in Notícias Lusófonas
O primeiro-ministro são-tomense, Patrice Trovoada, disse hoje que a cooperação com Portugal e Angola deve ser colocada em pé de igualdade como outros parceiros do arquipélago.
“Se todos são parceiros estratégicos, todos são iguais (…) é uma politica de vantagem comparativa e de selecção, o que de facto interessa mais fazer com esse ou aquele parceiro. Angola, Portugal, Taiwan, Nigéria são países nossos amigos”, disse o chefe do executivo são-tomense, durante uma entrevista à televisão pública são-tomense, que está a ser emitida também pela Rádio Nacional do país.
“O que é preciso do nosso lado é saber olhar para Portugal e dizer o que é que Portugal sabe fazer e o que é que nós devemos oferecer a Portugal”, acrescentou o primeiro-ministro eleito no início deste mês.
Trovoada defendeu a integração do sector nacional da cooperação internacional no Ministério das Finanças como “uma renovação” na orgânica do seu Governo, destinada a dar maior “eficácia” a acção governativa.
“O que sustenta toda essa nova orgânica é dar um pouco mais de eficácia, menos dispersão, reduzir alguns custos e percebermos muito melhor aquilo que se passa no nosso país”, explicou.
“Infelizmente nós temos muitas ilhas e essas ilhas correspondem a muitos sacos azuis, há muitos recursos dispersos e era necessário termos melhor percepção de todo esse potencial”, acrescentou o primeiro-ministro são-tomense, para quem a luta contra a corrupção é “o objectivo primordial” da acção governativa.
“Durante a campanha, denunciámos a situação económica do país, mas ela está pior do que esperávamos. Vamos tomar algumas medidas sem precipitação, mas com firmeza”, afirmou Trovoada, elegendo a agricultura, a pesca e o turismo como os “sectores que podem trazer riqueza e emprego”.
No início do mês, Trovoada defendeu que os parceiros estratégicos de cooperação não deviam limitar-se a Portugal e Angola, e anunciou que iria apostar nas relações com países da sub-região e do Médio Oriente. Adiantou ainda que está convencido de que “o que importa para a diplomacia são-tomense” e para a defesa dos seus interesses, “é alargar o leque de amigos".
Relativamente aos parceiros tradicionais de cooperação, Portugal e Angola, Trovoada disse que, depois dos primeiros 100 dias de governação, contactará os parceiros tradicionais com “novas propostas” que acredita serem “mais adaptadas à situação em que se encontra o país”.
Trovoada deseja clarificar as diferenças entre o actual Governo e o de Rafael Branco, do Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe (MLSTP-PSD).
"O MLSTP dizia que Angola e Portugal eram os parceiros estratégicos. Nós pensamos que parceiros estratégicos são vários. Tudo depende do que cada um pretende com cada um dos parceiros”, defendeu.
A complementaridade virá, defendeu, da sub-região, que acredita ser “uma das saídas para o crescimento económico” do país.
“Por isso estamos a olhar para o Gabão, Guiné-Equatorial, Nigéria, Camarões, Congo”, disse.
Outros parceiros são os países do Médio Oriente e o conjunto BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China).
[Repare-se no comentário que aqui deixei em 24 de Agosto último. A ver vamos...]
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