quarta-feira, janeiro 12, 2011

Mourinho. O próximo prémio pode dar ao PIB 250 milhões

O melhor do mundo, que é embaixador da organização da Ryder Cup de 2018, já tem outra vitória em mente. Por Portugal.

José Mourinho protege-se da fama. Em 2010, ganhou Serie A italiana, Coppa de Itália, Champions e Bola de Ouro. Foi um ano rico em emoções. Segue-se 2011, mais rico ainda...

Numa entrevista antiga, Lauro António resumiu de forma exemplar o sucesso de Mourinho: "Transcendeu o lado mesquinho do tipo que não é capaz, que tem medo." Essa faceta valeu-lhe títulos, uma carreira sempre a crescer, a chegada ao clube com mais receitas do mundo e um valor, enquanto marca, que lhe permite atingir os 12 milhões de euros/ano em direitos de imagem. E todos sabiam que se tratava do melhor do mundo, faltava apenas o selo de garantia na forma do carimbo FIFA. Esse também está conquistado. A partir de agora, o treinador vai somar mais milhões à já por si extensa conta bancária. E multiplicá-los para Portugal, que irá beneficiar do impacto do prémio a breve e médio/longo prazo.

"É uma chancela de qualidade, a consolidação de um reconhecimento que já existia e que pode favorecer o nosso país, até porque foi importante ter começado o discurso a falar português, destacando o orgulho nas suas origens. Nesta fase, qualquer país precisa de reunir o exército de marcas porque as guerras actuais são feitas com marcas e não com armas. E, em mais uma área, Portugal pode dizer que tem o melhor do mundo", ressalva o publicitário Carlos Coelho.
Nos relvados, e como salienta o comentador Santiago Segurola, "Mourinho é o mais parecido a uma garantia de êxito no desconcertante mundo do futebol em que nada é seguro"; fora destes, também. E, dos relvados para os greens, a candidatura nacional à organização da Ryder Cupe passou a ter outro trunfo para jogar. Até porque, na promoção a que o Special One se juntou, a ideia-chave é a mesma da que foi segunda-feira transmitida a milhões e milhões de telespectadores que seguiram a cerimónia: "Quero vencer sempre e levar o nome de Portugal aos quatro cantos do mundo. É o desafio a que me proponho directamente."

Impacto
A organização da Ryder Cup, que coloca em confronto as selecções da Europa e a dos EUA em golfe, terá um impacto económico de 550 milhões de euros. Porque é o terceiro evento desportivo no mundo com mais telespectadores (1,1 mil milhões), apenas superado pelos Jogos Olímpicos e pelo Mundial de futebol. E porque, em comparação com outros certames, renderá o triplo do Euro-2004 e mais do que o dobro da Ryder Cup em 2016, que irá realizar-se na Rep. Irlanda (240 milhões). Estão orçamentados 220 milhões de euros em receitas ligadas ao turismo durante os seis dias em que a prova irá decorrer na Herdade da Comporta.
contribuirá com 250 milhões de euros para o PIB.

Portugal tinha boas hipóteses frente às restantes quatro candidaturas - Alemanha, França, Holanda e Espanha - mas, tendo o (agora reconhecido) melhor treinador do mundo como embaixador da organização, ganhou mais ainda.

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