Empresário vai mais que duplicar capacidade de produção para fazer frente à procura.
Pode parecer pretensioso, mas fomos conhecer O Melhor Bolo de Chocolate do Mundo. Não somos nós que o dizemos, é o empresário que o criou, Carlos Braz Lopes.
Tudo começou por brincadeira, mas o negócio é cada vez mais um caso sério de sucesso. Está presente em Espanha e Brasil, além de Portugal, e a lista de novos candidatos é longa.
A marca tem uma única loja em Portugal, em Lisboa, em Campo de Ourique, com o nome de O Melhor Bolo de Chocolate do Mundo e, "hoje em dia, é normal os clientes fazerem fila à porta da loja para comprar uma fatia de bolo", refere. No que toca às encomendas de bolos inteiros, os clientes esperam dois ou três dias pela sua vez. "Nas ocasiões especiais, como o Natal, as encomendas chegam a ser feitas com três meses de antecedência".
Por dia, são vendidos 50 a 60 bolos e ao fim-de-semana (sextas e sábados), o número praticamente triplica.
O empresário tem também pontos de venda no Porto e em Aveiro, onde entrega, uma vez por semana, 70 a 80 bolos para fazer face às encomendas.
Mas não é só em Portugal que O Melhor Bolo de Chocolate do Mundo faz sucesso. Uma jornalista brasileira passou por Campo de Ourique e incluiu a loja num artigo sobre pontos a não perder em Lisboa, publicado na Veja. O bolo fez sucesso entre os brasileiros e não demorou até que amigos de amigos mostrassem interesse em levar o produto para o país irmão.
Actualmente Carlos Lopes tem, em parceria com uma empresária brasileira, quatro lojas em São Paulo.
Uma amiga levou também o negócio para Espanha, onde é hoje revendedora da marca, existindo apenas um ponto de venda, embora já esteja planeada a abertura de uma loja.
Numa altura em que tantas empresas se queixam da crise e da queda de encomendas, este empresário só tem um problema: capacidade de produção insuficiente para responder a tantos pedidos. Os 300 bolos vendidos, por exemplo, na véspera de Natal, podiam ser 500.
"Estou já a tratar de aumentar a capacidade de produção, mas é um processo demorado. É preciso uma fábrica, licenças da Câmara, tem de passar pela ASAE...", desabafa. A capacidade vai mais do que duplicar, para responder às encomendas que chegam de todos os pontos do país e até para permitir a abertura da loja em Madrid.
Em 2006, a empresa facturou 300 mil euros, o valor chegou aos 500 mil em 2008 e o empresário espera atingir um milhão este ano. No Brasil, a facturação ascendeu a 1,3 milhões de reais no ano passado e agora com quatro lojas (três abriram apenas no final de 2008), aponta-se para um aumento de 50% em 2009.
Mas no que toca a planos para o futuro, o empresário está "aberto a novas experiências". No Brasil, há contactos para abrir uma loja no Rio de Janeiro e propostas para vários outros Estados, mas primeiro Carlos Lopes quer ver como corre o funcionamento das primeiras quatro lojas em pleno.
Actualmente o empresário está "a estudar seriamente" uma proposta que recebeu para levar o negócio para Kuala Lumpur.
Em Portugal, têm surgido "muitas propostas de franchising", todas recusadas. "Não quero entregar a receita a mais ninguém", diz. No país existem agora apenas cinco pessoas que sabem a receita. "São as funcionárias da produção", refere. No Brasil, há quem saiba o segredo por inteiro e pessoas que apenas sabem parte dele. "Uns sabem uma parte da confecção, outros sabem de outra parte", refere.
O segredo continua a ser a alma do negócio. Mas para quem quer saber como se finta uma crise, Carlos Lopes tem apenas uma palavra a dizer: "Inovem!".
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