in Notícias Lusófonas
O general Tagmé Na Waié, Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA) da Guiné-Bissau, afirma: “fui alvo de disparos de rajada” e acusou elementos de uma milícia da segurança presidencial de o tentarem assassinar domingo a noite quando circulava nas imediações da Presidência da República.
Em comunicado, o CEMGFA guineense refere que no dia 4 de Janeiro, por volta da meia-noite, foi "alvo de disparos a rajada por parte dos ditos Milícias Anguentas, mobilizados e armados pelo ministro da Administração Interna, engenheiro Cipriano Cassamá". O comunicado lembra que os "Anguentas" (milícias que apoiaram o Presidente João Bernardo 'Nino' Vieira na guerra civil de 1998/99 contra a Junta Militar) foram recrutados e armados "à margem dos procedimentos legais", pelo que "não são militares e nem paramilitares e consequentemente não são consignados a qualquer estrutura do Estado". Por isso, Tagmé Na Waié afirmou ter dado ordens para que os "Anguentas", cerca de 400 homens afectos ao Batalhão da Presidência da República e num aquartelamento próprio fora do controlo dos Estado-Maior das Forças Armadas, fossem desarmados e devolvidos à sua respectiva comunidade.
Fonte do Estado-Maior disse que o desarmamento dos "Anguentas" (expressão em crioulo para "aguenta") ocorreu segunda-feira à noite, sem que tenha havido qualquer resistência. No mesmo comunicado, o CEMGFA responsabilizou o ministro da Administração Interna (do governo cessante), Cipriano Cassamá, pelas consequências que poderão advir da nomeação dos elementos da milícia para a guarda presidencial. O assessor de imprensa do Presidente guineense afirmou que o chefe de Estado não pretende reagir sobre este caso por ser um "assunto que deve ser tratado com o Ministério da Administração Interna". O ministro da Administração Interna admitiu domingo, numa conferência de imprensa, que tinha decidido "reforçar a segurança do Presidente" 'Nino' Vieira com novos elementos, neste caso os 'Anguentas' uma vez que "o Presidente está sem a segurança de que necessita". O governante fazia alusão ao ataque de que 'Nino' Vieira foi alvo no dia 23 de Novembro por parte de um grupo de soldados de baixa patente.
Mais um acontecimento grave que, em termos de Guiné-Bissau, já não admira a ninguém. Cada vez mais esta antiga colónia portuguesa é um país fantoche nas mãos dos países que dominam a região e dos narcotraficantes que, praticamente, põem e dispõem a seu belo prazer. É ver a impotência dos órgãos da polícia criminal em oposição aos órgãos ministeriais que pressionam os primeiros de todas as maneiras e feitios. Vergonhoso.
A comunidade internacional e a CPLP, em particular, deviam actuar com uma diplomacia mais intensa para estancar estes desmandos.
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