A região espanhola da Extremadura iniciou hoje uma campanha para estimular os cidadãos a conhecerem a língua portuguesa, ampliando tanto a sua cultura como as possibilidades de negócio.
Intitulada "Aprende português, abrir-te-á muitas portas", a campanha está a ser desenvolvida pelo Governo regional da Extremadura e pretende ainda que os alunos da região optem pelo português na sua formação. Esta região espanhola é a primeira do país a incluir o português no currículo escolar, mediante um acordo negociado nos últimos anos e assinado na última cimeira Ibérica, que decorreu em Janeiro em Zamora.
Falando na apresentação da campanha, em Mérida, Maria Dolores Pallero, vice-presidente da Junta da Extremadura explicou que a campanha que dura até Setembro apostará em particular nos períodos de matrículas para os cursos académicos. Com uma fronteira de 400 quilómetros com Portugal, a Extremadura poderá, segundo Pallero, beneficiar significativamente com a aprendizagem do português, o que abriria ainda mais portas no mercado de Portugal. A campanha pretende dar "mais um passo" no "aproveitamento das sinergias" possíveis dada a proximidade geográfica entre os dois países, segundo disse Pallero. Pallero recordou que o Governo continuará a desenvolver esforços para ampliar o ensino do português que é já a segunda língua mais procurada nas escolas da região, apenas atrás do inglês. Em paralelo, o Gabinete de Iniciativa Transfronteiriça (GIJ) desenvolve vários cursos de português em que já participaram mais de 10 mil alunos. A aposta, explicou, é procurar avançar agora na criação de uma euro-região que envolva a Extremadura espanhola e as zonas do Alentejo e Centro de Portugal.
Recorde-se que, no passado dia 22 de Janeiro, os Governos de Portugal e Espanha, reunidos em Zamora, comprometeram-se a avançar com o ensino do português em Espanha e do espanhol em Portugal, num processo que os primeiros-ministros dos dois países classificaram como sendo de particular importância. O primeiro passo formal passou pela assinatura, pelo Ministério da Educação português e pela Junta da Extremadura, de um memorando de entendimento para a introdução do Português como língua Estrangeira de opção curricular no sistema educativo daquela comunidade autónoma espanhola. Esse acordo estipula que a Junta da Extremadura se compromete a adoptar todas as medidas necessárias para que o Português se torne língua de opção e avaliação curricular nos estabelecimentos de ensino do seu território.
O primeiro-ministro espanhol, José Luís Rodríguez Zapatero, destacou a importância do acordo afirmando que os dois Governos partilham de uma "vontade firme" de "fazer valer, de forma conjunta, o que representam a língua portuguesa e o castelhano no mundo", onde estas línguas são faladas por mais de 650 milhões de pessoas. Zapatero garantiu que é "desejo e vontade" que a iniciativa já concretizada com a Extremadura seja agora "impulsionada noutras comunidades autónomas ou em áreas de determinadas comunidades autónomas". "É uma boa notícia, representa uma visão partilhada do futuro. O apoio recíproco ao espanhol e ao português é muito enriquecedor para os dois países, para as duas línguas e para os dois povos", disse Zapatero.
[E assim começa uma baralhação que, à primeira vista, parece ser do interesse de todos. À primeira vista!
Note-se a candura da afirmação de Zapatero: "fazer valer, de forma conjunta o que representam a língua portuguesa e o castelhano no mundo", demonstrando que as contas já estão feitinhas, desde há muito, pelas chancelarias espanholas].
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