Os empresários portugueses devem apostar na Índia no turismo, construção e obras públicas, sectores estratégicos para fortalecer as relações comerciais entre os dois países, defendeu hoje o presidente da Confederação da Indústria Indiana, Dipankar Chatterji.
"O turismo é uma grande oportunidade. A melhor forma de aproximar os dois países e os dois povos é o turismo", disse Chatterji, em Lisboa, no primeiro dia do congresso ibérico sobre economia indiana e as oportunidades de negócios.
A mesma visão foi defendida pelo professor da Escola de Direcção e Negócios (AESE) Viassa Monteiro para quem o turismo é uma indústria "com taxas de rentabilidade muito boas na Índia", pelo que Portugal "deve apostar na diversificação, oferta turística e criação de parcerias". "Há muito a explorar. A Índia só recebe cinco milhões de turistas e Portugal pode contribuir com muito know-how em cadeias hoteleiras", afirmou Monteiro.
Também Chatterji refere que apesar de a Índia ter registado em 2007 um crescimento de 11,9 por cento das chegadas de turistas, "os portugueses vão muito para Goa, por ser confortável devido à proximidade cultural e da língua. Por outro lado, os turistas indianos vão muito para a Europa, nomeadamente Espanha e França, mas desconhecem Portugal", frisou.
"Sabemos que há tourada em Espanha, mas desconhecemos que também existe em Portugal", disse Chatterji.
Segundo o responsável, entre as causas que impedem o crescimento do turismo entre a Índia e Portugal está a ausência de voos directos entre os dois países e de publicidade de Portugal no mercado indiano.
Além do turismo, os empresários portugueses têm também grandes oportunidades de negócios na Índia, nos sectores da construção e obras públicas, sistemas de informação e desenvolvimento de sistemas de engenharia de produto, como nos moldes, defenderam Monteiro e o vice-presidente da Associação Industrial Portuguesa, Henrique Neto.
Um outro nicho, Neto, é o sector automóvel, onde os portugueses têm grande capacidade de produção de equipamentos, moldes e ferramentas.
"Estamos também na rota atlântica da logística, que é um dos nossos pontos fortes. Por que razão é que os barcos que vêm do Atlântico vão para Roterdão e não para Sines?", questionou Neto, que considera as relações comerciais entre os dois países "deficitárias".
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