A União Europeia tem 23 línguas oficiais e a defesa da língua é uma causa que une os portugueses no Parlamento Europeu (PE), independentemente da família política a que pertencem, e não poupam esforços para que o idioma não se perca na tradução.
O actual presidente do PE, Hans-Gert Poettering, a exemplo dos antecessores e do presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, já recebeu diversas cartas de eurodeputados indignados com ausência de uma voz lusa nos auscultadores que trazem o som das cabinas.
"As cartas que dirigi ao Presidente do Parlamento foram respondidas e as situações denunciadas foram corrigidas", garante Edite Estrela. Também Graça Moura tem feito ouvir a sua voz em defesa do português. Por palavras, em cartas dirigidas a Poettering e outras instâncias, e por actos, abandonando reuniões, após ter constatado a ausência do português nas cabinas de interpretação. Garante que as situações denunciadas foram resolvidas no mesmo dia ou, no mais tardar, no seguinte.
Ribeiro e Castro também não deixa créditos por mãos alheias e lembra que o PE reconheceu, numa resolução de 2003, que o português "é a terceira língua europeia de comunicação universal".
O eurodeputado denuncia também que em sessões da Assembleia Parlamentar Paritária UE-ACP (países da região África, Caraíbas, Pacífico) os intérpretes de português são "recorrentemente preteridos face a outras línguas (ultra-minoritárias, no contexto ACP), impedindo os parlamentares lusófonos de se encontrarem em igualdade de circunstâncias face aos restantes membros da Assembleia".
De protesto em protesto, a língua portuguesa vai mostrando o que vale e, em Julho, no dia seguinte à cimeira UE-Brasil, dominou Bruxelas.
Numa conferência de imprensa a três, só o sotaque diferiu: três presidentes falaram português - José Sócrates, pelo Conselho da UE, Durão Barroso, pela Comissão Europeia, e Luís Inácio Lula da Silva, pelo Brasil.
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