Dois políticos alemães de direita defenderam hoje que a Grécia deverá colocar à venda terra, edifícios históricos e obras de arte para reduzir a défice. O conselho, sugerido numa entrevista ao jornal “Bild”, poderá agravar ainda mais as tensões entre os dois países.
“Aqueles que se encontram em processo de insolvência têm de vender tudo o que têm para pagar aos seus credores. A Grécia tem edifícios, empresas e ilhas não habitadas, que podiam ser usadas para amortizar a dívida”, argumentou Josef Schlarmann, membro do partido de Angela Merkel. “Se tivermos de ajudar a Grécia com milhões de euros, eles têm de nos dar algo em troca – por exemplo algumas das suas maravilhosas ilhas. O lema: vocês recebem carvão. Nós, Corfu”, acrescentou ainda.
A Grécia tem 3054 ilhas, das quais apenas 87 são habitadas e que são um potencial mercado de luxo que para os alemães já existe.
“A chanceler [Angela Merkel] não pode prometer nenhuma a ajuda à Grécia e o governo grego tem de dar passos radicais para vender a sua propriedade – por exemplo as ilhas não habitadas” disse Frank Schaeffler, especialista em política financeira. “Também ouvi a sugestão de que devíamos vender a Acrópole”, reagiu o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros, Dimitris Droutsas. “Sugestões como estas não são apropriadas nesta altura”, concluiu.
O Governo grego quer eliminar o 14.º mês dos salários na função pública, cortar 9% dos salários e impor novas medidas fiscais que incluem o aumento do IVA, o imposto sobre o álcool, o tabaco, combustível e sobre sinais exteriores de riqueza. Georges Papandreou afirmou terça-feira que a situação financeira grega é “catastrófica” e esboçou um cenário de “bancarrota" ao anunciar “medidas de austeridade” necessárias para garantir uma redução do défice público de 4%, em 2010.
[A arrogância alemã somada à incompetência e à aldrabice grega. Mas, para bailar são precisos dois...]
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