A FLEC assumiu hoje a denominação de Frente de Libertação do Estado de Cabinda, deixando cair da anterior designação o termo "Enclave", disse o secretário-geral da organização, Joel Batila, que salientou também que a decisão foi tomada no decorrer da reunião do Conselho Nacional do Povo de Cabinda, que ontem terminou em Paris, sob a presidência de Nzita Henriques Tiago, líder histórico da FLEC.
"Tomámos várias decisões. No quadro político foi decidido abandonar o termo Enclave e reestruturar o Governo Provisório de Cabinda, dirigido pelo presidente Nzita Tiago", adiantou.
Os participantes no encontro, provenientes de vários países entre os quais Portugal, decidiram, nomear Martinho Lubango, representante da FLEC no Reino Unido, e responsável pelo Departamento de Negócios Estrangeiros do Governo Provisório, como representante dos independentistas cabindas para um eventual diálogo com as autoridades angolanas.
Martinho Lubango substitui António Bento Bembe, nomeado em 2004 presidente do denominado Fórum Cabindês para o Diálogo (FCD), destituído do cargo por Nzita Tiago no início de 2006, por alegadamente se ter afastado dos objectivos da FLEC.
Embora afastado do cargo, Bento Bembe continuou a ser reconhecido pelo governo angolano, que além de o manter como interlocutor válido para alcançar a paz na região, rubricou com ele, há precisamente um ano, um Memorando de Entendimento para a Paz.
O enclave de Cabinda, de onde provém 80 por cento da produção petrolífera de Angola, é palco desde 1975 de uma luta armada independentista liderada pela FLEC, que alega que o território é um protectorado português nos termos do Tratado de Simulambuco, assinado a 1 de Fevereiro de 1885 e que serviu para Portugal defender na Conferência de Berlim, que estava a decorrer na altura, os seus direitos sobre Cabinda, território que era reclamado pela França, Reino Unido e Bélgica.
Sem comentários:
Enviar um comentário