"Chairman" da empresa chinesa oficializou hoje o interesse na privatização da eléctrica portuguesa. Depois do tombo de ontem, as acções estão hoje a subir mais de 5%.
A China Power está em conversações para comprar uma posição no capital da Energias de Portugal.
O interesse da empresa chinesa na privatização da EDP tinha já sido noticiado, mas só hoje a “chairman” da companhia, Li Xiaolin, oficializou esse interesse, durante uma conferência de imprensa da China Power.
Citado pela agência de notícias Dow Jones, Xiaolin escusou-se a revelar mais detalhes sobre a operação, confirmando apenas a existência de conversações para a empresa entrar no capital da EDP.
Fonte da empresa chinesa disse à Lusa que a China Power está a "estudar a oportunidade", indicando ainda que o processo para uma possível compra estará no início. "Ainda irão iniciar o processo, como a análise da empresa no terreno, e estudar a possibilidade de avançar ou não para a compra de parte da empresa", explicou fonte da China Power.
A imprensa tem avançado que a China Power pretende comprar uma posição de 5% no capital da empresa liderada por António Mexia.
O Governo pretende vender a posição de 20% que detém na EDP até ao final do ano, cumprindo o compromisso assumido com a troika, no âmbito do pedido de ajuda externa a Portugal.
A privatização pode contudo ser ensombrada pela forte queda que a eléctrica, presidida por António Mexia, está a registar na bolsa de Lisboa. Só desde o início do mês, a posição de cerca de 20% da EDP que o Estado deverá vender acumula uma desvalorização de 238,4 milhões de euros, de acordo com as contas do Negócios.
Em Agosto até ao final da sessão de ontem, a EDP desvalorizou 13,5% em bolsa (desde o início do ano, as acções apresentam uma queda de 15,9%), o que significa que a capitalização bolsista do grupo encolheu 1,19 mil milhões de euros. Os 20% que o Estado deverá vender desvalorizaram-se 94 milhões de euros, valendo agora 1.531 milhões.
Hoje as acções estão em forte recuperação, com uma subida de 5,73% para 2,214 euros.
O Negócios questionou a Parpública e o Ministério das Finanças sobre o impacto desta desvalorização bolsista da EDP no processo de venda. As Finanças apenas indicaram que "não há qualquer comentário sobre processos de privatização, antes da publicação do diploma referente".
Embora o Estado detenha mais de 25% da EDP, a vigência de um empréstimo obrigacionista com títulos convertíveis em acções faz com que apenas estejam disponíveis para venda cerca de 20%. E na assembleia-geral de dia 25, que acabará com os direitos especiais do Estado, será votado precisamente um levantamento dos direitos de voto para 20%, face aos actuais 5%.
A venda em bloco da participação é o cenário mais provável. Nas últimas semanas têm surgidos notícias do interesse de vários grupos, desde a brasileira Electrobrás à alemã RWE. A eléctrica tem desde ontem mais um accionista com participação qualificada. A empresa informou ontem o mercado que a gestora de activos norte-americana Massachusetts Financial Services passou a deter 2,01% do capital.
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