quinta-feira, setembro 02, 2004

Barco do aborto

Eu realmente não sei qual a minha posição sobre o aborto, mas compreendo perfeitamente ambos os pontos de vista.

Se por um lado está o direito de liberdade de expressão, o de escolha, por outro está o mais importante direito que existe que é o direito à vida.

Compreendo que se este é o direito mais importante que existe, o estado tem de defender quem não se pode defender, como é sua obrigação.

Por este ponto de vista qualquer aborto é visto como um homicídio, com as excepções previstas na lei.

Este até será o meu ponto de vista.

Mas e quem pensa diferentemente. Terá concerteza os seus argumentos, e são fortes, daí as minhas dúvidas.

De um ponto de vista teórico não é admissível a interrupção voluntária da gravidez, mas nós não vivemos na teoria. A realidade é bastante diferente, e algumas mulheres morrem, e por diversas razões até pode ser a melhor atitude. O Aborto é que nunca poderá ser visto como contraceptivo.

A mulher não tem direito sobre a vida do seu filho, isso tenho eu plena noção, ele não tem culpa de ir nascer, portanto esse argumento é completamente falso, esgrimido por mulheres iradas.

É como a das coitadinhas das mulheres que são umas santas, e que não podem ser criminalizadas. Claro que podem se cometem homicídio.

A única resolução possível neste caso é estabelecer um prazo legal de quando se considera vida, a partir de quando é que quando o feto é uma pessoa jurídica com direitos, liberdades e garantias.

A partir daqui acaba a discussão possível.

Até esse limite não se considerará vida, por isso não haverá crime, e será o estado obviamente a assegurar essa "operação cirúrgica" no Serviço Nacional de Saúde.

Evidentemente que qualquer aborto feito clandestinamente ou depois do prazo será completamente ilegal e punível.

Temos é que investir fortemente na educação sexual, esse é o primeiro passo para resolver o assunto.

Quanto ao foclore do Borndiep, ele fez alguma alguma coisa positiva, pôs o país a discutir (novamente) o assunto.

Só tenho é acesso a informação e contra informação. Ainda não sei quem tem razão. Cá os activistas dizem que o governo holandês os apoia, o PM holandês vem dizer que Paulo Portas tem razão.

Tenho a concordar que deveremos evitar problemas, e se sabemos claramente as intenções com que alguém toma certa atitude, não deveriamos tentar evitá-la?

Braveman


Sem comentários: