Portugal foi ultrapassado, em 2010, pela Holanda como o país da União Europeia que mais investimento privado fez em Angola, revelou hoje o presidente da Agência Nacional angolana para o Investimento Privado (ANIP).
“Portugal foi até ao ano passado o país da União Europeia que mais investiu (em Angola), mas em 2010 foi ultrapassado pela Holanda”, referiu Aguinaldo Jaime.
O presidente da ANIP acredita que isto se deve “a razões de conjuntura da economia portuguesa”, adiantando que a desaceleração do investimento português, ainda assim, “não foi muito acentuada”.
Embora não tendo presentes os números por cada mercado, Aguinaldo Jaime sublinhou que “Portugal continua a ter uma presença importante no leque dos investidores privados em Angola”.
No global, o investimento privado em Angola não foi afetado pela conjuntura internacional, disse ainda este responsável angolano, sustentando que os números lhe dão razão para acreditar que “as crises são também janelas de oportunidades”.
Em 2008, o valor total dos novos investimentos, fora do sector mineral da economia (exploração petrolífera e de minérios, nomeadamente diamantes, estão fora das competências da ANIP) foi de 1,2 mil milhões de dólares, em 2009 subiu para 1,8 mil milhões de dólares, e em 2010, atingiu os 2,4 mil milhões de dólares, revelou o presidente da ANIP.
“Mesmo quando os efeitos da crise foram mais duramente sentidos em Angola, em 2009, mesmo aí, não se fizeram sentir no que se refere a investimentos privados novos, que continuaram a crescer”, sublinhou.
Quanto à diversificação geográfica dos investimentos, nomeadamente de projectos com capital português, o presidente da ANIP adiantou que já se nota mas “não ainda com um nível satisfatório”.
Luanda continua a absorver uma boa parte do investimento privado, mas assiste-se já “a algum investimento em algumas províncias, e não apenas nas províncias do litoral como Benguela, mas também Malange, Huíla, Cabinda, e até algumas províncias do norte, como o Zaire”, referiu.
Questionado sobre as dificuldades de pagamento que o Estado angolano teve no ano passado, Aguinaldo Jaime disse que estão ultrapassados e Angola vai poder continuar a “honrar as suas obrigações como sempre fez”.
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