Por Eugénio Costa Almeida, in notíciaslusofonas.com
Depois de há uma semana um líder sindical ter sido detido por actividades que, segundo o Estado não estariam bem de acordo com a sua natural convicção, ou seja, actividade sindical, já que algumas reivindicações iam para além do admissível, a cidade de São Tomé acordou hoje com um aparato militar e policial não só a proteger os palácios presidencial e de governo e do quartel general das Forças Armadas – entretanto já desmobilizadas – como sitiaram um edifício onde, em tempos, esteve sedeado os membros do extinto “Batalhão Búfalo” e, actualmente, sede do partido Frente Democrática Cristã, cujo líder, também ele um antigo “búfalo”, juntamente com alguns companheiros seus, terá sido detido.
Segundo parece os membros do extinto “Batalhão Búfalo” têm mostrado uma capacidade financeira e interventora nas questões sociais e, porque não dizê-lo, políticas, que parecem pouco inocentes.
Já em tempos sitiaram o Tribunal de Contas (TC), agora parece que queriam uma “mudança” do Poder.
Registe-se que aos antigos membros, de origem santomense, do “Batalão Búfalo” foi-lhes concedido uma área para desenvolverem actividades económicas sustentáveis. E uma das suas “actividades” foi a criação de um Casino que mereceu, segundo parece, alguns reparos do TC quanto à sua gestão o que lhes terá desagradado. Sendo que os membros do extinto "Batalhão Búfalo", teoricamente, foram “despejados” pelos seus antigos patrões sul-africanos sem nada – daí o estado santomense lhes ter concedido a tal área para actividades económicas – como se justifica terem fundos para criarem um Casino?
Será que há por ali mãos muito estranhas a São Tomé?
E, perdoem-me a ingenuidade, com que intenções? Quando um País está numa difícil situação de gestão de charneira entre Angola, Nigéria e Guiné-Equatorial e quer sustentar uma ligação equilibrada entre estes quase “amigos-da-onça” torna-se difícil manter o equilíbrio. Seria nestas alturas que a CPLP deveria ter uma voz mais activa na sustentação dos Estados que a suportam, mas…
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