Por Ferreira Fernandes, in DN
Um português podia ter resolvido a II Guerra Mundial (é certo que para o mau lado) e falhou. Documentos confidenciais do MI5, tornados públicos (ontem, em todos os jornais ingleses), contam a história de Gastão de Freitas Ferraz, espião nazi e radiotelegrafista do navio-hospital Gil Eannes que fazia a rota da Terra Nova em apoio aos bacalhoeiros.
Entre uma ida e volta ao fiel amigo, Ferraz informava os submarinos alemães sobre os comboios navais aliados.
Em 1942, a sua actividade tornou-se crucial: os americanos preparavam a "Operação Torch". Ora os navios com as tropas do general Patton, rumo ao desembarque no Norte de África, podiam cruzar a frota pesqueira portuguesa. Se Ferraz conseguisse avisar os alemães, teria mudado, talvez, o desfecho da guerra. Mas o Gil Eannes foi interceptado, em pleno mar, por barco de guerra inglês, o Ferraz foi preso e levado para Londres, onde confessou. Desculpem se mal pergunto: o Gil Eannes era de país neutral e foi interceptado?! E um cidadão português foi preso por militares estrangeiros quando estava em barco de pavilhão português?! Fico com esta dúvida: devo solidarizar-me com a vítima Gilberto de Freitas Ferraz?
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