Os cofres do Estado estão a perder cerca de 10 milhões de euros por ano com o mercado paralelo de chocolates vindos de Espanha, onde o imposto sobre o consumo é mais baixo, e as perdas para os operadores chegam aos 40 milhões.
"O comércio ilegal de chocolates existe ao longo da fronteira entre os dois países ibéricos, mas com particular incidência na Região Norte, região da Guarda e na região de Elvas", disse um empresário do sector, que pediu o anonimato.
Os chocolates pagam uma taxa de IVA - Imposto sobre o Valor Acrescentado - de 20% em Portugal, quando na vizinha Espanha este imposto vale 7%.
sexta-feira, outubro 30, 2009
quinta-feira, outubro 29, 2009
Maior parque eólico do Sul do país já abasteceu quase 34 mil habitantes
O parque deverá permitir poupar 40 mil toneladas de emissões de gases com efeito de estufa.
O maior parque eólico do Sul do país, a funcionar há mais de um ano no concelho de Almodôvar (distrito de Beja), já produziu 71 gigawatts/hora (GWh) de energia, o suficiente para abastecer quase 34 mil habitantes. Com uma potência total instalada de 26 megawatts (MW), o Parque Eólico de Almodôvar é composto por 13 aerogeradores instalados numa área de 94 hectares que abrange as freguesias de Almodôvar, São Barnabé e Santa Clara-a-Nova, na Serra do Mú. O parque, que começou a funcionar parcialmente em Junho de 2008, só com dois aerogeradores, produziu 36 GWh naquele ano e 35 GWh já este ano, precisou hoje Lobo Gonçalves, da empresa promotora do projecto, a Enernova, do grupo EDP.
Apesar de funcionar em pleno, já com os 13 aerogeradores, desde Dezembro de 2008, o parque “ainda não está a produzir à potência máxima”, o que deverá acontecer “em 2010”, quando as infra-estruturas de transporte da energia até à rede estiverem concluídas, disse Lobo Gonçalves. Projectado para produzir energia durante 25 anos, o parque terá uma produção anual estimada de 58 GWh, o suficiente para abastecer 28 mil habitantes e poupar 40 mil toneladas de emissões de gases com efeito de estufa.
O maior parque eólico do Sul do país, a funcionar há mais de um ano no concelho de Almodôvar (distrito de Beja), já produziu 71 gigawatts/hora (GWh) de energia, o suficiente para abastecer quase 34 mil habitantes. Com uma potência total instalada de 26 megawatts (MW), o Parque Eólico de Almodôvar é composto por 13 aerogeradores instalados numa área de 94 hectares que abrange as freguesias de Almodôvar, São Barnabé e Santa Clara-a-Nova, na Serra do Mú. O parque, que começou a funcionar parcialmente em Junho de 2008, só com dois aerogeradores, produziu 36 GWh naquele ano e 35 GWh já este ano, precisou hoje Lobo Gonçalves, da empresa promotora do projecto, a Enernova, do grupo EDP.
Apesar de funcionar em pleno, já com os 13 aerogeradores, desde Dezembro de 2008, o parque “ainda não está a produzir à potência máxima”, o que deverá acontecer “em 2010”, quando as infra-estruturas de transporte da energia até à rede estiverem concluídas, disse Lobo Gonçalves. Projectado para produzir energia durante 25 anos, o parque terá uma produção anual estimada de 58 GWh, o suficiente para abastecer 28 mil habitantes e poupar 40 mil toneladas de emissões de gases com efeito de estufa.
Investimento privado em Angola cresce e 40% é português
O investimento privado em Angola até Setembro último foi superior ao realizado em igual período de 2008, com a aprovação de 443 propostas de investimento, anunciou hoje o presidente da Agência de Investimento Privado de Angola.
Aguinaldo Jaime diz que foram aprovados pelo organismo a que preside projectos de investimento no valor global superior a 1,377 mil milhões de dólares (927 milhões de euros), no período de Janeiro até 30 de Setembro, o que representa um aumento face aos pouco mais de mil milhões de dólares atingidos em igual período de 2008.
Quanto à origem geográfica do investimento, 40% do total dos projectos são portugueses, ou seja 179, com uma intenção de investimento a rondar os 209,45 milhões de dólares (141 milhões de euros).
"Os investidores começam a acreditar em Angola como alternativa segura para os seus investimentos", considerou Aguinaldo Jaime que falava num seminário no âmbito da conferência "Portugal Exportador".
Aguinaldo Jaime diz que foram aprovados pelo organismo a que preside projectos de investimento no valor global superior a 1,377 mil milhões de dólares (927 milhões de euros), no período de Janeiro até 30 de Setembro, o que representa um aumento face aos pouco mais de mil milhões de dólares atingidos em igual período de 2008.
Quanto à origem geográfica do investimento, 40% do total dos projectos são portugueses, ou seja 179, com uma intenção de investimento a rondar os 209,45 milhões de dólares (141 milhões de euros).
"Os investidores começam a acreditar em Angola como alternativa segura para os seus investimentos", considerou Aguinaldo Jaime que falava num seminário no âmbito da conferência "Portugal Exportador".
quarta-feira, outubro 28, 2009
TV privada STL quer ser alternativa à TVTL em Timor-Leste
Timor-Leste passou a contar com um canal privado de televisão, o STL TV, que pretende ser uma televisão "mais popular e menos institucional" que a estatal TVTL, diz o seu responsável, Salvador Ximenes.
A STL TV já está a emitir na cidade de Díli, em UHF, abrindo diariamente às 17 horas, durante a semana, preenchendo a programação com o noticiário diário em tétum e programas recreativos em baahasa, numa parceria com uma televisão indonésia.
O projecto é liderado por Ximenes, empresário timorense da comunicação social, que detém o grupo STL Media, detentor do jornal Suara Timor Lorosae, de uma rádio, uma gráfica, um centro de formação e um centro de Internet.
O passo para a televisão "é uma aventura", como diz o empresário, e procura aproveitar as sinergias do grupo. "A nossa preocupação neste momento é criar os alicerces para que o projecto possa ser sustentável no futuro. Actualmente temos um núcleo de dez jornalistas efectivos, além dos colaboradores do nosso jornal e da rádio", acrescenta. "A nossa intenção é vir a ser uma alternativa à TVTL, mas por enquanto ainda não podemos dizer que o somos porque a área de cobertura deles é maior e tem muito mais meios com os apoios do Governo e as ajudas de organizações internacionais que nós não temos". Segundo Salvador Ximenes "o público exige um acesso mais fácil e rápido à informação e a STL TV procura ser a resposta a essa necessidade.
À semelhança da TVTL, que ocupa parte da sua emissão com a RTP Internacional, a STL TV arrancou com uma cooperação idêntica com um canal indonésio, mas Ximenes diz estar totalmente aberto a parcerias com canais portugueses e de outros países. "Por agora os nossos noticiários são todos em tétum, mas estamos a pensar como poderemos colaborar no programa de reintrodução da língua portuguesa e já fizemos contactos nesse sentido junto da Embaixada de Portugal", refere, acrescentando que já fez também contactos com órgãos de comunicação social portugueses e neo-zelandeses.
A STL TV já está a emitir na cidade de Díli, em UHF, abrindo diariamente às 17 horas, durante a semana, preenchendo a programação com o noticiário diário em tétum e programas recreativos em baahasa, numa parceria com uma televisão indonésia.
O projecto é liderado por Ximenes, empresário timorense da comunicação social, que detém o grupo STL Media, detentor do jornal Suara Timor Lorosae, de uma rádio, uma gráfica, um centro de formação e um centro de Internet.
O passo para a televisão "é uma aventura", como diz o empresário, e procura aproveitar as sinergias do grupo. "A nossa preocupação neste momento é criar os alicerces para que o projecto possa ser sustentável no futuro. Actualmente temos um núcleo de dez jornalistas efectivos, além dos colaboradores do nosso jornal e da rádio", acrescenta. "A nossa intenção é vir a ser uma alternativa à TVTL, mas por enquanto ainda não podemos dizer que o somos porque a área de cobertura deles é maior e tem muito mais meios com os apoios do Governo e as ajudas de organizações internacionais que nós não temos". Segundo Salvador Ximenes "o público exige um acesso mais fácil e rápido à informação e a STL TV procura ser a resposta a essa necessidade.
À semelhança da TVTL, que ocupa parte da sua emissão com a RTP Internacional, a STL TV arrancou com uma cooperação idêntica com um canal indonésio, mas Ximenes diz estar totalmente aberto a parcerias com canais portugueses e de outros países. "Por agora os nossos noticiários são todos em tétum, mas estamos a pensar como poderemos colaborar no programa de reintrodução da língua portuguesa e já fizemos contactos nesse sentido junto da Embaixada de Portugal", refere, acrescentando que já fez também contactos com órgãos de comunicação social portugueses e neo-zelandeses.
Timor-Leste reaprecia projecto CGD para abrir banco local
As autoridades timorenses estão a analisar o projecto da CGD para a criação de um banco de direito timorense, revelou hoje na sua edição o jornal Timor Post, publicado em Díli.
De acordo com aquele matutino, o assunto foi discutido no encontro do primeiro-ministro Xanana Gusmão com o Presidente da República Ramos-Horta, antes da partida deste para a Coreia do Sul.
A Autoridade Bancária de Pagamentos (Banco Central) terá sido solicitada a prestar esclarecimentos sobre o projecto da Caixa Geral de Depósitos, que em Timor-Leste usa a designação de BNU.
De acordo com aquele matutino, o assunto foi discutido no encontro do primeiro-ministro Xanana Gusmão com o Presidente da República Ramos-Horta, antes da partida deste para a Coreia do Sul.
A Autoridade Bancária de Pagamentos (Banco Central) terá sido solicitada a prestar esclarecimentos sobre o projecto da Caixa Geral de Depósitos, que em Timor-Leste usa a designação de BNU.
Portugueses de Excelência
Maria Conceição é uma portuguesa assistente de Bordo nas linhas aéreas do Dubai.
Foi agora nomeada para mulher do ano naquele país na secção humanitária.
Além do emprego fundou uma instituição de caridade no Bangladesh para ajudar as crianças pobres daquele país.
A alma de viajante e o coração do tamanho do mundo tão típica de muitos portugueses.
Aqui a reportagem no expresso, aqui para votar
Pequena biografia do site
Maria Conceicao - The Wings of Dhaka
Following a 24-hour layover in Dhaka in 2005, Portuguese flight attendant Maria Conceicao made it her mission to offer the Dhaka slum dwellers a better future with her self-funded charity, The Dhaka Project. With her dedicated team of volunteers and 90 Bangladeshi staff, Maria’s vision won her a European Union Woman’s Inventors and Innovators Network award. She is currently expanding her aid to Burmese refugee children in Thailand and orphans in Brazil.
Foi agora nomeada para mulher do ano naquele país na secção humanitária.
Além do emprego fundou uma instituição de caridade no Bangladesh para ajudar as crianças pobres daquele país.
A alma de viajante e o coração do tamanho do mundo tão típica de muitos portugueses.
Aqui a reportagem no expresso, aqui para votar
Pequena biografia do site
Maria Conceicao - The Wings of Dhaka
Following a 24-hour layover in Dhaka in 2005, Portuguese flight attendant Maria Conceicao made it her mission to offer the Dhaka slum dwellers a better future with her self-funded charity, The Dhaka Project. With her dedicated team of volunteers and 90 Bangladeshi staff, Maria’s vision won her a European Union Woman’s Inventors and Innovators Network award. She is currently expanding her aid to Burmese refugee children in Thailand and orphans in Brazil.
segunda-feira, outubro 26, 2009
Franco quis invadir Portugal - A verdade
Em 1940, o Alto Estado-Maior espanhol elaborou, a pedido de Franco, um plano de ataque a Portugal, com a ocupação de Lisboa e a tomada de toda a costa nacional. O documento foi descoberto pelo historiador espanhol Manuel Ros Agudo.
O plano não permitia qualquer falha. Tudo começaria com um ultimato (impossível de cumprir) e um prazo limite de 24 horas ou 48 horas, findas as quais teria início a invasão de Portugal.
A operação incluía intervenções por terra, ar e mar e as primeiras incursões terrestres, realizadas por um contingente de 250 mil combatentes espanhóis, avançariam em direcção a Ciudad-Rodrigo, Guarda, Celorico da Beira, Coimbra, Lisboa, Elvas, Évora e Setúbal - a ocupação da capital e a divisão do país em três parcelas constituíam os passos fundamentais para a conquista de Portugal.
Ao longo de quase 70 anos, o Plano de Campanha nº 1 (34), o grande projecto de Franco para invadir Portugal, delineado em plena II Guerra Mundial (1940), esteve "adormecido" nos arquivos da Fundação Francisco Franco. Os rumores da tentação franquista de conquistar Portugal há muito que circulam no meio historiográfico - até porque uma das grandes orientações da política externa de António de Oliveira Salazar, durante o conflito mundial, consistia na independência nacional face à ameaça da anexação espanhola. Mas só recentemente foi possível confirmar que os temores de Salazar tinham justificação.
Em 2005, o historiador Ros Agudo foi o primeiro investigador a aceder às cem páginas que compõem o plano de ataque contra Portugal, elaborado pela 1ª secção do Alto Estado-Maior (AEM) espanhol no segundo semestre de 1940. O ineditismo da descoberta levou o investigador, de 47 anos, a dedicar-lhe um capítulo na sua obra "A Grande Tentação - Franco, o Império Colonial e o projecto de intervenção espanhola na Segunda Guerra Mundial", recém-editada em Portugal pela Casa das Letras. Na próxima terça-feira, Ros Agudo é um dos oradores da conferência A Península Ibérica na II Guerra Mundial - Os planos de invasão e defesa de Portugal, a realizar no Instituto de Defesa Nacional, a partir das 14h30, numa iniciativa conjunta com o Instituto de História Contemporânea.
Devastador e célere
O projecto de invadir Portugal não configurava uma "acção isolada", como se pode ler numa das alíneas dos documentos analisados por Ros Agudo. Tratava-se de uma operação preventiva, no âmbito da ambição franquista de declarar guerra à Inglaterra. Numa altura em que França já caíra sob o domínio da Alemanha nazi, Espanha, então com o estatuto de país não-beligerante, acalentava o sonho de um império norte-africano. Nem Hitler nem Mussolini podiam, em 1940, garantir a Franco a concretização deste desejo. Mas isso não fez esmorecer as ideias expansionistas e bélicas do "Caudilho".
A guerra contra a Inglaterra teria início com a tomada de Gibraltar. Porém, os estrategas do AEM prenunciavam que a primeira resposta britânica a este ataque fosse "um desembarque em Portugal com a ideia de montar uma cabeça-de-ponte para a invasão da península". Por isso, no plano ofensivo, determinava-se o emprego dos "meios necessários para bater o Exército português e o seu Aliado; ocupação do país e defesa das suas costas".
Tudo isto seria realizado sem o conhecimento prévio de Hitler e Mussolini. Porque Franco "queria manter o carácter secreto das operações, ter liberdade de manobra e também por questões de orgulho", explicou Ros Agudo. Contudo, após iniciados os ataques a Gibraltar e a Portugal, Espanha previa o apoio da aviação alemã, "nomeadamente com o reforço de bombardeiros e caças". A participação da aviação espanhola estava também definida no plano de ataque (com as missões de "destruir a aviação inimiga e as suas bases" e de "atacar os núcleos de comunicação, especialmente nas direcções da invasão, e os transportes de tropas").
Mas Espanha receava que o vasto contingente de homens em terra se confrontasse com a superioridade luso-britânica no ar. Neste âmbito, o reforço alemão seria indispensável. Assim como se afigurava prioritário um ataque terrestre devastador e célere.
Para a Marinha, o AEM planeara um conjunto de acções de defesa ("exercer acções com os submarinos sobre as comunicações inimigas", "proteger as comunicações com o Protectorado de Marrocos e Baleares"; "efectuar acções de minagem nos próprios portos") que pressupunham uma reacção rápida da Marinha britânica.
E Salazar?
Em Dezembro de 1940, quando Franco escreveu, assessorado pelo AEM, que decidira atacar Portugal - "Decidi [...] preparar a invasão de Portugal, com o objectivo de ocupar Lisboa e o resto da costa portuguesa" -, o Tratado de Amizade e Não Agressão, firmado pelos dois países em Março de 1939, não passava de um documento sem importância para o "Caudilho". Mas foi a partir desse acordo que os franquistas intensificaram as pressões diplomáticas para Portugal deixar de respeitar os compromissos da aliança luso-britânica: fizeram-no através de Nicolau Franco, irmão do ditador espanhol e embaixador em Lisboa; e também "aconselharam" o então embaixador português em Madrid, Pedro Teotónio Pereira.
Perante os planos de anexação, Espanha não desprezava apenas o pacto de não agressão, mas também a intervenção activa e material do Governo de Salazar no apoio aos franquistas durante a Guerra Civil de Espanha - três a cinco mil "viriatos" combateram nas fileiras das milícias da Falange, do Exército e da Legião espanhola, muitos deles recrutados através de anúncios nos jornais pagos pelo Estado; a rádio emitia propaganda franquista; e Salazar promoveu a mobilização anticomunista (recolhendo benefícios para a sustentação do Estado Novo).
Atentando no rigor e na determinação plasmadas no Plano de Campanha nº 1 (34), urge questionar qual o destino que reservava Franco para o ditador português, na eventualidade de a ocupação ter avançado.
A documentação descoberta por Ros Agudo cinge-se aos aspectos puramente militares e não contempla a "sorte pessoal" do presidente do Conselho. Mas o historiador, professor de História
Contemporânea na Universidade San Pablo, em Madrid, avança duas hipóteses: "O destino de Salazar e do seu Governo, no caso de Portugal não conseguir resistir à invasão, seria estabelecerem-se nas colónias (Angola ou Moçambique); ou podiam exilar o Governo em Londres, como aconteceu com alguns países europeus ocupados pelo Eixo".
Palavras encomendadas
Quanto ao futuro de Portugal, não há qualquer referência nos documentos, ficando sem resposta a pergunta sobre se a ocupação seria ou não temporária. No entanto, Ros Agudo cita no seu livro as "inquietantes" palavras de Serrano Suñer, ministro dos Assuntos Exteriores espanhol, ao seu homólogo alemão, Joachim von Ribbentrop, datadas de Setembro de 1940: "(...) ninguém pode deixar de se dar conta, ao olhar para o mapa da Europa, que, geograficamente falando, Portugal na realidade não tinha o direito de existir. Tinha apenas uma justificação moral e política para a sua independência pelo facto dos seus quase 800 anos de existência".
Ros Agudo acredita que estas palavras, proferidas em Berlim, foram "encomendadas" a Suñer por Franco, com a intenção de averiguar "a reacção de Hitler perante a ideia de um Portugal integrado num futuro grande Estado ibérico". Mas "oFührer não quis fazer qualquer compromisso sobre este assunto", nota o historiador.
Apesar das declarações de Suñer, Ros Agudo não crê que Franco pretendesse "uma integração pura e dura num Estado ibérico" Porque isso arrastaria "muitos problemas". "É possível que, sob uma Nova Ordem europeia, na eventualidade da vitória fascista e da derrota da Grã-Bretanha, Franco tivesse permitido a existência de um Portugal marioneta, fascista e inofensivo", diz. E, continuando num exercício de História virtual, acrescenta: "Se a Rússia tivesse sido eliminada por Hitler, o grande confronto, ou a Guerra Fria dos anos 50 e décadas porteriores, teria acontecido entre os EUA, por um lado, o grande bloco euro-africano fascista, pelo outro, assumindo este último um papel semelhante ao bloco soviético que conhecemos. Tanto Espanha como Portugal teria feito parte desse bloco constituído pelas potências do Eixo".
Nos últimos meses de 1940, o Plano de Campanha nº 1 (34) esteve prestes a ser realizado. Franco ordenara a prontidão militar para o ataque. Mas o que lhe sobrava em meios operacionais faltava-lhe em condições políticas, nomeadamente a garantia dos apoios alemão e italiano e a concretização das ideias imperialistas. "Os requisitos políticos para dar esse passo - as garantias de obtenção de um império em África - acabaram por não ser dados", explica Ros Agudo. O plano foi então depositado em arquivo e tornado inacessível depois de quase sete décadas.
[Esta notícia vem trazer a lume aquilo que há muito se comentava sem, contudo, se conhecer o documento que comprovava a teoria. Confirma-se assim que Franco nunca teve qualquer consideração por Portugal nem pelos portugueses. Nunca enganou Salazar, que sempre mostrou desconfiança por ele...]
O plano não permitia qualquer falha. Tudo começaria com um ultimato (impossível de cumprir) e um prazo limite de 24 horas ou 48 horas, findas as quais teria início a invasão de Portugal.
A operação incluía intervenções por terra, ar e mar e as primeiras incursões terrestres, realizadas por um contingente de 250 mil combatentes espanhóis, avançariam em direcção a Ciudad-Rodrigo, Guarda, Celorico da Beira, Coimbra, Lisboa, Elvas, Évora e Setúbal - a ocupação da capital e a divisão do país em três parcelas constituíam os passos fundamentais para a conquista de Portugal.
Ao longo de quase 70 anos, o Plano de Campanha nº 1 (34), o grande projecto de Franco para invadir Portugal, delineado em plena II Guerra Mundial (1940), esteve "adormecido" nos arquivos da Fundação Francisco Franco. Os rumores da tentação franquista de conquistar Portugal há muito que circulam no meio historiográfico - até porque uma das grandes orientações da política externa de António de Oliveira Salazar, durante o conflito mundial, consistia na independência nacional face à ameaça da anexação espanhola. Mas só recentemente foi possível confirmar que os temores de Salazar tinham justificação.
Em 2005, o historiador Ros Agudo foi o primeiro investigador a aceder às cem páginas que compõem o plano de ataque contra Portugal, elaborado pela 1ª secção do Alto Estado-Maior (AEM) espanhol no segundo semestre de 1940. O ineditismo da descoberta levou o investigador, de 47 anos, a dedicar-lhe um capítulo na sua obra "A Grande Tentação - Franco, o Império Colonial e o projecto de intervenção espanhola na Segunda Guerra Mundial", recém-editada em Portugal pela Casa das Letras. Na próxima terça-feira, Ros Agudo é um dos oradores da conferência A Península Ibérica na II Guerra Mundial - Os planos de invasão e defesa de Portugal, a realizar no Instituto de Defesa Nacional, a partir das 14h30, numa iniciativa conjunta com o Instituto de História Contemporânea.
Devastador e célere
O projecto de invadir Portugal não configurava uma "acção isolada", como se pode ler numa das alíneas dos documentos analisados por Ros Agudo. Tratava-se de uma operação preventiva, no âmbito da ambição franquista de declarar guerra à Inglaterra. Numa altura em que França já caíra sob o domínio da Alemanha nazi, Espanha, então com o estatuto de país não-beligerante, acalentava o sonho de um império norte-africano. Nem Hitler nem Mussolini podiam, em 1940, garantir a Franco a concretização deste desejo. Mas isso não fez esmorecer as ideias expansionistas e bélicas do "Caudilho".
A guerra contra a Inglaterra teria início com a tomada de Gibraltar. Porém, os estrategas do AEM prenunciavam que a primeira resposta britânica a este ataque fosse "um desembarque em Portugal com a ideia de montar uma cabeça-de-ponte para a invasão da península". Por isso, no plano ofensivo, determinava-se o emprego dos "meios necessários para bater o Exército português e o seu Aliado; ocupação do país e defesa das suas costas".
Tudo isto seria realizado sem o conhecimento prévio de Hitler e Mussolini. Porque Franco "queria manter o carácter secreto das operações, ter liberdade de manobra e também por questões de orgulho", explicou Ros Agudo. Contudo, após iniciados os ataques a Gibraltar e a Portugal, Espanha previa o apoio da aviação alemã, "nomeadamente com o reforço de bombardeiros e caças". A participação da aviação espanhola estava também definida no plano de ataque (com as missões de "destruir a aviação inimiga e as suas bases" e de "atacar os núcleos de comunicação, especialmente nas direcções da invasão, e os transportes de tropas").
Mas Espanha receava que o vasto contingente de homens em terra se confrontasse com a superioridade luso-britânica no ar. Neste âmbito, o reforço alemão seria indispensável. Assim como se afigurava prioritário um ataque terrestre devastador e célere.
Para a Marinha, o AEM planeara um conjunto de acções de defesa ("exercer acções com os submarinos sobre as comunicações inimigas", "proteger as comunicações com o Protectorado de Marrocos e Baleares"; "efectuar acções de minagem nos próprios portos") que pressupunham uma reacção rápida da Marinha britânica.
E Salazar?
Em Dezembro de 1940, quando Franco escreveu, assessorado pelo AEM, que decidira atacar Portugal - "Decidi [...] preparar a invasão de Portugal, com o objectivo de ocupar Lisboa e o resto da costa portuguesa" -, o Tratado de Amizade e Não Agressão, firmado pelos dois países em Março de 1939, não passava de um documento sem importância para o "Caudilho". Mas foi a partir desse acordo que os franquistas intensificaram as pressões diplomáticas para Portugal deixar de respeitar os compromissos da aliança luso-britânica: fizeram-no através de Nicolau Franco, irmão do ditador espanhol e embaixador em Lisboa; e também "aconselharam" o então embaixador português em Madrid, Pedro Teotónio Pereira.
Perante os planos de anexação, Espanha não desprezava apenas o pacto de não agressão, mas também a intervenção activa e material do Governo de Salazar no apoio aos franquistas durante a Guerra Civil de Espanha - três a cinco mil "viriatos" combateram nas fileiras das milícias da Falange, do Exército e da Legião espanhola, muitos deles recrutados através de anúncios nos jornais pagos pelo Estado; a rádio emitia propaganda franquista; e Salazar promoveu a mobilização anticomunista (recolhendo benefícios para a sustentação do Estado Novo).
Atentando no rigor e na determinação plasmadas no Plano de Campanha nº 1 (34), urge questionar qual o destino que reservava Franco para o ditador português, na eventualidade de a ocupação ter avançado.
A documentação descoberta por Ros Agudo cinge-se aos aspectos puramente militares e não contempla a "sorte pessoal" do presidente do Conselho. Mas o historiador, professor de História
Contemporânea na Universidade San Pablo, em Madrid, avança duas hipóteses: "O destino de Salazar e do seu Governo, no caso de Portugal não conseguir resistir à invasão, seria estabelecerem-se nas colónias (Angola ou Moçambique); ou podiam exilar o Governo em Londres, como aconteceu com alguns países europeus ocupados pelo Eixo".
Palavras encomendadas
Quanto ao futuro de Portugal, não há qualquer referência nos documentos, ficando sem resposta a pergunta sobre se a ocupação seria ou não temporária. No entanto, Ros Agudo cita no seu livro as "inquietantes" palavras de Serrano Suñer, ministro dos Assuntos Exteriores espanhol, ao seu homólogo alemão, Joachim von Ribbentrop, datadas de Setembro de 1940: "(...) ninguém pode deixar de se dar conta, ao olhar para o mapa da Europa, que, geograficamente falando, Portugal na realidade não tinha o direito de existir. Tinha apenas uma justificação moral e política para a sua independência pelo facto dos seus quase 800 anos de existência".
Ros Agudo acredita que estas palavras, proferidas em Berlim, foram "encomendadas" a Suñer por Franco, com a intenção de averiguar "a reacção de Hitler perante a ideia de um Portugal integrado num futuro grande Estado ibérico". Mas "oFührer não quis fazer qualquer compromisso sobre este assunto", nota o historiador.
Apesar das declarações de Suñer, Ros Agudo não crê que Franco pretendesse "uma integração pura e dura num Estado ibérico" Porque isso arrastaria "muitos problemas". "É possível que, sob uma Nova Ordem europeia, na eventualidade da vitória fascista e da derrota da Grã-Bretanha, Franco tivesse permitido a existência de um Portugal marioneta, fascista e inofensivo", diz. E, continuando num exercício de História virtual, acrescenta: "Se a Rússia tivesse sido eliminada por Hitler, o grande confronto, ou a Guerra Fria dos anos 50 e décadas porteriores, teria acontecido entre os EUA, por um lado, o grande bloco euro-africano fascista, pelo outro, assumindo este último um papel semelhante ao bloco soviético que conhecemos. Tanto Espanha como Portugal teria feito parte desse bloco constituído pelas potências do Eixo".
Nos últimos meses de 1940, o Plano de Campanha nº 1 (34) esteve prestes a ser realizado. Franco ordenara a prontidão militar para o ataque. Mas o que lhe sobrava em meios operacionais faltava-lhe em condições políticas, nomeadamente a garantia dos apoios alemão e italiano e a concretização das ideias imperialistas. "Os requisitos políticos para dar esse passo - as garantias de obtenção de um império em África - acabaram por não ser dados", explica Ros Agudo. O plano foi então depositado em arquivo e tornado inacessível depois de quase sete décadas.
[Esta notícia vem trazer a lume aquilo que há muito se comentava sem, contudo, se conhecer o documento que comprovava a teoria. Confirma-se assim que Franco nunca teve qualquer consideração por Portugal nem pelos portugueses. Nunca enganou Salazar, que sempre mostrou desconfiança por ele...]
CAN 2010: Construtoras portuguesas perdem os estádios, mas estão nas infra-estruturas de apoio
As empresas portuguesas de construção ficaram de fora dos grandes investimentos do governo angolano para o Campeonato Africano das Nações 2010, mas há companhias nacionais nas empreitadas de apoio ao torneio, que arranca a 10 de Janeiro.
A construção de quatro estádios de futebol de raiz despertou a atenção das construtoras portuguesas, sobretudo, as que tiveram a experiência do Euro 2004, mas os principais palcos do CAN 2010, nas cidades de Luanda, Cabinda, Benguela e Lubango, foram adjudicados a empresas chinesas.
O Conselho de Ministros de Angola chegou a anunciar, em Maio de 2007, que seria o consórcio luso-angolano, liderado pela Somague e pela Mota Engil, a construir o estádio de Lubango, em Huíla, mas a empreitada acabou por ser entrega à companhia chinesa Sinohydro.
Fonte da Somague reconheceu que a empresa chegou a ter contrato assinado para a construção do estádio de Lubango, acrescentando que a empresa está a construir infra-estruturas de apoio ao CAN 2010, cujo valor ascende aos 115 milhões de euros (170 milhões de dólares).
O principal projecto da Somague é a reabilitação e melhoramento do Aeroporto 4 de Fevereiro, em Luanda, um investimento de 33,6 milhões de euros (50 milhões de dólares), que vai permitir triplicar o número de passageiros da estrutura aeroportuário da capital angolana, de 1,2 para 3,6 milhões de passageiros.
A empresa portuguesa tem também em curso "vários projectos de reconstrução da rede viária e na área da saúde". A Somague acabou de inaugurar a Clínica Girassol, um investimento de 60 milhões de euros (90 milhões de dólares) da Sonangol, em Luanda, e está a construir dois hospitais municipais na capital angolana.
O grupo Mota-Engil tem vários projectos nos sectores da construção e obras públicas no mercado angolano, onde está presente desde 1946, o ano da fundação da Mota & Companhia.
Segundo fonte da empresa, a Mota-Engil está a construir um hotel em Benguela, uma das cidades sede do CAN 2010, que tem que estar concluído até ao final do ano para acolher uma das selecções apuradas para o campeonato.
O CEO da Soares da Costa admitiu que "houve algumas oportunidades para as quais olhámos, mas não foi uma prioridade para a empresa naquela altura".
Pedro Gonçalves adiantou que a empresa tem vários projectos em curso, em Angola, mas, contrapôs, "já estavam planificadas e não se pode dizer que tenham uma ligação directa ao campeonato".
Angola foi escolhida, em Setembro de 2006, para ser o país anfitrião da principal prova de futebol a nível de nações no continente africano, tendo a construção dos quatro estádios para o CAN 2010 sido atribuída por ajuste directo dada a necessidade de lançar as obras para estarem concretizadas no final de 2009.
De acordo com a página da Internet da comissão organizadora do CAN 2010, além dos quatro estádios construídos de raiz, "outros 11 estádios já existentes estão a ser recuperados para os treinos das selecções".
A organização do evento desportivo levou a que o governo angolano investisse "na melhoria e ampliação da malha rodoviária nacional e das vias locais, modernização da rede de telecomunicações, recuperação e extensão de dois aeroportos e construção de outros dois, renovação de frotas de transportes públicos e hospitais".
Segundo a comissão organizadora, "as intervenções representam a criação de milhares de empregos directos e indirectos, para além de permanecerem como benefícios perenes à população no pós Taça das Nações".
A construção de quatro estádios de futebol de raiz despertou a atenção das construtoras portuguesas, sobretudo, as que tiveram a experiência do Euro 2004, mas os principais palcos do CAN 2010, nas cidades de Luanda, Cabinda, Benguela e Lubango, foram adjudicados a empresas chinesas.
O Conselho de Ministros de Angola chegou a anunciar, em Maio de 2007, que seria o consórcio luso-angolano, liderado pela Somague e pela Mota Engil, a construir o estádio de Lubango, em Huíla, mas a empreitada acabou por ser entrega à companhia chinesa Sinohydro.
Fonte da Somague reconheceu que a empresa chegou a ter contrato assinado para a construção do estádio de Lubango, acrescentando que a empresa está a construir infra-estruturas de apoio ao CAN 2010, cujo valor ascende aos 115 milhões de euros (170 milhões de dólares).
O principal projecto da Somague é a reabilitação e melhoramento do Aeroporto 4 de Fevereiro, em Luanda, um investimento de 33,6 milhões de euros (50 milhões de dólares), que vai permitir triplicar o número de passageiros da estrutura aeroportuário da capital angolana, de 1,2 para 3,6 milhões de passageiros.
A empresa portuguesa tem também em curso "vários projectos de reconstrução da rede viária e na área da saúde". A Somague acabou de inaugurar a Clínica Girassol, um investimento de 60 milhões de euros (90 milhões de dólares) da Sonangol, em Luanda, e está a construir dois hospitais municipais na capital angolana.
O grupo Mota-Engil tem vários projectos nos sectores da construção e obras públicas no mercado angolano, onde está presente desde 1946, o ano da fundação da Mota & Companhia.
Segundo fonte da empresa, a Mota-Engil está a construir um hotel em Benguela, uma das cidades sede do CAN 2010, que tem que estar concluído até ao final do ano para acolher uma das selecções apuradas para o campeonato.
O CEO da Soares da Costa admitiu que "houve algumas oportunidades para as quais olhámos, mas não foi uma prioridade para a empresa naquela altura".
Pedro Gonçalves adiantou que a empresa tem vários projectos em curso, em Angola, mas, contrapôs, "já estavam planificadas e não se pode dizer que tenham uma ligação directa ao campeonato".
Angola foi escolhida, em Setembro de 2006, para ser o país anfitrião da principal prova de futebol a nível de nações no continente africano, tendo a construção dos quatro estádios para o CAN 2010 sido atribuída por ajuste directo dada a necessidade de lançar as obras para estarem concretizadas no final de 2009.
De acordo com a página da Internet da comissão organizadora do CAN 2010, além dos quatro estádios construídos de raiz, "outros 11 estádios já existentes estão a ser recuperados para os treinos das selecções".
A organização do evento desportivo levou a que o governo angolano investisse "na melhoria e ampliação da malha rodoviária nacional e das vias locais, modernização da rede de telecomunicações, recuperação e extensão de dois aeroportos e construção de outros dois, renovação de frotas de transportes públicos e hospitais".
Segundo a comissão organizadora, "as intervenções representam a criação de milhares de empregos directos e indirectos, para além de permanecerem como benefícios perenes à população no pós Taça das Nações".
quinta-feira, outubro 22, 2009
Português David Mares vence prémio Guggenheim
"Estou? David Mares?"
"Sim..."
"Antes de mais, parabéns pelo prémio Guggenheim..."
"Mas ainda não se sabe quem ganhou...", interrompe o arquitecto português
"Sim, já se sabe, está no site do museu."
"[Silêncio] Ganhei?! Não sabia de nada!"
Foi desta forma que David Mares, 26 anos, ficou a saber que tinha sido vencedor do prémio do público do Concurso Internacional de Design do Museu Guggenheim, de Nova Iorque. David mostrou-se surpreendido porque não sabia que tinha ganho o prémio (o museu nova-iorquino pôs a notícia no site antes de contactá-lo), mas afirmou que já o esperava, dada a actualização de ontem da contagem dos votos que já lhe davam uma vantagem de 40 mil votos sobre o segundo classificado. O arquitecto português teve 64875 votos do público, enquanto que o segundo classificado, Gonzalo Raymundo, apenas teve 19682 votos.
O português de Setúbal concebeu um modelo virtual, em 3D, de um abrigo em cortiça (“Cork Block Shelter”), que se encontra projectado em Vale dos Barris, Setúbal. “O abrigo foi concebido para ser um bloco ecológico e vivo”, lê-se no site do museu nova-iorquino. A obra, para além de ser considerada uma boa forma de isolamento térmico numa região caracterizada por um microclima, também fornece um bom isolamento acústico. O abrigo "é apenas um projecto conceptual", diz David Mares. "E criar um abrigo para um estudante" é a ideia.
Mares explica como teve conhecimento do concurso: "Foi através de uma newsletter. Um colega meu é que me chamou à atenção". "Não tinha nada preparado, foi na altura que pensei no projecto", diz.
Agora espera-lhe uma viagem a Nova Iorque para duas pessoas e por duas noite, e o arquitecto espera maior reconhecimento, nacional e internacional, depois deste prémio. Para além do prémio do público, também estava em competição um prémio do júri que foi entregue ao dinamarquês David Eltang, criador de um abrigo marítimo na costa dinamarquesa que permite a protecção de tempestades.
"Sim..."
"Antes de mais, parabéns pelo prémio Guggenheim..."
"Mas ainda não se sabe quem ganhou...", interrompe o arquitecto português
"Sim, já se sabe, está no site do museu."
"[Silêncio] Ganhei?! Não sabia de nada!"
Foi desta forma que David Mares, 26 anos, ficou a saber que tinha sido vencedor do prémio do público do Concurso Internacional de Design do Museu Guggenheim, de Nova Iorque. David mostrou-se surpreendido porque não sabia que tinha ganho o prémio (o museu nova-iorquino pôs a notícia no site antes de contactá-lo), mas afirmou que já o esperava, dada a actualização de ontem da contagem dos votos que já lhe davam uma vantagem de 40 mil votos sobre o segundo classificado. O arquitecto português teve 64875 votos do público, enquanto que o segundo classificado, Gonzalo Raymundo, apenas teve 19682 votos.
O português de Setúbal concebeu um modelo virtual, em 3D, de um abrigo em cortiça (“Cork Block Shelter”), que se encontra projectado em Vale dos Barris, Setúbal. “O abrigo foi concebido para ser um bloco ecológico e vivo”, lê-se no site do museu nova-iorquino. A obra, para além de ser considerada uma boa forma de isolamento térmico numa região caracterizada por um microclima, também fornece um bom isolamento acústico. O abrigo "é apenas um projecto conceptual", diz David Mares. "E criar um abrigo para um estudante" é a ideia.
Mares explica como teve conhecimento do concurso: "Foi através de uma newsletter. Um colega meu é que me chamou à atenção". "Não tinha nada preparado, foi na altura que pensei no projecto", diz.
Agora espera-lhe uma viagem a Nova Iorque para duas pessoas e por duas noite, e o arquitecto espera maior reconhecimento, nacional e internacional, depois deste prémio. Para além do prémio do público, também estava em competição um prémio do júri que foi entregue ao dinamarquês David Eltang, criador de um abrigo marítimo na costa dinamarquesa que permite a protecção de tempestades.
Scott Paiva, o bom aluno que apertou a mão de Obama
Scott Paiva tem 18 anos e dá pela testa de Barack Obama.
"Tenho 1,83 metros", responde do outro lado do Atlântico, de New Bedford, no Massachusetts (Leste dos EUA). A pergunta é automática quando se olha para a fotografia tirada segunda-feira na Casa Branca, em que Scott está ao lado do presidente americano. Por motivos de segurança, as câmaras pessoais ficaram à entrada, num espaço onde reina a objectiva do fotógrafo oficial da Casa Branca, Pete Souza, que tem origens açorianas. A história do bom aluno especialista em impostos, que esta semana teve direito a um aperto de mão presidencial, também começa em Portugal, há quatro gerações. Scott não fala português, mas veio passar o último Verão a S. Miguel. As raízes ficam um instante de lado para falar do feito.
No semestre antes das férias, no último ano do liceu de New Bedford, um professor pediu à turma de futuros caloiros para traçarem um plano de negócios, desafio lançado anualmente pela Network for Teaching Entrepreneurship (NFTE), uma organização sem fins lucrativos destinada a "ajudar jovens de comunidades pobres a formar competências e a libertar a sua criatividade empreendedora". O seu projecto, uma empresa que ajudaria os jovens da cidade universitária de Boston a lidar com declarações de impostos e outras burocracias, foi um dos melhores, e passou à competição inter-turmas da escola. Ganhou outra vez e foi ao duelo regional, em Boston. Passou e chegou à fase nacional. A gravata oficial da presidência Nova Iorque, 7 de Outubro: "Às oito da manhã éramos 28 candidatos. Às sete da noite já só éramos três, fiquei em terceiro lugar", conta Scott, entre repetidos "não estava nada à espera". Em poucos dias, tornou-se numa pop star em New Bedford, onde há uma grande comunidade de imigrantes portugueses. Recebeu perto de 4000 euros durante toda a competição para arrancar com uma start-up providencial para jovens menos desenrascados com o fisco. "No fundo, é um negócio que já corria na família", diz. O pai, nascido na vila de Rabo de Peixe - e que também apertou a mão a Obama - e a mãe, de Ribeira de Chã, conheceram-se em New Bedford e têm uma empresa de serviços relacionados com impostos. "Obama apertou-nos a mão, falou cinco minutos conosco e deu-nos a gravata oficial da presidência." Uma gravata oficial da presidência? "Sim, havia melhor souvenir para trazer da Casa Branca?" Scott-futuro-homem-de-negócios ri-se.
A visita começou com duas horas a conhecer os recantos da Casa Branca e terminou na sala oval. Foram acompanhados por uma comitiva da NFTE até ao escritório do presidente. "Éramos oito, mas na sala ao lado viam-se seguranças e pessoal dos serviços secretos, just in case", volta a sorrir. "Quando entrámos, ele já sabia os nossos nomes e quais eram os nossos projectos. Disse-me: 'Acho que a tua ideia podia dar jeito ao pessoal do meu gabinete.'" Fora da televisão e do barulho das luzes, "é difícil descrevê-lo", diz Scott. "Pela forma como nos apertou a mão, pelo interesse que tinha no que estávamos a dizer, pela forma como nos olhava directamente nos olhos, pareceu-me uma pessoa muito centrada". Para já, garante, não trocava as finanças pela política. "É muito desconcertante para alguém da minha idade conhecer o presidente, mas acho que vai ajudar-me." Lição: "Nunca desistir de uma ideia."
"Tenho 1,83 metros", responde do outro lado do Atlântico, de New Bedford, no Massachusetts (Leste dos EUA). A pergunta é automática quando se olha para a fotografia tirada segunda-feira na Casa Branca, em que Scott está ao lado do presidente americano. Por motivos de segurança, as câmaras pessoais ficaram à entrada, num espaço onde reina a objectiva do fotógrafo oficial da Casa Branca, Pete Souza, que tem origens açorianas. A história do bom aluno especialista em impostos, que esta semana teve direito a um aperto de mão presidencial, também começa em Portugal, há quatro gerações. Scott não fala português, mas veio passar o último Verão a S. Miguel. As raízes ficam um instante de lado para falar do feito.
No semestre antes das férias, no último ano do liceu de New Bedford, um professor pediu à turma de futuros caloiros para traçarem um plano de negócios, desafio lançado anualmente pela Network for Teaching Entrepreneurship (NFTE), uma organização sem fins lucrativos destinada a "ajudar jovens de comunidades pobres a formar competências e a libertar a sua criatividade empreendedora". O seu projecto, uma empresa que ajudaria os jovens da cidade universitária de Boston a lidar com declarações de impostos e outras burocracias, foi um dos melhores, e passou à competição inter-turmas da escola. Ganhou outra vez e foi ao duelo regional, em Boston. Passou e chegou à fase nacional. A gravata oficial da presidência Nova Iorque, 7 de Outubro: "Às oito da manhã éramos 28 candidatos. Às sete da noite já só éramos três, fiquei em terceiro lugar", conta Scott, entre repetidos "não estava nada à espera". Em poucos dias, tornou-se numa pop star em New Bedford, onde há uma grande comunidade de imigrantes portugueses. Recebeu perto de 4000 euros durante toda a competição para arrancar com uma start-up providencial para jovens menos desenrascados com o fisco. "No fundo, é um negócio que já corria na família", diz. O pai, nascido na vila de Rabo de Peixe - e que também apertou a mão a Obama - e a mãe, de Ribeira de Chã, conheceram-se em New Bedford e têm uma empresa de serviços relacionados com impostos. "Obama apertou-nos a mão, falou cinco minutos conosco e deu-nos a gravata oficial da presidência." Uma gravata oficial da presidência? "Sim, havia melhor souvenir para trazer da Casa Branca?" Scott-futuro-homem-de-negócios ri-se.
A visita começou com duas horas a conhecer os recantos da Casa Branca e terminou na sala oval. Foram acompanhados por uma comitiva da NFTE até ao escritório do presidente. "Éramos oito, mas na sala ao lado viam-se seguranças e pessoal dos serviços secretos, just in case", volta a sorrir. "Quando entrámos, ele já sabia os nossos nomes e quais eram os nossos projectos. Disse-me: 'Acho que a tua ideia podia dar jeito ao pessoal do meu gabinete.'" Fora da televisão e do barulho das luzes, "é difícil descrevê-lo", diz Scott. "Pela forma como nos apertou a mão, pelo interesse que tinha no que estávamos a dizer, pela forma como nos olhava directamente nos olhos, pareceu-me uma pessoa muito centrada". Para já, garante, não trocava as finanças pela política. "É muito desconcertante para alguém da minha idade conhecer o presidente, mas acho que vai ajudar-me." Lição: "Nunca desistir de uma ideia."
quarta-feira, outubro 21, 2009
Monarquia em Portugal III - Curiosidades
Sem querer entrar em disputas científicas acho que há alguns dados que vale a pena referir, isto ainda em relação a classificações.
No IDH (Human development Index) deste ano publicado pelo PNUD (Programa Desenvolvimento das Nações Unidas) há dados a reter.
Isto são meros indicativos e reforço não digo que haja relacionamento directo entre o regime destes países e os índices de desenvolvimento apresentados. Mas há dados curiosos.
O ranking deste ano é encabeçado por uma monarquia, a Noruega. Existem 6 países monarquicos e 4 países republicanos nos 10 primeiros lugares. Há algumas surpresas como a entrada da França e da Suíça nos 10 primeiros.
Sendo estes dados de 2008 ,duas repúblicas que cairão certamente para fora dos 10 mais no próximo ano, Islândia e Irlanda.
Bom mas este assunto está mais do que debatido e demonstrado, mas encontrei um indicador interessante, o GINI Index. Este é um valor que demonstra entre 0 a 100 o valor da desigualdade entre ricos e pobres num dado país.
A Reter: Os Quatro países com menor nível de desigualdade no Mundo são quatro monarquias, a saber, Dinamarca, Japão, Suécia e Noruega. Em 4º lugar ex-aequo com a Noruega surge a República Checa e a Eslováquia.
A reter ainda mais fortemente, Portugal surge neste Ranking em 61º lugar. Sim repito, 61º lugar.
A comparar... o valor da Dinamarca 24.7 com os 38.5 apresentados pelo nosso país, entre o Irão, sim isso mesmo o Irão, e o Benim. Isto é de facto um dado muito preocupante.
E a Dinamarca até aparece somente no 16º lugar no índice global do IDH, Portugal no 34º.
Além destes dados escabrosos, agora uma achega à minha dama, isto seguindo uma afirmação onde dizia que as monarquias eram mais "amigas" dos seus cidadãos. Num mero exercício não científico, peguei no ranking do IDH e verifiquei o índice GINI (que mede a desigualdade entre ricos e pobres) das três monarquias e repúblicas europeias melhor classificadas.
A saber Irlanda, França e Suiça, 5º, 8º e 9º respectivamente na classificação do IDH e Noruega Holanda e Suécia, 1º, 6º e 7º ordenadamente. (Um aparte, a Islândia não apresenta índice de GINI)
A república com menor desigualdade das referidas é a França, que apresenta um nível de desigualdade de 32.7. Portugal relembro 38.5. A Suécia apresenta um valor de 25.0. Como vêm há quase 8 pontos de diferença entre França e a Suécia, Portugal está literalmente tramado, a quase 14 pontos da Suécia.
Assim sendo temos que a média de desigualdade entre as três repúblicas europeias apresentadas é de 33,6 e relembrando que o ideal seria o zero o que equivaleria um país sem desigualdades entre ricos e pobres, a média das três monarquias referidas anteriormente é um valor de 27,2, ou seja 6.4 pontos de diferença.
Portugal é o país da União Europeia com maiores desigualdades económicas.
No IDH (Human development Index) deste ano publicado pelo PNUD (Programa Desenvolvimento das Nações Unidas) há dados a reter.
Isto são meros indicativos e reforço não digo que haja relacionamento directo entre o regime destes países e os índices de desenvolvimento apresentados. Mas há dados curiosos.
O ranking deste ano é encabeçado por uma monarquia, a Noruega. Existem 6 países monarquicos e 4 países republicanos nos 10 primeiros lugares. Há algumas surpresas como a entrada da França e da Suíça nos 10 primeiros.
Sendo estes dados de 2008 ,duas repúblicas que cairão certamente para fora dos 10 mais no próximo ano, Islândia e Irlanda.
Bom mas este assunto está mais do que debatido e demonstrado, mas encontrei um indicador interessante, o GINI Index. Este é um valor que demonstra entre 0 a 100 o valor da desigualdade entre ricos e pobres num dado país.
A Reter: Os Quatro países com menor nível de desigualdade no Mundo são quatro monarquias, a saber, Dinamarca, Japão, Suécia e Noruega. Em 4º lugar ex-aequo com a Noruega surge a República Checa e a Eslováquia.
A reter ainda mais fortemente, Portugal surge neste Ranking em 61º lugar. Sim repito, 61º lugar.
A comparar... o valor da Dinamarca 24.7 com os 38.5 apresentados pelo nosso país, entre o Irão, sim isso mesmo o Irão, e o Benim. Isto é de facto um dado muito preocupante.
E a Dinamarca até aparece somente no 16º lugar no índice global do IDH, Portugal no 34º.
Além destes dados escabrosos, agora uma achega à minha dama, isto seguindo uma afirmação onde dizia que as monarquias eram mais "amigas" dos seus cidadãos. Num mero exercício não científico, peguei no ranking do IDH e verifiquei o índice GINI (que mede a desigualdade entre ricos e pobres) das três monarquias e repúblicas europeias melhor classificadas.
A saber Irlanda, França e Suiça, 5º, 8º e 9º respectivamente na classificação do IDH e Noruega Holanda e Suécia, 1º, 6º e 7º ordenadamente. (Um aparte, a Islândia não apresenta índice de GINI)
A república com menor desigualdade das referidas é a França, que apresenta um nível de desigualdade de 32.7. Portugal relembro 38.5. A Suécia apresenta um valor de 25.0. Como vêm há quase 8 pontos de diferença entre França e a Suécia, Portugal está literalmente tramado, a quase 14 pontos da Suécia.
Assim sendo temos que a média de desigualdade entre as três repúblicas europeias apresentadas é de 33,6 e relembrando que o ideal seria o zero o que equivaleria um país sem desigualdades entre ricos e pobres, a média das três monarquias referidas anteriormente é um valor de 27,2, ou seja 6.4 pontos de diferença.
Portugal é o país da União Europeia com maiores desigualdades económicas.
terça-feira, outubro 20, 2009
Monarquia em Portugal II - Classificações
Tiago Moreira Ramalho (TMR) há poucos dias desvalorizava no Expresso o facto de na maioria das classificações mundiais as monarquias aparecerem nos lugares de topo, afirmando que eram países ricos mesmo antes de se pensar em repúblicas.
No primeiro texto desta série desconstruí este argumento, com razão ou não, vocês decidam. Por outro lado na visão dele nenhuma monarquia poderia ser democrática porque não era eleito o chefe de estado. Acredito ter desconstruido também esse argumento.
Juntando os dois argumentos de TMR surgiu agora um index interessante para lhe dar resposta. Concordará comigo TMR que um dos indicadores mais expressivos da qualidade de uma democracia é a liberdade de Imprensa. Os Repórteres sem Fronteiras publicaram agora o seu index de 2009, e quem diria:
No primeiro lugar ex-aequo surgem a Dinamarca, Finlândia, Irlanda, Noruega e Suécia. Duas Repúblicas e três Monarquias. Muito bem para países que não são democráticos digo eu.
Vendo a classificação mais a fundo podemos verificar que todas as Monarquias europeias estão nos 20 primeiros lugares, exceptuando a espanhola, que se encontra em 44º, explicado com a existência ainda de ameaças físicas a jornalistas neste país.
Temos então que todas as monarquias europeias estão nos primeiros 20 lugares (excepto Espanha). Nalguns lugares interessantes encontramos Portugal que ocupa o 30º lugar (caíu 14) empatado com países tão simpáticos como o Mali e a Costa Rica.
Temos também a bela república de Itália no 49º lugar encalhada entre Hong Kong e a Roménia.
Essa terra de liberdade e arauto do republicanismo a que se dá o nome de república de França aparece no 44º lugar entre Suriname e Cabo Verde.
Muito bem, repito eu, para países não democráticos como afirma Tiago Moreira Ramalho.
No primeiro texto desta série desconstruí este argumento, com razão ou não, vocês decidam. Por outro lado na visão dele nenhuma monarquia poderia ser democrática porque não era eleito o chefe de estado. Acredito ter desconstruido também esse argumento.
Juntando os dois argumentos de TMR surgiu agora um index interessante para lhe dar resposta. Concordará comigo TMR que um dos indicadores mais expressivos da qualidade de uma democracia é a liberdade de Imprensa. Os Repórteres sem Fronteiras publicaram agora o seu index de 2009, e quem diria:
No primeiro lugar ex-aequo surgem a Dinamarca, Finlândia, Irlanda, Noruega e Suécia. Duas Repúblicas e três Monarquias. Muito bem para países que não são democráticos digo eu.
Vendo a classificação mais a fundo podemos verificar que todas as Monarquias europeias estão nos 20 primeiros lugares, exceptuando a espanhola, que se encontra em 44º, explicado com a existência ainda de ameaças físicas a jornalistas neste país.
Temos então que todas as monarquias europeias estão nos primeiros 20 lugares (excepto Espanha). Nalguns lugares interessantes encontramos Portugal que ocupa o 30º lugar (caíu 14) empatado com países tão simpáticos como o Mali e a Costa Rica.
Temos também a bela república de Itália no 49º lugar encalhada entre Hong Kong e a Roménia.
Essa terra de liberdade e arauto do republicanismo a que se dá o nome de república de França aparece no 44º lugar entre Suriname e Cabo Verde.
Muito bem, repito eu, para países não democráticos como afirma Tiago Moreira Ramalho.
Vitória ao cubo nosÓscares do turismopara a cidade da luz
Foi um triplo salto da capital portuguesa, que vence três das principais categorias dos World Travel Awards (WTA). Cruzeiros, escapadelas, mas sobretudo a melhor cidade europeia para viajar. O que é que Lisboa tem em 2009?
A vida turística é como o eléctrico 28 nas colinas de Lisboa: umas vezes está a subir, outras vezes está a descer para cada destino. Depois de em 2008 ter sido contemplado nos WTA com um único prémio, institucional, para o Turismo de Portugal, este ano o país foi muito premiado: três prémios para Lisboa e para dois hotéis.
Apesar dos dramas que os portugueses vêem em primeiro lugar (a falta de um terminal portuário adequado, as obras que se eternizam, o deserto ao lusco-fusco na Baixa, a colonização estival do Algarve), somos os maiores da Europa em cinco categorias: Lisboa é o melhor destino europeu, a melhor cidade europeia para uma escapadela (city break) e a melhor cidade destino de cruzeiros da Europa; o hotel Vila Joya, no Algarve, com o seu serviço de helicópteros, limusinas e golfe é o melhor resort boutique da Europa; e o Marriott Golf & Beach Resort da Praia d'el Rey, na região de Óbidos (onde se realizou a cerimónia dos prémios), é o melhor resort europeu de golfe e lazer.
Os WTA da Europa foram revelados no sábado, depois de uma votação em que pela primeira vez os utilizadores do site da WTA puderam participar, juntando-se a milhares de profissionais de turismo (cujo voto vale o dobro do que o de um "civil"). Havia 27 nomeados portugueses na divisão europeia e vieram cinco prémios. Em 2008 o melhor porto foi Copenhaga e o melhor destino era Londres. A categoria "escapadela" não existia, pelo que coube a Lisboa inaugurá-la. O que mudou para que a elegessem como a cidade ideal para tantas actividades?
A vitória do Turismo de Portugal em 2008 "talvez tenha a ver com os bons resultados deste ano", sugere João Passos, presidente da Associação Portuguesa dos Agentes de Viagens e Turismo (APAVT). "A promoção foi feita, funcionou bem" e colheram-se os frutos, sugere. Quanto ao triplo salto dado por Lisboa, João Passos, que é portuense, não hesita: "Lisboa porque é Lisboa. Desde sempre é uma cidade atractiva, cheia de luz, que cativa."
Já o director do Sheraton e presidente do Convention Bureau do Turismo de Lisboa, António Pereira, diz que "a cidade tem-se preparado para os dias de hoje, é moderna, e tem muita oferta para turistas com pouco tempo". "É uma cidade fantástica para city breaks, pelo seu ambiente, pela luz e pelo povo. Estamos na moda."
A categoria "decity breakssurge" num contexto especial: de crise, de implantação daslow-cost, de alterações culturais que subdividem os períodos de lazer. "As pessoas já não vão de férias por 30 dias, cada vez mais juntam dois dias de férias a um fim-de-semana para escapadelas", contextualiza António Pereira, que concorda que "a crise veio facilitar ou fazer com que o segmento de city breaks tivesse uma melhoria".
O crescimento das low-cost,prossegue, "ajuda muitíssimo". E "Lisboa é um dos destinos com melhor qualidade ao melhor preço." Por isso chegam espanhóis, ingleses, alemães e, mais recentemente, americanos e russos e brasileiros. "Os breaks estão na moda", confirma João Passos, também graças "à flexibilização das tarifas aéreas", que deixaram de exigir estadias de uma semana ou de uma noite de sábado para preços mais baixos.
E há o golfe e os cruzeiros. Portugal, com a aposta no turismo como principal actividade económica, vence com Lisboa em três categorias para diferentes bolsas e com dois hotéis de escalão alto - e voltados para o golfe. "É um subsector extremamente importante para a economia portuguesa", nota o presidente da APAVT.
Dar visibilidade ao país
Num país que canta os seus "magníficos dias atlânticos", Lisboa é também o melhor destino de cruzeiro. É um mercado que envolve cerca de 15 milhões de passageiros/ano em todo o mundo (cinco milhões na Europa), de acordo com dados da Royal Caribbean Cruises, um dos maiores operadores, divulgados pela Lusa. Mas é apenas o sexto porto a nível ibérico e está longe de cumprir o plano nacional estratégico de turismo (2007), que até 2017 quer Lisboa e Madeira no top 8 europeu.
Entre Janeiro e Julho, 463 mil passageiros de cruzeiros passaram pelos portos portugueses (crescimento de 5,4% em relação a 2008); 194.634 estiveram em Lisboa. Mas a capital, segundo operadores internacionais, tem algumas dores de crescimento: o terminal não é funcional para o número crescente de passageiros; um cruzeiro mediterrânico que passe por Lisboa faz uma viagem mais longa e, por isso, mais cara.
"Há uma entropia", reconhece João Passos, mas "tem-se assistido a um crescimento imenso". António Pereira concorda e pede soluções rápidas. A Administração do Porto de Lisboa diz à Lusa que o novo cais de Santa Apolónia (2011) vai solucionar estas questões.
No final de contas, os WTA aumentam o reconhecimento internacional dos vencedores, resume a organização. "Não posso quantificar, mas estes prémios têm sempre resultados positivos", explica João Passos. "O facto de serem votados por operadores de todo o mundo aumenta ainda mais o seu significado" e dão "mais visibilidade ao país como destino de qualidade". E cada um deles - também os sete hotéis que foram distinguidos na categoria portuguesa - passa à final mundial dos WTA, que se realiza em Londres a 8 de Novembro.
A vida turística é como o eléctrico 28 nas colinas de Lisboa: umas vezes está a subir, outras vezes está a descer para cada destino. Depois de em 2008 ter sido contemplado nos WTA com um único prémio, institucional, para o Turismo de Portugal, este ano o país foi muito premiado: três prémios para Lisboa e para dois hotéis.
Apesar dos dramas que os portugueses vêem em primeiro lugar (a falta de um terminal portuário adequado, as obras que se eternizam, o deserto ao lusco-fusco na Baixa, a colonização estival do Algarve), somos os maiores da Europa em cinco categorias: Lisboa é o melhor destino europeu, a melhor cidade europeia para uma escapadela (city break) e a melhor cidade destino de cruzeiros da Europa; o hotel Vila Joya, no Algarve, com o seu serviço de helicópteros, limusinas e golfe é o melhor resort boutique da Europa; e o Marriott Golf & Beach Resort da Praia d'el Rey, na região de Óbidos (onde se realizou a cerimónia dos prémios), é o melhor resort europeu de golfe e lazer.
Os WTA da Europa foram revelados no sábado, depois de uma votação em que pela primeira vez os utilizadores do site da WTA puderam participar, juntando-se a milhares de profissionais de turismo (cujo voto vale o dobro do que o de um "civil"). Havia 27 nomeados portugueses na divisão europeia e vieram cinco prémios. Em 2008 o melhor porto foi Copenhaga e o melhor destino era Londres. A categoria "escapadela" não existia, pelo que coube a Lisboa inaugurá-la. O que mudou para que a elegessem como a cidade ideal para tantas actividades?
A vitória do Turismo de Portugal em 2008 "talvez tenha a ver com os bons resultados deste ano", sugere João Passos, presidente da Associação Portuguesa dos Agentes de Viagens e Turismo (APAVT). "A promoção foi feita, funcionou bem" e colheram-se os frutos, sugere. Quanto ao triplo salto dado por Lisboa, João Passos, que é portuense, não hesita: "Lisboa porque é Lisboa. Desde sempre é uma cidade atractiva, cheia de luz, que cativa."
Já o director do Sheraton e presidente do Convention Bureau do Turismo de Lisboa, António Pereira, diz que "a cidade tem-se preparado para os dias de hoje, é moderna, e tem muita oferta para turistas com pouco tempo". "É uma cidade fantástica para city breaks, pelo seu ambiente, pela luz e pelo povo. Estamos na moda."
A categoria "decity breakssurge" num contexto especial: de crise, de implantação daslow-cost, de alterações culturais que subdividem os períodos de lazer. "As pessoas já não vão de férias por 30 dias, cada vez mais juntam dois dias de férias a um fim-de-semana para escapadelas", contextualiza António Pereira, que concorda que "a crise veio facilitar ou fazer com que o segmento de city breaks tivesse uma melhoria".
O crescimento das low-cost,prossegue, "ajuda muitíssimo". E "Lisboa é um dos destinos com melhor qualidade ao melhor preço." Por isso chegam espanhóis, ingleses, alemães e, mais recentemente, americanos e russos e brasileiros. "Os breaks estão na moda", confirma João Passos, também graças "à flexibilização das tarifas aéreas", que deixaram de exigir estadias de uma semana ou de uma noite de sábado para preços mais baixos.
E há o golfe e os cruzeiros. Portugal, com a aposta no turismo como principal actividade económica, vence com Lisboa em três categorias para diferentes bolsas e com dois hotéis de escalão alto - e voltados para o golfe. "É um subsector extremamente importante para a economia portuguesa", nota o presidente da APAVT.
Dar visibilidade ao país
Num país que canta os seus "magníficos dias atlânticos", Lisboa é também o melhor destino de cruzeiro. É um mercado que envolve cerca de 15 milhões de passageiros/ano em todo o mundo (cinco milhões na Europa), de acordo com dados da Royal Caribbean Cruises, um dos maiores operadores, divulgados pela Lusa. Mas é apenas o sexto porto a nível ibérico e está longe de cumprir o plano nacional estratégico de turismo (2007), que até 2017 quer Lisboa e Madeira no top 8 europeu.
Entre Janeiro e Julho, 463 mil passageiros de cruzeiros passaram pelos portos portugueses (crescimento de 5,4% em relação a 2008); 194.634 estiveram em Lisboa. Mas a capital, segundo operadores internacionais, tem algumas dores de crescimento: o terminal não é funcional para o número crescente de passageiros; um cruzeiro mediterrânico que passe por Lisboa faz uma viagem mais longa e, por isso, mais cara.
"Há uma entropia", reconhece João Passos, mas "tem-se assistido a um crescimento imenso". António Pereira concorda e pede soluções rápidas. A Administração do Porto de Lisboa diz à Lusa que o novo cais de Santa Apolónia (2011) vai solucionar estas questões.
No final de contas, os WTA aumentam o reconhecimento internacional dos vencedores, resume a organização. "Não posso quantificar, mas estes prémios têm sempre resultados positivos", explica João Passos. "O facto de serem votados por operadores de todo o mundo aumenta ainda mais o seu significado" e dão "mais visibilidade ao país como destino de qualidade". E cada um deles - também os sete hotéis que foram distinguidos na categoria portuguesa - passa à final mundial dos WTA, que se realiza em Londres a 8 de Novembro.
sexta-feira, outubro 16, 2009
Monarquia em Portugal I - O Rei Sou Eu
Tiago Moreira Ramalho publicou um texto no blogue aparelho de estado do jornal Expresso onde tenta desmontar alguns dos argumentos dos monárquicos. Claro que é uma opinião e este texto, uma espécie de resposta será somente um debate de ideias.
Ora o senhor Ramalho faz muita questão de utilizar palavras como mentiras e falácias, o que se torna irónico quando ele comete tantas no seu texto.
Em tom de brincadeira diria que comete uma falácia logo no início quando diz que os republicanos "toleram" os monárquicos porque são simpáticos e não querem ofender as crenças de ninguém. Que eu saiba não foram os monárquicos que assassinaram pessoas, nem usaram da força bruta para impor um regime de iluminados lisboetas enlevados por ideais franco-russos. Mas isto apenas em tom de brincadeira.
Seguindo o texto do senhor Ramalho passo a explicar:
Facto: sem falar em riquezas, falarei pelo menos numa classificação, a que se dá o nome de IDH (índice de desenvolvimento humano) que é elaborado pela ONU. Nesta classificação é analisada a sociedade como um todo, educação, amparo social, riqueza, vários vectores. Este ano não conheço o Ranking em detalhe mas sei que Portugal caiu, andará nos trigésimos e o líder é uma monarquia de seu nome Noruega. Há dois anos, recordo-me de cor, 7 dos 10 primeiros classificados eram monarquias.
Não é sério e isso dou-lhe de barato, fazer um exercício em que se associe directamente o facto de o regime monárquico seja por si só sinal de riqueza. Mas algo há de haver nas monarquias para que ano após ano, com crises ou sem crises, as monarquias liderem em todas as classificações mundiais.
E logo o sr. Ramalho comete nova falácia, diz que as monarquias já eram países ricos antes de se pensar em república. Além do regime republicano ser tão antigo como o monárquico, sugiro ao sr. Ramalho que se debruce um pouco em história comparada entre Portugal e Espanha especialmente o século XX. Recordo-lhe que a Espanha não era um país rico e qual foi a diferença para Portugal? Exactamente a monarquia versus a III, IV, ou XX república em que vivemos.
No segundo ponto o sr. Ramalho dá uma novidade aos cidadãos das monarquias europeias, nenhuma delas é democrática!!! Sugiro que vá dizer isso a um holandês, a um espanhol ou até a belga.
No mesmo parágrafo vem mais uma das patacoadas típicas dos republicanos. O desígnio divino! Falo-lhe somente do caso Português; no nosso país o rei sempre foi tido como um primus inter pares, ou seja o primeiro entre iguais. Bem pode torcer o parafuso, estrebuchar o que quiser, há uma realidade inalienável em Portugal, o Rei é escolhido pelo povo. Eu sei que esta afirmação lhe pode provocar alguma contusão cerebral, mas... informe-se.
Não é o direito divino que legitima um rei, é o povo através das cortes, para que saiba é basicamente um parlamento eleito pelo povo. O órgão máximo numa monarquia constitucional não é o Rei, é o Povo através das cortes.
Claro que existem regras, as quais forma feitas para manter a coerência e a estabilidade de um país, mas qualquer rei pode ser legitimado ou deposto pelos seu pares, ou seja todo e qualquer português.
Sendo que estas linhas derrubam por completo a argumentação do sr. Ramalho, ofereço-lhe mais uma grátis. Quando um monárquico afirma que Espanha ou Inglaterra é mais democrático que Portugal, não é num sentido quantitativo, aliás isso seria estúpido, não se é mais ou menos democrático, o se é ou não se é. O que pode ser medida é a qualidade da democracia, e as democracias monárquicas parecem resguardar melhor os direitos liberdades e garantias, além de serem bastante mais funcionais e "amigas" dos seus cidadãos.
Ora o senhor Ramalho faz muita questão de utilizar palavras como mentiras e falácias, o que se torna irónico quando ele comete tantas no seu texto.
Em tom de brincadeira diria que comete uma falácia logo no início quando diz que os republicanos "toleram" os monárquicos porque são simpáticos e não querem ofender as crenças de ninguém. Que eu saiba não foram os monárquicos que assassinaram pessoas, nem usaram da força bruta para impor um regime de iluminados lisboetas enlevados por ideais franco-russos. Mas isto apenas em tom de brincadeira.
Seguindo o texto do senhor Ramalho passo a explicar:
Facto: sem falar em riquezas, falarei pelo menos numa classificação, a que se dá o nome de IDH (índice de desenvolvimento humano) que é elaborado pela ONU. Nesta classificação é analisada a sociedade como um todo, educação, amparo social, riqueza, vários vectores. Este ano não conheço o Ranking em detalhe mas sei que Portugal caiu, andará nos trigésimos e o líder é uma monarquia de seu nome Noruega. Há dois anos, recordo-me de cor, 7 dos 10 primeiros classificados eram monarquias.
Não é sério e isso dou-lhe de barato, fazer um exercício em que se associe directamente o facto de o regime monárquico seja por si só sinal de riqueza. Mas algo há de haver nas monarquias para que ano após ano, com crises ou sem crises, as monarquias liderem em todas as classificações mundiais.
E logo o sr. Ramalho comete nova falácia, diz que as monarquias já eram países ricos antes de se pensar em república. Além do regime republicano ser tão antigo como o monárquico, sugiro ao sr. Ramalho que se debruce um pouco em história comparada entre Portugal e Espanha especialmente o século XX. Recordo-lhe que a Espanha não era um país rico e qual foi a diferença para Portugal? Exactamente a monarquia versus a III, IV, ou XX república em que vivemos.
No segundo ponto o sr. Ramalho dá uma novidade aos cidadãos das monarquias europeias, nenhuma delas é democrática!!! Sugiro que vá dizer isso a um holandês, a um espanhol ou até a belga.
No mesmo parágrafo vem mais uma das patacoadas típicas dos republicanos. O desígnio divino! Falo-lhe somente do caso Português; no nosso país o rei sempre foi tido como um primus inter pares, ou seja o primeiro entre iguais. Bem pode torcer o parafuso, estrebuchar o que quiser, há uma realidade inalienável em Portugal, o Rei é escolhido pelo povo. Eu sei que esta afirmação lhe pode provocar alguma contusão cerebral, mas... informe-se.
Não é o direito divino que legitima um rei, é o povo através das cortes, para que saiba é basicamente um parlamento eleito pelo povo. O órgão máximo numa monarquia constitucional não é o Rei, é o Povo através das cortes.
Claro que existem regras, as quais forma feitas para manter a coerência e a estabilidade de um país, mas qualquer rei pode ser legitimado ou deposto pelos seu pares, ou seja todo e qualquer português.
Sendo que estas linhas derrubam por completo a argumentação do sr. Ramalho, ofereço-lhe mais uma grátis. Quando um monárquico afirma que Espanha ou Inglaterra é mais democrático que Portugal, não é num sentido quantitativo, aliás isso seria estúpido, não se é mais ou menos democrático, o se é ou não se é. O que pode ser medida é a qualidade da democracia, e as democracias monárquicas parecem resguardar melhor os direitos liberdades e garantias, além de serem bastante mais funcionais e "amigas" dos seus cidadãos.
Monarquia em Portugal - Prefácio
Faz algum tempo, e sobretudo após a troca de bandeiras na Câmara de Lisboa que me deu a vontade de desfazer alguns mitos e ideias estapafúrdias em redor da monarquia.
Um exercício que fiz na altura e com o qual me diverti imenso foi ler os comentários deixados pelos leitores das notícias. A quantidade de patacoadas e demonstrações de ignorância só me convenceu de uma coisa: ainda bem que não pode haver referendo porque a ignorância é tal que a sociedade não está preparada nem esclarecida, talvez por 100 anos de lavagem cerebral.
Os monárquicos em Portugal têm muitas fraquezas, facilmente reconhecíveis, uma delas é faltar, não digo que não existam, pensadores que com espírito de luta, moderação e inteligência falem sobre monarquia descomplexadamente.
Não me quero arrogar de ser um deles, mas deixarei o meu contributo pelo menos para talvez abrir algum caminho a quem com maior inteligência possa pegar e elevar a outros píncaros.
A série de textos sob a etiqueta Monarquia em Portugal será sobretudo uma reflexão sobre algumas das ideias deformadas dos portugueses sobre este tipo de regime e como poderá ele servir ou não para melhorar a vida pública portuguesa
Um exercício que fiz na altura e com o qual me diverti imenso foi ler os comentários deixados pelos leitores das notícias. A quantidade de patacoadas e demonstrações de ignorância só me convenceu de uma coisa: ainda bem que não pode haver referendo porque a ignorância é tal que a sociedade não está preparada nem esclarecida, talvez por 100 anos de lavagem cerebral.
Os monárquicos em Portugal têm muitas fraquezas, facilmente reconhecíveis, uma delas é faltar, não digo que não existam, pensadores que com espírito de luta, moderação e inteligência falem sobre monarquia descomplexadamente.
Não me quero arrogar de ser um deles, mas deixarei o meu contributo pelo menos para talvez abrir algum caminho a quem com maior inteligência possa pegar e elevar a outros píncaros.
A série de textos sob a etiqueta Monarquia em Portugal será sobretudo uma reflexão sobre algumas das ideias deformadas dos portugueses sobre este tipo de regime e como poderá ele servir ou não para melhorar a vida pública portuguesa
Maitê
A reacção tuga à descaradice da brasileira é de um provincianismo atroz. É interessante como o portuga se sente ofendido com um video de uma actriz brasileira e não por exemplo com o facto de uma parte do seu território estar ocupado.
"Os portugueses são esquisitos" (Maitê Proença)
"Os portugueses são esquisitos" (Maitê Proença)
quinta-feira, outubro 15, 2009
Pedro Pires aborda cooperação energética e oceanográfica em Berlim
O Presidente de Cabo Verde considera "extremamente interessantes" os contactos políticos mantidos no primeiro dia da visita oficial à Alemanha, em que abordou, nomeadamente, possibilidades de cooperação nos domínios das energias renováveis e da pesquisa oceanográfica.
"Queremos fazer de Cabo Verde uma plataforma para a investigação oceanográfica e atmosférica", disse Pires em Berlim, depois de se reunir com o homólogo alemão Horst Koehler, com a comissão parlamentar para a Áfrical Ocidental e Central e com o burgomestre da capital alemã, Klaus Wowereit. O Chefe de Estado cabo-verdiano adiantou ainda que irá agora debater a cooperação empresarial nestas e noutras áreas, como o turismo, com uma associação de empresários alemães, na quinta-feira, em Hamburgo, próxima etapa da sua visita.
Actualmente 13% dos turistas que visitam cabo Verde saem da Alemanha, "e trata-se de um mercado com petencialidades de que tem de se tirar o maior proveito", referiu Pedro Pires. O Presidente aproveitou também a visita à Alemanha para solicitar "a compreensão" das autoridades de Berlim para os projectos que Cabo Verde apresentará em breve no quadro da parceira especial com a União Europeia. Pires pediu também a adesão da maior economia europeia à chamada parceria para a mobilidade, para facilitar a emigração legal de cidadãos cabo-verdianos para o espaço da UE, projecto que já teve o apoio de Portugal, Espanha, França, Holanda e Luxemburgo.
Antes de deixar Berlim Pedro Pires proferiu uma palestra sobre o desenvolvimento económico, político e social de Cabo Verde desde a independência, considerado exemplar a nível internacional. "Somos ambiciosos, não queremos ser mais um problema ou encargo para a comunidade internacional", afirmou Pedro Pires na Fundação Friedrich Ebert. O chefe de Estado criticou, no entanto, o facto de Cabo Verde já não beneficiar de ajuda ao desenvolvimento de países como a Alemanha, por ser entretanto considerado um país de rendimento médio. "Quando um avião descola, que foi o que nós fizemos, não se lhe pode cortar o combustível em pleno voo", disse o político cabo-verdiano, ressalvando no entanto que não foi à Alemanha pedir ajuda, "mas sim mais investimentos e mais turismo". A visita de Pedro Pires à Alemanha prossegue na quinta e na sexta-feira, para se reunir com a diáspora cabo-verdiana em Hamburgo e falar de cooperação no âmbito da pesquisa oceanográfica, na Universidade de Kiel.
"Queremos fazer de Cabo Verde uma plataforma para a investigação oceanográfica e atmosférica", disse Pires em Berlim, depois de se reunir com o homólogo alemão Horst Koehler, com a comissão parlamentar para a Áfrical Ocidental e Central e com o burgomestre da capital alemã, Klaus Wowereit. O Chefe de Estado cabo-verdiano adiantou ainda que irá agora debater a cooperação empresarial nestas e noutras áreas, como o turismo, com uma associação de empresários alemães, na quinta-feira, em Hamburgo, próxima etapa da sua visita.
Actualmente 13% dos turistas que visitam cabo Verde saem da Alemanha, "e trata-se de um mercado com petencialidades de que tem de se tirar o maior proveito", referiu Pedro Pires. O Presidente aproveitou também a visita à Alemanha para solicitar "a compreensão" das autoridades de Berlim para os projectos que Cabo Verde apresentará em breve no quadro da parceira especial com a União Europeia. Pires pediu também a adesão da maior economia europeia à chamada parceria para a mobilidade, para facilitar a emigração legal de cidadãos cabo-verdianos para o espaço da UE, projecto que já teve o apoio de Portugal, Espanha, França, Holanda e Luxemburgo.
Antes de deixar Berlim Pedro Pires proferiu uma palestra sobre o desenvolvimento económico, político e social de Cabo Verde desde a independência, considerado exemplar a nível internacional. "Somos ambiciosos, não queremos ser mais um problema ou encargo para a comunidade internacional", afirmou Pedro Pires na Fundação Friedrich Ebert. O chefe de Estado criticou, no entanto, o facto de Cabo Verde já não beneficiar de ajuda ao desenvolvimento de países como a Alemanha, por ser entretanto considerado um país de rendimento médio. "Quando um avião descola, que foi o que nós fizemos, não se lhe pode cortar o combustível em pleno voo", disse o político cabo-verdiano, ressalvando no entanto que não foi à Alemanha pedir ajuda, "mas sim mais investimentos e mais turismo". A visita de Pedro Pires à Alemanha prossegue na quinta e na sexta-feira, para se reunir com a diáspora cabo-verdiana em Hamburgo e falar de cooperação no âmbito da pesquisa oceanográfica, na Universidade de Kiel.
Barbot está a negociar compra da segunda empresa em Espanha
O grupo industrial de tintas Barbot está a negociar a compra de uma empresa fabricante de revestimentos em Espanha, uma operação que, disse o presidente da empresa, deverá estar concluída até ao final do ano.
"Estamos a olhar para outra empresa, no mercado espanhol, e até ao final do ano o negócio deve estar concretizado", afirmou Carlos Barbot, à margem do seminário "Crescer, comprando empresas em Espanha", organizado pela Associação Empresarial de Portugal. O presidente do grupo industrial de tintas adiantou que se trata "de um empresa fabricante de revestimentos", que é vista como uma possibilidade de "consolidação no mercado ibérico e reforço da política de expansão".
O Grupo Barbot entrou, no início do ano, no mercado espanhol, através da compra de 70% do capital da Jallut Pinturas, empresa do sector das tintas, sedeada na Catalunha, que permitiu à empresa portuguesa alargar o seu portefólio a novos segmentos. Segundo Carlos Barbot, "Espanha vive uma crise muito maior do que a portuguesa, mas vai recuperar, porque sempre recuperou mais depressa do que nós". No seminário organizado pela AEP, o empresário defendeu que "este é o momento certo para a aquisição de empresas em Espanha", porque, acrescentou, "ultrapassados os problemas, vai voltar a haver falta de interlocutores e preços impossíveis". O presidente do grupo Barbot recordou que andou anos a tentar entrar, em Espanha, sem sucesso, admitindo que foi a mudança da conjuntura económica que abriu as portas do mercado espanhol. "Quando o mercado deu a volta, ligaram-me a ver se ainda estava interessado e aí tive a oportunidade de comprar a empresa que mais me interessa e a melhor preço", contou.
Carlos Barbot acrescentou que "a gestão das empresas em Espanha não é famosa", aconselhando a contratação de assessores laborais para mediar os negócios de aquisição ou fusão no mercado espanhol. "Viveram sempre num mercado em subida, nunca tiveram que fazer grandes contas e há muita promiscuidade entre o dinheiro dos accionistas e o das empresas", revelou o empresário. Para este ano, está ainda nos planos de Carlos Barbot avançar para a construção de uma fábrica de raiz, nos arredores de Luanda, que permitirá reforçar a produção em Angola. O empresário explicou que o actual edifício não responde às necessidades da Barbot, que este ano deverá ter um volume de negócios de 45 milhões de euros, mais dez milhões do que em 2008.
"Estamos a olhar para outra empresa, no mercado espanhol, e até ao final do ano o negócio deve estar concretizado", afirmou Carlos Barbot, à margem do seminário "Crescer, comprando empresas em Espanha", organizado pela Associação Empresarial de Portugal. O presidente do grupo industrial de tintas adiantou que se trata "de um empresa fabricante de revestimentos", que é vista como uma possibilidade de "consolidação no mercado ibérico e reforço da política de expansão".
O Grupo Barbot entrou, no início do ano, no mercado espanhol, através da compra de 70% do capital da Jallut Pinturas, empresa do sector das tintas, sedeada na Catalunha, que permitiu à empresa portuguesa alargar o seu portefólio a novos segmentos. Segundo Carlos Barbot, "Espanha vive uma crise muito maior do que a portuguesa, mas vai recuperar, porque sempre recuperou mais depressa do que nós". No seminário organizado pela AEP, o empresário defendeu que "este é o momento certo para a aquisição de empresas em Espanha", porque, acrescentou, "ultrapassados os problemas, vai voltar a haver falta de interlocutores e preços impossíveis". O presidente do grupo Barbot recordou que andou anos a tentar entrar, em Espanha, sem sucesso, admitindo que foi a mudança da conjuntura económica que abriu as portas do mercado espanhol. "Quando o mercado deu a volta, ligaram-me a ver se ainda estava interessado e aí tive a oportunidade de comprar a empresa que mais me interessa e a melhor preço", contou.
Carlos Barbot acrescentou que "a gestão das empresas em Espanha não é famosa", aconselhando a contratação de assessores laborais para mediar os negócios de aquisição ou fusão no mercado espanhol. "Viveram sempre num mercado em subida, nunca tiveram que fazer grandes contas e há muita promiscuidade entre o dinheiro dos accionistas e o das empresas", revelou o empresário. Para este ano, está ainda nos planos de Carlos Barbot avançar para a construção de uma fábrica de raiz, nos arredores de Luanda, que permitirá reforçar a produção em Angola. O empresário explicou que o actual edifício não responde às necessidades da Barbot, que este ano deverá ter um volume de negócios de 45 milhões de euros, mais dez milhões do que em 2008.
Pela primeira vez editora venezuelana distribui livros para aprender português
Pela primeira vez, uma editora venezuelana iniciou a distribuição de livros para o ensino da Língua Portuguesa em Caracas, uma iniciativa decorrente de um acordo entre as empresas portuguesa Lidel e a venezuelana Colegial Bolivariana.
Os livros - que, de momento, são enviados de Portugal - encontram-se à venda em Los Ruices, na livraria da editora e são constantemente folheados curiosamente por clientes e leitores de diferentes idades, que alegam as mais variadas razões para se interessarem pela língua portuguesa. "Houve um acordo para começar com uma fase de distribuição de livros de ensino do português e, se o mercado o justificar, fazer algum tipo de co-edição entre as duas editoras, isto é, poderíamos inclusive imprimir os livros na Venezuela", explicou o gerente da Colegial Bolivariana, Luís Miguel Juzgado. Adiantou que a venda foi coordenada com os centros de ensino de português e foi iniciada a distribuição, tendo a Lídel expedido uma grande variedade de livros de diferentes níveis para crianças e adultos, alguns deles de leitura.
"Temos neste momento variedade, alguns maiores que são os seleccionados pelos educadores, e uma diversificação de temas à disposição na livraria para quem se interessar por algo mais", frisou.
A livraria foi alvo, quarta-feira, de uma visita da cônsul-geral de Portugal em Caracas, Isabel Brilhante Pedrosa, que referiu a "enorme satisfação" de "ver no terreno uma resposta a uma necessidade que se fazia sentir há muito entre a comunidade portuguesa que reclamava que não tinha materiais para os cursos de língua portuguesa". Recordou que "os alunos recorriam sistematicamente ao uso de fotocópias, o que além de ser ilegal, é também, do ponto de vista pedagógico, pouco recomendável". "A partir deste momento têm a possibilidade de adquirir em Caracas um conjunto de manuais e livros de exercícios, o que é um passo muito importante e muito positivo para a expansão da língua portuguesa na Venezuela", disse. Entre os curiosos, estava Francy de Barros, uma venezuelana que se inscreveu num curso de Língua Portuguesa, no Colégio Virgem de Fátima. Questionada sobre a razão para comprar um livro, alegou tratar-se de uma questão amorosa. "Estou casada com um português há 21 anos e não falo português. Estive em Portugal, em Maio, e toda a família, ainda que muitos deles falem espanhol porque cresceram aqui na Venezuela, me dizia que tenho de falar português". "No próximo ano, vamos outra vez a Portugal e quero fazer-lhes a surpresa de que falo português - ou que pelo menos entendo", concluiu.
Os livros - que, de momento, são enviados de Portugal - encontram-se à venda em Los Ruices, na livraria da editora e são constantemente folheados curiosamente por clientes e leitores de diferentes idades, que alegam as mais variadas razões para se interessarem pela língua portuguesa. "Houve um acordo para começar com uma fase de distribuição de livros de ensino do português e, se o mercado o justificar, fazer algum tipo de co-edição entre as duas editoras, isto é, poderíamos inclusive imprimir os livros na Venezuela", explicou o gerente da Colegial Bolivariana, Luís Miguel Juzgado. Adiantou que a venda foi coordenada com os centros de ensino de português e foi iniciada a distribuição, tendo a Lídel expedido uma grande variedade de livros de diferentes níveis para crianças e adultos, alguns deles de leitura.
"Temos neste momento variedade, alguns maiores que são os seleccionados pelos educadores, e uma diversificação de temas à disposição na livraria para quem se interessar por algo mais", frisou.
A livraria foi alvo, quarta-feira, de uma visita da cônsul-geral de Portugal em Caracas, Isabel Brilhante Pedrosa, que referiu a "enorme satisfação" de "ver no terreno uma resposta a uma necessidade que se fazia sentir há muito entre a comunidade portuguesa que reclamava que não tinha materiais para os cursos de língua portuguesa". Recordou que "os alunos recorriam sistematicamente ao uso de fotocópias, o que além de ser ilegal, é também, do ponto de vista pedagógico, pouco recomendável". "A partir deste momento têm a possibilidade de adquirir em Caracas um conjunto de manuais e livros de exercícios, o que é um passo muito importante e muito positivo para a expansão da língua portuguesa na Venezuela", disse. Entre os curiosos, estava Francy de Barros, uma venezuelana que se inscreveu num curso de Língua Portuguesa, no Colégio Virgem de Fátima. Questionada sobre a razão para comprar um livro, alegou tratar-se de uma questão amorosa. "Estou casada com um português há 21 anos e não falo português. Estive em Portugal, em Maio, e toda a família, ainda que muitos deles falem espanhol porque cresceram aqui na Venezuela, me dizia que tenho de falar português". "No próximo ano, vamos outra vez a Portugal e quero fazer-lhes a surpresa de que falo português - ou que pelo menos entendo", concluiu.
segunda-feira, outubro 12, 2009
Universidade de Coimbra é a melhor cotada pelo The Times
A Universidade de Coimbra (UC) é, pelo quarto ano consecutivo, a instituição de ensino superior portuguesa mais bem cotada e a única entre as 400 melhores num ranking mundial publicado pelo The Times.
A UC subiu, este ano, 21 posições neste ranking, ocupando agora a 366ª posição a nível mundial. A nível europeu, ocupa o 166º lugar.
Segundo o The Times, a UC é a terceira melhor da lusofonia e a sexta melhor da Península Ibérica.
A qualidade da investigação, a empregabilidade dos alunos, a internacionalização das instituições e a qualidade pedagógica dos cursos são alguns dos aspectos tidos em conta na elaboração do ranking, que pondera cinco critérios: avaliação por pares, avaliação por empregadores, artigos científicos citados, rácio docentes/estudantes e internacionalização.
A UC subiu, este ano, 21 posições neste ranking, ocupando agora a 366ª posição a nível mundial. A nível europeu, ocupa o 166º lugar.
Segundo o The Times, a UC é a terceira melhor da lusofonia e a sexta melhor da Península Ibérica.
A qualidade da investigação, a empregabilidade dos alunos, a internacionalização das instituições e a qualidade pedagógica dos cursos são alguns dos aspectos tidos em conta na elaboração do ranking, que pondera cinco critérios: avaliação por pares, avaliação por empregadores, artigos científicos citados, rácio docentes/estudantes e internacionalização.
segunda-feira, outubro 05, 2009
sábado, outubro 03, 2009
quinta-feira, outubro 01, 2009
Escuta fiasco Gate
Cavaco nada esclareceu...
Disto tudo resulta apenas uma mensagem.
Viva o Rei...
(Não me parece que em monarquia haja partidarização do chefe máximo do estado... Agradável hem?)
Disto tudo resulta apenas uma mensagem.
Viva o Rei...
(Não me parece que em monarquia haja partidarização do chefe máximo do estado... Agradável hem?)
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