O investimento luso domina no sector não petrolífero angolano, interesse que nem a crise abalou. Mas hoje tem outras portas de entrada: Holanda e paraísos fiscais.
Portugal detém a maior quota do investimento privado estrangeiro em Angola no sector não petrolífero. Uma tendência que, segundo os dados da Agência Nacional para o Investimento Privado (ANIP), se mantém desde 2006 e que faz deste "parceiro estratégico um importante apoio à diversificação da economia angolana".
Nos últimos cinco anos, o investimento português somou mais de 1,4 mil milhões de dólares, mais de 65% do investimento privado com origem nos países estratégicos para Angola (Brasil, EUA e China). O montante do investimento luso só é ultrapassado pelo angolano (2,5 mil milhões).
Mesmo a crise que abalou o Mundo há dois anos, ou os atrasos nos pagamentos às empresas por parte do Estado, não abalaram significativamente o investimento privado luso. As maiores quebras de interesse, entre 2009 e 2010, foram registadas pelo Brasil (92%), EUA (52%) e a China (0,45%).
Os dados da ANIP mostram que África do Sul, Holanda, Ilhas Virgens Britânicas e Maurícias têm, desde 2006, vindo a apostar consistentemente em Angola. Num primeiro olhar, o país neste que mais surpreende é a Holanda.
Segundo fontes do mercado, o crescimento do investimento com origem neste país, assim como nos paraísos fiscais, tem uma explicação: algum investimento angolano e muito do português está a ser realizado através daqueles países. É o caso da participação da portuguesa ZON na angolana ZAP, realizada através de uma empresa sediada na Holanda. Segundo as mesmas fontes, os investimentos da Sonae em Angola também vão ser realizados através da Holanda.
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