Há que dar os parabéns à ala monárquica do 31 da Armada, porque o acto de trocar a bandeira da câmara de Lisboa pela da Monarquia foi provavelmente a maior pedrada no charco do imobilismo político pelo menos nos últimos 20 anos.
É interessante ver aqueles que dizem que a desobediência pública é um dever, são os primeiros a exigir sentenças a quem praticou tal acto. Mais um exemplo de democraticidade esquerdizante.
O acto em si vale sobretudo por uma consequência. Terá sido a primeira vez desde o 25 de Abril de 74 que especialmente nos média, houve uma repercussão e se falou de monarquia. Até agora nos meios de comunicação social, os monárquicos e tudo ligado ao legado dos nossos antepassados sempre foi tratado como um grupelho de saudosistas.
Com a acção de "guerrilha ideológica" do 31 da Armada foi a a primeira vez que nos escaparates houve visibilidade para o exterior de um movimento que se tem propagado na net, de jovens monárquicos, sem sangue azul, sem tiques de nobrezas tituladas a papel, sem tiques absolutistas.
Esses monárquicos existem, abomino-os, mas também existem aqueles que olham o mundo, olham o que os rodeia e verificam que na realidade existe um qualquer elemento que faz com que as sociedades monárquicas em regra funcionem melhor que as sociedades repúblicanas.
Se têm dúvidas consultem a classificação do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano elaborado pela ONU).
A consequência directa deste acto é simplesmente colocar as pessoas a pensar que na realidade existem alternativas ao pântano político e aos 100 anos de chafurdice na lama que a república albergou.
Na minha opinião uma monarquia não será a solução dos problemas do País, mas poderá ser um veículo para a mudança muito mais forte e eficaz para transformar aquilo que Medina Carreira classificou como um gigante caso BPN, num país em que os portugueses não precisem de fugir para outras paragens porque não vêem um futuro pela frente.
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