segunda-feira, fevereiro 14, 2011

Governo de Moçambique quer mais empresas portuguesas no país

O Governo moçambicano reiterou o interesse na presença de empresas portuguesas no país e defendeu que devem instalar-se ainda mais, de forma a ajudar ao desenvolvimento.
"Sempre dissemos que as empresas portuguesas têm uma alta qualidade, são conhecidas, e por isso é do nosso interesse que as empresas portuguesas estejam em Moçambique, e que venham mais, para o desenvolvimento do país", disse o vice-ministro das Obras Públicas, Francisco Manuel Pereira.

O responsável falava após um seminário sobre oportunidades de investimento em infra-estruturas que decorreu hoje em Maputo, por ocasião da visita a Moçambique do ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações de Portugal, António Mendonça.
Empresas portuguesas têm estado a construir estradas e pontes, mas também no sector do abastecimento de água, segundo Pereira. Estão actualmente em Moçambique cerca de duas centenas de empresas portuguesas ou de capitais portugueses, entre elas as principais ligadas às obras públicas.

O seminário juntou empresários dos dois países, com o ministro dos Transportes e Comunicações de Moçambique, Paulo Zucula, a garantir no início que o ritmo de crescimento no país não irá abrandar, apesar da crise internacional

Mendonça apelidou de "patamar adulto de desenvolvimento" o actual estágio de cooperação empresarial entre os dois países, salientando que Portugal também gostaria que empresas moçambicanas viessem a trabalhar no País. "Já há anos que as empresas portuguesas estão a trabalhar em Moçambique e julgo que têm feito um trabalho notável de cooperação e de contribuição para desenvolvimento económico e social de Moçambique".

O ponto alto da visita de António Mendonça (que termina quarta-feira) acontece esta terça-feira, com a assinatura de um protocolo entre os dois governos para a montagem, em Moçambique, de uma fábrica de vagões para os caminhos-de-ferro.
Lamy Figueiras, da EMEF Internacional (Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário), disse hoje, em Maputo, que após a assinatura do protocolo há que concretizar uma série de acções para a constituição da empresa entre a EMEF e os CFM, Caminhos-de-ferro de Moçambique.

A futura fábrica irá construir numa primeira fase, de cinco anos, cerca de 600 vagões, de diversos tipos, e deverá ficar na região de Maputo, disse o responsável português, que acrescentou que a nova empresa poderá também reabilitar vagões existentes em Moçambique, material que existe em grande quantidade. Segundo Lamy Figueiras, a fábrica deverá empregar a volta de 100 trabalhadores, a maior parte mão-de-obra local, e os vagões servirão para transporte de carvão das explorações do norte interior (província de Tete) para o litoral mas também outros minérios ou mesmo contentores e cana-de-açúcar, exemplificou. No futuro a nova fábrica, cujos custos, disse, não estão ainda contabilizados, poderá também reabilitar locomotivas e produzir para países como o Malawi, Botsuana e Zimbabué, e até para a África do Sul.

Sem comentários: