A implantação em Évora da Embraer "está a correr muito bem" e "Portugal é o sítio certo para desenvolver os novos projectos" do construtor brasileiro de aviões, afirmou em Paris o presidente da Embraer Europa (EE), Luiz Fernando Fuchs.
"Analisámos vários países e concluímos que Portugal seria o ideal" para implantar as novas fábricas no continente europeu, afirmou Fuchs. O presidente da EE, que participou numa conferência sobre o cluster aeronáutico português no Salão de Le Bourget, a norte de Paris, deu um retrato positivo do processo da construção das duas linhas de montagem da empresa brasileira em Évora.
Fuchs afirmou que a implantação em Portugal acontece numa lógica de globalização da Embraer, que construiu linhas de montagem na China e no Estado da Florida (EUA).
A escolha de Portugal "não foi determinada pelo factor de proximidade cultural, que também é importante, mas pelos factores de incentivos oferecidos pelo país e pela mão-de-obra altamente qualificada que responde às necessidades da Embraer".
As duas fábricas da Embraer perto de Évora, a Embraer Compósitos e a Embraer Metálicas, em terrenos contíguos numa área de 54 mil metros quadrados, estão em construção desde Novembro de 2010.
A linha de montagem ficará pronta em Dezembro de 2011 e a primeira produção está prevista para o segundo semestre de 2012, atingindo a capacidade total no segundo semestre de 2013, ainda segundo Fuchs.
Em Évora, a Embraer vai produzir principalmente componentes de dois aparelhos da aviação executiva, o Legacy 500 e o Legacy 450, estando o primeiro mais avançado, com o protótipo a ser produzido até ao final do ano no Brasil. "O Legacy 500 tem uma procura razoável e todo o equipamento e máquinas estão feitos para esse avião", afirmou.
Entre as várias peças que sairão das duas fábricas da Embraer estão "o aerofoil traseiro, todo o trem traseiro de estabilidade, a empenagem vertical do avião, partes da fuselagem e das asas e vários outros produtos que vão ser feitos em Évora e embarcados para o Brasil".
Em simultâneo com a construção das fábricas, a Embraer está a formar mão-de-obra nas OGMA, de que a empresa brasileira possui 65% do capital, e alguns quadros realizam um ano de formação no Brasil, "para tudo estar pronto quando a produção arrancar em Évora", disse ainda Fuchs.
"Não conheço nenhuma linha de montagem em nenhum país do mundo tão moderna como as fábricas de Évora, que arrancarão com a tecnologia mais moderna que existe actualmente", sublinhou o presidente da Embraer Europa.
O presidente da EE foi um dos participantes num programa organizado pela Aicep Portugal Global (a agência de investimentos e comércio externo portuguesa) ao longo da semana em Le Bourget, para divulgar o cluster aeroespacial português.
Portugal está pela primeira vez representado com um pavilhão próprio num dos mais importantes e mais antigos certames do sector a nível mundial. Ao todo, 36 empresas expõem as suas competências num espaço de 400 metros quadrados.
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