O secretário de Estado das comunidades portuguesas, António Braga, defendeu hoje como fundamental o reforço do ensino do português junto dos emigrantes nacionais mas também cabo-verdianos.
O responsável presidiu hoje à assinatura de um protocolo com o governo de Cabo Verde, mediante o qual os emigrantes do arquipélago têm acesso ao programa português de ensino à distância. O programa, ainda recente em Portugal, tem já 3500 alunos e tem a colaboração das Universidades Aberta e Lusíada, que certificam a aprendizagem. Os cabo-verdianos espalhados pelo mundo podem ter acesso a esse programa, e Portugal compromete-se a colaborar na criação, em Cabo Verde, de um portal que disponibilize, na Internet, um conjunto de informações, serviços e documentos, semelhante a um "Consulado Virtual".
Ainda que Cabo Verde tenha assinado hoje o protocolo, o país aposta, a nível interno, cada vez mais no crioulo, a língua materna, embora o português continue a ser a língua oficial. O próprio primeiro-ministro cabo-verdiano, José Maria Neves, já disse que gostaria de tornar o crioulo língua oficial até final do mandato. Octávio Tavares, secretário de Estado da Educação de Cabo Verde, salientou que o arquipélago é um país de expressão portuguesa e tem por isso necessidade de aprofundar o conhecimento da língua, tendo em conta a integração de emigrantes que estão em Portugal. No entanto, acrescentou, o crioulo é a língua materna, pelo que é necessário uma metodologia de ensino no país que privilegie o crioulo como língua mãe e o português como língua segunda. O secretário de Estado chegou mesmo a apelidar de "línguas estrangeiras" o português e o francês mas depois, questionado pelos jornalistas, emendou: "o português é língua segunda, tem o mesmo grau de importância que a língua materna, tem sido a nossa língua ao longo da história".
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