in DN
Corrido pelo Inter ao fim de 6 meses e sem um golo, a passagem de Quaresma por Itália é considerada um fiasco. Depende do ponto de vista. Nem Paulo Sousa, nem Rui Costa, nem Figo, portugueses que jogaram ou jogam em Itália, podem orgulhar-se do feito de Quaresma. Eles ganharam títulos e meteram golos, mas que é isso se não deixaram marca na língua italiana? Quaresma deixou.
Ontem, o diário La Repubblica titulava: La trivela non c'è piu (traduzido: "Oh que saudades vamos ter daquele toque maravilhoso a que os portoghesi chamam tão poeticamente trivela"). Quaresma, que vai para Inglaterra, parece um falhado como o navegador Amerigo Vespucci. Sim, também deste se pode dizer: "Que golos marcou ou que terras descobriu Amerigo Vespucci, esse contemporâneo de Cristóvão Colombo?" Seja, ele não tem feitos, mas deixou uma palavra: América. Coisa que nem Figo nem Colombo deixaram.
Sintomaticamente, na semana em que Quaresma partiu, lançou-se o livro Parole Nuove dai Giornali, com os 4163 neologismos italianos dos últimos dez anos. Nos próximos, estará trivela. Mas isso é passado. Agora, ele vai para Inglaterra lançar a palavra traivila.
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