sexta-feira, setembro 28, 2007
Segundo secretário-geral da ONU foi morto por mercenários belgas
Claude de Kémoularia foi um dos mais próximos colaboradores de Dag Hammarskjold no seu segundo mandato como secretário-geral da ONU. Agora, aos 85 anos, o ex-diplomata francês defende a reabertura do inquérito à morte do sueco que dirigiu as Nações Unidas de 1953 a 1961 e, nas suas memórias, relança a tese segundo a qual o avião em que Hammarskjold seguia foi abatido por mercenários belgas do Congo. No livro Une vie à tire-d'aile, Kémoularia baseia-se no testemunho de três ex-mercenários belgas para explicar a queda do DC-6 de Hammarskjold. Segundo o ex-diplomata francês, o aparelho despenhou-se na noite de 17 para 18 de Setembro de 1961 junto ao aeroporto de Ndola, na Rodésia do Norte (actual Zâmbia), em plena crise congolesa. Independente desde 1960, o Congo, antiga colónia belga, viu-se confrontada com uma rebelião secessionista na província do Katanga, junto à Zâmbia. Ao visitar o Congo, Hammarskjold queria reunir-se com Moise Tshombé, o líder dos rebeldes apoiados pelos mercenários belgas. Na altura, a investigação da ONU concluiu que a queda do avião em que seguia o secretário-geral fora acidental. Mas versões contraditórias começaram rapidamente a surgir, sem, contudo, levar a um novo inquérito. Kémoularia diz ter conhecido em Paris, em 1967, dois mercenários belgas do Katanga, na mesma altura em que foi apresentado a um piloto chamado Beukels, que dizia ter abatido o avião de Hammarskjold. Segundo esta versão, dois aviões dos rebeldes tentaram interceptar o DC-6 de Hammarskjold para o obrigar a aterrar na sua base de Kamina. Os líderes dos mercenários queriam negociar directamente com o secretário-geral da ONU. Beukels disparou uma salva de aviso que atingiu o aparelho, levando à sua queda. Em 1963, Tshombé aceita pôr fim à rebelião e acaba por ser nomeado primeiro-ministro. O ex-rebelde foi derrubado em 1965 por Mobutu Sese Seko, apoiado pelos militares. Este governou o país, a que chamou Zaire, até 1997.
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