Portugal é o maior produtor mundial de cortiça, mas para muitos chineses a matéria-prima que cobre o pavilhão português na Expo 2010, em Xangai, é uma novidade que querem levar para casa.
"Os visitantes arrancam pedaços da cobertura do pavilhão, o que nos obrigará a um plano de manutenção, com reposição de várias placas de cortiça", explicou o comissário geral de Portugal na exposição, Rolando Borges Martins.
Entre os milhares de visitantes diários do pavilhão de Portugal há sempre quem toque, cheire ou arranque pedaços de cortiça da estrutura.
Uma das visitantes diz que a cobertura “é uma espécie de madeira”. É o filho mais novo quem a corrige: “Não, é cortiça [‘ruanmu’, em chinês]. Eu vi no filme que passou dentro do pavilhão”.
“Sei que isto serve para tapar as garrafas de vinho, mas não sabia que se chamava cortiça”, diz outra visitante, com uma das rolhas oferecidas à entrada do pavilhão nas mãos e com as quais alguns visitantes enchem malas de senhora.
Uma atração que pode ser explicada “pela sensação agradável, quando se toca na cortiça", diz outra visitante, acrescentando: "E gosto do cheiro".
A cortiça utilizada na fachada e no interior do pavilhão, transportada de Portugal em cinco contentores, foi fornecida pela Corticeira Amorim, uma empresa estabelecida na China há cerca de vinte anos.
“Já tinha trabalhado com cortiça, para obras de isolamento, mas nunca a tinha utilizado desta forma nem a esta escala”, disse Carlos Couto.
A utilização de cortiça, um material reciclável, enquadra-se no tema da Expo 2010, 'Better City, Better Life' (Melhores Cidades, Maior Qualidade de Vida), que decorre de 1 de Maio a 31 de Outubro numa área de 528 hectares (dez vezes a Expo 98, em Lisboa).
Esta é a maior exposição universal de sempre, com a participação de cerca de 240 países e organizações internacionais.
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