quinta-feira, maio 21, 2009

Cheirinho de Mudança?!

E ainda bem...

in "Portugal Contemporâneo"

A questão coloca-se, pelo menos na aparência, nestes termos: como pode funcionar e que futuro poderá ter um país onde, ao fim de trinta e cinco anos de regime democrático, o estado não realiza as suas funções essenciais, a justiça é de péssima qualidade, a educação medíocre, a segurança muito frágil e a piorar, onde o mercado e a economia privada são quase inexistentes, onde não existe um desígnio nacional que una os cidadãos, onde a instabilidade governativa é regra, e onde ninguém parece saber o que fazer?

Os portugueses são, de facto, propensos à instabilidade e muito pouco vocacionados para a formação de instituições sociais fortes e representativas dos seus interesses e necessidades. A classe política, por sua vez, espelha bem o que é a natureza dos portugueses. É imediatista, não pensa a médio, longo prazo, consome-se em questiúnculas de menor importância, agarra-se vorazmente ao poder assim que o alcança. Por outro lado, não se respeita, nem dentro dos próprios partidos, menos ainda entre os diferentes partidos. Não consegue, assim, estabelecer metas, objectivos e métodos para o desenvolvimento do país, inalteráveis seja qual for o partido do governo que se suceda. Ora, uma das razões do sucesso de países subdesenvolvidos foi, nos últimos anos, manter as políticas, mesmo que mudem os políticos.

Estranhamente, por razões que, para mim, permanecem incompreensíveis, a monarquia constitucional estabelece um elo de ligação entre os cidadãos e a comunidade política que não se encontra na república. Ela tem consolidado política e socialmente os países onde vigora e estabelece um princípio de ordem e de harmonia que é muito considerável


Quem escreve estas linhas foi, ao longo de toda a sua vida, ferozmente republicano e ferozmente anti-monárquico. O raciocínio era muito frágil e baseava-se, essencialmente, não na dimensão política e histórica da monarquia, mas nas tristíssimas figuras dos nossos monárquicos.

De facto, não se pode confundir a monarquia com os monárquicos, sequer com a pessoa do rei...A solução é, claramente, a da monarquia constitucional. Julgo que não é difícil demonstrá-lo.

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