Foi hoje aprovada, pelo Parlamento Europeu, em Estrasburgo, por 537 votos a favor, 50 contra e 59 abstenções, uma resolução sobre o novo quadro estratégico para o multilinguismo, as quais assumem particular relevância para a língua portuguesa:
E. Considerando que algumas línguas europeias são também faladas em muitos outros países terceiros e constituem um importante elo entre os povos e nações de diferentes regiões do mundo,
F. Considerando que algumas línguas europeias se prestam particularmente ao estabelecimento de uma comunicação directa com outras regiões do mundo;
3. Reconhece a importância estratégica das línguas europeias de comunicação universal como veículo de comunicação e como forma de solidariedade, cooperação e investimento económico e, por conseguinte, como uma das principais directrizes da política europeia em matéria de multilinguismo;
Já em 8 de Abril de 2003, foi aprovado um texto que se reconhece que "a língua portuguesa é, em número de falantes, a terceira língua europeia de comunicação universal.".
Em virtude da aprovação daqueles novos considerandos e parágrafo, o Parlamento Europeu afirma que a Europa não pode fechar-se sobre si própria, mas deve atender ao resto do mundo e à capacidade de comunicar à escala global. E que algumas línguas são ferramentas preciosas nesse sentido.
Está, assim, assegurado maior equilíbrio e sentido estratégico a este importante documento, valorizando devidamente as línguas que, como o português, têm grande difusão a nível global.
Recorda-se que o inglês é a língua oficial de 350 milhões de pessoas. Para 280 milhões, o espanhol. Para 230 milhões, o português. E para 125 milhões, o francês. Estes números e a dispersão geográfica dos falantes tornam clara a importância das línguas europeias que têm uma projecção global, e, por isso, a capacidade para manter e aprofundar relações e contactos directos, sem mediação, com outras partes do mundo.
Tratou-se, por isso, de uma grande vitória para a Língua Portuguesa que fica assim com caminho aberto para ver plenamente valorizada a sua importância a nível global.
Fica aberta a porta para que possa ser exigida maior promoção activa do ensino e aprendizagem das línguas, como o português, que têm esse potencial e que devem ser promovidas na UE como segunda, terceira ou quarta línguas de aprendizagem.
E abre-se, também, outro caminho de entendimento renovado para a política de cooperação da UE: a de que também se faz em Português. Quando estiver em causa a cooperação no espaço lusófono, é inequívoco que essa é cooperação não é apenas portuguesa, mas também uma cooperação de toda a Europa, falada em Português.
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