Galp prepara-se para assinar, já amanhã, um acordo de parceria estratégico com a Petrobras e a Sonangol, com vista ao desenvolvimento de negócios conjuntos. Este acordo promete ser o prelúdio do futuro quadro accionista da companhia portuguesa e que deverá envolver a entrada dos brasileiros em igualdade de "direitos e deveres" com os angolanos, hoje accionistas indirectos da Galp, através da Amorim Energia.
Os termos deste acordo - que será assinado em paralelo com outro, entre a Galp e a Petrobras para a área dos biocombustíveis - andam a ser discutidos há meses entre as três empresas e já terá sido mesmo aprovado pela comissão executiva da empresa, presidida por Manuel Ferreira de Oliveira. Fonte oficial da Galp escusou-se a fazer quaisquer comentários, mas o Diário Económico sabe que, em tempos, chegou a ser admitida a possibilidade de, já neste acordo, anunciar-se a eventual troca futuro de activos entre as três empresas petrolíferas.
O acordo surge no quadro da cimeira luso-brasileira, que decorre na quarta-feira, em Lisboa, e no último fim-de-semana, em Luanda, era dada como certa a presença de Manuel Vicente, presidente da Sonangol, na capital portuguesa.
A entrada da Petrobras no capital da Galp já é um dado adquirido. Só falta saber quando e com que percentagem. Mas, para isso, terá de ultrapassar os condicionamentos impostos pelo acordo parassocial que, hoje, regula as relações entre os sócios da Galp. E outro factor: a frente angolana, através da Sonangol e de Isabel dos Santos, exige passar de accionista indirecto - através da Amorim Energia, a sociedade liderada pelo empresário Américo Amorim, da qual detém 45% do capital - a accionista directo, tal como a própria Petrobras. Mas para que a entrada da Petrobras e da Sonangol se torne uma realidade será necessário remover outro obstáculo: os italianos da ENI, que possuem 33,34%, da Galp, terão que sair.
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