A missão europeia de reforma do sector da segurança na Guiné-Bissau, que envolve os sectores militar, policial e da Justiça, começa formalmente este mês. Nove dos 15 membros da missão chefiada por um general espanhol são portugueses, cinco militares e quatro civis.
A missão da UE na Guiné-Bissau, que se inicia formalmente em meados deste mês, é chefiada por um general espanhol porque Portugal abdicou do cargo.
Essa operação europeia de reforma do sector da segurança- identificada pela expressão "UE RSS Guiné-Bissau" - em preparação desde meados de Abril, foi proposta por Lisboa durante a presidência portuguesa da União (2007). Mas, no âmbito dos debates internos nos ministérios da Defesa e dos Negócios Estrangeiros, venceu a corrente que defendia "um perfil menos elevado" de Portugal nessa missão. "Esta é uma missão europeia, não de Portugal. Ora cerca de 90% [nove em 15] dos quadros" nomeados por Bruxelas "são portugueses, pelo que importa haver pessoas de outros países envolvidas", precisou um diplomata. Caso contrário, poderia ser vista como "uma missão portuguesa encoberta" - o que poderia levar outros países comunitários a recusar o financiamento da operação. Por outro lado, "é tradição da UE" escolher chefes de missão de nacionalidade diferente da do país que tem mais interesses na área - como é o caso do Chade, região de forte influência francesa onde a missão da UE é liderada por um general irlandês, assinalou o mesmo diplomata. O facto, segundo outras fontes, é que o nome do major-general Cameira Martins - actual comandante da Zona Militar dos Açores - esteve em cima da mesa para liderar a missão.
Mas a chefia da "UE RSS Guiné-Bissau" acabou por ser entregue ao general espanhol Esteban Verástegui - que, poucos depois da chegada à capital guineense e no plano das relações bilaterais Madrid-Bissau, "ofereceu helicópteros e fardamentos" às autoridades guineenses, garantiram fontes ligadas à intelligence portuguesa. Acresce que, nos bastidores, o próprio Chefe do Estado-Maior General da Guiné-Bissau, general Tagma N'Waié, expressou alguma reserva à escolha de um general da antiga potência colonial para chefiar a missão europeia, sublinharam algumas das fontes. Como resultado das negociações que conduziram à formação da força - cujos lugares tinham de ser preenchidos por quem falasse português e francês ou crioulo - nove dos 15 conselheiros, civis e militares, são portugueses. O mais graduado é o coronel Costa Cabral, da GNR, nomeado para segundo comandante da missão, a que se juntam mais dois militares da GNR e dois oficiais das Forças Armadas.
1 comentário:
Se o titulo é pergunta, a resposta é nao.
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