quinta-feira, julho 31, 2008

Governo aprova contrato para instalação de nova fábrica da Lactogal

O Governo aprovou hoje as minutas do contrato de investimento celebrado entre o Estado e várias empresas do sector cooperativo leiteiro que prevê a construção de uma fábrica da Lactogal em Oliveira de Azeméis.

A fábrica da Lactogal permitirá concentrar as produções de queijo actualmente dispersas por dois centros fabris, localizados em Sanfins e Avis, numa única unidade a construir de raiz, bem como a construção de uma torre de tratamento e secagem de soro em substituição de duas torres de secagem actualmente localizadas em Leça do Balio e Avis.
O documento precisa que este investimento, que ascende a um montante total de 48 milhões de euros, "envolve a criação de 160 postos de trabalho e permitirá o alcance de um valor mínimo anual de vendas de queijo curado de cerca de 8314 toneladas nos anos de 2010 e 2011 e de 8564 toneladas a partir de 2012 e até 2014, bem como de um valor mínimo anual de Vendas de soro em pó de cerca de 4533 toneladas nos anos de 2010 e 2011 e de aproximadamente 4670 toneladas a partir do ano de 2012 e até 2014, ano do termo de vigência do Contrato".

O contrato foi celebrado entre o Estado e a Lactogal SGPS, a Agros, União das Cooperativas de Produtores de Leite de Entre Douro e Minho e Trás-os-Montes, UCRL, a Proleite, Cooperativa Agrícola de Produtores de Leite do Centro Litoral, CRL, a Lacticoop, União das Cooperativas de Produtores de Leite de Entre Douro e Mondego, UCRL e a Lactogal, Produtos Alimentares, S. A..

Professores de Português nos EUA acusam Portugal de não investir na língua

Os professores de Português nos Estados Unidos (EUA) acusaram o Governo de Lisboa de não investir no ensino da Língua Portuguesa naquele país, durante o XVI Encontro de Professores de Português dos Estados Unidos e Canadá, na semana passada na Horta, Faial.

Lúcia Lopes, professora na escola Luís de Camões, em Newark, Nova Jérsia, disse que, nos últimos anos, Portugal não gastou "um único dólar" no ensino directo do Português nas escolas comunitárias, deixando toda a responsabilidade nas mãos das associações. "Não colocam professores, não pagam aos que cá estão, não apoiam com materiais escolares, nem formação, nem qualquer outra coisa", disse a docente. Segundo Raul Rodrigues, da escola secundária norte-americana Durffe High School, de Fall River, estado de Massachusetts, o "Estado português prefere investir milhares de dólares e apoiar leitorados de Português em universidades onde estudam meia dúzia de alunos estrangeiros". "A minha escola (Durffe HS) precisa de professores de Português, mas não os encontra porque eles não se formam nas universidades norte-americanas", sublinhou o professor. "No entanto, o Estado português continua a investir milhares de dólares em Centros de Português em universidades norte-americanas não se sabe bem para quê", acrescentou.

Durante a reunião na Horta, que reuniu 120 professores, ouviram-se muitas queixas de docentes que lutam "com falta de tudo e de mais alguma coisa" para ensinaram Português aos luso-descendentes, reclamando apoio de Portugal. Lamentam ainda o facto do secretário de Estado da Educação, Jorge Pedreira, presente no encontro, lhes ter levado uma mensagem que é mais de "desilusão" do que de "esperança". "De um momento para o outro, a nova legislação do Ensino do Português no Estrangeiro ignora totalmente as escolas comunitárias, a comunidade e o trabalho aqui desenvolvido ao longo dos anos, optando por criar uma certificação que é uma espécie de exame da escola virtual que todos sabem e que ninguém se vai dar ao trabalho de fazer", frisou um dos docentes.
Lúcia Lopes, por seu lado, referiu que a nova legislação esvaziou estas escolas e estes cursos de qualquer valor junto das comunidades, ao retirar-lhes os professores que aqui se encontravam destacados, agora obrigados a optar entre os EUA, sem vínculo à Função Pública, e as escolas a que pertencem em Portugal.

Nos EUA existem cerca de 50 escolas comunitárias pertencentes a associações, igrejas e comissões de pais, onde é ensinada a Língua Portuguesa aos filhos dos emigrantes. O ensino do Português como língua estrangeira existe apenas em meia dúzia de escolas norte-americanas nos estados da Califórnia, Massachusetts e Nova Jérsia. Os professores que participaram no XVI Encontro manifestaram-se ainda pessimistas em relação ao futuro deste ensino com a passagem da sua tutela para o Instituto Camões, que dizem estar mais vocacionado para o ensino universitário. A Associação de Professores de Português dos EUA e Canadá, responsável pela organização do Encontro, pediu, nas conclusões, um compromisso explícito do governo português nesta questão, concluindo que "há a necessidade de implementar uma estratégia comum" para os EUA e Canadá, "que inclua todos os níveis de ensino, desde o integrado às escolas comunitárias e universidades, através de coordenadores que conheçam a realidade específica deste espaço da diáspora portuguesa".

terça-feira, julho 29, 2008

Real politik à portuguesa, por Camilo Lourenço

Sócrates vai a Angola. Sócrates vai à Líbia. Sócrates recebe Chávez. As cabeças pensantes inquietam-se com tanta côrte a gente pouco recomendável. O problema é que as coisas não são assim tão simples. É óbvio que Sócrates não gosta de lamber os pés àquela gente. Mas não tem outra solução.

Como não teria Manuela Ferreira Leite (ou Passos Coelho) se estivesse no seu lugar: quando se gere um país com limitações, o idealismo cede à real politik. Portugal tem, ao longo do século XX (para não ir atrás), bons exemplos disso. À Esquerda e à Direita. Salazar fechou os olhos às atrocidades nazis para não ter chatices com os alemães. Caetano ignorou os crimes dos sul-africanos em troca do seu apoio (e depois do 25 de Abril nunca fomos muito duros com os sul-africanos por causa dos 600 mil portugueses que lá viviam…). Soares apoiou um ditador (Savimbi), enquanto Cavaco privilegiou outro (Eduardo dos Santos).

Uma análise simplista levaria a dizer que é a sina dos países pequenos. É, mas não só: Margaret Thatcher e Helmut Schmidt apoiaram a construção do gasoduto trans-siberiano sabendo que a Rússia ficaria com um poderoso "leverage" sobre a Europa (como está a acontecer). É isso e a lei dos negócios: se não formos nós, outros ocuparão o nosso lugar. E o país não pode recusar bons negócios… e influência geoestratégica (coisa de que os críticos se parecem esquecer). Mais nada.

Lírica de Luís de Camões publicada nos Estados Unidos

Uma antologia com o título "Collected Lyric Poems of Luís de Camões" acaba de ser publicada nos Estados Unidos, numa tradução do poeta e professor britânico Landeg White.

A obra, nas livrarias desde a semana passada, tem chancela da consagrada editora Princeton University Press (PUP), que assinalou tratar-se da primeira colectânea em inglês da poesia lírica de Camões.
Para a PUP, a obra lírica de Camões é suficiente para o poeta ser colocado "entre os grandes poetas, mesmo se nunca tivesse escrito 'Os Lusíadas'". "Luís de Camões é famoso em todo o mundo como o autor da grande épica do Renascimento, 'Os Lusíadas', mas a sua enorme e igualmente grande obra de poesia lírica é praticamente desconhecida fora do seu país natal, que é Portugal", assinalou a editora numa declaração..

"Camões foi o primeiro grande artista europeu a atravessar o hemisfério sul e a sua poesia é marcada por quase duas décadas passadas no norte e leste de Africa, Golfo Pérsico, Índia e Macau. Desde uma elegia em Marrocos a um hino escrito no Cabo Guardafui na ponta norte da Somália, até aos primeiros poemas modernos de amor a uma mulher não europeia, essa lírica reflecte os encontros de Camões com lugares e povos radicalmente desconhecidos", lê-se ainda. A antologia está organizada de acordo com as viagens de Camões, "o que permite a leitura do livro como uma viagem".

segunda-feira, julho 28, 2008

Elvira Fortunato vence maior prémio dado a um investigador português

A cientista que ganhou 2,5 milhões de euros.
Foi uma semana verdadeiramente louca para a carreira de Elvira Fortunato. Antes ela já soubera por via não oficial que fora contemplada com o primeiro prémio na área da Engenharia do European Research Council (ERC), organização que pela primeira vez atribui em 2008 aqueles que são considerados uma espécie de Prémios Nobel europeus.

O nome do projecto vencedor em inglês é 'Invisible' (Invisível) e propõe-se fazer transístores e circuitos integrados transparentes usando óxidos semicondutores, uma ideia arrojada e inovadora a nível mundial. Mas faltava a carta do ERC com a confirmação oficial.
Só que outros acontecimentos se meteram pelo meio. Na segunda-feira, na véspera de fazer 44 anos, a cientista da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa (FCT-UNL) recebeu uma prenda antecipada fantástica: a reitoria da UNL enviou para os "media" nacionais e estrangeiros um comunicado onde anunciava que a equipa do Centro de Investigação de Materiais (Cenimat), dirigida por Elvira, tinha produzido pela primeira vez no mundo transístores com uma camada de papel como material isolante, em vez do tradicional silício.
A notícia entrou imediatamente nas edições "on-line" de vários jornais portugueses, incluindo o Expresso, foi manchete na edição em papel de terça-feira do 'Público', levou Elvira nesse mesmo dia ao jornal da noite na SIC, surgiu na edição "on-line" do 'Financial Times' e caiu que nem uma bomba nos meios científicos mundiais. De tal maneira que na quinta-feira à noite, uma pesquisa no Google com as palavras em inglês "paper transistor" (papel transístor) encontrava já mais de quatro milhões de sítios na Internet em todas as línguas - incluindo chinês e russo - a falarem do tema, a maioria deles referindo-se à descoberta da equipa liderada por Elvira.

"Nesta semana não consegui simplesmente trabalhar, porque estava sempre a receber telefonemas e "mails" de parabéns, inclusive de pessoas que nem sequer conheço, e pedidos de entrevistas e de informações vindos de revistas e de sítios especializados, principalmente dos EUA", conta a investigadora.

Quinta-feira, o ERC confirmava oficialmente a atribuição do 1º Prémio de 2,5 milhões de euros com a nota máxima da tabela classificativa (8), e incluía o nome de Elvira no Top 5 mundial dos investigadores em electrónica transparente.
O prémio é pessoal e traduz-se num financiamento para os próximos cinco anos que a directora do Cenimat poderá utilizar na investigação como quiser, onde quiser e com a equipa que entender. Mas o que fará a cientista ao dinheiro?
"Este dinheiro é fundamental para o centro de investigação, porque vai permitir consolidar a actividade da minha equipa na electrónica transparente, uma área com potencialidades que hoje ninguém imagina". Assim, a maior parte do prémio será aplicada na compra de um microscópio electrónico para observações à nanoescala e fabrico de nanotransístores, e em despesas de pessoal.
Estas despesas incluem a contratação de mais um doutorado e um técnico, e o pagamento de metade do salário de Elvira durante 5 anos, "o que significa que posso contratar um professor para dar as minhas aulas, de modo a dedicar-me inteiramente à investigação, sem qualquer prejuízo para a FCT-UNL". Hoje trabalham com a cientista três alunos de mestrado, dez de doutoramento e seis doutorados estrangeiros oriundos da China, Índia e Sri Lanka.

Empresa na Hora apontada como caso de sucesso em estudo do Banco Mundial

Portugal surge como caso de sucesso num estudo do Banco Mundial (BM) pela medida Empresa na Hora (EnH), lançada em 2005, que permitiu reduzir o número de procedimentos e o tempo de espera para iniciar um negócio.

O estudo "Celebrating Reform 2008", sobre as reformas efectuadas em todo o mundo, apresenta a medida EnH, dizendo que "o seu sucesso inspirou outros países", tendo Angola e Cabo Verde pedido apoio legal e técnico, com base no modelo português.
Países tão diferentes como a Eslovénia, Hungria, Egipto, Moçambique, Chile, Brasil, Finlândia, Suécia ou China - indica o mesmo documento - visitaram o serviço Empresa na Hora para conhecer a forma como Portugal facilitou o processo de iniciar uma empresa.
O estudo do BM refere que Portugal é agora um dos países onde é mais fácil iniciar um negócio ou começar uma empresa, sendo necessários somente sete procedimentos, 7 dias e 600 euros.
Em 2005, era necessário que os empresários passassem por 11 procedimentos e esperassem 78 dias, com um custo de 2 mil euros, acrescenta.

O objectivo da criação das lojas EnH era simplificar o início de actividade aos empresários, tornando possível registar uma empresa em uma hora, conseguindo resolver todos os procedimentos necessários no mesmo local.
Actualmente, as lojas EnH já estão em 93 locais em todo o país, segundo o estudo.
A iniciativa do governo português inseriu-se nas reformas da Administração Pública visando reduzir a burocracia, modernizar e simplificar os serviços públicos que, em 2006, se alargaram, formando um conjunto de medidas, o SIMPLEX.
Os Balcões Únicos não se restringem à criação de empresas e dados divulgados pelo Ministério da Justiça em meados de Julho revelam que mais 227 vão ser criados nas Conservatórias até ao final de 2008, aumentando o número total para 658.
"Os Balcões Únicos estão claramente identificados dentro das Conservatórias, têm uma imagem própria, um só preço, uma só prestação de serviço e são efectuados num único local. É o caso da EnH, da Associação na Hora, do Documento Único Automóvel, do Balcão das Heranças, do Balcão Divórcio com Partilha, da Casa Pronta, da Sucursal na Hora ou do Nascer Cidadão", refere o Ministério.

sexta-feira, julho 25, 2008

Da política externa portuguesa

Por Nuno Rogeiro

Um pequeno país como Portugal necessita de uma grande política externa. Para escapar ao esmagamento do vizinho continental, para alicerçar alianças distantes, para proteger as linhas de comunicação marítimas, para diversificar as fontes de matérias-primas, para desenvolver o comércio e a produção, para ganhar influência.
Durante a história, soubemos agir com pragmatismo e com princípios, embora às vezes tenham falhado os dois. Fora da doutrina da "Respublica Christiana", das Descobertas, e dos seus corolários, nunca exercemos uma diplomacia "ideológica". Fomos soldados práticos, muitas vezes por sermos diminutos, em gente e recursos, e necessitarmos de amigos em todos os cantos do mundo. Mas também por termos tido a graça de lideranças esclarecidas, entendedoras da complexidade das relações externas, e da impossibilidade de fazer reinar, universalmente, um estrito dogma político.

Se exceptuarmos as épocas de turvação e revolução, onde o estado abdicou, desapareceu ou viveu suspenso, há ainda uma apreciável "continuidade" na política externa portuguesa, traduzida, nesta república, pelo apoio dos principais partidos às mesmas opções. De uma combinação do "interesse nacional" aos desígnios europeus, às escolhas africanas e ao fortalecimento da CPLP, das missões de paz ao laço transatlântico, da protecção do mar à promoção da língua, há um património estratégico indiscutível, nos desígnios interpretados pelo Palácio das Necessidades.

Claro que o problema está sempre nos detalhes.
O novo acordo ortográfico, por exemplo, afirma ou fere a expansão de uma língua clara, unívoca e unificadora? A aposta histórica em missões militares/policiais no Iraque e no Afeganistão, enfraqueceu ou fortaleceu a aliança com Washington? O que se passa com o Tratado de Windsor? Como é que os mais velhos amigos da Europa decidem acabar com o posto de adido de defesa, nas embaixadas? Qual é a melhor forma de ajudar Angola a crescer, a ganhar estabilidade política, e a permanecer "pró-portuguesa"? Como promover o Brasil, sem despromover Portugal? E aí por diante.
Mas os detalhes comprometem governos, enquanto que as bases empenham o estado, e as gerações. Os detalhes precisam de ser analisados pelos órgãos fiscalizadores clássicos, constitucionalmente listados, e por isso não surpreende ver o parlamento e o PR (e, por exemplo, quando aos tratados e suas consequências, ou quanto à cooperação policial/judicial, também os tribunais), participarem na boa execução de uma política externa, onde os aludidos pormenores, de carácter temporário, não ponham em causa os fundamentos, tipicamente permanentes.

Deve também observar-se que a capacidade de influência, persuasão, "pressão suave", divulgação, recolha de informações e "lobbying" de uma grande diplomacia, num pequeno país, não deve menosprezar-se. Acontece assim com nações de dimensões semelhantes, como a Noruega. E deve dizer-se que, da Venezuela ao Líbano, do Irão à China, da Rússia ao Iraque, Portugal tem desempenhado missões de convencimento não dispiciendas.
Pode argumentar-se que Chavez recomeçou a falar com Espanha, e a desarticular as FARC, depois de boas palavras portuguesas. Ou que o Irão tem sabido transmitir mensagens importantes para os seus "inimigos", através de Lisboa. Ou que a China tem apreciado a capacidade portuguesa para a aconselhar em escolhas políticas graves, dos Jogos Olímpicos ao Tibete.
Nada disto pinta manchetes. Mas existe.

Xavier Malcata, distinguido nos EUA pela dedicação à segurança alimentar, diz que "ASAE destrói legado que nos foi deixado"

ASAE aplica directivas europeias de forma "cega".
O júri da associação que elege o vencedor do "International Leadership Award" foi unânime a considerar, esta semana, o português Xavier Malcata como "um profissional possuidor de raras capacidades de trabalho, e como um detentor de excepcional dedicação". Para o cientista, que receberá formalmente o galardão a 6 de Agosto, nos Estados Unidos, a distinção equivale a "um prémio de carreira".

A investigação de Malcata permite melhorar a qualidade dos produtos alimentares - ele dedica-se sobretudo aos tradicionais portugueses - e, consequentemente, assegurar a saúde pública. A premissa que sustenta o seu trabalho deveria cruzar-se com a lógica que pauta a acção da ASAE - "o que não acontece", lamenta.
"A ASAE foi apresentada como sendo duas coisas: acção que fiscaliza e que faz avaliação do risco dos produtos para a saúde. Mas na prática a sua intervenção é essencialmente punitiva", critica. Neste sentido, a abordagem da equipa liderada por Malcata, não poderia ser mais distinta. "Ensinamos os produtores a trabalhar melhor: na produção e na conservação. Percebemos os produtos de forma racional, apuramos a qualidade, evitamos contaminações."

"Somos muitíssimo ricos a este nível. Temos a responsabilidade de preservar o legado que nos foi deixado", sublinha o cientista. "Infelizmente, a ASAE, com a aplicação cega das directivas europeias, está a destrui-lo, a condená-lo à morte". E sentencia: "Se conseguirem banir os nossos produtos tradicionais será uma hecatombe. Integrar a União Europeia não pode significar - tal como não significa noutros países, como a França - abdicarmos do que nos é característico". A cadeia, insiste, "está invertida. Antes da fiscalização deveria haver investigação, formação, análises de graus de risco e da população consumidora".

"CSI" português eleito presidente de associação internacional de ciências forenses

O presidente do Instituto de Medicina Legal (INML), Duarte Nuno Vieira, foi eleito hoje presidente da Associação Internacional de Ciências Forenses (AICF) no 18º congresso trienal da Associação, que decorre em Nova Orleães, nos Estados Unidos.

Duarte Nuno Vieira, que assumirá o cargo por três anos, disse que a AICF "agrupa os institutos e departamentos de medicina legal, mas também todos os serviços mundiais e laboratórios de polícia científica ou equivalentes". Vieira foi também convidado a presidir à World Police Medical Officers - Associação Mundial de Polícias Médicas, de âmbito anglo-saxónico -, que reúne os médicos que trabalham para as forças policiais. Face à eleição no Congresso, onde participam 89 países, Portugal vai ter a responsabilidade dem, pela primeira vez, organizar o próximo Congresso da AICF, em 2011.

Exploração de petróleo na Venezuela permite à Galp diversificar o seu portfolio

O reforço da cooperação da Galp com a petrolífera venezuelana PDVSA tem um impacto positivo na companhia portuguesa uma vez que permite diversificar o seu portfolio futuro de exploração, hoje focado em Angola e no Brasil.
O presidente da Venezuela, Hugo Chavez, afirmou, ontem, que a GALP vai aumentar a área de exploração de petróleo no seu país, através de um reforço da cooperação com a petrolífera venezuelana, PDVSA.E m causa, de acordo com o chefe de Estado venezuelano, estão dois blocos de petróleo, um mais antigo que não precisou, e um segundo no Leste do país, Oritupano, onde substituirá uma petrolífera norte-americana.

Porto de Lisboa recebe maiores paquetes do mundo

Lisboa entrou definitivamente na rota dos navios cruzeiros. Até Junho deste ano, o porto de Lisboa recebeu 140 navios e prevê-se a atracagem de mais 169 até Dezembro, que, na sua capacidade máxima, transportam mais de 252 772 passageiros. As escalas dos cruzeiros em Lisboa são sempre boas notícias para o comércio da Baixa, um dos locais onde se concentram os turistas que desembarcam. Sintra é outra zona no roteiro para os city-breaks e Fátima é o destino mais longínquo.

Em regra, os paquetes entram no Tejo de manhã com toda a sua sumptuosidade e largam ao fim da tarde, parecendo autênticas cidades flutuantes. Dados da Administração do Porto de Lisboa (APL) indicam que Setembro será o mês com maior número de escalas - 47 no total, e que na sua capacidade máxima transportam 65 516 passageiros. Agosto será um mês mais calmo, com 29 escalas, e em Outubro estão previstas 32 atracagens em Lisboa. Entre Agosto e Outubro, a capital vai receber os maiores navios cruzeiro do mundo. O Independence of the Seas, considerado o maior navio cruzeiro da actualidade, com capacidade para 4375 passageiros, vai escalar Lisboa sete vezes nos próximos três meses - duas em Agosto e em Setembro e três em Outubro. Enquanto o Royal Caribbean Internacional visita a cidade por dez ocasiões.Entre Novembro e Dezembro, a actividade vai abrandar, embora o porto seja escalado por 33 navios em Novembro, mas os navios terão menor capacidade.
Para a APL, a maior particularidade na actividade de cruzeiros em Novembro prende-se com o facto de ser o mês com maior número de navios a começar ou a terminar o cruzeiro em Lisboa. O Rotterdam, o Wind Spirit, o Wind Surf, o Crystal Serenity, o Wind Star, o Discovery e o Insígnia irão, durante o mês de Novembro, desembarcar ou embarcar em Lisboa um total de 5210 passageiros. A maioria são estrangeiros, que irão ficar hospedados nos hotéis da capital. Em regra, os passageiros dos navios cruzeiros são turistas com maior poder de compra que optam por unidades de quatro ou cinco estrelas. Novembro ficará como o mês em que o emblemático navio Queen Elizabeth II se despede dos cruzeiros e ruma em direcção ao Dubai. Mas Lisboa recebe até final do ano, e pela primeira vez, sete navios: o Carnival Splender ( 6 de Julho), o Minerva da Swan Hellenic (Agosto), o Aidabella (Setembro), o Alexander Von Humbolt II e o Empress (Outubro) e o MSC Fantasia e o italiano Costa Serena (Dezembro). No último mês do ano, a actividade cai para metade, com 15 escalas. Durante os primeiros seis meses do ano, o porto de Lisboa recebeu 140 escalas, mais 37 que em 2007.

quinta-feira, julho 24, 2008

PR do Nepal assume funções

O primeiro Presidente da República do Nepal, Ram Baran Yadav, tomou ontem posse, anunciaram responsáveis nepaleses.
Apoiado pelo partido do Congresso do Nepal (centrista), Ram Baran Yadav recolheu segunda-feira 308 dos 590 votos dos deputados da Assembleia constituinte, ficando à frente do candidato apoiado pelos maoistas. Os maoistas dispõem da maioria dos assentos da Assembleia, mas não de maioria absoluta. A eleição do Presidente mergulhou o país numa nova crise política porque os maoistas decidiram não formar o primeiro governo da República do Nepal.

Zona Euro: Só a Grécia bate Portugal na desigualdade de salários

Estudo analisou 200 empresas nacionais e multinacionais em Outubro do ano passado.
Só a Grécia bate Portugal na desigualdade de salários na Zona Euro. No nosso mercado, o cheque anual de um quadro directivo é, em média, 4,4 vezes maior do que um salário de um administrativo.
A conclusão é de um estudo da consultora Hay que analisou os valores pagos por 200 empresas nacionais e multinacionais em Outubro do ano passado. Já em 2006, o país estava à frente da Grécia e foi ultrapassado porque o fosso naquele mercado cresceu.
Os mais "equilibrados" são a Finlândia, a Alemanha e a Bélgica.

terça-feira, julho 22, 2008

CPLP: Angola e Moçambique desvalorizam cimeira

Os Presidente dos "gigantes" africanos da CPLP, Angola e Moçambique, faltarão à Cimeira de Lisboa, sexta-feira, no Centro Cultural de Belém. Ontem Cavaco Silva pressionou para que as ausências sejam "muito, muito poucas". Todos os outros chefes de Estado virão. E até o da Guiné Equatorial, que é somente observador.

Os Presidentes de Angola e Moçambique, vão estar ausentes da VII Cimeira da organização, sexta-feira, no CCB. Armando Guebuza, Presidente moçambicano, justificou a ausência como motivos de agenda interna: estará numa Presidência aberta e, além do mais, estão a celebrar-se os 40 anos da Frelimo. Já quanto a José Eduardo Santos não se conhecem justificações. A diplomacia portuguesa admite a ausência do Presidente angolano embora continue a dizer que à última hora ele poderá aparecer. A presença do chefe do Estado angolano tinha sido confirmada quinta-feira passada, em Luanda, pelo primeiro-ministro José Sócrates, segundo um telex da Lusa (que nunca foi desmentido ou rectificado). Anteontem, o assessor de imprensa da embaixada angolana em Lisboa, Estevão Alberto, disse que a sua representação diplomática apenas tinha confirmada a presença, em representação do Governo angolano, de uma delegação chefiada pelo primeiro-ministro Fernando "Nandó" da Piedade Dias dos Santos. A delegação moçambicana será chefiada pela primeira-ministra, Ana Luisa Diogo.

Todos os outros países se farão representar pelos respectivos Chefes do Estado. Estará também Nguema Mbasogo, Presidente da Guiné Equatorial, país que tem um estatuto de observador na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. Ontem, em Lisboa, o Presidente Cavaco Silva comentou as ausências anunciadas. "Neste momento, ainda não existem indicações definitivas quanto às possíveis ausências", disse, numa conferência de imprensa conjunta com o seu homólogo cabo-verdiano, Pedro Pires. "Seria muito positivo que todos os presidentes que fazem parte dos países da CPLP estivessem presentes na Cimeira (...). Quanto às possíveis ausências, eu gostaria que fossem muito, muito poucas", afirmou ainda o Presidente da República. Na VII Cimeira será encerrado o biénio de presidência da Guiné, sendo o testemunho transferido para Portugal. "Portugal irá assumir a presidência e, durante esse período da sua presidência, fará tudo o que estiver ao seu alcance para, dando execução às orientações que irão ser aprovadas, afirmar esta comunidade na cena internacional e torná-la numa comunidade mais forte", declarou Cavaco Silva.

Unidade portuguesa da Microsoft volta a ser a melhor do mundo

Desempenho financeiro, inovação e responsabilidade social levam empresa portuguesa a vencer concorrência internacional pelo segundo ano consecutivo. Prémio foi entregue no encontro anual de parceiros da Microsoft, nos EUA.

A fotografia quase podia ser uma cópia da que foi tirada há um ano, não fosse o facto de Jean-Philippe Courtois, presidente da Microsoft Internacional, estar este ano no lugar de Bill Gates e de Nuno Duarte, presidente da Microsoft Portugal, ter precisado da ajuda de Steve Ballmer para segurar não uma, mas duas taças. Ter avançado para a compra da Mobicomp, anunciada recentemente, e a abertura do primeiro centro, fora da sede da multinacional, de investigação e desenvolvimento na área do reconhecimento da fala – que emprega actualmente 17 colaboradores – são alguns dos exemplos da pró-actividade da subsidiária portuguesa que leva a Microsoft Portugal a ser considerada pelo segundo ano consecutivo a melhor subsidiária internacional da Microsoft. Por arrasto foi reconhecida como a melhor subsidiária de média dimensão em mercados desenvolvidos. A empresa foi distinguida por ter “o melhor ‘balanced scorecard’ [indicador de performance] de todo o mundo”. Isto significa que a empresa portuguesa voltou a sobressair em termos financeiros, na capacidade de inovação e de agir proactivamente no desenvolvimento do negócio, no índice de satisfação de clientes e parceiros, pelo investimento em responsabilidade social também pela aposta na diversidade.

O prémio só surpreende pela dimensão, visto que é um desempenho acima da expectativa e que tinha como base o do ano passado, que já tinha sido superior à média”, diz Nuno Duarte. O mesmo responsável adianta que a empresa teve índices de crescimento de 24% em 2007, tendo a facturação ultrapassado 220 milhões de euros, com previsões de 300 milhões em 2008.

quinta-feira, julho 17, 2008

Madeira volta à "guerra das bandeiras"

A Assembleia Legislativa da Madeira aprovou ontem um projecto de resolução que obriga os serviços do Estado não regionalizados a hastear a bandeira da região, lado a lado com a nacional.

Quase toda a oposição votou contra esta iniciatival, que, frisou Victor Freitas (PS), visa "agudizar o conflito institucional com a República, numa estratégia eleitoralista e partidária", para "desviar as atenções dos graves problemas regionais". O projecto retoma a "guerra das bandeiras" com que ciclicamente o partido do governo regional tem afrontado os órgãos de soberania e as hierarquias militares no arquipélago.
Na iniciativa, o parlamento madeirense denuncia "a situação de desobediência qualificada por parte dos órgãos da República sobre quem impede o dever legal de hastear a bandeira regional" . O Ministério Público decidira em 2004 arquivar uma queixa idêntica.

quarta-feira, julho 16, 2008

Conferência vai avaliar valor económico da língua portuguesa

O secretariado da Conferência Ibero-americana vai efectuar, a pedido do governo português, um estudo para avaliar o valor económico da língua portuguesa, disse hoje o ministro da Cultura, José António Pinto Ribeiro.
Pinto Ribeiro afirmou que irá ser utilizada uma "metodologia semelhante a uma que se pediu para fazer um estudo para a língua castelhana", acrescentou.

O ministro da Cultura adiantou ainda que o governo português está a "lançar as bases para uma política da língua portuguesa", a que o governo português deseja ver associados todos os Estados-membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
"Isto significa recentrar a nossa política em matéria de língua neste espaço, para o que vai ser constituído um fundo para a língua portuguesa", disse.
O ministro da Cultura revelou que o fundo vai ser ser anunciado dentro de um conjunto de medidas destinadas à promoção da língua portuguesa.

Venezuela, Ucrânia e Croácia querem ser da CPLP

in DN

Subitamente, a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)tornou-se um clube muito requisitado. Há dois anos, a Guiné Equatorial e o Maurício entraram, com o estatuto de países associados. Este ano, será a vez do Senegal. Na lista de espera, estão países do Leste e América LatinaPortuguês pode ser língua oficial na Guiné Equatorial.

O Senegal vai tornar-se este mês o terceiro país adquirir o estatuto de observador associado da CPLP, mas a lista de espera é longa e inclui nações de geografias tão improváveis como o Leste europeu. Ucrânia, Croácia e Venezuela já fizeram chegar o seu interesse ao 32 da Rua de São Caetano, à Lapa, em Lisboa , onde a CPLP está instalada num palacete novecentista cedido pelo Governo português. Constituída há 12 anos, com 7 países de língua oficial portuguesa (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe), a CPLP alargou-se a 8, em 2002, com a adesão de Timor-Leste.

Em 2006, na Cimeira de Bissau, a comunidade aceitou os seus dois primeiros países associados: Maurício e Guiné Equatorial.Maurício (país do Índico usualmente designado como Maurícias) é habitado por duas comunidades, uma de origem indiana e outra africana, originária de Moçambique, daí o interesse em participar na CPLP, com o actual estatuto de associado. A Guiné Equatorial não descarta a hipótese de passar a ser o 9.º membro efectivo, depois de acrescentar o português às suas duas línguas oficiais; castelhano e francês. Antiga colónia portuguesa, foi objecto, no século XVII, de um negócio com a Espanha, que. em privado, o Presidente da Guiné Equatorial faz questão de lamentar. Em troca, Portugal recebeu da Coroa espanhola um território na América do Sul que foi integrado no Brasil.

Na Cimeira de Lisboa, que terá lugar no Centro Cultural de Belém, nos próximos dias 25 e 26, será a vez da formalização da adesão do Senegal.Mas na próxima cimeira de chefes de Estado, a realizar em Luanda em 2010, já deverá ser necessário pôr mais lugares à mesa.
No continente sul-americano, a CPLP é atraente aos olhos de todos os países que fazem fronteira com o Brasil: Argentina, Bolívia, Colômbia, Guiana Francesa, Guyana, Paraguai, Suriname, Peru, Uruguai e Venezuela, em particular deste último onde existe uma forte comunidade portuguesa e o presidente Chávez se encontra em rota de colisão com o Governo de Madrid. Ucrânia e Roménia são dois candidatos óbvios, devido aos laços que estreitaram com Portugal através de fluxos migratórios. Menos óbvio é o interesse croata.

O forte crescimento do Brasil e Angola ajuda a perceber esta explosão de interesse que a CPLP está a despertar em diversos cantos do Mundo. Com o preço do barril do brent a roçar os 150 dólares, há muita gente a querer ser amiga de uma comunidade em que metade dos seus membros têm petróleo (Brasil, Angola, Timor e São Tomé).

Portugueses descobrem nova prevenção da malária

Grupo de Maria Mota, do Instituto de Medicina Molecular, e investigadores da jovem empresa portuguesa de biotecnologia Alfama descobriram um ovo de Colombo: uma substância da soja inibe a propagação da infecção do parasita da malária no fígado, em ratinhos.

A ideia é de uma enorme simplicidade e surgiu em conversa, quando o grupo de Maria Mota, do Instituto de Medicina Molecular (IMM), e outros investigadores da jovem empresa de biotecnologia Alfama preparavam a submissão de uma patente. Decidiram então testar a ideia em ratos e, para sua surpresa, a hipótese funcionou. Com isso, descobriram uma nova estratégia, "simples e barata", de profilaxia contra a malária, utilizando uma substância chamada genisteína, que existe na soja e que pode ser utilizada como suplemento alimentar sem risco de toxicidade.

A descoberta, que é publicada hoje na prestigiada revista PLos ONE, é também o ponto de partida para novos estudos. "O próximo passo é fazer ensaios de campo, em colaboração com o Centro de Investigação em Saúde de Manhiça, perto de Maputo", adiantou Maria Mota, sublinhando que ainda não há uma data concreta. "Primeiro precisamos de angariar fundos, em colaboração com a Alfama, e é nessa fase que estamos agora." Em 2003, o grupo de Maria Mota descobriu que uma determinada molécula da família das quinases, que existe nas células do fígado do hospedeiro, é importante para o desenvolvimento do parasita da malária, (o plasmodium falciparum), nessas células. Por outro lado, sabia-se que aquela família de moléculas é inibida pela genisteína, da soja. "Lembrámo-nos de juntar as duas coisas e decidimos ver o que dava", conta Mota. Os resultados mostram que a genisteína inibe de facto a fase de infecção nas células do fígado, "com uma eficácia entre 50 e 80%", adianta a investigadora do IMM, notando que "a administração profiláctica como suplemento alimentar a populações de regiões onde a malária é endémica pode ter um grande impacto na saúde dessas populações". Para Arantes Oliveira, líder da Alfama, "este tipo de estudo, e o apoio que lhe damos, é um exemplo de como doenças que afectam sobretudo populações pobres podem ter interesse para a indústria".

sexta-feira, julho 11, 2008

L'Espagne, candidate pour abriter le siège de l'Union pour la Méditerranée

Jeuneafrique.com

A Espanha anunciou oficialmente quinta-feira que propõe Barcelona para acolher a sede da Secretaria-geral da União para o Mediterrâneo (UPM).
A candidatura espanhola irá concorer com as apresentadas pela Tunísia, Marrocos e Malta. Miguel Angel Moratinos, ministro espanhol dos Negócios Estrangeiros afirmou em Tunes que "a sede deverá ser em Barcelona, onde o processo da UPM nasceu, o essencial é que se construa uma Secretaria-geral forte que trate em pé de igualdade todos os países da região".

A Secretaria deverá ser capaz, por si própria, de gerir e assegurar a nova cooperação ao nível do Mediterrâneo.

Guiné-Bissau com três atletas e 29 dirigentes em Pequim?

A Guiné-Bissau vai levar 32 pessoas aos Jogos Olímpicos Pequim. No entanto, apenas três são atletas…
Um atleta na luta livre, Augusto Midana, e dois no atletismo, Holder Silva e Domingas Togna (estes dois últimos através de convites, já que não alcançaram os mínimos exigiodos pelo COI). Esta é a presença desportiva da Guiné-Bissau em Pequim, embora à China cheguem 29 dirigentes.
Esta é a quarta participação do país nos Jogos Olímpicos. A primeira foi em Atlanta1996.

Países ricos é assim...

quinta-feira, julho 10, 2008

E a alternativa GPL? por Camilo Lourenço

Na confusão da crise dos combustíveis, o Governo desfez-se em trabalhos para facilitar a vida a algumas corporações: camionistas, pescadores, taxistas As soluções não foram as melhores (e outras, como a criação do gasóleo profissional, seriam ainda piores): o Governo perdeu receita, ou aumentou despesa, e aos grupos afectados soube a pouco.

O problema é que para alguns deles (taxistas e transportes urbanos), um pouco mais de imaginação teria feito milagres. Bastava que o Governo fomentasse a utilização de GPL (Gás de Petróleo Liquefeito). O litro deste combustível custava ontem 67 cêntimos contra 1,43 euros do gasóleo. Com outras vantagens: polui menos que o gasóleo (emissões e ruído) e garante o mesmo rendimento do motor (os taxistas da comunidade de Madrid são o maior utilizador de GPL na Europa). Além disso, o Imposto Automóvel sobre um veículo a GPL é de 50% da taxa normal, o que compensa os dois mil euros da transformação.

Do ponto de vista fiscal esta solução traria, em sede de ISP, perdas pequenas para o Estado. Mesmo que o consumo de GPL subisse para 22 mil toneladas em 2008 (20 mil em 2007). Se assim é, o que está a emperrar a adopção do GPL? A burocracia e a proibição de estacionar em caves (medida cada vez mais obsoleta face ao avanço da tecnologia na construção dos depósitos): a homologação de cada pedido de transformação de veículo chega a demorar 6 meses…

quarta-feira, julho 09, 2008

Elites do Sri Lanka: o "português" Fonseka, General Comandante do Exército

The Economist
Mahinda Rajapahse, o presidente do Sri Lanka, diz com ar satisfeito: “Isolámos o Exército de Libertação dos Tigres do Tamil [LTTE]", diz, “porque se não os derrotarmos, não teremos paz nem desenvolvimento".
Em Janeiro ele revogou o cessar fogo e intensificou uma brutal ofensiva contra o não menos brutal LTTE. Esta semana o seu comandante do Exército, General Sarath Fonseka, reclamou que a operação foi bem sucedida. Os Tigres, segundo o general, perderam a capacidade de lutar como um exército convencional. "Derrotámo-los".

Os Tigres não se renderam e devem discordar. Mas o irmão do presidente, Gotabhaya Rajapakse, que é também secretário da Defessa, afirma que o governo tem actualmente uma hipótese extraordinária de os esmagar. O General Fonseka afirma que os Tigres perderam 9.000 combatentes desde 2006.

terça-feira, julho 08, 2008

Governo de Xanana Gusmão sob suspeita de favoritismo

Primeiro-ministro foi à televisão defender-se das acusações. Estudantes iniciaram há um mês protesto contra compra de carros novos para 65 deputados.
Uma intervenção policial sobre estudantes universitários no centro de Díli, acrescentou ontem mais um episódio na contestação e suspeita sobre o Governo liderado por Xanana Gusmão. Os estudantes universitários timorenses iniciaram há um mês um protesto contra a compra de viaturas 4x4 pelo Parlamento, oportunidade para estender acusações de corrupção a outros órgãos de Estado, em especial o Governo.

O incidente de ontem aconteceu dois dias depois de o primeiro-ministro ter ido à televisão defender-se de acusações explícitas de corrupção e favoritismo publicadas sexta-feira na imprensa timorense. Em causa está a concessão, em regime de exclusividade e à margem de concurso público, de um contrato de importação de arroz a um dirigente do seu partido, o Congresso Nacional de Reconstrução de Timor-Leste (CNRT). Xanana, segundo documentos do Ministério das Finanças, assinou uma concessão da importação de 16 mil toneladas de arroz para 2008, no valor de 9,2 milhões de euros, à companhia Três Amigos, de Germano da Silva, vice-presidente do CNRT. No sábado, Xanana justificou a concessão ao dirigente do CNRT pelo imperativo de não deixar o povo timorense "morrer à fome" numa época de escassez.

A intervenção policial de ontem em frente ao Parlamento, pela Polícia Nacional de Timor-Leste, incluiu o uso de granadas de gás lacrimogéneo e terminou com a detenção de cerca de vinte estudantes. O protesto fez estalar uma crispação crescente provocada pela revelação de acordos secretos com companhias estrangeiras e pelo Orçamento Rectificativo (OR) para 2008, que mais do que duplica o aprovado há meio ano. Os pontos de fricção entre o Governo, partidos na oposição e mesmo da aliança no poder e diferentes sectores da sociedade timorense encontram-se resumidos de forma indirecta na petição hoje redigida pela Acção Solidariedade Universitária Timor-Leste.
Além da compra de carros para os 65 deputados, coberta na proposta de OR, a petição estudantil condena a revisão dos montantes da transferência do Fundo do Petróleo. Os critérios de uso do Fundo foram criticados há dias por uma coligação de organizações não governamentais de monitorização da administração pública, que alertam para um "primeiro passo perigoso na direcção da maldição dos recursos" no país.
A proposta de OR apresenta um aumento das provisões orçamentais para 2008 num total de 490 milhões de euros. A rectificação no OGE, a ser aprovada, significa um aumento de 269,5 milhões de euros nos gastos públicos. Estes valores alarmaram o FMI, que na semana passada lançou um aviso a Díli para o risco de a inflação sair fora de controlo.

segunda-feira, julho 07, 2008

Unesco: Malaca declarada património da Humanidade

A UNESCO acrescentou hoje Malaca, uma antiga fortaleza portuguesa no sudeste asiático, à sua famosa lista de tesouros da Humanidade.
Malaca, ou Melaka, como se diz hoje em malaio, foi conquistada por Afonso de Albuquerque em 1511 e posteriormente ocupada pelos holandeses. A sua nomeação foi aprovada pelo Comité do Património Mundial da Unesco juntamente com George Town, outra povoação histórica da actual Malásia.
O comité, cuja reunião anual decorre até 10 de Julho no Quebec, acrescentou ainda dois outros locais à sua lista: o templo hindu de Preah Vihear, no Cambodja, e a antiga área agrícola de Kuk, na Papua Nova Guiné, devido ao seu "excepcional valor histórico".
É o primeiro local da Papua Nova Guiné a fazer parte do Património Mundial, cuja lista passou agora a ter 858 nomes.

Basílio Horta diz que carro eléctrico da Nissan-Renault vai revolucionar o mercado e a economia dos combustíveis

O novo carro eléctrico fabricado pelo construtor Nissan-Renault (N-R), o primeiro a propor a produção de carros eléctricos em massa, "vai revolucionar" o mercado automóvel e a economia dos combustíveis. Quem o diz é Basílio Horta, presidente da Agência para o Comércio Externo de Portugal (AICEP).

O modelo vai ser apresentado esta quarta-feira, em Portugal. Ao falar hoje à margem da colocação da primeira pedra da nova fábrica da Nestlé, em Coruche, Horta classificou a iniciativa de “um momento esperança dentro de um clima que não é tranquilo”. Quanto ao facto de o novo automóvel eléctrico da N-R ser apresentado em Portugal, o presidente da AICEP considerou que a iniciativa “abrirá possibilidades de investimento relacionados com esse projecto", notando que "é a possibilidade, não é a certeza de algum investimento relacionado com esse modelo ser feito aqui". Reconhecendo ter tido contactos nesse sentido, o presidente da AICEP garantiu que dará o "máximo do apoio possível" para concretizar o investimento. Segundo Horta, o carro eléctrico "tem uma autonomia para 200 quilómetros e anda como se fosse um carro a gasolina".

BNP Paribas deslocaliza para Lisboa

OS FRANCESES do BNP Paribas Securities Services vão deslocalizar parte das operações relativas ao “Disaster Recovery Plan” para Lisboa, num projecto em duas fases.

O banco irá contratar 274 colaboradores nacionais para as instalações em Lisboa até 2010, ficando 50% da operação a desenvolver-se em Paris e a outra metade em Lisboa (numa 2ª fase poderá contratar mais 200 colaboradores).
O projecto, denominado “Dual Office Lisboa”, tem por objectivo replicar as operações bancárias nos mercados europeus, permitindo em caso de sinistro (tipo “11 de Setembro”) e num tempo inferior a duas horas, a recuperação da operacionalidade informática e de toda a informação existente do grupo em todos os mercados. O investimento será da ordem dos 3,5 milhões de euros para instalações, equipamentos e informática e mais 5 milhões de euros para a formação
a decorrer ao longo de três anos, revelou Alexandre Canadas, director do BNP Paribas Securities Services.
O evento para o anúncio da escolha de Lisboa pelos franceses mereceu a presença do ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, assim como do chairman do BNP Paribas, Michel Pebereau. A opção é relevante sobretudo porque acontece numa altura em que vários grupos financeiros
europeus e norte-americanos estão a procurar deslocalizar este tipo de operações para países como a Índia. Teixeira dos Santos disse que este projecto apenas é possível pelas boas infraestruturas de telecomunicações do país.

sexta-feira, julho 04, 2008

Investimento: Portugueses com grandes oportunidades na Índia

Os empresários portugueses devem apostar na Índia no turismo, construção e obras públicas, sectores estratégicos para fortalecer as relações comerciais entre os dois países, defendeu hoje o presidente da Confederação da Indústria Indiana, Dipankar Chatterji.
"O turismo é uma grande oportunidade. A melhor forma de aproximar os dois países e os dois povos é o turismo", disse Chatterji, em Lisboa, no primeiro dia do congresso ibérico sobre economia indiana e as oportunidades de negócios.

A mesma visão foi defendida pelo professor da Escola de Direcção e Negócios (AESE) Viassa Monteiro para quem o turismo é uma indústria "com taxas de rentabilidade muito boas na Índia", pelo que Portugal "deve apostar na diversificação, oferta turística e criação de parcerias". "Há muito a explorar. A Índia só recebe cinco milhões de turistas e Portugal pode contribuir com muito know-how em cadeias hoteleiras", afirmou Monteiro.
Também Chatterji refere que apesar de a Índia ter registado em 2007 um crescimento de 11,9 por cento das chegadas de turistas, "os portugueses vão muito para Goa, por ser confortável devido à proximidade cultural e da língua. Por outro lado, os turistas indianos vão muito para a Europa, nomeadamente Espanha e França, mas desconhecem Portugal", frisou.
"Sabemos que há tourada em Espanha, mas desconhecemos que também existe em Portugal", disse Chatterji.
Segundo o responsável, entre as causas que impedem o crescimento do turismo entre a Índia e Portugal está a ausência de voos directos entre os dois países e de publicidade de Portugal no mercado indiano.

Além do turismo, os empresários portugueses têm também grandes oportunidades de negócios na Índia, nos sectores da construção e obras públicas, sistemas de informação e desenvolvimento de sistemas de engenharia de produto, como nos moldes, defenderam Monteiro e o vice-presidente da Associação Industrial Portuguesa, Henrique Neto.
Um outro nicho, Neto, é o sector automóvel, onde os portugueses têm grande capacidade de produção de equipamentos, moldes e ferramentas.
"Estamos também na rota atlântica da logística, que é um dos nossos pontos fortes. Por que razão é que os barcos que vêm do Atlântico vão para Roterdão e não para Sines?", questionou Neto, que considera as relações comerciais entre os dois países "deficitárias".

quinta-feira, julho 03, 2008

Martifer Solar implementa instalação solar fotovoltaica mais alta do mundo

A Martifer Solar (MS) foi responsável pela engenharia e montagem da instalação solar fotovoltaica da Torre de Cristal (TC), situada no topo do arranha-céus madrileno com 245 metros de altura.

A instalação de integração arquitectónica usa silício policristalino com tecnologia vidro-vidro da companhia La Veneciana de Saint-Gobain, empresa que desenvolveu os materiais de construção, explica a Martifer em comunicado. Esta instalação da TC é até hoje o projecto solar fotovoltaico mais alto do mundo.
A implementação da cobertura solar fotovolvaica foi um grande desafio de engenharia e instalação para a MS. A altura e as características do edifício fizeram com que fossem necessários alpinistas para levar a cabo a instalação dos vidros, de 120 kilos cada um, que continham as células fotovoltaicas”, acrescenta o comunicado. A cobertura, de 285 m², gera mais de 32 KW, no pico da exposição solar, energia que é destinada à alimentação do edifício, contribuindo com isto para o seu abastecimento e auto-suficiência energética.

A instalação solar fotovoltaica da TC foi um contrato levado a cabo pela companhia vidreira La Veneciana de Saint-Gobain que contratou a MS para a execução do projecto e também para a tarefa de instalação. “Esta cobertura da TC foi para a MS uma dos seus projectos mais emblemáticos no que diz respeito a integração arquitectónica, já que é um importante marco que demonstra bem a capacidade da empresa para enfrentar e superar obras de grande complexidade técnica”, refere a empresa liderada por Carlos Martins.

Portugal/Marrocos: X Cimeira no sábado em Oeiras dominada pelas questões energéticas

O primeiro-ministro, José Sócrates, estará presente sábado na X Cimeira Luso Marroquina, que se realiza no Forte de São Julião da Barra, em Oeiras, e que deverá ser dominada pelos temas da energia.
Segundo o executivo de Lisboa, Portugal deverá assinar com o Governo de Marrocos, cuja delegação será liderada pelo primeiro-ministro Abbas el-Fassi, acordos bilaterais nas áreas do turismo, de cooperação energética, indústria automóvel e infra-estraestruturas.
Na Cimeira Luso Marroquina, as reuniões sectorais vão envolver os ministros dos Negócios Estrangeiros, Finanças, Economia e Obras Públicas dos dois países,

No início de Junho, o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, recebeu em Lisboa o seu homólogo marroquino, Taieb Fassi-Fihri, encontro no qual ficou decidido que a X Cimeira Luso Marroquina será dominada pelo tema da cooperação energética.
Além da questão da energia, Amado referiu que a cimeira deverá ainda voltar a discutir "o turismo e o turismo cultural", para fazer uma avaliação das iniciativas em curso.
Portugal e Marrocos têm em curso alguns programas de reabilitação de património que envolvem instituições e empresas dos dois países num esforço de recuperação de locais com valor histórico e sua orientação para o turismo.

Questionado sobre a imigração, em concreto sobre as notícias de que a França está a preparar um "pacto" para apresentar aos parceiros europeus durante a sua presidência da União, que se iniciou quarta-feira, Amado disse concordar com uma harmonização das políticas europeias de imigração que não deixe de encarar o fenómeno como algo que é necessário à Europa.

A IX Cimeira Luso Marroquina realizou-se no ano passado em Rabat, tendo terminado com a assinatura de 15 acordos nos domínios das finanças, economia, cultura, ciência e educação, transportes e ambiente.
Entre os acordos celebrados, os mais relevantes incidiram sobre a extradição de cidadãos detidos ou condenados e sobre a duplicação da linha de crédito de apoio aos investimentos nacionais em obras públicas, que passará de 100 para 200 milhões de euros.
Além desta linha de crédito, cujo financiamento é dado pela CGD, Portugal e Marrocos renovaram uma segunda no valor de 10 milhões de euros, que se destina a apoiar aquisições feitas a pequenas e médias empresas nacionais.
A área da cooperação científica, cultural e da educação teve três compromissos concretizados no final da cimeira, um deles prevendo a criação de uma comissão mista até 2009 e que, entre outras funções, encarregar-se-á de estudar um plano para a reabilitação de património histórico português na costa marroquina.

Foi também celebrado um protocolo de cooperação entre o Instituto Camões e o Instituto de Estudos Hispano Lusófonos com a Universidade Mohammed V, tendo como objectivo a criação de uma licenciatura em estudos portugueses e o desenvolvimento da investigação histórica e literária.

quarta-feira, julho 02, 2008

"Eu show Sócrates", por Camilo Lourenço

Opinião

O ministro da Agricultura perde a paciência e insinua que a CAP e a CNA albergam extremistas (de esquerda e direita). Os representantes dos agricultores aproveitam o deslize e recusam falar com Jaime Silva. O que faz o primeiro-ministro? Anuncia que é ele quem vai negociar com os agricultores.

Take 1 – O ministro da Agricultura perde a paciência e insinua que a CAP e a CNA albergam extremistas (de esquerda e direita). Os representantes dos agricultores aproveitam o deslize e recusam falar com Jaime Silva. O que faz o primeiro-ministro? Anuncia que é ele quem vai negociar com os agricultores.

Take 2 – O ministro da Ciência não quer dar mais dinheiro às universidades à beira da ruptura financeira. O ministro das Finanças vai mais longe e diz que aquelas universidades têm um problema de gestão (claro como a água…!). O que faz o primeiro-ministro? Manda dizer que ele mesmo se ocupará do dossier “universidades”.

Compreende-se a descoberta tardia (há uns meses estes grupos seriam corridos a pontapé…), por Sócrates, dos seus dotes negociais. Não se compreende é a desautorização de dois ministros (três, se contarmos com Teixeira dos Santos), a quem passou um atestado de menoridade, com consequências previsíveis nos próximos confrontos com o Portugal corporativo.Estes episódios reforçam a ideia de que Sócrates deixou de navegar com GPS para navegar à vista. Se o primeiro-ministro acha que os ministros não prestam, substitua-os. Porque insistir no “one man show” em que se transformou a sua governação tem riscos. Graves. E se amanhã alguma corporação disser que já não se senta com Sócrates? O primeiro-ministro cede o lugar ao Presidente da República?

Rafael Branco renunciou à nacionalidade portuguesa

O novo primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe, Rafael Branco, chefe do improvável novo governo de coligação Partido da Convergência Democrática (PCD), Movimento Democrático Força da Mudança (MDFM) e Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe/Partido Social Democrata (MLSTP/PSD), afirmou hoje que renunciou à nacionalidade portuguesa para poder assumir o cargo, rejeitando as acusações de "fraude constitucional" do anterior titular, Patrice Trovoada.

Em São Tomé, Branco reagiu hoje às acusações do seu antecessor, garantindo ter renunciado à nacionalidade portuguesa antes de se apresentar como candidato ao cargo de primeiro-ministro. O embaixador português em São Tomé, Américo Madeira Bárbara, confirmou que Rafael Branco "efectuou todas as formalidades para renunciar à nacionalidade portuguesa", sem esclarecer em que data foi apresentado o pedido.

Trovoada acusara Branco de ser cidadão português, "o que faz com que constitucionalmente não preencha um dos requisitos fundamentais para o exercício do cargo que avidamente desejou".
A crise política são-tomense começou com a queda do Governo liderado por Trovoada, presidente da Acção Democrática Independente (ADI), depois de ter sido aprovada no Parlamento, a 20 de Maio, uma moção de censura interposta pelo MLSTP-PSD, maior partido da oposição, e apoiada pelo PCD, que integrava o Executivo.

Sendo assim, um titular de altos cargos públicos em São Tomé, não pode ter outra nacionalidade que não a são tomense... Obrigado pelo esclarecimento. Se calhar convém que tenha a nacionalidade do país onde desempenha tão alto cargo. Já agora... Países de "faz de conta"!

Espanhóis devem investir mais de 2 mil milhões em Portugal

Câmara de Comércio e Indústria Luso Espanhola (CCILE) estuda as empresas de capital espanhol no país.
As empresas espanholas devem investir mais de 2 mil milhões de euros em Portugal nos próximos quatro anos, tornando o país vizinho num dos maiores investidores estrangeiros.

"Contabilizando os novos projectos de investimento espanhol previstos para o nosso país, é de esperar uma forte aposta de grupos espanhóis, tendo em conta projectos como o da La Seda, da Repsol, Pescanova, Chamartín ou o da Abertis", refere um estudo da CCILE sobre as "Empresas de capital espanhol em Portugal".
O presidente da instituição, Enrique Santos, no almoço/conferência para apresentação do estudo, salientou ainda que Espanha já ultrapassou a França em termos de investimento directo dirigido a Portugal, ocupando a terceira posição em 2007. À frente fica apenas a Alemanha e o Reino Unido.

Espanha é ainda "o maior parceiro comercial do nosso país, absorvendo 29% das nossas exportações e, mesmo este ano, as vendas para os vizinhos continuam a crescer a bom ritmo", considera a CCILE. A instituição tem em conta que, em 2007, as exportações portuguesas totalizaram os 9.070 milhões de euros (mais 5,9%), enquanto que as importações ascenderam a 15.173 milhões (mais 3,1%), um diferencial que Enrique Santos considera "normal".

E aumenta cada vez mais a dependência de Portugal em relação ao país vizinho...

João Jardim anuncia referendo para proposta de revisão constitucional no parlamento regional

Alberto João Jardim anunciou, terça-feira em Caracas, que vai abrir em Outubro de 2009 um debate com Lisboa sobre o futuro constitucional da região autónoma da Madeira, para o qual vai fazer um referendo aos madeirenses.

"Vamos aprovar no parlamento da Madeira uma proposta de revisão constitucional para que no seio da Pátria portuguesa se clarifiquem as competências do Estado e da região autónoma", disse o presidente do governo regional da madeira, sublinhando que "ou se acredita na democracia ou não se acredita, se se acredita o parlamento é a vontade do povo madeirense".
Alberto João Jardim falava no Centro Português de Caracas, para mais de um milhar de pessoas, durante os actos solenes, oficiais do Dia da Madeira e das Comunidades Madeirenses

O esticar da corda...

CPLP: Marinhas dos 7 analisam futura cooperação

Representantes das Marinhas dos Estados-membros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) reúnem-se a partir de hoje, em Lisboa, para analisar os respectivos modelos e experiências, tendo como pano de fundo a cooperação no contexto internacional.

O simpósio, que sentará na Academia da Marinha, hoje e quinta-feira, representantes de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste, pretende também promover as relações de amizade e de solidariedade neste domínio.
O comandante João Barbosa, porta-voz da Marinha portuguesa, entidade que organiza o seminário, indicou que se pretende sobretudo "promover o diálogo, incrementar a cooperação e partilhar os diferentes saberes profissionais, utilizando a mesma língua, com o intuito de estreitar os laços que os unem como homens do mar".
Ao longo dos dois dias do evento, subordinado ao tema "O Papel das Marinhas no Actual Contexto Internacional", cada país apresentará a respectiva experiência de actuação.

Portugal perdoa dívida a Moçambique e S. Tomé e Princípe

O Governo perdoou a dívida de Moçambique a Portugal, num total de 249,5 milhões de euros, e já anunciou que pretende fazer o mesmo, muito em breve, relativamente a São Tomé e Princípe.

A notícia foi confirmada pelo ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, a partir de Maputo.
Ainda de acordo com o mesmo responsável, o perdão da dívida a países lusófonos só é possível depois da redução do défice das contas públicas nacionais.

terça-feira, julho 01, 2008

Líbia: Tripoli quer investir e pede também investimento luso

A Líbia quer investir fortemente em Portugal, onde se encontra presente já através da cadeia de hotéis Corinthia, estando receptiva ao investimento português no país, afirmou Mustapha Zarti.
Segundo Zarti, vice-presidente da Autoridade Líbia de Investimentos (ALI), entidade que coordena todo o investimento líbio no estrangeiro e estrangeiro na Líbia, as autoridades de Tripoli pensam que Portugal tem boas potencialidades em vários domínios.

Zarti falava durante um encontro no Ministério Economia, em Lisboa, na presença de Manuel Pinho, com um conjunto de empresas lusas, a quem apresentou as potencialidades de investimento português na Líbia. Na ocasião, o presidente da ALI, Seif Al-Islam Al Kadhafi, falou nesse sentido para uma plateia que incluía representantes da GALP, Petrogal, EDP, Partex, BES, CGD, Visabeira, Teixeira Duarte e Monte Adriano. O filho de Muammar Kadhafi, é o principal responsável pela abertura da economia líbia ao exterior, através de medidas para captar investimento estrangeiro.
Ambos os responsáveis líbios estão em Lisboa desde domingo, para uma visita de carácter prospectivo, que termina terça-feira, dia em que terão um encontro com o primeiro-ministro José Sócrates. Sócrates tem prevista uma deslocação à Líbia ainda este mês, tendo como pano de fundo o incremento das relações comerciais, sobretudo depois do aumento das relações políticas, na sequência da abertura, em 2007, de uma embaixada em Tripoli.

Desde a abertura da Embaixada que o volume de negócios não pára de aumentar e sabe-se que 7 empresas portuguesas já assinaram contratos com as autoridades líbias, 6 estão na fase negocial e 13 nos contactos preliminares. No primeiro caso estão empresas OGMA - Industria Aeronáutica, Metalcertima (equipamentos de construção), Hagen e Way2B ACE (ambas da construção), Atral Cipan (medicamentos), Interhoser (investimentos) e Cerealis (produtos alimentares). No segundo caso (fase negocial), estão a GALP (hidrocarbonetos), Secil (cimento), Teixeira Duarte (construção), Consugal (consultoria), Alfa (botijas para gás) e Petrotec (equipamento para estações de serviço). Das 13 restantes que já estabeleceram contactos, destacam-se BES, Efacec, Edifer, Hidroprojecto e Air Condor.
Nas trocas comerciais, a balança é claramente favorável à Líbia (455,7 milhões de euros), o investimento é praticamente nulo, tal como a presença cultural e é também na esfera política que Lisboa quer ter trunfos, tal como aconteceu durante a Presidência Portuguesa da UE (Julho a Dezembro de 2007).

Açores: Governo vai recorrer contra decisão que reduz ZEE

O Governo açoriano vai recorrer até Setembro da decisão do Tribunal das Comunidades Europeias, que rejeitou a queixa apresentada pelos Açores para anular a redução das 200 para as 100 milhas de Zona Económica Exclusiva (ZEE).
"Não concordamos com essa decisão. Achamos que o Tribunal de Primeira Instância equivocou-se ao tomá-la e já estamos a analisar com os nossos advogados a forma de recorrer para o Tribunal de Justiça Europeu (TJE)", refere um comunicado do gabinete do subsecretário regional das Pescas, Marcelo Pamplona.
O tribunal de primeira instância das Comunidades Europeias rejeitou hoje uma queixa do Governo açoriano, que pretendia a anulação da redução da ZEE dos Açores, contemplada no regulamento de pescas aprovado em 2003 pela União Europeia.

O caso remonta a 2004, quando os Açores decidiram avançar com uma queixa junto do TJE, com sede no Luxemburgo, por considerarem que algumas disposições do regulamento adoptado em Novembro de 2003 pelo Conselho de Ministros da Agricultura da UE afectavam negativamente as suas águas.