A ajuda que o Brasil poderá fornecer à Guiné-Bissau ainda está a ser examinada, de acordo com o Chefe do Departamento de Organismos Internacionais do Itamaraty, sede da diplomacia brasileira, ao reforçar a disposição do Governo em consolidar a paz no país africano.
"Sempre haverá uma disposição muito positiva do Brasil no sentido de procurar ajudar à estabilização e à consolidação da paz na Guiné-Bissau", afirmou o ministro Carlos Duarte, representante do Ministério das Relações Exteriores.
O Brasil, segundo o embaixador, está envolvido nas questões do país africano de língua portuguesa por intermédio da Comissão de Consolidação da Paz das Nações Unidas.
"O Brasil tem-se empenhado de maneira muito activa no âmbito da ONU, no sentido de ajudar a Guiné-Bissau a ter o seu programa de Governo, as suas prioridades na comissão específica, para que a situação interna do país não exija uma acção internacional ainda mais efectiva", destacou o ministro Carlos Duarte.
"O que já existe é uma iniciativa dos países da região, da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que tem mencionado a possibilidade de algum tipo de auxílio ao país".
O embaixador relembrou que o presidente guineense, Malam Bacai Sanhá, esteve em visita oficial ao Brasil no último dia 25 e que já está a discutir-se "o que a Guiné-Bissau necessitaria em termos de apoio institucional e até que ponto o Brasil poderia, eventualmente, participar nesse esforço". Na visita do chefe de Estado foram formalizados diversos acordos de cooperação nas áreas das pescas, agricultura, educação superior, combate à sida e assistência a mulheres vítimas de violência.
No início de Agosto o ministro da Defesa do Brasil, Nelson Jobim, admitiu o envio de tropas do seu país para uma força de estabilização na Guiné-Bissau, desde que sob a bandeira da ONU, garantindo que os seus efectivos "têm preparação para tudo".
Segundo o ministro Carlos Duarte a possibilidade do envio de tropas brasileiras para compor uma missão de paz no país africano "é uma questão que está a ser examinada".
O Brasil, como destacou o embaixador do Itamaraty, tem "tradição de participação em operações de paz desde 1956 e em países que têm expressão portuguesa e tiveram um passado colonial, como Angola, Moçambique, inclusive Timor Leste". Para ele a contribuição brasileira é a possibilidade de o país "compartilhar a sua experiência", para que o conflito se resolva de maneira mais durável e consistente, numa visão de longo prazo.
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