O chefe do Estado-Maior da Armada guineense, contra-almirante Bubo Na Tchuto, responsabilizou hoje os "americanos da Guiné" pelas acusações do seu envolvimento no tráfico de droga: "Até o Presidente Obama sabe quem eu sou".
"É tudo conversa alimentada pelos americanos da Guiné, não pelos americanos da América. Recentemente, estive com um jornalista do New York Times, mais de duas horas, em conversa e ele levou toda a minha biografia. Até o Presidente deles (Obama) leu a minha biografia. Até o Presidente deles ficou a saber quem é o Bubo e reconheceu que sou uma pessoa de bem", enfatizou o chefe da Armada guineense.
Na Tchuto é acusado pelo Departamento do Tesouro dos Estados Unidos de ser o rosto de tráfico de droga na Guiné-Bissau.
O militar nega as acusações, defendendo ser uma ação urdida pelos "americanos da Guiné-Bissau".
"Aos americanos da Guiné, só tenho a dizer-lhes que sabemos onde estão, mas não temos tempo para dizer é você quem faz isso, não temos tempo para isso. Conhecemo-nos aqui neste país. Como disse, vou dizer os americanos da Guiné que continuem a falar", sublinhou.
"Digo apenas àqueles que me caluniam que a mentira tem pernas curtas, a verdade ganha sempre e a maldade perde sempre, porque tem pernas curtas. Quem faz a bondade tem sempre amigos e a proteção divina. O Bubo não quer guerra. Estou na Marinha para trabalhar. Perdoo aqueles que erraram comigo e também peço perdão àqueles com quem errei. É este o meu objetivo", concluiu Bubo Na Tchuto.
Sobre a situação da Guiné-Bissau, o chefe do Estado-Maior da Armada disse que se lhe "pudessem emprestar o país" o mudava em dois anos, inspirando-se no exemplo de Lula da Silva, Presidente cessante do Brasil.
"É preciso saber pensar no povo e noutros aspetos. Ter organização e determinação é isso que faz um homem avançar. Vejam o Lula no Brasil. O Brasil hoje em dia não deve nada a ninguém e faz parte dos países mais ricos do mundo. Pagou toda a sua dívida e até empresta dinheiro aos outros países para que estes possam trabalhar", considerou Bubo Na Tchuto.
O contra-almirante ainda não tem planos políticos, mas afirmou que se um dia pudesse ter essa oportunidade iria mudar a Guiné-Bissau.
"Sou um patriota deste país. Podia mudar isto. A inteligência natural de uma pessoa é que faz um homem, não apenas porque a pessoa sabe ler", defendeu o chefe da Armada guineense.
"Se uma pessoa sabe ler e não souber pensar não é ninguém. E isso é que é ser homem. Não é falar apenas por falar. Não é quando se dá um carro, uma roda ou dinheiro a alguém, aparecermos logo a contar isso publicamente. Eu não gosto de falar. Comigo é ação, organização e trabalho", acrescentou Na Tchuto.
[Bubo Na Tchuto não é nenhum herói, isso é claro. Defende os seus interesses e tem prejudicado os guineenses a seu bel-prazer. O povo da Guiné, que não tem culpa que o exército mande naquele quase-país, deve rir-se, mas sem muita vontade, quando Na Tchuto diz: "Obama conhece-me". E ri-se para disfarçar a tristeza por as "coisas" não estarem resolvidas enquanto a maioria dos militares não forem definitivamente integrados na sociedade civil...]
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