Governo quer pôr estaleiros do Arsenal do Alfeite a trabalharem para clientes civis.
Por outro lado, destinou um contrato de seis milhões a esta entidade para reparar a corveta João Roby. Quanto aos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, de onde se demitiu um administrador alegando falta de decisões sobre a empresa, o Governo diz que está a trabalhar para resolver o problema.
"O processo João Roby estava já há um ano em curso, está fechado e essa é uma das intervenções que o Arsenal do Alfeite tem para fazer e que contribuirá para o incremento da actividade do próprio estaleiro", referiu o secretário de Estado da Defesa, Paulo Braga Lino.
O investimento foi aprovado pelo primeiro-ministro a 10 de Fevereiro e publicado em Diário da República 10 dias depois, devendo o contrato estar fechado em Abril.
A encomenda surge numa altura em que cerca de 600 trabalhadores dos estaleiros do Alfeite estão há vários dias sem trabalhar por não terem nada ou quase nada para fazer.
Um problema que o Governo quer resolver, estando à procura, através da Empordef, de clientes civis para os Estaleiros Navais do Alfeite, detidos pelo Estado.
"A Empordef está a fazer um trabalho de pesquisa de novos clientes que permita reduzir e atenuar a ligação Estado/Alfeite, em que na prática existe um cliente e um fornecedor", explicou Braga Lino.
"O que pretendemos é encontrar alternativas e soluções que nos permitam dar uma maior estabilidade ao negócio e à actividade do Arsenal do Alfeite, à semelhança do que estamos a fazer com a maioria das empresas do sector empresarial do Estado nesta área da Defesa", acrescentou.
Isto significa "que as capacidades técnicas de que o Arsenal do Alfeite dispõe terão de ser colocadas ao serviço do mercado e de novos clientes, quer porque algumas dessas capacitações não se encontram muito disponíveis nesse mesmo mercado, quer porque o Estado não se pode dar ao luxo de desperdiçar investimentos feitos apenas e só porque podem ser aplicados na manutenção ou no desenvolvimento de trabalhos para a Marinha portuguesa", acrescentou.
Este novo objectivo não invalida a ligação à Marinha portuguesa, já que "continuará a haver encomendas da Marinha, como não pode deixar de ser", garantiu Paulo Braga Lino.
Sobre a situação dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, de onde saiu um administrador na sexta-feira alegando "inércia da administração" em tomar decisões sobre o futuro e a gestão da empresa, o secretário de Estado adiantou apenas que o Governo quer encontrar uma solução.
"Estamos a trabalhar em todo o sector empresarial da Defesa, incluindo os estaleiros de Viana. São naturalmente uma das nossas prioridades e tem sido feito um trabalho muito intenso que queremos ver se conseguimos concluir e que nos permita, também nessa empresa, encontrar soluções".
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