O ING Investment e o Deutsche Bank dizem que Portugal e a Irlanda estão numa situação melhor do que anteriormente, pelo que há quem sugira que se retire o P e um I da sigla PIIGS. A acontecer, o grupo passará a chamar-se IGS, pois incluirá apenas Itália, Grécia e Espanha.
Durante grande parte do Verão, os mercados aparentaram escolher, à vez, um diferente país europeu sobre o qual iam centrando as suas angústias, lembra a CNBC. Agora, segundo a mesma fonte, o acrónimo PIIGS – que representa os chamados países periféricos da Europa devido às dificuldades com que se têm deparado devido à crise da dívida soberana – poderá passar a IGS.
E porquê? Porque Portugal e Irlanda poderão sair deste grupo, por força da melhoria das suas situações internas.
Relembre-se que o acrónimo PIGS começou a ser usado por alguns jornalistas em 2008, representando quatro países que estavam em dificuldades: Portugal, Itália, Grécia e Espanha. Quando o “Financial Times” o usou, em Setembro desse ano, motivou protestos declarados por parte de um grupo de empresários espanhóis e pelo então ministro português da Economia, Manuel Pinho.
Mais tarde, passou a PIIGS, quando foi introduzida a Irlanda. E houve até quem se referisse à possibilidade de virem a ser os PIIGGS, sendo que o segundo ‘G’ seria para ‘Great Britain’ (Grã-Bretanha). No entanto, os britânicos têm sido deixados de fora, já que os mercados desviaram as atenções para outros países de fora deste grupo, como a França.
Agora, refere a CNBC, “Portugal e a Irlanda – que já ostentaram o crachá de ‘o próximo a cair na Zona Euro – saíram calmamente do centro do palco”. Os analistas do ING Investment e do Deutsche Bank corroboram esta perspectiva.
“Estamos a observar sinais positivos nestes dois países”, comentou à CNBC o principal estratega do ING Investment – braço de “research” do banco holandês ING Gröep –, Valentijn van Nieuwenhuijzen. “Um dos aspectos que se tornou claro para os mercados foi que a Grécia é diferente dos outros países da periferia, já para não falar dos restantes membros da Zona Euro”, sublinhou.
De acordo com van Nieuwenhuijzen, Portugal e a Irlanda estão a conseguir ter um comportamento diferente e a dar uma resposta diferente à crise.
Os analistas do Deutsche Bank concordam. Numa nota de análise citada pela CNBC, referem que a evolução dos mercados obrigacionistas tem demonstrado que os desenvolvimentos na Irlanda podem ser vistos como “um dos poucos aspectos positivos dos últimos meses entre os países periféricos da Zona Euro”.
E prosseguem: “em termos orçamentais, a Irlanda tem tido um desempenho acima das metas definidas no âmbito do programa de ajuste económico, sendo que Portugal se mantém mais ou menos encarrilado”. Apesar desta melhoria, advertem que a economia portuguesa está particularmente vulnerável ao aperto orçamental e à desalavancagem do sector privado.
Sublinhe-se que estas análises foram feitas antes de ser divulgado o buraco nas contas da Madeira.
Sem comentários:
Enviar um comentário