Já é, mundialmente, conhecido que Al Gore foi o vencedor das eleições americanas de 2000.
Só o seu típico sistema eleitoral, mais as manobras do mano, Jeb, e do seu spin doctor, Karl Rove, é que deram a vitória na Florida e um bilhete para a Casa Branca a George Bush.
Agora diz-se que os seus ex-mais próximos colaboradores – que recusaram todos os convites para as primárias Democratas que estão a realizar-se – estão a ser convidados para voltar a apoiar o homem que pôs o Verde no mapa do mundo.
Al Gore não precisa de notoriedade, até na última cerimónia dos Óscares isso foi provado com o tributo que a comunidade de Hollywood, especialmente Leonardo Di Caprio, lhe prestou.
Mas precisa de juntar, rapidamente, 100 milhões de dólares para se tornar um cavalo vencedor.
Hillary Clinton está a perder gás nas sondagens; Barack Obama começa a mostrar as primeiras fragilidades; John Edwards, que estava a tornar-se o novo campeão da causa Verde, rapidamente passará a cópia se Al Gore entrar a matar.
Gore, se deixar de ser Bore, é o candidato mais completo e mais forte dos Democratas.
Não tem nenhum dos pontos fracos habituais. Não é mulher, não é negro, não fuma, não se divorciou duas vezes, não é mormon e não tem 72 anos. Este era o cardápio de defeitos que os americanos mais apontavam para esta eleição e que caíam como uma luva nos diversos candidatos mais fortes.
Tem experiência política, até já ganhou um Óscar pela sua flor na lapela – a causa ambiental –, e é um Democrata moderado que já não assusta ninguém com a causa ecológica, que, entretanto, já se globalizou.
Ainda hoje não deve saber, se falasse mais em ecologia, em 2000, teria ido parar à Casa Branca. Naquela época estava um terceiro candidato em campo, do Partido dos Verdes, Ralph Nader, que teve perto de 5% dos votos. Era apresentado como uma criatura excêntrica, representante de minorias e isso assustou os estrategas de Gore, que evitaram falar ao máximo dele como o padroeiro da defesa da causa ambiental.
Os dias mudaram. O Verde fica bem a todos, Gore passa melhor, os Democratas estão ávidos de poder e a onda Republicana já foi atenuada. Gore pode estar tentado; será, por certo, a sua última tentação.
Se Al Gore se inscrever num ginásio nos próximos dias, é candidato à presidência dos Estados
Unidos.
Rui Calafate, in Jornal OJE
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