terça-feira, maio 24, 2011

Portugueses querem emigrar para a Suécia

Crise a quanto obrigas? Portugueses procuram novas perspetivas de trabalho na Suécia, nas áreas da enfermagem, cozinha e tecnologias de informação.

A procura por oportunidades de trabalho fora de Portugal levou hoje dezenas de pessoas ao Dia da Suécia no Porto, organizado pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) através da rede EURES.
O evento contou com a presença de dez conselheiros suecos que procuraram informar e esclarecer os participantes portugueses sobre as possibilidades de emprego naquele país escandinavo com crescentes lacunas em áreas como a enfermagem, a cozinha e as tecnologias de informação.

"Temos sentido mais procura nos serviços do dia a dia", revelou Ana Margarida Silva, da equipa de apoio à gestão da EURES, uma rede de apoio à mobilidade entre países europeus que tem 25 conselheiros em Portugal no âmbito do IEFP.
Ana Margarida Silva estima que haja entre 30 a 40 aberturas disponíveis no Dia da Suécia, algumas das quais com mais do que uma vaga, em empresas como a Sony Ericsson ou a RIM (a companhia que desenvolve os BlackBerry).

Domínio da língua inglesa é fundamental
Pela quinta vez no Porto, mas pela primeira em colaboração com a EURES, esteve Micael Gustafson, presidente do 'cluster' de Tecnologias de Informação da região de Oresund (área transfronteiriça entre a Dinamarca e a Suécia), para quem "a mentalidade portuguesa é um bocado semelhante à escandinava" devido ao tamanho dos dois países em termos de população e ao bom inglês que possuem.

Vânia Lamas, licenciada em informática, tem 24 anos e entrada garantida num mestrado em informática da saúde na Suécia, mas visitou o CACE Cultural, onde decorreu o Dia da Suécia, para estabelecer contactos num país onde o clima e a cultura são o que mais a atrai.

"Não me interessa nem o país nem a área de trabalho cá [em Portugal]", afirmou João Santos, 43 anos e formado em engenharia química, tendo já passado pelos Emirados Árabes Unidos e estando mais uma vez à procura de sair do país.

Sara Barros e Paulo Meira têm 27 anos e estão juntos há dez. Apesar de empregados na área de formação sentem que "falta qualquer coisa" que passa pela saída do país, e se há altura para "fazer alguma loucura é agora".

3500 já receberam apoio
Desde que começaram em 2007, os dias de promoção do emprego em países europeus específicos já receberam 3.500 pessoas, disse Ana Margarida Silva, que recebem apoio personalizado da parte de responsáveis portugueses e estrangeiros sobre como melhor procurar trabalho e aumentar as perspectivas fora do país.

No primeiro trimestre de 2011, segundo dados do IEFP, inscreveram-se 1.700 candidatos interessados em trabalhar em países europeus, havendo um total de 25 mil inscritos que partilham essa vontade.
O IEFP destaca como as principais razões que chamam a atenção dos empregadores europeus para os trabalhadores portugueses o seu nível de inglês, a boa preparação académica, a capacidade para resolver problemas e a "facilidade de adaptação a novas culturas".

Até ao final de maio decorrem, ainda, os dias de Espanha (dia 27 em Faro e Loulé) e até junho vão ter lugar os dias da Alemanha e da Noruega.

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