O Fundo Monetário Internacional (FMI) considerou que o estado macroeconómico de São Tomé e Príncipe é "positivo em termos gerais", apesar de considerar que "a inflação está acima do desejado".
"Fizemos uma avaliação positiva, realmente está-se a caminhar para uma recuperação em termos de crescimento económico, embora algo lento, mas está-se a avançar", disse o chefe da missão do FMI, Csigi Sikata. "Estamos em crer que [os preços] irão baixar nos próximos meses, portanto em termos macroeconómicos a baixa da inflação será também positiva", acrescentou.
Durante duas semanas, os peritos do FMI passaram a pente fino o sistema macroeconómico e financeiro do arquipélago, tendo no final da avaliação a missão do FMI deu nota positiva ao desempenho do governo são-tomense. "Há realmente avanços consideráveis a registar. Quanto ao orçamento, constatámos que a receita foi realmente bastante forte durante estes primeiros seis meses, havendo claramente um esforço por parte do governo para se manter dentro daquilo que estava programado", sublinhou o representante do Fundo Monetário Internacional.
A missão do FMI teve encontros com o governo são-tomense, a Assembleia Nacional (parlamento), o Banco Central, com bancos comerciais e sindicatos e deixou este fim-de-semana a capital são-tomense, mostrando-se satisfeita com a redução da burocracia para a criação de empresas, e afirmandando que houve aumento de receitas e congratulou-se com as medidas do banco central para solidificar o sistema financeiro nacional.
"O banco central tem vindo a reforçar claramente a suas funções de supervisão e registamos com agrado a intervenção num banco comercial, cuja gestão era deficitária", enfatizou Sikata, que considera necessário o governo do arquipélago "melhorar o ambiente empresarial", reduzindo as imposições legais que são colocadas à criação de empresas.
Apesar da boa performance da economia são-tomense, o FMI constatou que o país tem ainda pela frente um grande desafio. O sector energético continua deficitário, e o Fundo detectou um grande passivo no orçamento geral do Estado devido às dívidas que as câmaras distritais e o governo regional contraíram com a empresa de água e electricidade (EMAE).
"Apurou-se realmente uma grande acumulação de [dívidas] por parte de municípios e da região autónoma para com a EMAE. Obviamente isto revela-se um peso para o orçamento que, a não ser tratado, irá significar um grande fardo para o governo, já que terá honrar esses pagamentos", explicou Sikata.
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