Começa hoje o Congresso Internacional do Fado, um encontro de investigadores, especialistas e intérpretes que procura "reunir conhecimentos sobre a história e a prática do fado", explica o musicólogo Rui Vieira Nery, um dos elementos do Comissão Científica do Congresso que decorre até ao próximo sábado. A organização de um encontro internacional sobre o fado "acontece numa altura oportuna", afirma Nery. Na verdade, o Museu do Fado cumpre, este ano, a sua primeira década de actividade. Ao mesmo tempo, está pronta a candidatura do fado a Património Imaterial da Humanidade na UNESCO.
A Universidade Católica, em Lisboa (uma das entidades organizadoras, em conjunto com o Instituto de Etnomusicologia e o Museu do Fado) espera estudiosos portugueses e estrangeiros para sessões der trabalho e discussão sobre "a história do fado, as figuras que constroem a sua contemporaneidade, as questões de etnomusicologia, entre o Brasil e África, e assuntos relacionados com os instrumentos que fazem o fado". Os repertórios, as diferentes formas de interpretação, a mediatização e o contributo do fado na indústria musical portuguesa são também universos a analisar, num encontro que tem como subtítulo "Percurso e Perspectivas". Naturalmente, e porque "o que está escrito até agora é o percurso já construído pelo fado, não o seu futuro", diz-nos Nery, as "histórias" do fado vão estar em evidência. Contudo, "são muitas as variantes que constroem o fado como hoje o conhecemos, toda elas relevantes". Assim, "são muitos os elementos sobre a contemporaneidade que vão estar em destaque".
A conferência que abre o congresso (hoje, a partir das 11.00) é apresentada por Joaquim Pais de Brito, o primeiro académico que, lembra Rui Vieira Nery, integrou o fado nas discussões universitárias (e que em 1994 coordenou a exposição "Fado, Vozes e Sombras", no Museu Nacional de Etnologia). O programa para os quatro dias de congresso está disponível na íntegra em www.fcsh.unl.pt/inet.
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