sexta-feira, fevereiro 27, 2009

Cão da Casa Branca descende do canil de Conchita Cintrón

Raça portuguesa é a preferida de Michelle Obama.

O "melhor amigo" de Sasha e Malia, filhas de Barack Obama, já está escolhido: vai mesmo ser um cão-d'água português. Michelle Obama pôs um ponto final nas especulações ao garantir à revista People que a raça portuguesa é a preferida para habitar a Casa Branca. Mas não foi fácil. Como o Presidente norte-americano chegou a dizer, em jeito de brincadeira, "foi mais difícil do que encontrar um secretário do Comércio". E se a escolha foi turbulenta, a história do cão-d'água português também está longe de ser banal. "Dava para escrever um romance", garante Hugo Oliveira, da Associação para a Protecção dos Cães-d'Água.

O "bom temperamento" e o "tamanho adequado" do cão-d'água português, que Michelle fez questão de enaltecer, só são reconhecidos no outro lado do Atlântico porque, nos anos 70, Dayanne Miller tornou a raça popular ao aparecer em fotos com um cão-d'água comprado à toureira luso-chilena Conchita Cintrón. Aliás, a travessia para terras do Tio Sam está intimamente ligada à famosa cavaleira tauromáquica, que morreu em Portugal há cerca de uma semana, aos 86 anos. Foi também uma morte, a do comerciante Vasco Bensaúde, que fez com que Conchita fosse responsável pelo único grupo de cães-d'água existente no mundo.

Vasco Bensaúde foi o "pai da raça". Fazia parte de uma família açoriana abastada, de origem judaica, e desde cedo se dedicou ao comércio marítimo. Os Bensaúde são ainda hoje uma família influente, da qual o ex-presidente Jorge Sampaio é descendente, por parte materna. Vasco dispensava as lides da política, mas mostrou liderança na condução da raça. Tudo começou quando, nos anos 30, em terras algarvias, Bensaúde encontrou e ficou deslumbrado com Leão, cão de companhia de um pescador, que Vasco prontamente decidiu levar para Lisboa. Porém, o pescador não quis vender o animal por preço nenhum e disse mesmo que só o faria se "saísse a sorte grande". O açoriano regressou a Lisboa cabisbaixo, mas semanas depois o inesperado aconteceu: o filho do pescador enviou um telegrama a dizer que Bensaúde podia ir buscar o cão, porque o pai acabara de ganhar a Lotaria (!!).

Leão veio para Lisboa e é dele que descendem todos os cães desta raça que hoje existem no mundo, incluindo o que irá conviver com os Obama. O animal serviu de molde para o estalão da raça e, juntando-se a outros três que viriam do Algarve, foi pai de 30 cachorros. A continuação estava garantida, mas Leão acabaria por morrer na Quinta dos Bensaúde, em Benfica, por alturas da II Guerra Mundial. O Canil Algarbiorum tornou-se mais selectivo, e todos os cães que se desviassem da linhagem estavam condenados a passar a vida num barco dos Bensaúde.

Antes de morrer, Vasco Bensaúde assegurou que alguém continuava o seu trabalho e deixou os seus cães-d'água de herança a uma conhecida criadora de cães: Conchita Cintrón. A cavaleira que criava cães era de origem peruana, e acabaria por se naturalizar portuguesa ao casar com um aristocrata português, Francisco Castelo Branco. Proibida pela lei espanhola de ser matadora, acabaria por se tornar cavaleira. Com muito sucesso. Primeira mulher a tourear nos EUA, admirada por figuras como Orson Welles, soube usar bem a fama e depressa se tornou influente junto da aristocracia norte-americana. A grande maioria dos seus cães acabariam por ser vendidos a americanos ricos que se dispuseram a pagar um bom preço. Segundo Hugo Oliveira, "já na altura, Conchita vendia cães-d'água aos americanos por dois mil dólares". A toureira segurou então as estribeiras da raça até 1974, quando algumas famílias mais abastadas foram expropriadas das suas quintas, na sequência do 25 de Abril. Para os cães, a revolução seria fatal. Mortes por doença, fugas e abatimentos acabariam por fazer Conchita rumar ao México sem nenhum animal. Por pouco a raça não acabou. Nos EUA a raça foi bem estimada e chegaria aos dias de hoje com a reputação que deslumbrou Michelle. Hugo Oliveira não tem dúvidas de que um cão-d'água português será "uma óptima companhia na Casa Branca". E é graças a Bensaúde e Conchita que o cão-d'água faz hoje parte das conversas e, em breve, da companhia, da família Obama.

quinta-feira, fevereiro 26, 2009

Português a um passo da orquestra do Youtube

A paixão pela música, que inicialmente pensou ser "um divertimento ocasional", levou o jovem violinista açoriano Rodolfo Botelho Vieira a conquistar vários prémios internacionais, estando agora entre os semi-finalistas para integrar a Orquestra Sinfónica do YouTube.

Além de Rodolfo Vieira, um outro músico português é semi-finalista nesta "corrida": o violinista Tiago Santos, de 20 anos, que frequenta o terceiro ano da Licenciatura em Música da Escola Superior de Artes Aplicadas (ESART) de Castelo Branco.
Tiago Santos concorreu à audição virtual do YouTube com três colegas de curso. No total participaram na audição 3000 músicos de 70 países.
A Orquestra Sinfónica do YouTube estreia-se a 15 de Abril no Carnegie Hall de Nova Iorque.

A residir desde 2003 em Chicago, onde está a concluir o doutoramento em violino na Northwestern University, Rodolfo Vieira diz estar "confiante" nos resultados finais da votação, que serão divulgados a 2 de Março, mas reconhece que todos os candidatos "são muito bons".
O projecto YouTube "é verdadeiramente interessante", sublinhou o jovem natural da Ribeira Grande (São Miguel), nos Açores, que sonha desde criança tornar-se um músico profissional.

A Frase

"Nunca ninguém me há-de ver casado com um muçulmano. Até porque conheço bem o perigo que corremos quando nos relacionamos com pessoas que interpretam literalmente os textos sagrados, como fazem muitos muçulmanos e o cardeal Saraiva Martins."

Ricardo Araújo Pereira, Visão, 26-2-2009

quarta-feira, fevereiro 25, 2009

Investigador do Porto vence prémio de robótica na Irlanda

O investigador Ricardo Severino, do Instituto Politécnico do Porto, conquistou, na University College Cork, da Irlanda, o prémio para a melhor tese de mestrado na área de robótica.
O galardão foi atribuído pela European Wireless Sensor Networks (EWSN), uma das mais prestigiadas conferências internacionais na área científica das redes de sensores, refere um comunicado do IPP.

Ricardo Severino é investigador da unidade CISTER (Sistemas de Computação em Tempo Real), do Instituto Superior de Engenharia do Politécnico do Porto (ISEP.IPP).

A tese de mestrado agora premiada internacionalmente já tinha sido avaliada com 19 valores e foi desenvolvida no âmbito do Mestrado em Engenharia Electrotécnica e de Computadores.

Portugal forma guardas prisionais e estabelece sistema em Moçambique

Portugal vai formar guardas prisionais e estabelecer um sistema informatizado nas cadeias moçambicanas, visando constituir um instrumento de gestão e controlo dos reclusos, anunciou hoje o ministro português da Justiça, Alberto Costa.

Falando no final de uma visita ao centro de reclusão feminina de Ndlavela, arredores de Maputo, Alberto Costa assegurou que Portugal e Moçambique vão desenvolver novas formas de cooperação na área do domínio de penitenciárias, nomeadamente a geminação dos estabelecimentos prisionais.
"Vamos desenvolver, neste domínio (das prisões), um trabalho conjunto que vai passar por formação de guardas prisionais em Portugal, também pela cooperação com Moçambique no estabelecimento de um sistema informatizado nas prisões que possa constituir um instrumento de gestão e de controlo das pessoas que se encontram neste sistema", disse.
"Com isso prestamos homenagem a um trabalho que está a ser feito em vários estabelecimentos, no sentido de cumprir padrões de satisfação de direitos de reinserção social, nomeadamente através da formação de pessoas reclusas", acrescentou o titular da pasta da Justiça de Portugal.

O centro de reclusão feminina de Ndlavela tem 123 reclusas, sendo 78 condenadas e 45 detidas.
Deste número, algumas mães das 16 crianças de menos de cinco anos sob cuidados dos serviços sociais daquela penitenciária, quatro reclusas são estrangeiras: duas sul-africanas, uma brasileira e outra ruandesa.
Com vista à reabilitação e reinserção social das reclusas, o centro prisional de Ndlavela desenvolve uma série de actividades, que vai desde a área de ensino, formação técnico-profissional, produção de cultura (hortas) ao desporto.
A propósito, Alberto Costa adiantou que Portugal pretende "aperfeiçoar e alargar" as ofertas existentes no domínio de formação técnico-profissional.
"No domínio da oferta de formação das várias actividades que aqui são desenvolvidas, poderemos aperfeiçoar e alargar reciprocamente essas ofertas. Por exemplo, foram assinaladas várias hipóteses no domínio de tapetes que são cutilados em Portugal e que aqui podem ser enriquecidos", disse.

"No domínio da tecelagem, existem aspectos que podem ser retidos e desenvolvidos em Portugal, portanto, há soluções que podem ser inspiradoras para qualquer das partes e que se radicam nas tradições nacionais", sublinhou o ministro português.
Na área de ensino, o centro de reclusão de Ndlavela tem um programa de alfabetização e educação de 34 reclusas adultas e de ensino primário do segundo grau.
"A maior parte das reclusas não têm nível superior, então, temos grande parte que frequentam o ensino primário", disse a directora nacional de serviço correccional e reintegração social, Cesaltina Moiane.
Segundo aquela responsável, no ano transacto, o centro de reclusão feminina de Ndlavela teve 87% do aproveitamento escolar.

Hillary Clinton pede ajuda a Espanha para receber presos de Guantanamo

A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, pediu hoje ao Governo espanhol que receba prisioneiros de Guantanamo, afirmou o chefe da diplomacia espanhola Miguel Angel Moratinos, após o primeiro encontro oficial com a nova administração norte-americana.

Depois de um esfriamento das relações diplomáticas entre os dois países nos últimos anos, o ministro dos Negócios Estrangeiros espanhol realçou, em declarações aos jornalistas, que está aberta claramente uma nova etapa diplomática com o governo de Barack Obama.
Durante o encontro, que demorou cerca de 20 minutos, Clinton pediu "ajuda para a solução deste drama, desta tragédia inaceitável que são os presos de Guantanamo", assegurou Moratinos.
"Respondi que Espanha está em princípio disposta a colaborar com o acolhimento de alguns presos sempre e quando as condições jurídicas forem aceitáveis (...) caso a caso", precisou.
Obama assinou a 22 de Janeiro passado um decreto que define o encerramento dentro de um ano do centro de detenção de Guantanamo, onde permanecem mais de 200 prisioneiros.
"Abriu-se uma nova etapa nas relações entre os EUA e a Espanha, mais próximas, mais frutíferas", realçou Moratinos à saída do encontro.

O primeiro contacto ao mais alto nível entre a nova administração de Barack Obama e as autoridades espanholas aconteceu na passada sexta-feira com um encontro, em Miami, entre o rei Juan Carlos I, Moratinos e o chefe do Conselho de Segurança Nacional, general James Jones.
No encontro, Clinton e Moratinos analisaram ainda a situação no Médio Oriente, a cooperação energética e na América Latina, acrescentou o chefe da diplomacia espanhola.
"Deve haver uma nova estratégia norte-americana face à América Latina, os desafios e os reptos da América Latina necessitam de trabalho não só de Espanha e da União Europeia, mas também de uma administração mais interessada na América Latina, não apenas em Cuba", concluiu.

E pensar que Portugal é que teve a ideia de receber os prisioneiros de Guantanamo...

segunda-feira, fevereiro 23, 2009

Argentinos fazem fila em Buenos Aires para obter a cidadania espanhola

Centenas de descendentes de exilados do franquismo vão ao Consulado de Espanha pedir a nacionalidade dos avós no quadro da Lei da Memória.

Rosário López organizava um conjunto de papéis. Parecia que faltava alguma coisa. Falava com o segurança do Consulado de Espanha, no centro de Buenos Aires. Queria saber onde era a fila para obter nacionalidade "europeia". "O meu pai era de Granada, na Andaluzia; veio exilado para a Argentina, em 1940. Agora posso finalmente ter a nacionalidade do país dele; é justo", diz. Já no interior da missão, oito pessoas formavam fila no balcão destinado a este serviço.

Há quase dois meses que os pedidos de cidadania espanhola, possibilitados pela Lei da Memória Histórica espanhola, em vigor desde o início do ano, chegam ao ritmo de 200 por dia. A motivação varia. "Já estive de férias em Espanha, adorei. Há outro futuro, assim que tiver cidadania mudo-me para lá", expôs o estudante de cinema Daniel Ortega. A medida destina-se sobretudo aos descendentes dos exilados da guerra civil e do franquismo. "Calcula-se que sejam 500 mil, desde o Uruguai, a Cuba, Chile e até França. Só na Argentina há 300 mil descendentes de espanhóis", disse Pablo Pérez, professor de Sociologia na Universidade de Buenos Aires. Em Cuba espera-se uma avalanche de 250 mil a 300 mil candidaturas, 150 mil delas com possibilidades de aprovação. Os interessados podem fazer o requerimento pela Internet ou nas embaixadas, consulados e registos civis municipais de Espanha.

Um futuro europeu
Rosário López é bancária. Diz que não vive mal, ganha cerca de 2000 pesos por mês, o equivalente a 444 euros. "Mas a Argentina não tem futuro." A recessão económica em Espanha não a assusta, o país tem outras condições. "A crise é conjuntural, Espanha tem outra solidez económica, permite-nos ter visão de futuro. Além de que é a terra do meu pai", diz. Um representante do consulado adiantou já ter recebido 40 mil pedidos, a agenda já estará cheia até Novembro. De acordo com a tramitação desta norma da Lei da Memória Histórica, as solicitações devem ser registadas até 2011. "Assim que puder vou para Madrid estudar cinema, é Europa, muito mais culta e arejada que a América Latina", vinca Daniel Ortega. Actualmente vivem na Argentina cerca de 300 mil espanhóis. De acordo com Daniel Barreiro, um dos coordenadores da organização Filhos e Netos de Espanhóis, este número pode duplicar. Diz que muitos dos associados pretendem sair do país devido a questões económicas. "Mas outros, e são muitos, querem a cidadania espanhola por motivações emocionais, como se fosse uma sublimação, um regresso à pátria, ou a sublimação da história", sustentou Barreiro. O embaixador espanhol, Rafael Estrella, concorda com a leitura. Numa entrevista recente, afirmou que a maioria dos interessados tem "o afecto como estímulo" e não a vontade de obter uma passaporte europeu para deixar o país.

"Sim, há um interesse afectivo, tem que ver com as raízes, a origem, a pátria, mas com a crise financeira internacional a chegar à América Latina, algumas pessoas partirão em busca de uma vida melhor", frisa o sociólogo Pablo Pérez.
Duas pessoas largam um táxi à porta do consulado. Carlos Rodriguez é filho de um espanhol de Vigo, na Galiza. A filha, Ortência, nunca foi a Espanha. "Eu não pretendo ir, mas para a minha filha é uma óptima opção; estuda Medicina, assim que acabar, deve ir fazer vida para lá, as perspectivas de carreira são muito melhores", defende. Apesar de reconhecer que a Espanha faz sobretudo parte da "miragem europeia", o professor na Universidade de Buenos Aires não prevê uma "fuga em massa". "Entre 1998 e 2002, quando o PIB do país caiu 25 por cento, aí sim, todos queriam fugir da Argentina. Agora penso que nem todos os que pedem cidadania espanhola querem sair. Estão também muito movidos pela ideia de que serão também europeus, a América Latina ainda alimenta essa miragem, essa idolatria da Europa", sublinha.

quinta-feira, fevereiro 19, 2009

Portugal atinge em 2008 novo recorde em receitas de turismo internacional

As receitas para Portugal geradas pelas visitas de turistas estrangeiros atingiram em 2008 o valor recorde de 7,52 mil milhões de euros, mais 1,7% ou mais 127,9 milhões que em 2007, primeiro ano em que o País superou os sete mil milhões.

Os dados da Balança de Pagamentos publicados hoje pelo Banco de Portugal, citados pelo site de turismo “Presstur”, indicam que o crescimento verificado no primeiro semestre, em 5,9% ou 177,9 milhões de euros, associado a uma estagnação no terceiro trimestre, que é a época alta do turismo internacional em Portugal (mais 0,1% ou mais 3,9 milhões), foi suficiente para compensar a queda no quarto trimestre, marcado pela crise económica e financeira mundial, em que as receitas caíram face a 2007 em 3,2% ou 53,89 milhões. O banco central indicou hoje que em Dezembro as receitas do turismo internacional ascenderam a 489,34 milhões, menos 4,2% ou menos 21,19 milhões que no mês homólogo de 2007.

O mês de Dezembro foi assim o segundo mês consecutivo de queda homóloga das receitas do turismo internacional, mas de forma menos pronunciada do que tinha acontecido em Novembro (-6,8% ou menos 33,2 milhões, para 452,4 milhões).

quarta-feira, fevereiro 18, 2009

Senador americano vê "tremendas oportunidades" em Portugal

A inter-relação de empresas portuguesas e norte-americanas são o mote para a presença de Marc Pacheco no TagusPark

O Senador do Massachusetts, Marc R. Pacheco, lusodescendente, apresenta esta quarta-feira, em Oeiras, uma acção de sensibilização para parcerias entre empresas e instituições académicas portuguesas e norte-americanas para actuarem em conjunto em África.
"Vejo tremendas oportunidades de parceria entre empresas de biotecnologia e farmacêuticas do meu Estado e empresas e instituições sedeadas no TagusPark para se criarem novos negócios e empregos dos dois lados do Atlântico", afirmou o Senador.

O político luso-americano tenciona promover de imediato uma parceria entre o Instituto Biotecnológico do Massachusetts (BIM), empresas farmacêuticas e organismos congéneres portugueses para criação de oportunidades de expansão em Angola e Moçambique.
"Tenho acompanhado a expansão das empresas chinesas sobre os mercados dos países africanos de expressão portuguesa, como Angola e Moçambique", constatou, perguntando: "Porque não fazemos nós o mesmo?".
Interrogado sobre o plano de estímulo à economia que o Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, acaba de assinar, considerou-o "extremamente importante" para o financiamento estadual, dos serviços de saúde e para a criação e manutenção de postos de trabalho.
"Acredito que o plano vai lidar convenientemente com diversos assuntos, nomeadamente ligados com o financiamento estadual, protecção contra a execução de hipotecas e manutenção dos sistema de saúde e segurança social", afirmou o mesmo.
O pacote inclui reduções fiscais para a maioria dos trabalhadores e atribui dezenas de milhar de milhões de dólares aos Estados para travarem os cortes nos investimentos e o aumento do desemprego.

Quanto à eventualidade de ser o próximo embaixador dos EUA em Portugal, Marc R. Pacheco reconheceu ter "bastantes apoios" entre eminentes figuras políticas do seu Estado, como dos Senadores Kerry e Kennedy e de outros membros da Delegação do Congresso.
Sem querer adiantar mais nada, admitiu que o seu nome "está a ser considerado" pela Casa Branca e que oportunamente "o presidente tomará uma decisão que, seja qual for, será a do melhor interesse dos EUA".
O Senador luso-americano reúne-se, este quarta-feira, com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, e com o ex-presidente do Governo Regional dos Açores e da Assembleia da República, Mota Amaral.

segunda-feira, fevereiro 16, 2009

"Lista negra" da OCDE: os maus da fita são só 3?

Quando, em 2000, arrancou com a publicação de uma lista identificando os paraísos fiscais mais perigosos para o sistema financeiro mundial, a OCDE apontou 35 casos. Nove anos depois, só lá estão três. O que justifica este emagrecimento?

"A pressão política da administração Bush", responde António Carlos Santos, ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, que na altura acompanhou algumas reuniões no seio da organização. Na fase inicial, havia três critérios, cumulativos, para distinguir os "offshores" "maus" (que iam parar à lista negra) dos "bons": taxas de tributação muito baixas ou inexistentes; recusa de troca de informações com outros Estados; e não se exigir que os contribuintes que beneficiam das taxas mais reduzidas tenham uma actividade económica real de produção de lucros (um indício que o território facilita a evasão fiscal, já que aceita que lucros gerados no exterior sejam considerados como tendo sido gerados no seu território).

Com a administração Bush no poder, os republicanos levantaram objecções sobre a alegada rigidez dos critérios, e eles deixaram de ser levados à risca. "Quando o representante dos EUA propôs que se deixasse de exigir aos "offshores" a existência de uma actividade económica real ficou tudo em silêncio. Era uma machadada no sistema", recorda António Carlos Santos. E como é que um país sozinho pode minar as regras aceites por mais 29 Estados? "A um país como os EUA, basta-lhe dizer que não cumpre", explica.

domingo, fevereiro 15, 2009

Obama envia carta circular a Sócrates e Cavaco

O Presidente norte-americano Barack Obama escreveu ao primeiro-ministro José Sócrates, manifestando-lhe o seu interesse no reforço das relações com Portugal e em trabalhar para "edificar um mundo mais seguro".
A carta é semelhante à que Obama escreveu ao Presidente Cavaco Silva.

Na mensagem, Barack Obama agradece também as felicitações enviadas por José Sócrates a 5 de Novembro, quando o novo Presidente dos Estados Unidos foi eleito, manifestando-se muito sensibilizado com a missiva que apreciou "particularmente".
"Estou confiante em que poderemos trabalhar em conjunto, nos próximos quatro anos, num espírito de paz e amizade, com vista a edificar um mundo mais seguro. É meu desejo trabalhar com Vossa Excelência nesse esforço e na promoção das boas relações entre os nossos países", lê-se na missiva.

quinta-feira, fevereiro 12, 2009

Parece que há quem não queira a estabilidade em São Tomé e Príncipe…

Por Eugénio Costa Almeida, in notíciaslusofonas.com

Depois de há uma semana um líder sindical ter sido detido por actividades que, segundo o Estado não estariam bem de acordo com a sua natural convicção, ou seja, actividade sindical, já que algumas reivindicações iam para além do admissível, a cidade de São Tomé acordou hoje com um aparato militar e policial não só a proteger os palácios presidencial e de governo e do quartel general das Forças Armadas – entretanto já desmobilizadas – como sitiaram um edifício onde, em tempos, esteve sedeado os membros do extinto “Batalhão Búfalo” e, actualmente, sede do partido Frente Democrática Cristã, cujo líder, também ele um antigo “búfalo”, juntamente com alguns companheiros seus, terá sido detido.

Segundo parece os membros do extinto “Batalhão Búfalo” têm mostrado uma capacidade financeira e interventora nas questões sociais e, porque não dizê-lo, políticas, que parecem pouco inocentes.

Já em tempos sitiaram o Tribunal de Contas (TC), agora parece que queriam uma “mudança” do Poder.

Registe-se que aos antigos membros, de origem santomense, do “Batalão Búfalo” foi-lhes concedido uma área para desenvolverem actividades económicas sustentáveis. E uma das suas “actividades” foi a criação de um Casino que mereceu, segundo parece, alguns reparos do TC quanto à sua gestão o que lhes terá desagradado. Sendo que os membros do extinto "Batalhão Búfalo", teoricamente, foram “despejados” pelos seus antigos patrões sul-africanos sem nada – daí o estado santomense lhes ter concedido a tal área para actividades económicas – como se justifica terem fundos para criarem um Casino?

Será que há por ali mãos muito estranhas a São Tomé?
E, perdoem-me a ingenuidade, com que intenções? Quando um País está numa difícil situação de gestão de charneira entre Angola, Nigéria e Guiné-Equatorial e quer sustentar uma ligação equilibrada entre estes quase “amigos-da-onça” torna-se difícil manter o equilíbrio. Seria nestas alturas que a CPLP deveria ter uma voz mais activa na sustentação dos Estados que a suportam, mas…

São Tomé e Príncipe: Ex-líder do Batalhão Búfalo detido

O ex-líder do Batalhão Búfalo e presidente da Frente Democrática Cristã (FDC), Arlécio Costa, foi hoje detido, informou fonte policial são-tomense.
A mesma fonte disse que outras pessoas ligadas ao antigo Batalhão Búfalo foram detidas juntamente com Arlécio Costa, que, em 2003, protagonizou uma tentativa de golpe de Estado.

Até ao momento, não é conhecida a razão para estas detenções.
O advogado de Costa, Levi Nazaré, confirmou a detenção do seu cliente, mas disse não ter ainda mais informações, uma vez que ainda não falou com ele.
As autoridades são-tomenses ainda não emitiram nenhum comunicado.
Reunidos desde as nove da manhã, nenhum membro da Assembleia Nacional se pronunciou sobre os acontecimentos da noite de hoje na capital são-tomense.
Esta manhã, São Tomé despertou com um forte aparato militar e policial junto do edifício da empresa Falcon Group, sede do antigo batalhão Búfalo e actual sede da Frente Democrática Cristã (FDC).
Durante a noite, os militares foram postos em estado de alerta, as estradas foram vigiadas e a sede da empresa e do FDC encontrou-se cercada por efectivos das Forças Armadas e da polícia.
Um forte perímetro de segurança rodeou também o palácio presidencial, o palácio do chefe de Governo, e o quartel das Forças Armadas, na capital são-tomense.

O dispositivo de segurança em vários pontos da cidade foi aliviado ao fim da manhã de hoje.
Contactado o embaixador de Portugal em São Tomé, Fernando Ramos Machado, disse apenas que "a situação está calma" e remeteu outras declarações para mais tarde.
Arlécio Costa é um antigo elemento do célebre "Batalhão Búfalo", unidade de efectivos angolanos, moçambicanos e são-tomenses do exército sul-africano durante o "apartheid", e esteve às ordens de Jonas Savimbi (UNITA) em Angola.

Foi também um dos autores do golpe de Estado de 16 de Julho de 2003, liderado pelo major Fernando Pereira, formado na Academia Militar de Lisboa. Os autores do golpe protestavam contra as condições dos militares nos quartéis, os salários em atraso e o material militar obsoleto. Neste golpe, participou ainda o então vice-presidente da FDC, Sabino dos Santos.
A 23 de Julho do mesmo ano, foi assinado um memorando de entendimento, que previa a reinserção social dos membros do ex-Batalhão Búfalo.

Arlécio Costa foi ainda um dos envolvidos na tentativa de eliminar a SWAPO, do ex-Presidente namibiano, Sam Nujoma, antes da independência da Namíbia, em 1990, e pertenceu às forças de segurança da "empresa de mercenários" sul-africana Executive Outcomes.
O Falcon Grup é um projecto turístico sul-africano previsto para São Tomé, lançado há cinco anos, e visa a inserção social dos são-tomenses do antigo batalhão de mercenários sul-africano.

EUA perderam milhares de armas no Afeganistão, diz jornal

Os americanos perderam dezenas de milhares de espingardas e outras armas no Afeganistão e há risco de que parte delas já esteja nas mãos dos talibãs, noticiou o jornal norte-americano Washington Post.

De acordo com o jornal, a conclusão é de uma auditoria feita a pedido do Congresso segundo a qual não há notícias sobre o paradeiro de mais de um terço das 242 mil armas doadas às forças afegãs pelos Estados Unidos, entre as quais milhares de AK-47 e morteiros.
Desconhece-se também o paradeiro de mais 135 mil armas doadas por outros países da NATO.

Muitas dessas armas, que chegaram ao Afeganistão entre 2004 e 2008, foram guardadas em depósitos de responsabilidade de militares afegãos com histórico de deserção, furto e sob um sistema de segurança que, às vezes, consiste numa porta de madeira e um cadeado, diz o jornal, com base no relatório.
O relatório será apresentado nesta quinta-feira a uma comissão da Casa dos Representantes norte-americana. Deputados, no entanto, já começaram a pressionar o Pentágono por explicações quanto ao relatório.

Santa irresponsabilidade...

Mariza no 14º lugar da World Music Billboard nos EUA

O álbum "Terra" de Mariza, editado em Junho passado, entrou esta semana directamente para o 14º lugar da tabela de vendas de World Music da Billboard norte-americana.

A fadista inicia sexta-feira no Massey Hall, em Toronto (Canadá), a sua maior digressão de sempre, devendo pisar em três meses 48 palcos, entre os Estados Unidos e Canadá.
"Devia estar louca quando aceitei, mas se assumi o compromisso vou cumprir. São três meses sem vir a Portugal, nunca fiz uma digressão tão longa", disse Mariza.
Depois de Toronto, a intérprete de "Pequenas verdades" (Diogo Clemente/Javier Limón) actua sábado no Orchestra Hall Symphony Center, em Chicago, já no Estado norte-americano de Illinois.
"São três meses longe de casa, em que o ritmo é avião/hotel/concerto e, no dia seguinte, o mesmo: andar em companhias de aviação banalíssimas, sem ser a maravilha que se pensa. A maravilha das maravilhas é subir ao palco e cantar", sublinhou a cantora.

De Chicago, a terceira maior cidade norte-americana, Mariza regressa, dia 17, ao Canadá, para actuar no La Palais Montcalm, na cidade do Quebeque, seguindo dia 19 para Amherst (Massachusetts) onde actuará no Fine Arts Center Concert Hall e, no dia seguinte, no Kelley Theatre Fairfield University, em Connecticut (Nova Inglaterra).
A digressão à América do Norte é uma "aposta forte" da cantora que está já há duas semanas nos Estados Unidos "para acções promocionais, nomeadamente entrevistas".

Carmim inaugura portal em russo, mandarim e francês

A Cooperativa Agrícola de Reguengos de Monsaraz (Carmim), a maior produtora de vinhos do Alentejo, estreou esta semana as versões do seu portal em russo, mandarim e francês para facilitar o acesso de cibernautas daqueles mercados.
A Carmim explicou hoje que a aposta nestas línguas visa "facilitar o acesso dos mercados chinês, francófono e da Europa do Leste".
A empresa destaca também que, com este passo, torna-se numa das primeiras produtoras do sector a disponibilizar em mandarim e russo um completo compêndio sobre o vinho, com indicações sobre como o servir, o processo de vinificação e um glossário.

O portal da Carmim, inaugurado em Novembro do ano passado, com as opções em português e inglês, inclui ainda uma loja online, por enquanto apenas disponível para encomendas oriundas de Portugal Continental.
"Numa segunda fase, prevê-se abrir [a loja online] ao resto do mundo", sublinhou a empresa.

"Queremos demonstrar ao mundo inteiro o que somos, mas também queremos que seja um espaço de interacção com o consumidor e que as pessoas possam aprender mais sobre vinhos", afirmou.
O portal, que pode ser acedido em www.carmim.eu, contabilizou 2.500 entradas nos dois primeiros meses de funcionamento, o que representa 13.000 visualizações totais, com os utilizadores a permanecerem, em média, quatro minutos.

A Carmim é a maior adega cooperativa do país e a 23ª maior cooperativa nacional, sendo responsável, desde 1971, pela produção e comercialização de diversos vinhos regionais alentejanos e DOC's Alentejo.

Com cerca de mil associados, que a tornam na principal empresa vinícola da região, a CARMIM apostou em 2007 numa estratégia de internacionalização, tendo o seu volume de vendas crescido 60%, comparativamente a 2006.
As exportações dirigem-se, principalmente, para a Europa, tendo uma maior presença em França, Brasil e Angola, mas a Carmim já avançou também para países como a República Checa, China, Macau, Índia e Peru.

Portugal e Austrália "trocam apoios" para o Conselho de Segurança

Portugal e a Austrália "trocaram apoios" para as candidaturas a um lugar no Conselho de Segurança das Nações Unidas, afirmou ontem o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Luís Amado, em Díli, Timor-Leste.
"Portugal terá o apoio da Austrália e apoiará a Austrália para o Conselho de Segurança no biénio seguinte", disse Amado, que chegou a Díli para uma visita oficial de 48 horas, depois das deslocações a Singapura e Austrália.

O chefe da diplomacia portuguesa salientou que "há quase uma década que não havia uma visita de um ministro (dos Negócios Estrangeiros português) à Austrália" e frisou que o clima entre Lisboa e Camberra é de "convergência política".
Amado realçou, a propósito, que os dois países "ultrapassaram algumas divergências do passado em relação a Timor-Leste" e que o mútuo apoio às candidaturas para o Conselho de Segurança surge nesse contexto.
Os dois países têm "também convergência grande em relação ao processo de estabilização do regime de Timor-Leste", disse.
Luís Amado falava à saída do seu primeiro encontro em Díli, com o Presidente da República, José Ramos-Horta.

Portugal: Luís Amado em Singapura para desenvolver relações bilaterais

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, deslocou-se a Singapura, país que Portugal gostaria de ver como plataforma para o desenvolvimento de relações com a região da Associação de Nações do Sudeste Asiática (ASEAN).

"O objectivo essencial é constituir também em Singapura uma plataforma de desenvolvimento de relações com a região da ASEAN", afirmou Amado, que se encontra no país a convite do homólogo George Yeo.
O ministro considerou que a região da ASEAN "tem um grande potencial económico e que é já hoje um importante mercado para as exportações portuguesas, bem como para as da União Europeia".
"A partir de Singapura desenvolve-se uma importante influência de ponto de vista económico e comercial", frisou.
"Também dada a referência cultural que existe, ainda hoje, em Singapura da presença portuguesa há aqui um espaço importante para a afirmação da nossa relação histórica com toda esta região", adiantou.

O ministro referiu que, após a abertura do Centro de Negócios em Singapura, em 2008, haverá a partir de Outubro de 2009 uma representação diplomática portuguesa no país.
"Durante muitos anos não tivemos condições políticas para ter uma acção política e diplomática agressiva nesta região devido à negociação da nossa posição relativamente a Timor-Leste", disse.
"Mas nos últimos anos, passo a passo, consistentemente, estamos a procurar aprofundar as relações com toda essa região e Singapura é hoje uma plataforma importante para o desenvolvimento dessas relações", frisou.

quarta-feira, fevereiro 11, 2009

Farmacêutica é a mais recente aposta portuguesa na Índia

Pouco a pouco, os portugueses estão a redescobrir oportunidades na Índia.
A mais recente aposta vem do sector farmacêutico. A Defiante, empresa controlada pela italiana Sigma Tau que tem a sua sede internacional na Madeira, acaba de abrir uma subsidiária na Índia. Esta filial promete, pela dimensão do mercado, ser dentro de poucos anos um importante contributo para as contas que a Defiante fecha no Funchal.

No caso indiano a Defiante arranca "com um medicamento da área da psiquiatria", disse o director-geral, Paulo Viegas. É um novo passo no crescimento da Defiante, que se instalou na Madeira há 10 anos e que fechou 2008 com um volume de negócios próximo dos 70 milhões de euros. O peso do mercado português, porém, é residual, cifrando-se em cerca de 3% (dois milhões de euros), sendo que a estrutura é também ela reduzida, com uma dezena de colaboradores. A Defiante está a lançar em Portugal um produto novo para os hospitais, para tratar queimaduras e feridas. Mas o crescimento do grupo estará alavancado sobretudo nas aquisições de medicamentos já colocados no mercado (a farmacêutica já comprou produtos à GlaxoSmithKline e à Novartis, por exemplo) . "A Defiante avalia sete a oito oportunidades de investimento todos os anos", lembra Paulo Viegas.

segunda-feira, fevereiro 09, 2009

Filme Slumdog Millionaire com “portugueses” no elenco

Freida Pinto (Latika) e Ashutosh Lobo Gajiwala (Salim adolescente) desempenham papéis principais.

Freida Pinto nasceu a 18 de Outubro de 1984 em Bombaim (actual Mumbai), Maharashtra, Índia.
Passou pelo circuito da moda de Mumbai (representada pela Elite Model Management Índia) durante dois anos, antes de ter a sua grande oportunidade quando o realizador Danny Boyle a escolheu numa audição para desempenhar o papel principal feminino do filme: Latika.

Freida estudou no Colégio de São Francisco Xavier em Mumbai e só começou a ter aulas de actuação (antes fez teatro amador) depois de terminar o seu filme de debute. Entre 2006-07, apresentou 'Full Circle', um programa de viagens transmitido pela Zee International Asia Pacific.
É filha de Sylvia Pinto, actualmente reitora da St. John’s Universal High School e de Frederick Pinto, banqueiro do Bank of Baroda. Os seus laços familiares ligam-se à comunidade católica de Mangalore, cidade costeira do sudoeste da Índia e possessão portuguesa entre 1568 e 1659.

quarta-feira, fevereiro 04, 2009

"Uma cozinha no Douro" recebe dois Gourmand World Cookbook Awards

O livro "Uma Cozinha no Douro", de Celeste Pereira e Rui Paula, editado pela QuidNovi em Novembro, foi distinguido em Londres, com dois Gourmand World Cookbook Awards.

"Uma Cozinha no Douro" recebeu o prémio para a Melhor Primeira Obra e para a Melhor Fotografia, de autoria de Nelson Garrido.
Estes dois galardões foram o passaporte para estar na final do Prémio Best in the World, cujo resultado será conhecido em Maio.
"Uma Cozinha no Douro" é editado em inglês e português e além de receitas de Rui Paula, cozinheiro que desenvolve a sua arte no D.O.C., um restaurante no cais da Folgosa (Armamar), inclui textos sobre a gastronomia duriense de autoria de Celeste Pereira que faz ainda uma análise sobre o percurso de Rui Paula.
Rui Paula, 40 anos, iniciou a sua actividade aos 26 anos em Alijó, no restaurante Cepa Torta, já conquistou três medalhas de ouro (uma em 2005 e duas em 2007) e duas de prata (2001 e 2003) no concurso "Gastronomia com Vinho do Porto", organizado pelo Instituto dos Vinhos do Douro e Porto e pela revista Inter Magazine.
O ano passado o seu restaurante D.O.C. foi distinguido com o Garfo de Ouro, do anuário "Boa Cama, Boa Mesa", editado pelo jornal Expresso, colocando-o entre os 10 melhores restaurantes de Portugal.

O nosso exportador de palavras, por Ferreira Fernandes

in DN

Corrido pelo Inter ao fim de 6 meses e sem um golo, a passagem de Quaresma por Itália é considerada um fiasco. Depende do ponto de vista. Nem Paulo Sousa, nem Rui Costa, nem Figo, portugueses que jogaram ou jogam em Itália, podem orgulhar-se do feito de Quaresma. Eles ganharam títulos e meteram golos, mas que é isso se não deixaram marca na língua italiana? Quaresma deixou.

Ontem, o diário La Repubblica titulava: La trivela non c'è piu (traduzido: "Oh que saudades vamos ter daquele toque maravilhoso a que os portoghesi chamam tão poeticamente trivela"). Quaresma, que vai para Inglaterra, parece um falhado como o navegador Amerigo Vespucci. Sim, também deste se pode dizer: "Que golos marcou ou que terras descobriu Amerigo Vespucci, esse contemporâneo de Cristóvão Colombo?" Seja, ele não tem feitos, mas deixou uma palavra: América. Coisa que nem Figo nem Colombo deixaram.

Sintomaticamente, na semana em que Quaresma partiu, lançou-se o livro Parole Nuove dai Giornali, com os 4163 neologismos italianos dos últimos dez anos. Nos próximos, estará trivela. Mas isso é passado. Agora, ele vai para Inglaterra lançar a palavra traivila.

Argentina critica ida de William para as Falkland

Buenos Aires continua a reclamar o território britânico.

Príncipe completaria na ilha a sua formação como piloto de resgate militar.
O Governo argentino expressou ontem o seu mal-estar face ao eventual destacamento do príncipe William para as ilhas Falkland (Maldivas, para os argentinos), no âmbito do seu curso de piloto de busca e resgate da Royal Air Force (RAF). A notícia tinha sido avançada no domingo pelo The Sunday Times e já foi entretanto desmentida pelos britânicos, dizendo que ainda é muito cedo para decidir para onde o segundo na linha de sucessão ao trono será destacado.

"É muito difícil pensar que a diplomacia britânica não tenha pensado no significado da presença do príncipe nas ilhas, na qualidade de militar em actividade, e como primeiro membro da família real britânica activo nas forças armadas a viajar [para as Falkland] desde 1982", escreveu o jornal argentino Clarín. Buenos Aires mantém a sua reivindicação sobre as ilhas britânicas, apesar de ter perdido a guerra de 1982 pelo seu controlo. "Esta circunstância apenas serve, mais uma vez, para demonstrar a presença militar britânica constante em áreas que fazem parte do território nacional da Argentina", disseram fontes da diplomacia argentina. "O príncipe William acaba de começar o seu treino de piloto de busca e salvamento na Defence Helicopter Flying School, por isso é muito cedo para tomar qualquer tipo de decisão", indicou um porta-voz do Ministério da Defesa britânico. O curso deverá durar 18 meses.

A base das Malvinas conta com 500 militares, na sua maioria membros da RAF que voam em helicópteros Sea King e aviões Tornado, além de cem soldados de infantaria. Estão no local "para impedir agressões militares contra os territórios britânicos de ultramar no Atlântico Sul". Estas ilhas são uma das zonas mais difíceis para os pilotos de resgate, devido ao mar encrespado e aos fortes ventos. Precisamente por causa desse clima inóspito e ao facto de estar tão longe do Reino Unido, este é um dos locais mais impopulares para os militares. A confirmar-se a ida de William, de 26 anos, para as Malvinas, este será também um desafio à sua relação com Kate Middleton, de 27 anos, numa altura em que se multiplicam os rumores de um noivado.

terça-feira, fevereiro 03, 2009

Obama escolheu assessor português

Filho de um açoriano e uma alentejana, o lusodescendente do Massachusetts vai trabalhar com David Axelrod, o conselheiro que inventou o 'slogan' de campanha 'Yes we can'.

David Simas fala português e veio três vezes a Lisboa.
Simas estava frente a frente com o seu futuro chefe, quando Barack Obama entrou na sala. "Senhor Presidente", terá dito David Axelrod. "Este é David Simas. Veio recomendado por Deval Patrick [governador do estado do Massachusetts]." E, apresentações feitas, Obama respondeu: "Se o governador acha que ele é qualificado, então deve ser uma boa escolha." Minutos depois o lusodescendente recebia a notícia: o lugar na West Wing da Casa Branca é seu.

Simas, de 39 anos, é desde sexta-feira assessor de Axelrod, o conselheiro que inventou o slogan de campanha Yes we can e que tem sempre garantido o ouvido do novo Presidente americano. Logo no primeiro dia, este filho de um açoriano que conquistou uma alentejana em Moçambique, participou em reuniões com o vice-presidente dos EUA, Joe Biden, e o chefe de Gabinete da Casa Branca, Rahm Emanuel, para discutir as opções políticas da nova Administração. Num comunicado divulgado, o advogado de Taunton - uma das três cidades do estado do Massachusetts onde existem mais portugueses - disse que está muito "entusiasmado e honrado" com o seu novo desafio. Um desafio que agrada mas não surpreende o pai, António Simas. "Ele sempre foi muito interessado em política", disse o emigrante natural de Faial da Terra, em São Miguel. "Eu via muitos programas na televisão sobre o assunto. E ele, ainda pequeno, ia sentar-se ao meu lado e começou a gostar também."

Apesar da influência, o pai não lhe ditou as pisadas. Republicano confesso, faz questão de notar que o seu filho "só estudou em escolas católicas privadas" e foi educado segundo o princípio "torna-te útil à sociedade e a ti próprio". Mas depois de uma viagem a Washington, para assistir a uma conferência sobre liderança, o rapaz, então com 15 ou 16 anos, regressou a casa dizendo-se democrata. "Ele disse-me que conheceu por lá uns republicanos com tendências racistas e não queria fazer parte desse grupo", contou António Simas. David deu os primeiros passos da sua carreira de sucesso aos 18 anos, quando se candidatou à comissão escolar de Tauton. No início dos anos 1990, ficou conhecido na comunidade portuguesa por ser um dos líderes do movimento que pressionou as empresas de TV por cabo da região a transmitir a RTP Internacional gratuitamente.
Anos mais tarde, David era conselheiro municipal, mas decidiu fazer um intervalo na política para se dedicar à advocacia. Há dois anos, regressou, convidado para a campanha de Deval Patrick - o primeiro governador negro do Massachusetts.

"David impressionou o governador durante um ensaio para um dos debates da campanha em que se fazia passar pelo seu oponente", contou o pai. Ganha a eleição, Simas foi nomeado chefe de Gabinete adjunto do governador e, já nesse cargo, apoiou Obama na corrida para a Presidência, tendo sido um dos organizadores da campanha na costa Leste. O lusodescendente é fluente em português, ainda que "não tanto quanto desejável", segundo o pai. Simas visitou três vezes Portugal com a família. "Ele gosta da cultura portuguesa e tem uma grande paixão pela Amália. Sempre que fomos a Portugal acabámos numa noite de fados em Lisboa", contou o pai.

segunda-feira, fevereiro 02, 2009

A luzerna ao fundo da História

Por Ferreira Fernandes, in DN

No sábado, Barack Obama jantou no Alfalfa Club, um selecto clube de Washington, fundado em 1907. Um grupo de cavalheiros do Sul fundara o clube para homenagear o general Lee, o líder que na Guerra Civil defendeu a escravatura. Obama fez humor com as raízes do clube: "Se estivesse aqui, hoje, o general Lee teria 202 anos. E estaria muito confuso."
Um Presidente negro, convidado de honra num clube fundado para homenagear o general Robert Lee, a mim comove-me.

Vou contar outro ângulo da história, para ver se comovo mais gente. Vou lembrar outras raízes. O clube chama-se Alfalfa, em português, alfafa ou luzerna. A rainha das forragens, a melhor para as vacas. Cinco anos depois do clube fundado, em 1913, Jack London, em "O Vale da Lua", escreveu páginas que são um hino aos açorianos da Califórnia que plantavam até à berma das estradas. Esses camponeses, produzindo "alfalfa", tornaram-se os maiores leiteiros da América. Apesar disso, em 1920, o Congresso fez uma lei que estabeleceu quotas: favoreceu os imigrantes de olhos azuis, ingleses e alemães, e os açorianos de São Jorge, os pais do leite americano, ficaram décadas sem poder emigrar...