anuais por metro quadrado, ou 75 euros mensais por metro quadrado. Este valor não inclui custos de condomínio, impostos locais e despesas de ocupação. "O Chiado tem verificado nos últimos anos um aumento da procura por parte dos retalhistas, que cada vez mais pretendem instalar-se nesta zona, registando valores equivalentes aos da Avenida da Liberdade. Hoje, o Chiado está definitivamente na moda, atraindo lojistas internacionais de referência", sublinha Sandra Campos.
Entre as localizações mais caras de comércio do mundo encontram-se, logo a seguir à 5ª Avenida, Hong Kong, Paris, Milão, Dublin e Londres. Na Causeway Bay, em Hong Kong, uma renda pode custar, anualmente, 12.161 por metro quadrado. Em terceiro lugar surge Paris onde as rendas podem chegar aos 7.732 euros. Este ano, Londres caiu duas posições para o sexto lugar. Na New Bond Street o valor da renda anual por metro quadrado é de 5.520 euros. No "top ten", a maior subida foi registada pela Grafton Street, em Dublin, onde o valor da renda anual é de 5.621 euros por metro quadrado. A Grafton Street figura agora no grupo das cinco localizações de comércio mais caras do mundo.
Wine Spectator distingue vinho da Quinta do Crasto
O vinho Quinta do Crasto Reserva Vinhas Velhas 2005 foi considerado, este ano, o terceiro melhor do mundo pela revista norte-americana Wine Spectator, que, pela primeira vez, classificou um vinho português nos 10 melhores do seu ranking anual. Considerada internacionalmente "a Bíblia" dos vinhos, a Wine Spectator analisou mais de 19.500 vinhos na elaboração do Top 100 de 2008, tendo eleito o chileno Clos Apalta Colchagua Valley 2005, Casa Lapostolle, como o melhor do mundo. Seguiu-se na classificação o francês Château Rauzan-Ségla, Margaux 2005.
Para além da posição destacada da Quinta do Crasto, surgem ainda entre os 100 melhores do mundo o Sogrape Dão Callabriga 2005 (no 57.º lugar), o Churchill Douro Churchill Estates 2006 (no 90.º lugar) e o Niepoort Douro Vertente 2005 (na 98.ª posição). A Região Demarcada do Douro surge, assim, como a mais representada de Portugal nesta lista, com três dos vinhos escolhidos, seguida pela região do Dão, com um vinho. Situada na margem direita do rio Douro, entre a Régua e o Pinhão, a Quinta do Crasto é uma propriedade com cerca de 130 hectares, dos quais 70 são ocupados por vinhas. É propriedade da família de Leonor e Jorge Roquette há mais de um século. "É uma excelente notícia para a Quinta do Crasto, para o Douro e para Portugal, porque a Wine Spectator é a mais influente revista do mundo dos vinhos", comentou o crítico de vinhos Rui Falcão.
O Reserva Vinhas Velhas 2005 foi o último vinho elaborado pela enóloga Susana Esteban, a partir de vinhas que têm entre 50 e 80 anos. Rui Falcão diz que "é um vinho que, entre outros, tem um grande mérito. Ao contrário do que acontece com os vinhos de top do Douro, cujas produções andam entre as cinco mil e as dez mil garrafas, este teve uma produção de 33 mil". Para Rui Falcão, este vinho é dos que melhor exemplifica o espírito do Douro. "Combina uma grande delicadeza, a elegância da fruta, com o carácter viril do Douro. Provamo-lo e visualizamos logo a região, a sua rudeza."
Para além da posição destacada da Quinta do Crasto, surgem ainda entre os 100 melhores do mundo o Sogrape Dão Callabriga 2005 (no 57.º lugar), o Churchill Douro Churchill Estates 2006 (no 90.º lugar) e o Niepoort Douro Vertente 2005 (na 98.ª posição). A Região Demarcada do Douro surge, assim, como a mais representada de Portugal nesta lista, com três dos vinhos escolhidos, seguida pela região do Dão, com um vinho. Situada na margem direita do rio Douro, entre a Régua e o Pinhão, a Quinta do Crasto é uma propriedade com cerca de 130 hectares, dos quais 70 são ocupados por vinhas. É propriedade da família de Leonor e Jorge Roquette há mais de um século. "É uma excelente notícia para a Quinta do Crasto, para o Douro e para Portugal, porque a Wine Spectator é a mais influente revista do mundo dos vinhos", comentou o crítico de vinhos Rui Falcão.
O Reserva Vinhas Velhas 2005 foi o último vinho elaborado pela enóloga Susana Esteban, a partir de vinhas que têm entre 50 e 80 anos. Rui Falcão diz que "é um vinho que, entre outros, tem um grande mérito. Ao contrário do que acontece com os vinhos de top do Douro, cujas produções andam entre as cinco mil e as dez mil garrafas, este teve uma produção de 33 mil". Para Rui Falcão, este vinho é dos que melhor exemplifica o espírito do Douro. "Combina uma grande delicadeza, a elegância da fruta, com o carácter viril do Douro. Provamo-lo e visualizamos logo a região, a sua rudeza."
Indonésia pretende estatuto de observador da CPLP
A Indonésia deu início aos contactos para obter o estatuto de observador associado da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), disse hoje o embaixador indonésio em Lisboa.
Francisco Lopes da Cruz reivindicou para si essa ideia e indicou ter mantido já contactos informais quer com o governo de Jacarta, quer com as diferentes autoridades portuguesas e com o secretariado-executivo da própria CPLP, que se mostraram disponíveis para analisar o assunto.
"Foi uma ideia que abordei há cerca de dois anos e, na altura, conversei com o Presidente da República, com o presidente do Parlamento e com o ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal", disse Lopes da Cruz, e estes, recordou, acolheram com satisfação a ideia.
Para já, acrescentou, trata-se apenas de "conversas informais", tendo Lopes da Cruz garantido que também falou com os chefes da diplomacia timorense e indonésia.
"A ideia surgiu porque, entre outras razões, a Indonésia tem Timor-Leste como vizinho e as relações entre os dois países são excelentes. Por outro lado, há muitas razões de ordem histórica que ligam a Indonésia a Portugal", sustentou, exemplificando com o facto de a língua indonésia contar com cerca de duas mil palavras de origem portuguesa.
As semelhanças entre os dois idiomas permite que cerca de 80% das palavras portuguesas terminadas em "ão" sejam, em Baasa, terminadas em "si".
"Há quatro anos, a Indonésia começou a demonstrar interesse em aprofundar as relações com Portugal, tendo sido criado na Universidade de Jacarta um curso de Língua Portuguesa, que tem tido bastante sucesso", afirmou.
Em fins de Outubro, uma delegação do parlamento indonésio esteve em Portugal para, entre outras questões, abordar a adesão da Indonésia à CPLP, quer com a Assembleia da República, através do seu presidente Jaime Gama, quer com o secretário-executivo da organização, Domingos Simões Pereira.
Francisco Lopes da Cruz reivindicou para si essa ideia e indicou ter mantido já contactos informais quer com o governo de Jacarta, quer com as diferentes autoridades portuguesas e com o secretariado-executivo da própria CPLP, que se mostraram disponíveis para analisar o assunto.
"Foi uma ideia que abordei há cerca de dois anos e, na altura, conversei com o Presidente da República, com o presidente do Parlamento e com o ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal", disse Lopes da Cruz, e estes, recordou, acolheram com satisfação a ideia.
Para já, acrescentou, trata-se apenas de "conversas informais", tendo Lopes da Cruz garantido que também falou com os chefes da diplomacia timorense e indonésia.
"A ideia surgiu porque, entre outras razões, a Indonésia tem Timor-Leste como vizinho e as relações entre os dois países são excelentes. Por outro lado, há muitas razões de ordem histórica que ligam a Indonésia a Portugal", sustentou, exemplificando com o facto de a língua indonésia contar com cerca de duas mil palavras de origem portuguesa.
As semelhanças entre os dois idiomas permite que cerca de 80% das palavras portuguesas terminadas em "ão" sejam, em Baasa, terminadas em "si".
"Há quatro anos, a Indonésia começou a demonstrar interesse em aprofundar as relações com Portugal, tendo sido criado na Universidade de Jacarta um curso de Língua Portuguesa, que tem tido bastante sucesso", afirmou.
Em fins de Outubro, uma delegação do parlamento indonésio esteve em Portugal para, entre outras questões, abordar a adesão da Indonésia à CPLP, quer com a Assembleia da República, através do seu presidente Jaime Gama, quer com o secretário-executivo da organização, Domingos Simões Pereira.
terça-feira, novembro 18, 2008
Reitor da Católica: Estado devia pedir desculpa a jesuítas
O reitor da Universidade Católica Portuguesa, Braga da Cruz, disse hoje que seria justo se o Estado português pedisse desculpa aos jesuítas na celebração do centenário da República, que se assinala em 2010.
As declarações do reitor foram feitas na abertura do Congresso Internacional sobre o Padre António Vieira "Ver, ouvir, falar: o grande teatro do mundo", que hoje teve início na Universidade Católica, no âmbito das celebrações do IV centenário do nascimento do missionário jesuíta.
"Seria justo se na celebração do centenário da República que se aproxima, o Estado pedisse desculpa aos jesuítas e outras ordens, não num gesto de reconciliação mas de reconhecimento pelo que têm feito pela cultura portuguesa", disse Braga da Cruz.
Este gesto seria, de acordo com o reitor da Universidade Católica, "justo e cheio de significado", após os actos de perseguição e ordens de expulsão feitos no passado contra os jesuítas.
Se a estupidez matasse...
As declarações do reitor foram feitas na abertura do Congresso Internacional sobre o Padre António Vieira "Ver, ouvir, falar: o grande teatro do mundo", que hoje teve início na Universidade Católica, no âmbito das celebrações do IV centenário do nascimento do missionário jesuíta.
"Seria justo se na celebração do centenário da República que se aproxima, o Estado pedisse desculpa aos jesuítas e outras ordens, não num gesto de reconciliação mas de reconhecimento pelo que têm feito pela cultura portuguesa", disse Braga da Cruz.
Este gesto seria, de acordo com o reitor da Universidade Católica, "justo e cheio de significado", após os actos de perseguição e ordens de expulsão feitos no passado contra os jesuítas.
Se a estupidez matasse...
Portugal à frente na investigação com células estaminais
A investigação com células estaminais em Portugal está entre as mais avançadas no mundo, nomeadamente em engenharia de tecidos e medicina regenerativa, e há cada vez mais empresas a oferecer serviços, segundo especialistas nesta área.
"Estamos bastante à frente na expansão celular, temos um trabalho de muita qualidade na regeneração de osso, cartilagem e pele, por exemplo, e há muito trabalho ligado às células estaminais em neurociências", disse Luís Reis, presidente da Sociedade Portuguesa de Células Estaminais e Terapia Celular.
As células estaminais têm a capacidade de se diferenciar em vários tipos celulares e de se renovar e dividir indefinidamente. No caso das que se encontram no sangue do cordão umbilical, o seu isolamento e criopreservação (conservação através de congelação) proporciona aos recém-nascidos e familiares a sua eventual utilização no tratamento de doenças que venham a contrair ao longo da vida.
Segundo Reis, que dirige o Grupo 3B´s (Biomateriais, Materiais Biodegradáveis e Biomiméticos) da Universidade do Minho, este serviço "é bem oferecido e há eventualmente mais negócio nesta área em Portugal do que noutros países".
"Estamos bastante à frente na expansão celular, temos um trabalho de muita qualidade na regeneração de osso, cartilagem e pele, por exemplo, e há muito trabalho ligado às células estaminais em neurociências", disse Luís Reis, presidente da Sociedade Portuguesa de Células Estaminais e Terapia Celular.
As células estaminais têm a capacidade de se diferenciar em vários tipos celulares e de se renovar e dividir indefinidamente. No caso das que se encontram no sangue do cordão umbilical, o seu isolamento e criopreservação (conservação através de congelação) proporciona aos recém-nascidos e familiares a sua eventual utilização no tratamento de doenças que venham a contrair ao longo da vida.
Segundo Reis, que dirige o Grupo 3B´s (Biomateriais, Materiais Biodegradáveis e Biomiméticos) da Universidade do Minho, este serviço "é bem oferecido e há eventualmente mais negócio nesta área em Portugal do que noutros países".
Macau vai repor esculturas "retiradas" de José de Guimarães
O Governo de Macau assegurou ao artista plástico português José de Guimarães que vai repor as esculturas no Jardim das Artes no território, retiradas na sequência de obras para a construção de um casino.
José de Guimarães revelou que o Governo de Macau "iniciou as primeiras reuniões técnicas" para reconstruir o conjunto criado para o local em 1999.
Esta resposta oficial surge na sequência de uma queixa que o artista plástico apresentou à Sociedade Portuguesa de Autores (SPA) que, por seu turno, enviou uma carta ao governo de Macau sobre o caso, alegando que tinha havido "uma violação moral dos direitos de autor".
Em Maio deste ano o escultor e pintor denunciou a destruição de seis das oito árvores metálicas que criou para o Jardim das Artes de Macau.
Durante as obras de construção de um casino naquela zona, as peças de arte pública - entre outras de diversos artistas - foram retiradas e depois recolocadas, mas só uma parte do conjunto de José Guimarães foi reposto.
José de Guimarães revelou que o Governo de Macau "iniciou as primeiras reuniões técnicas" para reconstruir o conjunto criado para o local em 1999.
Esta resposta oficial surge na sequência de uma queixa que o artista plástico apresentou à Sociedade Portuguesa de Autores (SPA) que, por seu turno, enviou uma carta ao governo de Macau sobre o caso, alegando que tinha havido "uma violação moral dos direitos de autor".
Em Maio deste ano o escultor e pintor denunciou a destruição de seis das oito árvores metálicas que criou para o Jardim das Artes de Macau.
Durante as obras de construção de um casino naquela zona, as peças de arte pública - entre outras de diversos artistas - foram retiradas e depois recolocadas, mas só uma parte do conjunto de José Guimarães foi reposto.
segunda-feira, novembro 17, 2008
Lusofonia: A Língua Portuguesa no Mundo
Lisboa inicia hoje no CCB, uma reunião extraordinária de dois dias, sobre o papel, relevância e defesa da Língua Portuguesa no actual contexto internacional, com a presença dos ministros da Educação e Cultura da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Dividido em cinco painéis, o encontro, que decorrerá no Centro Cultural de Belém (CCB), contará com a presença de ministros da Educação e Cultura dos "oito", à excepção da Guiné-Bissau e de Moçambique, destacando-se a questão da afirmação da Língua Portuguesa no mundo. Os temas dos painéis são:"O Papel, a Relevância e a Defesa da Língua Portuguesa no Actual Contexto Internacional", "A Educação na Dinâmica da CPLP" e "A Dinâmica da CPLP no Actual Contexto Internacional" juntam-se às apresentações do projecto de elaboração de documentários, no quadro do DOC TV CPLP, e do Plano Nacional de Leitura de Portugal.
Também em Santarém, estão a decorrer esta semana os "Encontros de Lusofonia", onde a directora dos serviços que promovem o ensino do português no estrangeiro, Madalena Aroja participou, com o secretário executivo da CPLP, Domingos Simões Pereira, numa conferência/debate moderada por Pedro Canais, destinada a debater a importância da língua portuguesa. Nesse debate sobre "A Lusofonia", que se realizou quinta-feira à noite em Torres Novas, Madalena Aroja, disse que o Instituto Camões (IC) está a fazer um estudo, envolvendo uma equipa multidisciplinar do Instituto das Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE,) para determinar o valor económico da Língua Portuguesa. Acrescentando ainda que os primeiros dados de um estudo sobre o valor económico da Língua Portuguesa apontam para um peso de 17% no PIB (Produto Interno Bruto).
Destacando o apoio que é dado por empresas que localmente financiam as actividades dos Centros Culturais Portugueses, Madalena Arroja disse estar a ser negociado um protocolo com a Galp para financiamento das iniciativas do IC na área da Educação. Para a responsável do IC, o facto de todos os funcionários do Banco Africano de Desenvolvimento em Tunes estarem a aprender português, no âmbito de um protocolo assinado com o IC, e de no Senegal existirem 16.000 estudantes da nossa língua "são sinais".
"Na base da globalização estão os mercados e o português e o castelhano serão línguas de negócios como tem sido o inglês", afirmou, recordando que o IC está a tentar junto da Comissão Europeia que esta reconheça que há línguas europeias "com uma dimensão externa". Segundo disse, em Janeiro vai ser lançado um "curso de inter-compreensão" envolvendo o português, o espanhol e o francês, que deverá ser posteriormente alargado ao italiano e ao romeno.
Dividido em cinco painéis, o encontro, que decorrerá no Centro Cultural de Belém (CCB), contará com a presença de ministros da Educação e Cultura dos "oito", à excepção da Guiné-Bissau e de Moçambique, destacando-se a questão da afirmação da Língua Portuguesa no mundo. Os temas dos painéis são:"O Papel, a Relevância e a Defesa da Língua Portuguesa no Actual Contexto Internacional", "A Educação na Dinâmica da CPLP" e "A Dinâmica da CPLP no Actual Contexto Internacional" juntam-se às apresentações do projecto de elaboração de documentários, no quadro do DOC TV CPLP, e do Plano Nacional de Leitura de Portugal.
Também em Santarém, estão a decorrer esta semana os "Encontros de Lusofonia", onde a directora dos serviços que promovem o ensino do português no estrangeiro, Madalena Aroja participou, com o secretário executivo da CPLP, Domingos Simões Pereira, numa conferência/debate moderada por Pedro Canais, destinada a debater a importância da língua portuguesa. Nesse debate sobre "A Lusofonia", que se realizou quinta-feira à noite em Torres Novas, Madalena Aroja, disse que o Instituto Camões (IC) está a fazer um estudo, envolvendo uma equipa multidisciplinar do Instituto das Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE,) para determinar o valor económico da Língua Portuguesa. Acrescentando ainda que os primeiros dados de um estudo sobre o valor económico da Língua Portuguesa apontam para um peso de 17% no PIB (Produto Interno Bruto).
Destacando o apoio que é dado por empresas que localmente financiam as actividades dos Centros Culturais Portugueses, Madalena Arroja disse estar a ser negociado um protocolo com a Galp para financiamento das iniciativas do IC na área da Educação. Para a responsável do IC, o facto de todos os funcionários do Banco Africano de Desenvolvimento em Tunes estarem a aprender português, no âmbito de um protocolo assinado com o IC, e de no Senegal existirem 16.000 estudantes da nossa língua "são sinais".
"Na base da globalização estão os mercados e o português e o castelhano serão línguas de negócios como tem sido o inglês", afirmou, recordando que o IC está a tentar junto da Comissão Europeia que esta reconheça que há línguas europeias "com uma dimensão externa". Segundo disse, em Janeiro vai ser lançado um "curso de inter-compreensão" envolvendo o português, o espanhol e o francês, que deverá ser posteriormente alargado ao italiano e ao romeno.
Lóbi a favor de lusodescendente embaixador dos EUA em Lisboa
O Senador estadual Marc Pacheco poderá ser embaixador em Lisboa.
A Associação de Amizade Portugal/EUA (AAPEUA) vai envidar esforços, junto da nova Administração Obama, para que o futuro embaixador norte-americano em Lisboa seja um lusodescendente. O secretário-geral da AAPEUA, Paulo Noguês, disse ontem que responsáveis da associação vão em breve aos EUA e, no centro da sua agenda, vai estar a realização de "alguns contactos com pessoas influentes em Washington" para concretizar aquele objectivo. Esse esforço tem por base os precedentes de Washington nomear, para países que têm fortes comunidades radicadas nos Estados Unidos, embaixadores - muitos dos quais não pertencem à carreira diplomática, como sucede com o actual representante diplomático dos EUA em Portugal - com raízes familiares nesses mesmos estados. Depois, a receptividade que alguns dirigentes democratas manifestaram em dar resposta positiva a esse interesse. Nesse sentido, acrescentou o secretário-geral da AAPEUA, a eleição de Barack Obama para a Casa Branca criou "uma oportunidade" para estender essa prática em relação a Portugal.
Para aquela associação pró-americana sedeada no Porto, presidida pelo economista António Neto da Silva, a possibilidade de a senadora Hillary Clinton assumir o cargo de chefe da diplomacia norte-americana aumenta as probabilidades de ter êxito, pois o principal candidato - o senador estadual democrata Marc Pacheco (Massachusetts), que esteve em Portugal no fim do último Verão - tem boas relações dentro do Partido Democrático e, em especial, com a família Clinton.
A Associação de Amizade Portugal/EUA (AAPEUA) vai envidar esforços, junto da nova Administração Obama, para que o futuro embaixador norte-americano em Lisboa seja um lusodescendente. O secretário-geral da AAPEUA, Paulo Noguês, disse ontem que responsáveis da associação vão em breve aos EUA e, no centro da sua agenda, vai estar a realização de "alguns contactos com pessoas influentes em Washington" para concretizar aquele objectivo. Esse esforço tem por base os precedentes de Washington nomear, para países que têm fortes comunidades radicadas nos Estados Unidos, embaixadores - muitos dos quais não pertencem à carreira diplomática, como sucede com o actual representante diplomático dos EUA em Portugal - com raízes familiares nesses mesmos estados. Depois, a receptividade que alguns dirigentes democratas manifestaram em dar resposta positiva a esse interesse. Nesse sentido, acrescentou o secretário-geral da AAPEUA, a eleição de Barack Obama para a Casa Branca criou "uma oportunidade" para estender essa prática em relação a Portugal.
Para aquela associação pró-americana sedeada no Porto, presidida pelo economista António Neto da Silva, a possibilidade de a senadora Hillary Clinton assumir o cargo de chefe da diplomacia norte-americana aumenta as probabilidades de ter êxito, pois o principal candidato - o senador estadual democrata Marc Pacheco (Massachusetts), que esteve em Portugal no fim do último Verão - tem boas relações dentro do Partido Democrático e, em especial, com a família Clinton.
domingo, novembro 16, 2008
Timor-Leste assina acordo para criar TV Escola
O governo do Timor Leste assinou vários acordos bilaterais em Portugal na área da educação, que incluem a criação de uma TV Escola e a formação de alunos e professores, afirmou o ministro timorense da Educação, João Câncio Freitas.
Foi estabelecido um acordo entre o Ministério luso da Educação, a TV TEL (de Timor Leste) e a RTP, com a possibilidade de parceria com canais brasileiros, para os timorenses aprenderem a língua portuguesa pela televisão.
"Estamos a explorar todas as possibilidades de ensino", disse o ministro, paralelamente à reunião extraordinária dos ministros da Educação e da Cultura da CPLP, em Lisboa.
Lembrando que o Timor Leste teve uma "interrupção de mais de duas décadas na língua portuguesa", Freitas disse que o grande "desafio" prende-se com a geração mais nova que "quase não fala português".
Por meio da TV Escola, os timorenses terão acesso a aulas de português, programas culturais e telenovelas portuguesas.
"O povo timorense gosta muito de novelas", disse o ministro, explicando que o facto de a novela ser falada em português poderá ajudar os timorenses a aprenderem a língua.
Foi estabelecido um acordo entre o Ministério luso da Educação, a TV TEL (de Timor Leste) e a RTP, com a possibilidade de parceria com canais brasileiros, para os timorenses aprenderem a língua portuguesa pela televisão.
"Estamos a explorar todas as possibilidades de ensino", disse o ministro, paralelamente à reunião extraordinária dos ministros da Educação e da Cultura da CPLP, em Lisboa.
Lembrando que o Timor Leste teve uma "interrupção de mais de duas décadas na língua portuguesa", Freitas disse que o grande "desafio" prende-se com a geração mais nova que "quase não fala português".
Por meio da TV Escola, os timorenses terão acesso a aulas de português, programas culturais e telenovelas portuguesas.
"O povo timorense gosta muito de novelas", disse o ministro, explicando que o facto de a novela ser falada em português poderá ajudar os timorenses a aprenderem a língua.
sexta-feira, novembro 14, 2008
Língua Portuguesa vale 17% do PIB
A Espanha concluiu, há dois anos, que o valor económico do castelhano no PIB era de 15%.
Os primeiros dados de um estudo sobre o valor económico da Língua Portuguesa apontam para um peso de 17% no PIB (Produto Interno Bruto).
A garantia é da directora dos serviços que promovem o ensino do português no estrangeiro, Madalena Arroja, que adiantou ainda que o Instituto Camões está a fazer um estudo, envolvendo uma equipa multidisciplinar do Instituto das Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE,) para determinar o valor económico da Língua Portuguesa.
Encomendado há um ano, o estudo vai, nos dois primeiros anos, debruçar-se sobre a realidade portuguesa, sendo objectivo encontrar apoios de grandes empresas para, no terceiro ano, ser alargado ao espaço de toda a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), disse.
Frisando a importância da língua para o mundo dos negócios e para as empresas que querem entrar noutros mercados, Madalena Arroja referiu as prioridades dadas pelo Instituto Camões à CPLP (onde há uma grande aposta no ensino da língua aos professores), mas também ao Magreb e à América Latina.
Os primeiros dados de um estudo sobre o valor económico da Língua Portuguesa apontam para um peso de 17% no PIB (Produto Interno Bruto).
A garantia é da directora dos serviços que promovem o ensino do português no estrangeiro, Madalena Arroja, que adiantou ainda que o Instituto Camões está a fazer um estudo, envolvendo uma equipa multidisciplinar do Instituto das Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE,) para determinar o valor económico da Língua Portuguesa.
Encomendado há um ano, o estudo vai, nos dois primeiros anos, debruçar-se sobre a realidade portuguesa, sendo objectivo encontrar apoios de grandes empresas para, no terceiro ano, ser alargado ao espaço de toda a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), disse.
Frisando a importância da língua para o mundo dos negócios e para as empresas que querem entrar noutros mercados, Madalena Arroja referiu as prioridades dadas pelo Instituto Camões à CPLP (onde há uma grande aposta no ensino da língua aos professores), mas também ao Magreb e à América Latina.
quinta-feira, novembro 13, 2008
Portugueses estão a comprar menos comida e Nunca as polícias apanharam tanto haxixe como este ano
Duas notícias aparentemente contraditórias em tempo de crise. Ou talvez não...
Análise da Netsonda, feita junto de utlizadores de Net, revela que consumidores de vários escalões de rendimentos estão a reduzir ou a manter os seus gastos com alimentação. A Confederação do Comércio diz que "as pessoas não estão a comprar muito menos mas procuram preços mais baixos". Os portugueses já começaram a reduzir gastos com a comida. Esta é uma das conclusões que se pode retirar de um estudo da Netsonda - Networkresearch, empresa de recolha e análise de informação através de plataformas tecnológicas.
Nunca até aos dias de hoje as polícias portuguesas apreenderam tanto haxixe. Oficialmente contabilizadas estão já 57 toneladas, mas muitas mais estão ainda por contar. "Estão a decorrer uma série de apreensões ao mesmo tempo, o que não permite ir actualizando de imediato os valores", explicou João Figueira, porta-voz da Direcção Central de Investigação do Tráfico de Estupefacientes (DCITE), da PJ. O haxixe apreendido este ano é já substancialmente mais do que o apreendido durante todo o ano de 2007 (43,6 toneladas), a discrepância vai ser ainda maior quando 2008 chegar ao fim. Fonte ligada aos meandros da droga é peremptória: "Os valores de haxixe apreendido estão a subir bastante. E a tendência é para que os resultados aumentem significativamente nos próximos tempos, tendo em conta as investigações que estão a ser levadas a cabo pelas diversas forças policiais".
Análise da Netsonda, feita junto de utlizadores de Net, revela que consumidores de vários escalões de rendimentos estão a reduzir ou a manter os seus gastos com alimentação. A Confederação do Comércio diz que "as pessoas não estão a comprar muito menos mas procuram preços mais baixos". Os portugueses já começaram a reduzir gastos com a comida. Esta é uma das conclusões que se pode retirar de um estudo da Netsonda - Networkresearch, empresa de recolha e análise de informação através de plataformas tecnológicas.
Nunca até aos dias de hoje as polícias portuguesas apreenderam tanto haxixe. Oficialmente contabilizadas estão já 57 toneladas, mas muitas mais estão ainda por contar. "Estão a decorrer uma série de apreensões ao mesmo tempo, o que não permite ir actualizando de imediato os valores", explicou João Figueira, porta-voz da Direcção Central de Investigação do Tráfico de Estupefacientes (DCITE), da PJ. O haxixe apreendido este ano é já substancialmente mais do que o apreendido durante todo o ano de 2007 (43,6 toneladas), a discrepância vai ser ainda maior quando 2008 chegar ao fim. Fonte ligada aos meandros da droga é peremptória: "Os valores de haxixe apreendido estão a subir bastante. E a tendência é para que os resultados aumentem significativamente nos próximos tempos, tendo em conta as investigações que estão a ser levadas a cabo pelas diversas forças policiais".
UE: Portugal na "cauda" da classificação dos cuidados saúde
Portugal surge em 26º lugar numa classificação dos sistemas de cuidados de saúde em 31 países europeus, divulgada hoje em Bruxelas pela organização Health Consumer Powerhouse, que sublinha o deficiente acesso aos tratamentos e tempo de espera.
Com um total de 507 pontos em 1000 possíveis no conjunto de 34 indicadores de desempenho divididos em seis categorias, Portugal é o quarto país da União Europeia com pior resultado, surgindo na lista apenas à frente de Roménia e Bulgária, da Croácia e Macedónia (dois países candidatos à adesão à UE) e da Letónia, última classificada numa lista liderada pela Holanda.
O 26º lugar atribuído a Portugal representa uma nova queda relativamente às hierarquias elaboradas nos anos anteriores, já que em 2006 Portugal surgia na 16ª posição e no ano passado no 19º posto.
De acordo com o estudo, "uma das razões subjacentes ao sistema de saúde português é que o acesso aos cuidados de saúde é um dos piores da Europa".
Com um total de 507 pontos em 1000 possíveis no conjunto de 34 indicadores de desempenho divididos em seis categorias, Portugal é o quarto país da União Europeia com pior resultado, surgindo na lista apenas à frente de Roménia e Bulgária, da Croácia e Macedónia (dois países candidatos à adesão à UE) e da Letónia, última classificada numa lista liderada pela Holanda.
O 26º lugar atribuído a Portugal representa uma nova queda relativamente às hierarquias elaboradas nos anos anteriores, já que em 2006 Portugal surgia na 16ª posição e no ano passado no 19º posto.
De acordo com o estudo, "uma das razões subjacentes ao sistema de saúde português é que o acesso aos cuidados de saúde é um dos piores da Europa".
quarta-feira, novembro 12, 2008
Durão Barroso "orgulhoso" por "consenso" para segundo mandato na Comissão Europeia
O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, manifestou hoje em Bruxelas o seu "orgulho" por estar a "surgir um consenso" nas principais famílias políticas europeias para realizar um segundo mandato como presidente da Comissão Europeia.
"Obviamente que estou orgulhoso de verificar que, nas diferentes famílias políticas [europeias], surge um consenso em relação ao meu nome", disse Durão Barroso em Bruxelas. O antigo primeiro-ministro português inicia em 22 de Novembro próximo o seu quinto ano à frente da Comissão Europeia, devendo completar o actual mandato a 31 de Outubro de 2009.
A actual Comissão Europeia deveria ter entrado em funções a 1 de Novembro de 2004, mas a falta de apoio do Parlamento Europeu a um membro da sua equipa inicial levou ao adiamento em três semanas da data inicial. Durão Barroso considera que o apoio que está a receber para se manter no lugar é uma prova de "grande reconhecimento" e constitui um "desafio" e um "estímulo". "Mas, francamente, neste momento vamo-nos concentrar no trabalho. Haverá depois tempo para discutir eventuais segundos mandatos", disse Barroso. O presidente da Comissão Europeia elegeu "a resposta à crise financeira" como a "questão essencial" que vai concentrar a sua atenção na recta final do seu mandato. "Vai ser a questão que vai dominar não apenas as prioridades políticas, mas também as prioridades dos cidadãos", afirmou Barroso.
O líder do executivo comunitário terá de enfrentar outros grandes desafios no seu último ano do mandato, como os problemas ligados às alterações climáticas ou à segurança energética. Durão Barroso irá ainda "trabalhar para um novo multilateralismo" com a nova administração norte-americana. "Há desafios globais imensos e ainda por cima a juntar a uma situação económica que é reconhecidamente muito mais difícil", resumiu Barroso, acrescentando para finalizar que "vai ser um ano cheio de trabalho". Os líderes de "grandes" Estados-membros como a França, Itália e Alemanha já indicaram que em Dezembro próximo deverão chegar a acordo para que Durão Barroso seja o candidato do PPE. Também os governos socialistas português e espanhol e liberal finlandês já manifestaram a sua intenção de apoiar Durão Barroso.
E era importante para Portugal? Na minha modesta opinião, sim. Mesmo que por causa disso percamos um Comissário europeu.
"Obviamente que estou orgulhoso de verificar que, nas diferentes famílias políticas [europeias], surge um consenso em relação ao meu nome", disse Durão Barroso em Bruxelas. O antigo primeiro-ministro português inicia em 22 de Novembro próximo o seu quinto ano à frente da Comissão Europeia, devendo completar o actual mandato a 31 de Outubro de 2009.
A actual Comissão Europeia deveria ter entrado em funções a 1 de Novembro de 2004, mas a falta de apoio do Parlamento Europeu a um membro da sua equipa inicial levou ao adiamento em três semanas da data inicial. Durão Barroso considera que o apoio que está a receber para se manter no lugar é uma prova de "grande reconhecimento" e constitui um "desafio" e um "estímulo". "Mas, francamente, neste momento vamo-nos concentrar no trabalho. Haverá depois tempo para discutir eventuais segundos mandatos", disse Barroso. O presidente da Comissão Europeia elegeu "a resposta à crise financeira" como a "questão essencial" que vai concentrar a sua atenção na recta final do seu mandato. "Vai ser a questão que vai dominar não apenas as prioridades políticas, mas também as prioridades dos cidadãos", afirmou Barroso.
O líder do executivo comunitário terá de enfrentar outros grandes desafios no seu último ano do mandato, como os problemas ligados às alterações climáticas ou à segurança energética. Durão Barroso irá ainda "trabalhar para um novo multilateralismo" com a nova administração norte-americana. "Há desafios globais imensos e ainda por cima a juntar a uma situação económica que é reconhecidamente muito mais difícil", resumiu Barroso, acrescentando para finalizar que "vai ser um ano cheio de trabalho". Os líderes de "grandes" Estados-membros como a França, Itália e Alemanha já indicaram que em Dezembro próximo deverão chegar a acordo para que Durão Barroso seja o candidato do PPE. Também os governos socialistas português e espanhol e liberal finlandês já manifestaram a sua intenção de apoiar Durão Barroso.
E era importante para Portugal? Na minha modesta opinião, sim. Mesmo que por causa disso percamos um Comissário europeu.
Angola: Militares soviéticos receberam autorização secreta para combater
Por José Milhazes da Agência Lusa
A situação militar criada em torno de Luanda era tão grave na véspera da proclamação da independência, em 11 de Novembro de 1975, que os dirigentes soviéticos deram autorização secreta para que os seus militares participassem nos combates ao lado do MPLA contra a UNITA e a FNLA.
“Na véspera dos acontecimentos decisivos de 11 de Novembro de 1975, recebemos de Moscovo um telegrama cifrado que autorizava directamente aos nossos especialistas militares a participarem em acções de combate ao lado das forças do MPLA e das tropas cubanas. Isto era explicado pela situação extremamente tensa da situação que surgiu no país na véspera da proclamação de independência do país”, recorda Boris Putilin, que trabalhou nos meados dos anos 70 do século passado como primeiro secretário da Embaixada soviética no Congo (Brazzaville). Foi precisamente este homem que, em 1975, coordenou, pela via da GRU (Direcção Principal de Reconhecimento – espionagem militar) do Ministério do Interior, os fornecimentos de armas da URSS ao MLPA, mas também os planos de ajuda da parte dos especialistas militares soviéticos e cubanos.
“O primeiro grupo de militares soviéticos, dirigido pelo coronel Trofimenko, que se encontrava na República do Congo, através da qual passava a corrente fundamental de ajuda para o MPLA, foi enviado para Luanda”, continua Putilin, acrescentando que este grupo tinha uma espécie de “carta branca” de Moscovo para participar em acções militares. O primeiro grupo de militares e tradutores soviéticos entrou em Angola a 16 de Novembro de 1975, cinco dias após a proclamação da independência.
“No dia 1 de Novembro, o primeiro grupo de especialistas e tradutores militares soviéticos, entre os quais eu me encontrava, chegou a Brazzaville, então na capital da República Popular do Congo num voo regular da Aeroflot”, recorda Andrei Tokarev, tradutor militar, em declarações à Lusa. “Antes de nos enviar e dando-nos as últimas instruções, em Moscovo, no Estado Maior tentaram dar-nos o máximo de informação fresca sobre os acontecimentos em Angola. O MPLA controlava a maioria das províncias do país e a capital, mas compreendemos que este controlo não era seguro”, continua Tokarev, hoje professor da Universidade Militar de Moscovo.
Segundo esta fonte, “cada uma das partes fazia esforços para desenvolver o seu êxito; por exemplo, o Zaire comprou à França “Mirages”, esperava-se a qualquer momento a sua chegada. Talvez eles participassem nos voos sobre a capital de Angola, Luanda, no seu bombardeamento.” “A fim de evitar isso - continua Tokarev - o nosso comando enviou para essa região (por um prazo de mês e meio, mas com a possibilidade de prolongamento) o nosso grupo: oficiais e sargentos, especialistas no emprego militar de complexos móveis de defesa anti-aérea “Strela”, e nós, cadetes-tradutores militares”. Estes primeiros especialistas militares soviéticos começaram de imediato o treino dos soldados e oficiais do MPLA. Tokarev recorda: “Os nossos especialistas montaram rapidamente, numa antiga base aérea militar portuguesa de Luanda, vários pontos de treino e começámos imediatamente a treinar os combatentes das FAPLA. Os nossos especialistas iam frequentemente à frente de combate, que estava situada a apenas algumas dezenas de quilómetros. Normalmente, eram acompanhados por cubanos. À frente, regra geral, ia um jipe, um carro blindado ou tanque cubano, que nos protegiam.”
A situação militar criada em torno de Luanda era tão grave na véspera da proclamação da independência, em 11 de Novembro de 1975, que os dirigentes soviéticos deram autorização secreta para que os seus militares participassem nos combates ao lado do MPLA contra a UNITA e a FNLA.
“Na véspera dos acontecimentos decisivos de 11 de Novembro de 1975, recebemos de Moscovo um telegrama cifrado que autorizava directamente aos nossos especialistas militares a participarem em acções de combate ao lado das forças do MPLA e das tropas cubanas. Isto era explicado pela situação extremamente tensa da situação que surgiu no país na véspera da proclamação de independência do país”, recorda Boris Putilin, que trabalhou nos meados dos anos 70 do século passado como primeiro secretário da Embaixada soviética no Congo (Brazzaville). Foi precisamente este homem que, em 1975, coordenou, pela via da GRU (Direcção Principal de Reconhecimento – espionagem militar) do Ministério do Interior, os fornecimentos de armas da URSS ao MLPA, mas também os planos de ajuda da parte dos especialistas militares soviéticos e cubanos.
“O primeiro grupo de militares soviéticos, dirigido pelo coronel Trofimenko, que se encontrava na República do Congo, através da qual passava a corrente fundamental de ajuda para o MPLA, foi enviado para Luanda”, continua Putilin, acrescentando que este grupo tinha uma espécie de “carta branca” de Moscovo para participar em acções militares. O primeiro grupo de militares e tradutores soviéticos entrou em Angola a 16 de Novembro de 1975, cinco dias após a proclamação da independência.
“No dia 1 de Novembro, o primeiro grupo de especialistas e tradutores militares soviéticos, entre os quais eu me encontrava, chegou a Brazzaville, então na capital da República Popular do Congo num voo regular da Aeroflot”, recorda Andrei Tokarev, tradutor militar, em declarações à Lusa. “Antes de nos enviar e dando-nos as últimas instruções, em Moscovo, no Estado Maior tentaram dar-nos o máximo de informação fresca sobre os acontecimentos em Angola. O MPLA controlava a maioria das províncias do país e a capital, mas compreendemos que este controlo não era seguro”, continua Tokarev, hoje professor da Universidade Militar de Moscovo.
Segundo esta fonte, “cada uma das partes fazia esforços para desenvolver o seu êxito; por exemplo, o Zaire comprou à França “Mirages”, esperava-se a qualquer momento a sua chegada. Talvez eles participassem nos voos sobre a capital de Angola, Luanda, no seu bombardeamento.” “A fim de evitar isso - continua Tokarev - o nosso comando enviou para essa região (por um prazo de mês e meio, mas com a possibilidade de prolongamento) o nosso grupo: oficiais e sargentos, especialistas no emprego militar de complexos móveis de defesa anti-aérea “Strela”, e nós, cadetes-tradutores militares”. Estes primeiros especialistas militares soviéticos começaram de imediato o treino dos soldados e oficiais do MPLA. Tokarev recorda: “Os nossos especialistas montaram rapidamente, numa antiga base aérea militar portuguesa de Luanda, vários pontos de treino e começámos imediatamente a treinar os combatentes das FAPLA. Os nossos especialistas iam frequentemente à frente de combate, que estava situada a apenas algumas dezenas de quilómetros. Normalmente, eram acompanhados por cubanos. À frente, regra geral, ia um jipe, um carro blindado ou tanque cubano, que nos protegiam.”
terça-feira, novembro 11, 2008
Empresa britânica de Vale e Azevedo vai ser comprada por sócios suecos
Não querendo levantar suspeitas, mas repare-se nos nomes dos accionistas das empresas. Alguém consegue perceber, à primeira vista, quem é accionista de qual empresa? Até parece simples...
Noticia a Lusa:
"A V&A Capital Limited, gerida por João Vale e Azevedo, vai ser adquirida ainda este mês por uma sociedade sueca controlada pelos quatro sócios do empresário português na empresa britânica. Este negócio foi confirmado pelo ex-presidente do Benfica, que dirige actualmente a V&A Capital e mantém residência em Londres. O Conselho de Administração da 360 Holding AB, presidida por Nils Peter Sieger e tendo como directores David Gibbons, Arcadio Mir e Glenn Cooper [Em 2002 dizia sobre a gestão de Vale no Benfica: "Uma gestão excelente". Durante a direcção de V. Azevedo, foi "assessor" do presidente e esteve ligado a várias contratações discutíveis, com percentagens de intermediário igualmente suspeitas], decidiu, numa reunião extraordinária realizada a 22 de Outubro, comprar a V&A Capital através de uma troca de acções.
A empresa sueca, perita na aquisição e consolidação de empresas de jogo, está cotada no índice First North, o mercado alternativo para pequenas empresas da bolsa de valores de Estocolmo, a OMX. A compra de 50,5% do capital da sociedade sueca foi efectuada através da Finurba Corporate Finance Limited, uma subsidiária britânica da Finurba, um grupo sedeado em Portugal e fundado em 1967 pelo alemão Niels Peter Sieger. Na reunião de 22 de Outubro, em que os quatro sócios de Vale e Azevedo assumiram a direcção da 360 Holding, foi decidido que todas as subsidiárias, que operavam na área de jogos, seriam vendidas por cerca de 416 mil euros a um consórcio liderado pelo ex-vice-presidente, Anders Holmsted, que por sua vez tinha vendido a sua participação à Finurba Corporate Finance.
Esta decisão foi tomada por considerarem que a sua actividade não se enquadra na estratégia de investimento delineada pela empresa com a compra da V&A Capital, que deverá ser formalizada numa assembleia geral extraordinária até ao final do mês. Na mesma ocasião foi determinado que a sociedade sueca passará a utilizar o nome da V&A Capital e vai solicitar de imediato a entrada no principal índice da OMX, perspectivando para o futuro investimentos e aquisições na Europa ou nos EUA. Todas estas operações terão de ser aprovadas pelos accionistas da 360 Holding na reunião que se realiza ainda este mês, tratando-se apenas de uma formalidade uma vez que as duas empresas são controladas agora pelos mesmos dirigentes. Vale e Azevedo adiantou hoje à Lusa que as duas empresas vão coexistir com o mesmo nome, mas em dois países diferentes. "A V&A Capital vai continuar a ser uma empresa britânica", garantiu o empresário, negando a intenção de se mudar para a Suécia.
Noticia a Lusa:
"A V&A Capital Limited, gerida por João Vale e Azevedo, vai ser adquirida ainda este mês por uma sociedade sueca controlada pelos quatro sócios do empresário português na empresa britânica. Este negócio foi confirmado pelo ex-presidente do Benfica, que dirige actualmente a V&A Capital e mantém residência em Londres. O Conselho de Administração da 360 Holding AB, presidida por Nils Peter Sieger e tendo como directores David Gibbons, Arcadio Mir e Glenn Cooper [Em 2002 dizia sobre a gestão de Vale no Benfica: "Uma gestão excelente". Durante a direcção de V. Azevedo, foi "assessor" do presidente e esteve ligado a várias contratações discutíveis, com percentagens de intermediário igualmente suspeitas], decidiu, numa reunião extraordinária realizada a 22 de Outubro, comprar a V&A Capital através de uma troca de acções.
A empresa sueca, perita na aquisição e consolidação de empresas de jogo, está cotada no índice First North, o mercado alternativo para pequenas empresas da bolsa de valores de Estocolmo, a OMX. A compra de 50,5% do capital da sociedade sueca foi efectuada através da Finurba Corporate Finance Limited, uma subsidiária britânica da Finurba, um grupo sedeado em Portugal e fundado em 1967 pelo alemão Niels Peter Sieger. Na reunião de 22 de Outubro, em que os quatro sócios de Vale e Azevedo assumiram a direcção da 360 Holding, foi decidido que todas as subsidiárias, que operavam na área de jogos, seriam vendidas por cerca de 416 mil euros a um consórcio liderado pelo ex-vice-presidente, Anders Holmsted, que por sua vez tinha vendido a sua participação à Finurba Corporate Finance.
Esta decisão foi tomada por considerarem que a sua actividade não se enquadra na estratégia de investimento delineada pela empresa com a compra da V&A Capital, que deverá ser formalizada numa assembleia geral extraordinária até ao final do mês. Na mesma ocasião foi determinado que a sociedade sueca passará a utilizar o nome da V&A Capital e vai solicitar de imediato a entrada no principal índice da OMX, perspectivando para o futuro investimentos e aquisições na Europa ou nos EUA. Todas estas operações terão de ser aprovadas pelos accionistas da 360 Holding na reunião que se realiza ainda este mês, tratando-se apenas de uma formalidade uma vez que as duas empresas são controladas agora pelos mesmos dirigentes. Vale e Azevedo adiantou hoje à Lusa que as duas empresas vão coexistir com o mesmo nome, mas em dois países diferentes. "A V&A Capital vai continuar a ser uma empresa britânica", garantiu o empresário, negando a intenção de se mudar para a Suécia.
Portugal é o 13º país com maior facilidade no pagamento de impostos
Um novo relatório, lançado esta terça-feira pelo Banco Mundial, IFC e PricewaterhouseCoopers, demonstra que as autoridades fiscais a nível mundial estão a reparar os sistemas fiscais através da redução de impostos, da simplificação de processos administrativos e da modernização dos sistemas de pagamento.
No que diz respeito à facilidade do pagamento de impostos na União Europeia, Portugal encontra-se em 13º lugar, num ranking que integra 25 países.
De acordo com o relatório "Payng Taxes 2009", relativo ao ano de 2007/2008, nos três primeiros lugares estão a Irlanda, a Dinamarca e o Luxemburgo. Nos três últimos encontram-se a Itália, a Polónia e a Roménia.
A nível mundial, 36 economias simplificaram o pagamento de impostos. A República Dominicana liderou este ano a tabela das economias mais reformistas, logo seguida da Malásia.
As reformas mais populares a nível mundial foram a redução das taxas dos impostos sobre o rendimento das empresas (em 21 economias) e as melhorias na entrega de declarações electrónicas e na eficiência dos sistemas de pagamento (em 12 economias).
E que impostos baixos tem o país...
No que diz respeito à facilidade do pagamento de impostos na União Europeia, Portugal encontra-se em 13º lugar, num ranking que integra 25 países.
De acordo com o relatório "Payng Taxes 2009", relativo ao ano de 2007/2008, nos três primeiros lugares estão a Irlanda, a Dinamarca e o Luxemburgo. Nos três últimos encontram-se a Itália, a Polónia e a Roménia.
A nível mundial, 36 economias simplificaram o pagamento de impostos. A República Dominicana liderou este ano a tabela das economias mais reformistas, logo seguida da Malásia.
As reformas mais populares a nível mundial foram a redução das taxas dos impostos sobre o rendimento das empresas (em 21 economias) e as melhorias na entrega de declarações electrónicas e na eficiência dos sistemas de pagamento (em 12 economias).
E que impostos baixos tem o país...
EUA: Exposição mostra gravuras da cultura judaica ibérica
Quarenta gravuras com provérbios medievais da cultura sefardita na Península Ibérica estão expostas, desde hoje e até Fevereiro, no Centro de História Judia de Nova Iorque, nos Estados Unidos.
"Vestígios dos Sefarditas" mostra 45 desenhos incluídos num livro homónimo do sefardita Marc Shanker, descendente de judeus que viveram na Península Ibérica até 1492, altura em que foram expulsos de Espanha pelos reis católicos.
Trata-se da primeira obra que transforma as palavras em imagens, sendo que o idioma usado nos provérbios é o ladino, idioma falado pelos judeus na Península Ibérica na Idade Média.
Marc Shanker explicou que os provérbios, "concisos", mas que "dizem muitas coisas", homenageiam a história da sua família, que viveu em Espanha até 1492 e se estabeleceu depois na Turquia. Em 1970, estabeleceu-se em Nova Iorque.
Para os seleccionar e traduzir, o autor contou com o apoio da mãe, que fala ladino.
"Vestígios dos Sefarditas" mostra 45 desenhos incluídos num livro homónimo do sefardita Marc Shanker, descendente de judeus que viveram na Península Ibérica até 1492, altura em que foram expulsos de Espanha pelos reis católicos.
Trata-se da primeira obra que transforma as palavras em imagens, sendo que o idioma usado nos provérbios é o ladino, idioma falado pelos judeus na Península Ibérica na Idade Média.
Marc Shanker explicou que os provérbios, "concisos", mas que "dizem muitas coisas", homenageiam a história da sua família, que viveu em Espanha até 1492 e se estabeleceu depois na Turquia. Em 1970, estabeleceu-se em Nova Iorque.
Para os seleccionar e traduzir, o autor contou com o apoio da mãe, que fala ladino.
As Maldivas já procuram um novo território para viver em caso de naufrágio
O primeiro Presidente eleito democraticamente nas Maldivas, Mohamed Nasheed, inaugurou o seu mandato com uma medida inovadora. O país vai criar um fundo de poupança para comprar novas terras onde a população possa viver, caso o nível das águas acabe por engolir o paradisíaco arquipélago, anunciou ontem Nasheed.
O "seguro de vida" dos maldivanos, como lhe chamou Nasheed, irá ser pago com uma parte das receitas do turismo, a principal fonte de rendimentos do país. Se as previsões mais pessimistas se cumprirem, os 300 mil habitantes poderão ter de abandonar definitivamente o seu território. É que as 1192 ilhas que compõem o arquipélago das Maldivas não estão a mais do que 2,4 metros acima do nível do mar e a maioria do território habitado está apenas a um metro de altitude. A capital, Malé, está a 90 centímetros do nível do mar e, só aqui, vivem 100 mil pessoas.
O Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas da ONU estima que o nível das águas suba até 59 centímetros até 2100. Mas outros estudos, como o relatório de 2006 do Instituto de Potsdam para a Investigação do Impacto Climático, apontam para uma subida até 1,40 metros, o que ditaria o fim das Maldivas. A proposta de Nasheed já foi discutida com alguns países, que se mostraram "receptivos", segundo conta o novo Presidente. O Sri Lanka e a Índia são os destinos mais prováveis, devido às semelhanças culturais, mas o Norte da Austrália também é uma possibilidade.
Nasheed explica que ninguém quer deixar as Maldivas, mas que pretende assegurar os direitos das próximas gerações, que poderão não resistir às consequências do aquecimento global.
O problema estende-se a outras 47 ilhas, apelidadas pelas Nações Unidas de SIDS (Small Islands Developping States). Na Papua-Nova Guiné, existe desde 2005 um plano de evacuação para uma ilha vizinha. As ilhas Marshall não têm capacidade financeira para proteger o depósito de lixo nuclear que os Estados Unidos criaram no país e que agora poderá ficar submerso. Na ilha de Bhola, no Bangladesh, 500 mil habitantes deslocaram-se para o interior quando a ilha foi inundada, em 1995, tornando-se talvez os primeiros refugiados ambientais do mundo. Um estatuto que irá proliferar, segundo as previsões.
Ilhas Salomão, Vanuatu, Nova Caledónia ou Fiji são alguns dos territórios ameaçados com a subida das águas. Outro é o Tuvalu, símbolo das vítimas do clima. O pequeno arquipélago de 11 mil habitantes poderá ser o primeiro país a desaparecer do planeta. Periodicamente, marés vivas de cerca de três metros de amplitude submergem parte do território, incluindo a pista do aeroporto. As constantes inundações comprometem também a incipiente agricultura do país, devido à salinização das terras. A falta de água doce, a pesca excessiva e a poluição dos navios são outros problemas que também afectam estas ilhas, para além dos furacões e maremotos. "Nós não precisamos de novas investigações científicas sobre o fenómeno da subida das águas, nós já o vivemos", dizia já em 2005 o primeiro-ministro do Tuvalu, Saufatu Sopo'aga. A Nova Zelândia recebe 17 imigrantes deste país por ano e já se estudam propostas para uma deslocação em massa da população. Os SIDS tentam apelar às nações desenvolvidas para uma redução das emissões de gases de estufa, a única forma de abrandar a subida das águas que é inevitável no futuro próximo. Na quinta-feira, reuniram-se em Singapura, para unificar as posições que tomarão em Dezembro, na cimeira sobre alterações climáticas da Polónia. Pedem que a crise financeira não relegue para segundo plano o futuro destes países, em risco de desaparecer do mapa.
O "seguro de vida" dos maldivanos, como lhe chamou Nasheed, irá ser pago com uma parte das receitas do turismo, a principal fonte de rendimentos do país. Se as previsões mais pessimistas se cumprirem, os 300 mil habitantes poderão ter de abandonar definitivamente o seu território. É que as 1192 ilhas que compõem o arquipélago das Maldivas não estão a mais do que 2,4 metros acima do nível do mar e a maioria do território habitado está apenas a um metro de altitude. A capital, Malé, está a 90 centímetros do nível do mar e, só aqui, vivem 100 mil pessoas.
O Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas da ONU estima que o nível das águas suba até 59 centímetros até 2100. Mas outros estudos, como o relatório de 2006 do Instituto de Potsdam para a Investigação do Impacto Climático, apontam para uma subida até 1,40 metros, o que ditaria o fim das Maldivas. A proposta de Nasheed já foi discutida com alguns países, que se mostraram "receptivos", segundo conta o novo Presidente. O Sri Lanka e a Índia são os destinos mais prováveis, devido às semelhanças culturais, mas o Norte da Austrália também é uma possibilidade.
Nasheed explica que ninguém quer deixar as Maldivas, mas que pretende assegurar os direitos das próximas gerações, que poderão não resistir às consequências do aquecimento global.
O problema estende-se a outras 47 ilhas, apelidadas pelas Nações Unidas de SIDS (Small Islands Developping States). Na Papua-Nova Guiné, existe desde 2005 um plano de evacuação para uma ilha vizinha. As ilhas Marshall não têm capacidade financeira para proteger o depósito de lixo nuclear que os Estados Unidos criaram no país e que agora poderá ficar submerso. Na ilha de Bhola, no Bangladesh, 500 mil habitantes deslocaram-se para o interior quando a ilha foi inundada, em 1995, tornando-se talvez os primeiros refugiados ambientais do mundo. Um estatuto que irá proliferar, segundo as previsões.
Ilhas Salomão, Vanuatu, Nova Caledónia ou Fiji são alguns dos territórios ameaçados com a subida das águas. Outro é o Tuvalu, símbolo das vítimas do clima. O pequeno arquipélago de 11 mil habitantes poderá ser o primeiro país a desaparecer do planeta. Periodicamente, marés vivas de cerca de três metros de amplitude submergem parte do território, incluindo a pista do aeroporto. As constantes inundações comprometem também a incipiente agricultura do país, devido à salinização das terras. A falta de água doce, a pesca excessiva e a poluição dos navios são outros problemas que também afectam estas ilhas, para além dos furacões e maremotos. "Nós não precisamos de novas investigações científicas sobre o fenómeno da subida das águas, nós já o vivemos", dizia já em 2005 o primeiro-ministro do Tuvalu, Saufatu Sopo'aga. A Nova Zelândia recebe 17 imigrantes deste país por ano e já se estudam propostas para uma deslocação em massa da população. Os SIDS tentam apelar às nações desenvolvidas para uma redução das emissões de gases de estufa, a única forma de abrandar a subida das águas que é inevitável no futuro próximo. Na quinta-feira, reuniram-se em Singapura, para unificar as posições que tomarão em Dezembro, na cimeira sobre alterações climáticas da Polónia. Pedem que a crise financeira não relegue para segundo plano o futuro destes países, em risco de desaparecer do mapa.
segunda-feira, novembro 10, 2008
Disparate total: Valência afirma ter o Santo Graal em seu poder
Valência tem provavelmente o Santo Graal, cálice em ágata (?) que teria sido utilizado por Jesus na Última Ceia, e especialistas reunidos neste domingo na cidade espanhola querem que a UNESCO o declare Património da Humanidade.
O Santo Graal é uma das mais importantes relíquias do cristianismo e a cidade espanhola, que afirma tê-lo, dedicou-lhe este fim-de-semana um congresso internacional, no 1750º aniversário da sua suposta chegada a Espanha.
Do congresso resultou uma petição, que se baseia "no conjunto de argumentos apresentados neste simpósio e dado que, pelo menos, pode-se demonstrar que o Santo Cálice de Valência foi o inspirador das narrativas medievais que deram lugar ao nascimento da literatura épica europeia", para que o objecto seja considerado pela UNESCO Património da Humanidade.
A relíquia, guardada numa capela especial (?) na Catedral de Valência, tem 17 cm de altura e muitos especialistas questionam-se se é o mesmo usado por Cristo, principalmente porque está decorado com ouro e pedras preciosas. "É compreensível esta desconfiança. Porque a todos nós vêm à mente as cenas pobres com os discípulos sentados no chão, e Jesus com um humilde cálice de barro. Mas não foi assim" (claro!), disse o professor de história de Universidade de Valencia e historiador da catedral valenciana, Vicente Martínez.
"O filho do carpinteiro escrevia em hebreu, era chamado de rabi (mestre em hebraico) e esteve com famílias com posses como a de Lázaro. É só consultar o Evangelho", afirmou.
A relíquia sagrada em si seria apenas a parte superior do cálice, em ágata, que os arqueólogos consideram de origem oriental, criada entre os anos 50 e 100 antes de Cristo. As asas e a base de ouro com pedras preciosas são do século XVI.
O cálice teria sido enviado de Roma pelo mártir São Lourenço, em 238, para que ficasse protegido, já que o santo sofria uma perseguição que o levaria à morte.
O Santo Graal é uma das mais importantes relíquias do cristianismo e a cidade espanhola, que afirma tê-lo, dedicou-lhe este fim-de-semana um congresso internacional, no 1750º aniversário da sua suposta chegada a Espanha.
Do congresso resultou uma petição, que se baseia "no conjunto de argumentos apresentados neste simpósio e dado que, pelo menos, pode-se demonstrar que o Santo Cálice de Valência foi o inspirador das narrativas medievais que deram lugar ao nascimento da literatura épica europeia", para que o objecto seja considerado pela UNESCO Património da Humanidade.
A relíquia, guardada numa capela especial (?) na Catedral de Valência, tem 17 cm de altura e muitos especialistas questionam-se se é o mesmo usado por Cristo, principalmente porque está decorado com ouro e pedras preciosas. "É compreensível esta desconfiança. Porque a todos nós vêm à mente as cenas pobres com os discípulos sentados no chão, e Jesus com um humilde cálice de barro. Mas não foi assim" (claro!), disse o professor de história de Universidade de Valencia e historiador da catedral valenciana, Vicente Martínez.
"O filho do carpinteiro escrevia em hebreu, era chamado de rabi (mestre em hebraico) e esteve com famílias com posses como a de Lázaro. É só consultar o Evangelho", afirmou.
A relíquia sagrada em si seria apenas a parte superior do cálice, em ágata, que os arqueólogos consideram de origem oriental, criada entre os anos 50 e 100 antes de Cristo. As asas e a base de ouro com pedras preciosas são do século XVI.
O cálice teria sido enviado de Roma pelo mártir São Lourenço, em 238, para que ficasse protegido, já que o santo sofria uma perseguição que o levaria à morte.
Portugal/Rússia: Dmitri Medvedev em Lisboa a 21 de Novembro
O presidente russo, Dmitri Medvedev, vai estar em Lisboa no dia 21 de Novembro, numa escala da viagem de regresso a Moscovo após a Cimeira do G-20 em Washington, disse hoje fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros português.
Ainda não é conhecido o programa do chefe de Estado russo, mas prevê-se que se reúna com o primeiro-ministro, José Sócrates.
Três dias antes, a 18 de Novembro, o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, visita oficialmente Lisboa para encontros com o seu homólogo português, Luís Amado.
Segundo a embaixada da Rússia em Lisboa, a agenda deste encontro será centrada nas relações bilaterais luso-russas.
A visita de Dmitri Medvedev é a terceira de um presidente russo a Portugal nos últimos quatro anos, depois das visitas de Estado de Vladimir Putin em Novembro de 2004 e em Outubro de 2007, nas vésperas da Cimeira UE-Rússia de Mafra.
Ainda não é conhecido o programa do chefe de Estado russo, mas prevê-se que se reúna com o primeiro-ministro, José Sócrates.
Três dias antes, a 18 de Novembro, o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, visita oficialmente Lisboa para encontros com o seu homólogo português, Luís Amado.
Segundo a embaixada da Rússia em Lisboa, a agenda deste encontro será centrada nas relações bilaterais luso-russas.
A visita de Dmitri Medvedev é a terceira de um presidente russo a Portugal nos últimos quatro anos, depois das visitas de Estado de Vladimir Putin em Novembro de 2004 e em Outubro de 2007, nas vésperas da Cimeira UE-Rússia de Mafra.
O plano do General Franco para invadir Portugal. Como eles adoravam!
A Espanha teve um plano para conquistar Portugal no início da Segunda Guerra. A invasão, por terra, ar e mar, contaria com um exército de 250 mil homens e destinava-se a ocupar Lisboa e toda a costa.
O historiador espanhol Manuel Ros Agudo revelou recentemente um plano de invasão militar de Portugal pela Espanha de Franco, no início da Segunda Guerra Mundial. O plano foi elaborado no contexto de uma quase certa guerra com a Inglaterra. Para tanto, Madrid tratou de preparar um ataque surpresa a Gibraltar, a que - segundo os estrategos espanhóis - Londres responderia pela ocupação das Canárias e por um desembarque em Portugal, visto como 'testa de ponte' da invasão da Península. O Estado-Maior militar de Franco preparou então uma vasta manobra de antecipação, que passaria pelo ataque a Gibraltar e por uma "invasão preventiva" de Portugal.
A invasão seria precedida de um ultimato, com um prazo praticamente impossível de cumprir e que o historiador calcula que seria de 24 a 48 horas. Os termos da invasão fazem parte do 'Plano de Campanha nº 1(34)', um estudo de 120 páginas, elaborado pela Primeira Secção, de Operações, do Alto Estado-Maior (AEM) durante a segunda metade de 1940.
O plano foi apresentado a Franco a 18 de Dezembro. O objectivo final da invasão, por terra, mar e ar, era "ocupar Lisboa e o resto da costa portuguesa". Em termos de efectivos do Exército, seriam mobilizadas dez divisões de infantaria e uma de cavalaria, quatro regimentos de carros de combate, oito grupos de reconhecimento e oito regimentos mistos de infantaria - num total de 250 mil homens. Ou seja: o dobro dos meios humanos de que Portugal poderia dispor. O desequilíbrio era tal que, ao máximo de cinco divisões que Portugal poderia organizar, a Espanha responderia, logo à partida, com 25 divisões. A Força Aérea, por seu turno, participaria com cinco grupos de bombardeamento e dois de caça, duas esquadrilhas de reconhecimento, quatro esquadrilhas de caças Fiat CR-32 e dois grupos de assalto. Para tanto, as autoridades de Madrid contavam com o apoio quer da Alemanha quer da Itália. À Marinha estaria reservada uma missão de menor relevo, já que se temia uma forte reacção da poderosíssima armada britânica, que não deixaria de apoiar Lisboa.
As forças espanholas seriam organizadas em dois exércitos, que actuariam a norte e a sul do Tejo. O primeiro avançaria ao longo da linha Guarda, Celorico da Beira, Coimbra e Lisboa; o segundo, pela linha Elvas, Évora e Setúbal. O objectivo fixado pelo plano de operações era "ocupar rapidamente Lisboa e dividir o país em três partes, por forma a facilitar a conquista de todo o território". Sabe-se como a Segunda Guerra Mundial não confirmou os receios de Espanha, que, tal como Portugal, acabou por não entrar directamente no conflito. Assim, o referido plano foi arquivado, permanecendo em segredo durante 68 anos, até que o historiador Agudo o revelou no livro 'La Gran Tentación' (ed. Styria). O autor explicou que "o plano da invasão é uma novidade absoluta, já que ficou guardado em segredo até hoje". Agudo adiantou que há um exemplar do plano no arquivo do Estado-Maior da Defesa e outro no arquivo pessoal de Franco.
O autor diz não possuir dados que lhe permitam saber quais os planos políticos posteriores à invasão. Um episódio temporário ou uma absorção?
Agudo transcreve uma conversa de Setembro de 1940, em Berlim, na qual o ministro dos Assuntos Exteriores de Espanha, Serrano Súñer, disse ao homólogo alemão, Ribbentrop, que, "ao olhar para o mapa da Europa, geograficamente falando Portugal não tinha direito a existir". Agudo admite que "Madrid não via com maus olhos uma integração ibérica de Portugal em Espanha".
O historiador espanhol Manuel Ros Agudo revelou recentemente um plano de invasão militar de Portugal pela Espanha de Franco, no início da Segunda Guerra Mundial. O plano foi elaborado no contexto de uma quase certa guerra com a Inglaterra. Para tanto, Madrid tratou de preparar um ataque surpresa a Gibraltar, a que - segundo os estrategos espanhóis - Londres responderia pela ocupação das Canárias e por um desembarque em Portugal, visto como 'testa de ponte' da invasão da Península. O Estado-Maior militar de Franco preparou então uma vasta manobra de antecipação, que passaria pelo ataque a Gibraltar e por uma "invasão preventiva" de Portugal.
A invasão seria precedida de um ultimato, com um prazo praticamente impossível de cumprir e que o historiador calcula que seria de 24 a 48 horas. Os termos da invasão fazem parte do 'Plano de Campanha nº 1(34)', um estudo de 120 páginas, elaborado pela Primeira Secção, de Operações, do Alto Estado-Maior (AEM) durante a segunda metade de 1940.
O plano foi apresentado a Franco a 18 de Dezembro. O objectivo final da invasão, por terra, mar e ar, era "ocupar Lisboa e o resto da costa portuguesa". Em termos de efectivos do Exército, seriam mobilizadas dez divisões de infantaria e uma de cavalaria, quatro regimentos de carros de combate, oito grupos de reconhecimento e oito regimentos mistos de infantaria - num total de 250 mil homens. Ou seja: o dobro dos meios humanos de que Portugal poderia dispor. O desequilíbrio era tal que, ao máximo de cinco divisões que Portugal poderia organizar, a Espanha responderia, logo à partida, com 25 divisões. A Força Aérea, por seu turno, participaria com cinco grupos de bombardeamento e dois de caça, duas esquadrilhas de reconhecimento, quatro esquadrilhas de caças Fiat CR-32 e dois grupos de assalto. Para tanto, as autoridades de Madrid contavam com o apoio quer da Alemanha quer da Itália. À Marinha estaria reservada uma missão de menor relevo, já que se temia uma forte reacção da poderosíssima armada britânica, que não deixaria de apoiar Lisboa.
As forças espanholas seriam organizadas em dois exércitos, que actuariam a norte e a sul do Tejo. O primeiro avançaria ao longo da linha Guarda, Celorico da Beira, Coimbra e Lisboa; o segundo, pela linha Elvas, Évora e Setúbal. O objectivo fixado pelo plano de operações era "ocupar rapidamente Lisboa e dividir o país em três partes, por forma a facilitar a conquista de todo o território". Sabe-se como a Segunda Guerra Mundial não confirmou os receios de Espanha, que, tal como Portugal, acabou por não entrar directamente no conflito. Assim, o referido plano foi arquivado, permanecendo em segredo durante 68 anos, até que o historiador Agudo o revelou no livro 'La Gran Tentación' (ed. Styria). O autor explicou que "o plano da invasão é uma novidade absoluta, já que ficou guardado em segredo até hoje". Agudo adiantou que há um exemplar do plano no arquivo do Estado-Maior da Defesa e outro no arquivo pessoal de Franco.
O autor diz não possuir dados que lhe permitam saber quais os planos políticos posteriores à invasão. Um episódio temporário ou uma absorção?
Agudo transcreve uma conversa de Setembro de 1940, em Berlim, na qual o ministro dos Assuntos Exteriores de Espanha, Serrano Súñer, disse ao homólogo alemão, Ribbentrop, que, "ao olhar para o mapa da Europa, geograficamente falando Portugal não tinha direito a existir". Agudo admite que "Madrid não via com maus olhos uma integração ibérica de Portugal em Espanha".
Descobrimentos portugueses em 22 maravilhas no Mundo
Muita gente, mesmo culta, ignora a maior parte das 22 históricas construções portuguesas, espalhadas pelo Mundo, que integram a lista de monumentos classificados como Património da Humanidade pela UNESCO. Esta situação irá sofrer uma alteração sensível dentro em breve, através da votação pública das ‘7 Maravilhas de Origem Portuguesa no Mundo’.
A iniciativa da empresa New 7 Wonders Portugal (N7WP), que conta com o apoio de várias entidades governamentais e do Estado, promove a divulgação da História e das imagens de 22 monumentos que foram construídos na América do Sul, em África e na Ásia ao longo dos séculos. A ideia "impulsiona a cultura e e o turismo ao nível local e mundial", afirmou Luís Segadães, presidente executivo da N7WP.
O projecto irá envolver as escolas, através de um concurso específico, que visa interessar os estudantes pela temática histórica. "Será uma espécie de ‘Quem Quer Ser Milionário", em que cada uma das equipas das escolas defende um monumento, sobre o qual tem de saber mais do que qualquer um dos outros', disse Eva Mota, elemento da organização.
Na próxima terça-feira, Joaquim Magalhães de Castro, jornalista e investigador da expansão marítima portuguesa, parte para uma viagem de dois meses, que o levará aos 22 monumentos. "Irá recolher informação, histórias interessantes, fotografias e vídeos, que se querem intimistas e originais, sobre cada um dos monumentos, para publicação em livro", diz Eva Mota. A obra será publicada em Junho. Portugal parte para esta iniciativa em situação privilegiada. Segundo a organização, é "o país que deixou mais património com maior diversidade geográfica" no âmbito da classificação de Património da Humanidade da UNESCO.
A votação das "7 Maravilhas de Origem Portuguesa no Mundo" inicia-se a 7 de Dezembro, prolongando-se pelos meses seguintes. O anúncio dos sete monumentos vencedores será feito a 10 de Junho de 2009, Dia de Portugal.
Os 22 monumentos de origem portuguesa que são Património Mundial da UNESCO estão espalhados por África, Ásia e América do Sul. Mas é no Brasil que há uma maior concentração devido à prolongada presença portuguesa.
Centro Histórico de S. Luís - Brasil
Centro Histórico de Salvador - Brasil
Centro Histórico de Olinda - Brasil
Centro Histórico de Goiás - Brasil
Centro Histórico de Ouro Preto - Brasil
Centro Histórico de Diamantina - Brasil
Santuário do Bom Jesus de Matosinhos em Congonhas - Brasil
Missões Jesuítas dos Guarani - Brasil e Argentina
Missões Jesuítas de Trinidad do Paraná e Jesus de Tavaranque - Paraguai
Bairro Histórico da Colónia de Sacramento - Uruguai
Cid. portuguesa de Mazagão (El Jadida) - Marrocos
Ilha de Goreia - Senegal
Ilha de James - Gâmbia
Fortes e Castelos em Volta, Greater Accra - Gana
Cidadela de Fasil Ghebi - Etiópia
Ruínas de Kilwa e de Songo Mnara - Tanzânia
Ilha de Moçambique - Moçambique
Sítio Arqueológico de Qal at al-Bahrain - Bahrain
Igrejas e Conventos de Goa - Índia
Cidade Velha de Galle e suas Fortificações - Sri Lanka
Centro Histórico de Malaca - Malásia
Centro Histórico de Macau - China
A iniciativa da empresa New 7 Wonders Portugal (N7WP), que conta com o apoio de várias entidades governamentais e do Estado, promove a divulgação da História e das imagens de 22 monumentos que foram construídos na América do Sul, em África e na Ásia ao longo dos séculos. A ideia "impulsiona a cultura e e o turismo ao nível local e mundial", afirmou Luís Segadães, presidente executivo da N7WP.
O projecto irá envolver as escolas, através de um concurso específico, que visa interessar os estudantes pela temática histórica. "Será uma espécie de ‘Quem Quer Ser Milionário", em que cada uma das equipas das escolas defende um monumento, sobre o qual tem de saber mais do que qualquer um dos outros', disse Eva Mota, elemento da organização.
Na próxima terça-feira, Joaquim Magalhães de Castro, jornalista e investigador da expansão marítima portuguesa, parte para uma viagem de dois meses, que o levará aos 22 monumentos. "Irá recolher informação, histórias interessantes, fotografias e vídeos, que se querem intimistas e originais, sobre cada um dos monumentos, para publicação em livro", diz Eva Mota. A obra será publicada em Junho. Portugal parte para esta iniciativa em situação privilegiada. Segundo a organização, é "o país que deixou mais património com maior diversidade geográfica" no âmbito da classificação de Património da Humanidade da UNESCO.
A votação das "7 Maravilhas de Origem Portuguesa no Mundo" inicia-se a 7 de Dezembro, prolongando-se pelos meses seguintes. O anúncio dos sete monumentos vencedores será feito a 10 de Junho de 2009, Dia de Portugal.
Os 22 monumentos de origem portuguesa que são Património Mundial da UNESCO estão espalhados por África, Ásia e América do Sul. Mas é no Brasil que há uma maior concentração devido à prolongada presença portuguesa.
Centro Histórico de S. Luís - Brasil
Centro Histórico de Salvador - Brasil
Centro Histórico de Olinda - Brasil
Centro Histórico de Goiás - Brasil
Centro Histórico de Ouro Preto - Brasil
Centro Histórico de Diamantina - Brasil
Santuário do Bom Jesus de Matosinhos em Congonhas - Brasil
Missões Jesuítas dos Guarani - Brasil e Argentina
Missões Jesuítas de Trinidad do Paraná e Jesus de Tavaranque - Paraguai
Bairro Histórico da Colónia de Sacramento - Uruguai
Cid. portuguesa de Mazagão (El Jadida) - Marrocos
Ilha de Goreia - Senegal
Ilha de James - Gâmbia
Fortes e Castelos em Volta, Greater Accra - Gana
Cidadela de Fasil Ghebi - Etiópia
Ruínas de Kilwa e de Songo Mnara - Tanzânia
Ilha de Moçambique - Moçambique
Sítio Arqueológico de Qal at al-Bahrain - Bahrain
Igrejas e Conventos de Goa - Índia
Cidade Velha de Galle e suas Fortificações - Sri Lanka
Centro Histórico de Malaca - Malásia
Centro Histórico de Macau - China
quinta-feira, novembro 06, 2008
Reino Unido aprova nova Constituição para as Ilhas Malvinas
O Reino Unido aprovou uma nova Constituição para as Ilhas Malvinas que concede mais poder ao governador desse território do Atlântico Sul, por cuja soberania britânicos e argentinos travaram uma guerra em 1982.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido indicou hoje que a Rainha Isabel II assinou na quarta-feira a "Ordem da Constituição das Ilhas Malvinas de 2008", que entrará em vigor a 1 de Janeiro de 2009.
O texto constitucional dá novos poderes ao governador para não seguir as recomendações do Conselho Executivo em temas de assuntos externos, segurança interna (incluindo a polícia), administração de justiça e gestão dos serviços públicos.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido indicou hoje que a Rainha Isabel II assinou na quarta-feira a "Ordem da Constituição das Ilhas Malvinas de 2008", que entrará em vigor a 1 de Janeiro de 2009.
O texto constitucional dá novos poderes ao governador para não seguir as recomendações do Conselho Executivo em temas de assuntos externos, segurança interna (incluindo a polícia), administração de justiça e gestão dos serviços públicos.
EUA: Cavaco Silva felicita reeleição de luso-descendentes
O Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, felicitou os três luso-descendentes reeleitos terça-feira para o Congresso norte-americano, numa mensagem em que sublinhou a importância da participação política da comunidade portuguesa nos Estados Unidos.
"Tendo tomado conhecimento dos resultados eleitorais que conduziram à reeleição de Vossa Excelência para o Congresso dos Estados Unidos da América, quero dirigir-lhe, em meu nome e no do Povo português, as mais calorosas felicitações", lê-se na mensagem que enviou aos congressistas Jim Costa (democrata), Dennis Cardoza (democrata) e Devin Nunes (republicano).
Jim Costa, Dennis Cardoza e Devin Nunes foram reeleitos para o Congresso norte-americano pelo estado da Califórnia.
"Tendo tomado conhecimento dos resultados eleitorais que conduziram à reeleição de Vossa Excelência para o Congresso dos Estados Unidos da América, quero dirigir-lhe, em meu nome e no do Povo português, as mais calorosas felicitações", lê-se na mensagem que enviou aos congressistas Jim Costa (democrata), Dennis Cardoza (democrata) e Devin Nunes (republicano).
Jim Costa, Dennis Cardoza e Devin Nunes foram reeleitos para o Congresso norte-americano pelo estado da Califórnia.
Yes we can. A esperança.
A vitória de Obama nas presidenciais americanas trouxe um dos sentimentos colectivos mais difíceis de explicar: esperança.
Ao contrário da saudade, sentimento português que não tem tradução ou que não é traduzível numa só palavra noutras línguas, a esperança (hope, esperanza, etc.) permite criar a comoção, a alegria, a pele de galinha.
Ao ser eleito, Obama representa todos os negros americanos e também um pouco dos negros do resto do mundo. Não sendo um afro-americano típico, não podendo representar os negros que sofreram a escravatura das plantações, representa a esperança de, pela primeira vez na história, alguém diferente ganhar um cargo tão importante. E digo diferente não devido à cor da sua pele, mas diferente pelo seu percurso político, completamente incaracterístico, muito à margem do comum carreirismo político.
Vamos ter esperança.
Ao contrário da saudade, sentimento português que não tem tradução ou que não é traduzível numa só palavra noutras línguas, a esperança (hope, esperanza, etc.) permite criar a comoção, a alegria, a pele de galinha.
Ao ser eleito, Obama representa todos os negros americanos e também um pouco dos negros do resto do mundo. Não sendo um afro-americano típico, não podendo representar os negros que sofreram a escravatura das plantações, representa a esperança de, pela primeira vez na história, alguém diferente ganhar um cargo tão importante. E digo diferente não devido à cor da sua pele, mas diferente pelo seu percurso político, completamente incaracterístico, muito à margem do comum carreirismo político.
Vamos ter esperança.
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