Portugal é um dos países da Europa que mais recorre ao pequeno tráfico de influência ou ao chamado "puxar os cordelinhos" e à "cunha", revela hoje um estudo da European Social Survey 2004.
"Quando perguntado aos portugueses se têm à disposição contactos de familiares ou amigos para obter um serviço que não lhes é de direito, que depois desencadeia um acto ilícito, nomeadamente tráfico de influências, respondem que têm bastantes", afirmou o investigador Luís de Sousa do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e das Empresas (ISCTE).
"De facto, Portugal é o país que apresenta esse nível mais alto", sublinhou.
O responsável pela vertente do "Capital Social e Corrupção" revelou também que existe "uma imagem de desconfiança generalizada da função pública com excepção dos países escandinavos".
Portugal insere-se "no grupo que diz que desconfia ou não expressa confiança, o que dá uma desconfiança tácita", explicou Luís de Sousa, justificando esta tendência com "algum nepotismo, favoritismo ou cunha que caracteriza a relação do funcionário público com o cidadão".
O estudo da European Social Survey 2004 foi realizado em 24 países dentro e fora da União Europeia e pretendeu avaliar quais as tendências dos hábitos e dos comportamentos dos seus cidadãos.
Este segundo inquérito, depois do de 2002, foi realizado na Noruega, Suécia, Finlândia, Dinamarca, Islândia, no Reino Unido, França, Alemanha, Áustria, Holanda, Bélgica, Luxemburgo, Suíça, Irlanda, Hungria, República Checa, Polónia, Eslovénia, Eslováquia, Estónia, Espanha, Grécia, Ucrânia e Portugal.
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