Surgem quatro portugueses entre as cem figuras ibero-americanas que marcaram 2010 segundo o El País. Tradicionalmente, a Ibero-América incluiu Portugal, Espanha e Andorra e, do outro lado do Atlântico, duas dezenas de países, desde o gigante Brasil até ao minúsculo El Salvador. Mas no critério do grande jornal madrileno, os ibero-americanos incluem também os 40 milhões de hispânicos que vivem nos Estados Unidos, como é o caso de Marco Rubio, senador pela Florida e uma das estrelas em ascensão do Partido Republicano. Há quem lhe chame mesmo "O Obama republicano", designação cheia de optimismo que o antevê já como o primeiro hispânico a chegar à Casa Branca, assim como Barack Obama, eleito em 2008, foi o primeiro negro.
Sem surpresa, três dos portugueses destacados pelo El País trabalham fora de Portugal. São eles José Mourinho, treinador do Real de Madrid, Paula Rego, a pintora que há muito escolheu a Inglaterra como casa, e Filipe Oliveira Baptista, o novo director artístico da Lacoste, mítica marca francesa. A quarta figura portuguesa, e única a viver aquém-fronteiras, é Leonor Beleza, a presidente da Fundação Champalimaud.
A lista do El País vale o que vale, mas ao contrário do que é hábito em publicações espanholas não nos deixa ficar mal. Quatro em cem é uma representação justa, tanto mais que na Ibero-América em 2010 houve acontecimentos tão significativos como o triunfo de Dilma Rousseff nas presidenciais brasileiras, o mundial de futebol conquistado pela selecção espanhola liderada por Vicente del Bosque, o Nobel da Literatura para o peruano Mario Vargas Llosa ou o Prémio Sakharov para o dissidente cubano Guillermo Fariñas. Os quatro seleccionados portugueses devem servir, de certo modo, de inspiração. O País pode estar em crise, mas os portugueses são capazes de fazer muito melhor. E mostram-no todos os dias. Não só estes quatro destacados pelo El País mas muitos outros.
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