ASAE aplica directivas europeias de forma "cega".
O júri da associação que elege o vencedor do "International Leadership Award" foi unânime a considerar, esta semana, o português Xavier Malcata como "um profissional possuidor de raras capacidades de trabalho, e como um detentor de excepcional dedicação". Para o cientista, que receberá formalmente o galardão a 6 de Agosto, nos Estados Unidos, a distinção equivale a "um prémio de carreira".
A investigação de Malcata permite melhorar a qualidade dos produtos alimentares - ele dedica-se sobretudo aos tradicionais portugueses - e, consequentemente, assegurar a saúde pública. A premissa que sustenta o seu trabalho deveria cruzar-se com a lógica que pauta a acção da ASAE - "o que não acontece", lamenta.
"A ASAE foi apresentada como sendo duas coisas: acção que fiscaliza e que faz avaliação do risco dos produtos para a saúde. Mas na prática a sua intervenção é essencialmente punitiva", critica. Neste sentido, a abordagem da equipa liderada por Malcata, não poderia ser mais distinta. "Ensinamos os produtores a trabalhar melhor: na produção e na conservação. Percebemos os produtos de forma racional, apuramos a qualidade, evitamos contaminações."
"Somos muitíssimo ricos a este nível. Temos a responsabilidade de preservar o legado que nos foi deixado", sublinha o cientista. "Infelizmente, a ASAE, com a aplicação cega das directivas europeias, está a destrui-lo, a condená-lo à morte". E sentencia: "Se conseguirem banir os nossos produtos tradicionais será uma hecatombe. Integrar a União Europeia não pode significar - tal como não significa noutros países, como a França - abdicarmos do que nos é característico". A cadeia, insiste, "está invertida. Antes da fiscalização deveria haver investigação, formação, análises de graus de risco e da população consumidora".
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