quinta-feira, novembro 15, 2012

Carga Policial

Ontem quando a polícia carregou sobre os manifestantes em frente ao parlamento imediatamente pensei... Que erro monumental.
Quem estava comigo discordou e afirmou que num estado de Direito não é admissível a polícia estar mais de uma hora a ser agredida.

Sim é aceitável essa posição. Mas não me convenço, acredito que politicamente e estrategicamente foi uma oportunidade desperdiçada.

A actuação da polícia foi legitima, claro, depois de uma hora a levar com pedras da calçada em frente da casa da democracia, é óbvio que é legítima, legal e moralmente aceitável até.

Mas repito, para mim foi um erro estratégico monumental.

Porquê:
Cenário 1 - o que se passou

Polícia agredida continuamente com pedras de calçada, petardos e afins durante mais de uma hora. Após avisos dispersa a multidão.

Prevaricadores fogem em massa e espalham o caos por ruas adjacentes que incluem destruição de propriedade privada e incêndios na rua.

Resultado: Cenário à grega.

Imagens que ficam? Um polícia a agredir um manifestante que já está prostrado no chão ao pontapé e outro que larga o cão para morder essa pessoa. Muitos que pouco tiveram a ver com as agressões à polícia como idosos a levar bastonada.
Jornalista da TVI a proteger-se no chão por detrás de um carro.

Ora descontextualizando os acontecimentos, algo que acontece frequentemente na comunicação social o que vos parece que pensariam ao ver essas imagens. 

Outra questão é a hora, se por um lado parece ter sido feita a carga para aparecer no jornal das 8, por outro seria para os deputados sairem do parlamento à vontade?

A esquerda por seu lado já faz o que sabe melhor. Inverte a realidade e faz o choradinho da vítima, sem razão absolutamente nenhuma, mas em termos de relações públicas funciona.

A acção da polícia acaba por alargar o fosso entre quem está a favor da ordem do estado e quem se revolta contra a figura de poder neste momento. Divide o país ainda mais.

Ou seja, quem ordenou a carga acabou por prestar um mau serviço ao estado. O ministro a ter palavra devia ter pedido contenção absoluta à polícia. Talvez não faça parte da sua personalidade.

Miguel Macedo tem razão quando diz que quem agrediu a polícia são profissionais da agitação, por isso mesmo, a Polícia não deveria ter caído na armadilha, o resultado foi exactamente o pretendido por esses agitadores profissionais da esquerda radical.


Cenário 2 - o que penso que deveria ter acontecido

A polícia aguentar até ao fim como o fez durante uma hora. Seria pedir muito. Certamente, mas estrategicamente seria uma vitória em toda a linha para a instituição e até para o governo num momento de tensões altas para o país.

O esforço abnegado daqueles policiais seria certamente recompensado com a solidariedade dos portugueses, unindo o país contra a minoria radical que provocou os distúrbios.

Vide aliás o programa opinião pública na SIC Notícias. Analisando as opiniões de quem falou para o programa, a polícia estava a ganhar aquele confronto enquanto não atacou a multidão.

Apesar da gravidade dos ataques dos manifestantes, a polícia está equipada e estava perfeitamente em condições de permanecer estóica. Aliás comprovando a mera provocação, que para estes filhotes da mamã que não têm mais nada para fazer na vida e cuja actuação se resume ao toca e foge, está o facto de nunca sequer ter existido a mínima tentativa de romper o cordão policial.

Neste caso a determinação policial em não dispersar a multidão seria uma excelente propaganda para a instituição, e o governo colheria a benesse dos portugueses ao evitar a concretização de uma acto sempre associado à direita (bem ou mal) de repressão sobre os cidadãos.

Ter-se-ia também evitado a dispersão da violência por outros locais da cidade de Lisboa e as tristes imagens que percorrerão o mundo, que poderá em última análise destruir a imagem cumpridora do país deitando para o lixo o difícil caminho que se fez até agora.

Foi, foi para mim, claramente uma oportunidade falhada para a PSP e o Estado colocar a maioria dos portugueses no seu lado da barricada no repúdio pela violência esquerdista.

E ainda mais, a acção policial teria sido mais eficaz. Nestas situações a tendência é a que os manifestantes legítimos acabassem por sair do local enquanto os radicais se mantinham no local. Apenas com estes no local teria sido muito mais simples cercar aquela centena de agressores e detê-los efectivamente sem hipótese de fuga, o que acabou por acontecer.

(PS: espero que se ande a investigar porque anda uma mole de gente desocupada, ligada à extrema esquerda a percorrer a Europa apenas para a provocação de um clima de insalubridade. A táctica é velha, espero que pelo menos os portugueses não se deixem ir nesta onda)   



          

sexta-feira, outubro 26, 2012

Mau Jornalismo

É obvio que qualquer jornalista tem tendências, no fim de contas é humano, ainda assim pede-se que sejam sérios.

Não foi o caso de Alexandra Inácio. Na edição Online estava este título:

Custo por aluno do ensino público inferior ao do particular


É verdade?

Pura e simplesmente não. 

Ou melhor a resposta 100% correcta seria: não é bem assim.

Isto porque contado os 12 anos de escolaridade, a média de custo por aluno é realmente inferior à das escolas com contrato de associação. Mas... e não é um pequenino MAS, é um MAS enormíssimo...

O custo para o estado por aluno até ao 4º ano é menos de metade do que daí para a frente, e escolas básicas com contrato de associação, a existirem contam-se pelos dedos da mão.

Ou seja, comparando o comparável, entre o 5º ano e o 12º, A REALIDADE é que sai mais BARATO ao estado um aluno a estudar numa escola com contrato de associação que numa escola da rede pública.

Como se pode fazer um título com uma comparação incomparável, mesmo que se tecnicamente o título até seja verdadeiro. Revela pouca seriedade.

Uma achega, com estes resultados não se compreende portanto a posição de cortar o financiamento a estas escolas com contrato por parte do Tribunal de Contas.    



quinta-feira, outubro 25, 2012

Cortes na despesa

Tanto falatório sobre cortes e em como é difícil cortar, vendo o mapa dos gastos do estado, mais de 550 milhões de euros eram limpinhos

GABINETE DO REPRESENTANTE DA REPUBLICA -
REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES:  319 251 400 €
GABINETE DO REPRESENTANTE DA REPUBLICA -
REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA:  242 475 480 €

o que fazem estes organismos? ninguém sabe

segunda-feira, outubro 22, 2012

"Um peixe chamado Ana"

No seguimento do editorial do Pedro Santos Guerreiro dá-me azo a avançar que partilho da preocupação.
Na verdade que bem trará trocar um monopólio público por um monopólio privado e que se traduz como se pode retirar das rentabilidades de 50% da empresa, numa perfeita renda do Estado Português a um provado. Mais uma...

Isto não quer dizer que não seja favorável a uma privatização da ANA aeroportos, aliás sou contra UMA privatização... Não contra várias.

O estado não tem que ter aeroportos, claro, e não há absolutamente nenhum obstáculo a que um aeroporto tenha gestão provada, agora rendas, mais não por favor.

Defendo portanto que a empresa deveria ser dividida, e obrigado o comprador a cumprir requisitos de serviço público, não podendo alienar ou eliminar sem consentimento estatal um aeroporto menos lucrativo. Sugiro 3 empresas a que para exemplo seriam ANA 1,2 e 3. Tentaria dividi-las por um critério de apetecibilidade, ou seja colocar um aeroporto mais rentável com outro menos.

Assim sendo poderia por exemplo ficar

ANA 1 - Lisboa e Açores
ANA 2 - Porto e Beja
ANA 3 - Faro e Funchal

É apenas uma sugestão, mas desta forma seria certamente uma privatização de forma a defender o País e o interesse nacional, como também a defender o interesse dos consumidores. Assim haveria concorrência, não rendas!  

"PP assegura maioria absoluta na Galiza, nacionalistas vencem no País Basco"

Ou quando a realidade contradiz as construções mediáticas...


quarta-feira, outubro 17, 2012

Pequeno Contributo

De tudo o que rodeia o Orçamento do Estado para 2013 espero que os portugueses cheguem a uma conclusão. Que estado queremos? Quanto estamos dispostos a pagar por ele?

Porque isso é o que está em cima da mesa quando os portugueses por um lado não querem que se toque nas funções do estado e por outro não o querem pagar.

Há gorduras? há e muitas mas ainda assim quando vejo que 75% dos gastos do estado são na educação saúde e segurança social, é aqui nesta despesa estrutural que se poderá fazer alguma diferença, e permitir que se desamarre o país para um futuro melhor, só possível com maior liberdade e menos impostos.

Sugiro portanto isto, e sem contas feitas admito:

Educação: Aqui alguma coisa tem sido feita, ou alguém compreenderá que existissem milhares de professores sem uma hora de componente lectiva. Não me ocorre por ora excepto reduzir a dimensão do monstro. Admitiria um modelo similar aos contratos de associação mas não sei se traria efectivamente cortes substanciais na despesa.

Segurança Social: Imediata instauração de um tecto máximo para as pensões. Todas elas. Para quem os descontos não tivessem uma relação direta com a pensão existiria uma taxa regressiva ( 11%, 10%,9%, etc) para o excesso. Aqueles que já estavam no sistema poderiam receber um crédito fiscal anual para compensar eventuais injustiças. Sugiro um tecto de 5 ordenados minimos. As empresas continuariam a descontar os 23,75%. Pensionistas deixavam de pagar impostos diretos, algo perfeitamente absurdo e uma forma artificial de fazer baixar as pensões.

Saúde: Privatização dos Hospitais Centrais. O estado garantiria a rede primária e os pagamentos através de um modelo de seguro de saúde nacional pago consoante os rendimentos. Na alçada do estado manter-se-iam os Hospitais Universitários.

Além de sairem da órbita do estado enormes custos operacionais, poupar-se-ia enormemente em salários.

Sugiro ainda: imediata privatização das redes de transportes como a carris, a CP e metros do porto e LX. São um buraco e prestam em muitos casos muito maus serviços. O estado Assegura em contratos de concessão o financiamento de passes.

Legalização da comercialização de drogas leves e da prostituição. No último caso acredito que seria muito mais digno para quem faz desta a sua vida, seguro para os clientes, combatendo também o tráfico humano, a escravatura sexual etc. Mais receita fiscal

Manter a redução dos assalariados do estado. Despedir 100 mil funcionários seria contraproducente no momento. Criaria confusão social e o estado continuaria a ter gastos ao ter que pagar subsídios de desemprego e eventuais indemnizações.

Ajustar mapa judicial: tem sido feito e só peca por tardia. A demagogia à volta deste assunto tem sido brutal. Não é certamente por um tribunal estar a 20 KM que a justiça não chega ao povo. Pelo contrário centros de saúde e escolas serão certamente mais gravosos e parece não ter levantado tanta celeuma

Isto sim seriam reformas estruturais. Pelo menos o saque não seria necessário na mesma proporção  


terça-feira, setembro 25, 2012

Sem luz ao fundo do túnel

Com todo o descontentamento popular à volta da TSU, portugueses, oposição e mesmo empresários apenas conseguiram que se trocasse um SAQUE com uma pequenina luz ao fundo do túnel por um mero SAQUE recessivo.

segunda-feira, setembro 24, 2012

Esquerda Salivante

A esquerda saliva e não é de raiva... É da miragem do poder.
Os atos políticos dos partidos do quadrante esquerdo tem revelado sobretudo um profundo desrespeito pela democracia.

Um governo legitimamente eleito há cerca de um ano é colocado em causa pelos donos do regime. Sim porque sobretudo o PS considera-se dono do Regime. Assim vemos figuras como a de Mário Soares reclamar governos de salvação nacional e afins.

O PS vê a possibilidade de reocupar o lugar de que se julga dono, e atua com irresponsabilidade.

Do PCP nada de novo. A instalação do caos nas ruas, na anarquia para que assim o aparelho do partido substitua o poder do estado. Tática velha e conhecida. Ainda assim os portugueses têm demonstrado alguma sapiência para colocar os senhores no lugar.

Do BE é a confusão pela confusão.

Da vertigem salivante que se assoma com o poder a cair na rua e a colagem ao protesto do povo português, a estes partidos escapou um dado fundamental. As gigantescas manifestações foram também contra eles...    

TSU

http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=580215

Baralha-se e volta tudo ao mesmo. Fantástico... Mudar para quê!? Alterações estruturais Vs Cosmética? Viva ao batôn... Assim vamos lá rapaziada!!!

quinta-feira, setembro 20, 2012

O “milagre” do “reajustamento externo” e a Segurança Social

Não é muito normal ler coisas com pés e cabeça no blog 5 dias , especialmente de há dois ou três anos para cá.

Mas este texto lança debates, parece fundamentado e levanta questões.Bem Haja Eugénio Rosas.

Pode ler aqui

segunda-feira, setembro 17, 2012

Manif's

É bonito ver os portugueses a tentar mudar qualquer coisa.

É bonito ver os portugueses a mobilizarem-se.

É bonito ver os portugueses a exigirem que os políticos assumam responsabilidades e prestem contas aos contribuintes.

É bonito ver o civismo que os portugueses trouxeram à rua.

Já não é tão bonito ver os equívocos, os paradoxos e a negação da realidade.

quinta-feira, setembro 13, 2012

Minimização de impactos

Como se depreende daqui não acredito nas desgraças proclamadas com a solução 18/18% avançada pelo governo para as contribuições para a "insegurança social".

Acho no entanto que se têm de salvaguardar as condições de vida, especialmente para os trabalhadores mais desprotegidos em termos de salário liquido para o impacto destas subidas, daí que no texto anterior sugeri ou a subida do salário mínimo ou a criação de dois patamares de contribuições tendo como referência  o indexante de apoios sociais de 419,22 euros.

Ouvi entretanto a ideia de Martim Avillez, que sendo ele contrário à medida, sugere outro tipo de contribuição mantendo no entanto o corte mas reforçando o rendimento disponível das famílias.

Gostei da ideia e é isso que me parece urgente fazer.

Como expliquei anteriormente acho a solução criativa e a médio prazo poderá ter efeitos muito positivos na competitividade das empresas, logo mais empregos e crescimento.

Mas urge proteger quem menos ganha daí que me pareça urgente o governo incitar as empresas a díluir o pagamento de um dos subsídios pelos doze meses para contrabalançar a perda brutal de rendimento disponível. Aliás segundo o código do trabalho isso é perfeitamente legal e há empresas que já o fazem.

Vamos a contas:

No cenário actual teríamos em 2013 uma pessoa que ganhe o salário mínimo a dispor de 397,7 € após a contribuição para a SS, face aos 431,65 actuais. Uma diferença brutal e que ultrapassa o limiar da pobreza.

Face a isto o impacto sentido pelas famílias seria menor se pelo menos no rendimento disponível não houvesse este impacto. Isso aconteceria diluindo um subsídio pelos 12 meses ou seja contas redondas,  acrescentando no caso descrito 40,42 € (485/12), que resultava num salário bruto de 525,42 e num líquido de 430,84€.

Na prática o rendimento disponível das famílias, ou neste caso de uma pessoa não sofreria alterações de montante.

É óbvio que há corte no ano, mas durante o mês seria um pouco menos difícil para estas pessoas. O rendimento líquido anual sem IRS fica nos 6043,10€ e com a mudança de taxa passa a 5567,80€

Este terá de ser o pacote decisivo, e acredito que será o mais eficaz, aumentar IVA e impostos geraria menos receitas devido à retracção imediata do consumo e mais IRS seria ineficaz através de maior fuga ao fisco. O tiro assim é mais certeiro e todos terão de ajudar o país a sair da fossa.

Urge o governo cortar na despesa.

Sou sincero que não sei se alteraria muito as contas das empresas, mas com a descida da TSU parece-me legitimo o Estado obrigar pelo menos durante os próximos 3 anos as empresas a cumprir esta diluição.

terça-feira, setembro 11, 2012

Quem me dera a mim pagar 18% de segurança social

Obviamente o título é provocador. Ainda assim enquanto o país parece rasgar as vestes contra o confisco estatal apetece-me quase dizer, bem-vindos ao mundo dos recibos verdes. Essas dezenas de milhares de trabalhadores com direitos quase nulos e que não pagam nem 11%, nem 18% mas sim 30% à segurança social. São só mais 12% em relação aos trabalhadores dependentes e com direitos, isto para o ano que vem.

É um confisco? Claro que é. Qualquer aumento de impostos o é, ainda assim surpreende-me a esquerda, ou será que se as empresas continuassem a pagar os 23,75% já seria uma grande medida para a sua amada insegurança social?

Mas com o risco de ser queimado vivo pelos trabalhadores dependentes, eu digo que podia ser bem pior e que bem vistas as coisas, a solução de aumentar os descontos dos trabalhadores e diminuir os das empresas é criativa e abre portas, ao contrário da alternativa mais óbvia. 

E pergunto eu, havia alternativa dada a realidade económica do país e financeira do estado após 20 anos de desvario governamental e social? Não me parece. 

A alternativa óbvia, impelida pela decisão do Tribunal Constitucional seria a criação de um imposto extraordinário a todos os portugueses com rendimentos na ordem dos 7 ou dos 14%, um ou dois subsídios. Esta solução que pensei que fosse a adoptada traria apenas um maior arrefecimento da economia, depressão económica, maior desemprego e seria forçadamente imposta pelo estado do Estado.

A proposta avançada contém em si os mesmos elementos de pressão negativa sobre a economia mas abre portas a médio prazo. Isto é:

1 - As empresas exportadoras são muito beneficiadas. Ao diminuir os custos do trabalho poderão investir com esta poupança extra na expansão dos negócios no exterior com a consequente criação de um maior número de empregos, tornarem-se mais competitivas através do preço e aumentar ainda mais as exportações. A solução de benefícios fiscais proposta por alguns opinion makers é para mim errada, isto porque cria distorções no mercado, vantagens ilegítimas para estas empresas, confusão fiscal e dá azo a burlas e esquemas. As regras devem ser iguais para todos.

2 - As empresas no mercado interno terão de lutar contra os elementos negativos de uma subida de impostos mas poderão contrabalançar com algumas acções. Isto é, a criação de emprego deverá ser nula, acredito nisso, mas com a descida do consumo terão uma ferramenta para combater esse efeito que será a diminuição de preços, e os portugueses deverão reclamar isso sobretudo das grandes empresas como na energia e telecomunicações. Poderão também optar por aumentar salários ou com essa pequena folga redireccionar algum investimento para uma aposta na internacionalização. Também certamente haverá quem apenas se limitará a encaixar essa poupança, mas esses acredito que pouco tempo irão sobreviver no mercado.

3 - Dota a segurança social de maior robustez para amparar o impacto financeiro da crise e consequentemente no défice do estado

Ou seja, é uma proposta que pelo menos tem o condão de não limitar os efeitos à mera destruição económica.

É também ela uma proposta mais justa, isto porque se fosse eu a sofrer este aumento (porque eu pago 30% à segurança social) preferiria suportá-lo desta forma, porque apesar de ser a instituição mais ineficiente e menos amiga do cidadão dentro do estado, ainda vai sendo a mais eficaz na redistribuição da riqueza. Pelo menos assim o dinheiro não vai para assessores, carros, boys, auto-estradas, rotundas, aeroportos e TGV.

É claro que encapotadamente o estado arrecada mais e sobe os impostos em mais 1,25% e que seria mais defensável se a medida fosse fiscalmente neutra, 17% + 17%.

Mas mais uma vez. É criticável e vai contra o que o próprio Primeiro-ministro afirmou antes das eleições? Claro que sim, mas e... ALTERNATIVAS? Daqui a 3 anos far-se-à o julgamento democrático.

Impõem-se no entanto duas acções imediatas para o governo para dar algum ar de legitimidade a estas propostas:

1 - Avançar rapidamente e em força, e consequente estrondo mediático com o fim de fundações, institutos e afins, e de todos os elementos parasitários do estado. Tem sido este o grande calcanhar de Aquiles deste governo.

2 - Utilizando como referência o Indexante de Apoios Sociais estabelecido para 2012 de 419,22€ e de forma a evitar uma ruptura social, o ordenado mínimo deveria ser estabelecido em 511,25€. Não reporia a diminuição de poder de compra na totalidade mas evitaria a demasiada sobre-exposição das camadas menos protegidas da população. Ou em alternativa criar dois escalões de SS um de 13,5% até 511,25€ e a partir daí os 18%, não seria tão justo (porque nas margens em termos líquidos um trabalhador do escalão abaixo receberia mais do que o do escalão acima) mas seria aceitável e regulável com subidas e descidas eventuais do IAS.

Por fim deixo o agradecimento ao nosso Tribunal Constitucional. Sim porque são eles que abriram a porta a estas medidas através de uma argumentação jurídica completamente ao lado.
Não ponho em causa que a inconstitucionalidade e ilegalidade que se mantém na retirada de um dos subsídios aos funcionários públicos e dois aos pensionistas. 

O estado português dá mais uma vez mostras que é o primeiro a desrespeitar as leis criadas pelo próprio estado, que Portugal de estado de direito tem muito pouco, porque as regras ao "monstro" não se aplicam, criando de facto uma desigualdade entre o estado e os restantes elementos da sociedade. E aí é que está a inconstitucionalidade, não no argumento de proporcionalidade e equidade entre funcionários públicos e funcionários no privado, mas na equidade entre estado e demais actores económicos. Constitucionalmente existe irredutibilidade dos salários, assim como no código laboral que também obriga ao pagamento dos subsídios. O estado português proíbe e cobra coimas às empresas que não cumprem estes princípios regulados por lei. O estado faz letra morta das leis que cria.

Ou seja, quando o Tribunal Constitucional (além da clara fuga para a frente do "é inconstitucional mas só para o ano") permitiu a redução dos salários aos funcionários públicos ao governo Sócrates abriu uma caixa de pandora. E a inconstitucionalidade começou aí, nesse ponto. Agora vê-se amarrado e obrigado a inventar argumentação jurídica, porque a argumentação legítima não a podem invocar devido à asneira anterior, que seria a da irredutibilidade dos salários, porque o corte dos subsídios se traduz numa real diminuição salarial, algo ilegal e inconstitucional. Por isso mais uma vez obrigado pela asneira TC.   







        

segunda-feira, setembro 03, 2012

sexta-feira, agosto 10, 2012

Biblioteca nasce com 13 mil livros levados de Portugal

A primeira biblioteca pública de Bissau vai nascer nas próximas três semanas pela mão de cinco voluntários da organização "Afectos com Letras" que "na bagagem" levam 13 mil livros recolhidos em Portugal, anunciou a instituição.

O projecto nasceu em dezembro quando, durante uma missão na Guiné-Bissau, a associação recebeu o desafio do ministro guineense da Educação: "Convidou-nos a fazer uma biblioteca na cidade de Bissau, porque não há nenhuma biblioteca pública", contou a presidente da associação sediada em Pombal.
Joana Benzinho explicou que a organização lançou então uma campanha de recolha de livros - que contou com o apoio da biblioteca municipal de Pombal, da rede de bibliotecas escolares e de câmaras e bibliotecas do país - e entre 25 de março e 25 de junho foram recolhidos 13 mil livros.
"Foram todos catalogados pelos técnicos da rede de bibliotecas de Pombal" e estão agora a chegar a Bissau, num contentor que leva ainda estantes e 10 computadores oferecidos pela empresa JP Sá Couto, contou a responsável.

Na próxima segunda-feira, cinco voluntários da associação chegam a Bissau e, ao longo das próximas três semanas, contam montar a biblioteca nas instalações cedidas pelo Instituto Politécnico Benhoblô e deixá-la a funcionar até ao fim do mês.
Entre os livros enviados vão "muitos livros infantis, muita literatura portuguesa, romances estrangeiros e enciclopédias", assim como alguns livros em francês, "dado o contexto regional da Guiné-Bissau, rodeada por países francófonos".
Muitos são livros novos, oferecidos por editoras que se associaram à "Afectos com Letras", mas também há livros em segunda mão, dados por particulares e sujeitos a uma triagem: "Queremos fazer uma biblioteca em condições, não um depósito de livros antigos e em mau estado", sublinhou Joana Benzinho.

A biblioteca ficará a cargo de um funcionário, que receberá apoio e formação contínua por videoconferência a partir da Biblioteca Municipal de Pombal.
Em dezembro, a associação conta levar a Bissau técnicos da biblioteca de Pombal para dar formação, de forma a dinamizar a biblioteca guineense com atividades como a hora do conto ou o cantinho da criança, e até lá vai continuar a recolher livros em Portugal.
"É um projeto que não se esgota com a abertura da biblioteca. Queremos continuar a alimentá-la com livros e a dar qualidade ao espaço", disse Joana Benzinho.
Para quem queira contribuir com livros, basta entregá-los na sede da organização, em Pombal, ou na Biblioteca Municipal da cidade.
Criada em setembro de 2009, a Afectos com Letras, Associação para o Desenvolvimento pela Formação, Saúde e Educação tem como missão a melhoria das condições de vida das crianças da Guiné-Bissau.
A Biblioteca Pública resulta de uma parceria da "Afectos com Letras" com a Rede de Bibliotecas de Pombal, as Bibliotecas Escolares e o Instituto Politécnico Benhoblô, em Bissau.

segunda-feira, agosto 06, 2012

Povoamentos de uma só espécie contribuem para alastramento do fogo - Ribeiro Telles

O arquitecto paisagista Gonçalo Ribeiro Telles aponta como causa dos incêndios em Portugal os povoamentos de uma só espécie, que fazem com que o fogo se propague a grandes extensões.

"Os incêndios surgem por causa de os povoamentos serem mono-específicos, quer dizer, serem de uma só espécie, alastrando assim com facilidade a manchas muito grandes", disse hoje Ribeiro Telles, também engenheiro agrónomo.
"Em qualquer caso, não só para os povoamentos florestais, como para os matos, como para qualquer situação", a dificuldade em fazer o cadastro dos terrenos e o abandono dos terrenos, o fim das actividades rurais, ajudam também a que o fogo se propague, indicou.

Engenheiro paquistanês inventou carro movido a água

O engenheiro paquistanês Agha Waqar Ahmed tornou-se uma celebridade no seu país ao afirmar ter feito uma descoberta que poderia acabar com a dependência mundial de petróleo: nada menos que um carro movido a água.

De acordo com Ahmed, a água poderia activar o carro através do processo de electrólise, pelo qual uma corrente da bateria passa através da água destilada, cheia de electrólitos, separando o hidrogénio do oxigénio. O hidrogénio, que pode ser usado como combustível, seria o responsável pela alimentação do motor do carro.

"Veremos uma revolução no Paquistão se usarmos essa tecnologia. Resolveremos a nossa crise energética", disse Ahmed. Os paquistaneses têm sofrido com severos cortes de electricidade, que podem prolongar-se por até 20 horas.

Apesar do entusiasmo do cientista e dos seus compatriotas, académicos experientes duvidam do mecanismo e afirmam que o seu funcionamento contraria as leis da física.
O director do departamento de física da mais importante universidade de Islamabad, Khurshid Hasanain chamou a inovação de "puro nonsense", afirmando que não haveria como obter energia através do processo de electrólise. A energia usada para separar o hidrogénio da água seria a mesma ou até maior do que a que chegaria ao motor.

quarta-feira, agosto 01, 2012

Porto de Lisboa recebe 21 navios de cruzeiro e mais de 33 mil passageiros em Agosto

 
Cruzeiro O Porto de Lisboa (APL)vai receber, em agosto, 21 navios de cruzeiro, com mais de 33 mil passageiros, anunciou hoje a empresa.

China: Compras a Portugal cresceram 64% até junho para 633 ME

A China comprou a Portugal até junho produtos no valor de 778 milhões de dólares (633 milhões de euros), mais 63,9% do que no primeiro semestre de 2011, indicam dados oficiais hoje divulgados.Já para Portugal - terceiro parceiro comercial da China no universo lusófono - seguiram, até junho, mercadorias chinesas avaliadas em 1,2 mil milhões de dólares (997 milhões de euros) - menos 11,8% em relação ao período homólogo do ano passado -, segundo as estatísticas dos Serviços da Alfândega da China.
Com efeito, o volume das trocas comerciais luso-chinesas atingiu 2 mil milhões de dólares (1,6 mil milhões de euros) na primeira metade do ano, refletindo um crescimento anual na ordem dos 7,4 %.

quarta-feira, julho 25, 2012

Portugal /São Tomé: Cavaco promete "esforços possíveis" para livre circulação de cidadãos


O Presidente da República, Cavaco Silva, garantiu hoje que serão sempre feitos "os esforços possíveis" para facilitar a livre circulação de cidadãos de São Tomé e Príncipe, mas lembrou que Portugal tem que respeitar as regras europeias nesta matéria.

"São Tomé e Príncipe encontrará sempre do lado de Portugal os esforços que forem possíveis, no quadro da União Europeia a que pertencemos, para facilitar a vinda de são-tomenses para Portugal", disse Cavaco Silva.

O PR falava aos jornalistas após a cerimónia de boas-vindas a Lisboa do Presidente da República de São Tomé e Príncipe, Manuel Pinto da Costa, que estará em Portugal em visita de Estado e privada até 3 de agosto.