Os líderes dos membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) reúnem-se hoje, em Maputo, com a segurança alimentar, a situação política na Guiné-Bissau, o pedido de adesão da Guiné Equatorial e a revisão de estatutos na agenda.
A IX conferência de chefes de Estado e de Governo da CPLP começa hoje, às 09:00 (hora local, 08:00 em Lisboa), na capital de Moçambique, que assume a presidência rotativa da organização durante os próximos dois anos.
Só os Presidentes de Brasil e Angola, Dilma Rousseff e José Eduardo dos Santos, não responderam à chamada e delegaram nos vices, Michel Temer e Fernando da Piedade Dias dos Santos, respetivamente, a sua representação na cimeira.
A situação política na Guiné-Bissau, dirigida por militares golpistas desde 12 de abril, será uma questão central na agenda da presidência moçambicana. Angola, que liderou a CPLP nos últimos dois anos, já reconheceu que o impasse no país foi "a grande frustração" da sua presidência.
A Guiné-Bissau será representada na cimeira de Maputo por Raimundo Pereira e Mamadú Djaló Pires - respectivamente o presidente interino deposto e o chefe da diplomacia do governo deposto no golpe militar -, confirmando o que o ministro dos Negócios Estrangeiros português já tinha dito, na semana passada.
A CPLP, disse Paulo Portas, considera que a representação oficial do país "deve ser assegurada pelas autoridades que derivam do voto popular e não por quaisquer outras de natureza violenta pela forma como se instalaram no poder".
Em Maputo estarão os chefes de Estado de seis dos oito membros da CPLP e também os ex-chefes de Estado Joaquim Chissano (Moçambique) e Jorge Sampaio (Portugal), na qualidade de Embaixadores da Boa Vontade da CPLP.
Portugal e Timor-Leste são os únicos Estados que se farão representar por três figuras do Estado: o Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas.
Pelos países com estatuto de observadores associados, conhecem-se já os representantes da Guiné Equatorial: Ehate Tomi, primeiro-ministro, e Angel Mokara Moleila, secretário de Estado dos Assuntos Consulares.
O pedido de adesão plena da Guiné Equatorial, que já tem estatuto de observador associado, é outro dos assuntos na agenda da cimeira, mas tudo indica que ainda não será desta que é aprovada a entrada do país africano rico em petróleo e gás natural.
Na cimeira estarão ainda vários convidados, destacando-se o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, e o diretor-geral da agência das Nações Unidas para a alimentação e a agricultura (FAO), José Graziano da Silva.
A segurança alimentar e nutricional, para combater a fome e a pobreza, é o grande tema em debate na conferência de Maputo, onde será feita igualmente uma revisão e atualização dos estatutos da CPLP.
Pelo menos 700 pessoas, incluindo delegados estrangeiros e jornalistas moçambicanos e de países lusófonos, são esperadas na cimeira.
Criada em julho de 1996, a CPLP integra Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
Sem comentários:
Enviar um comentário