O primeiro-ministro cabo-verdiano considerou hoje que o Cluster do Mar, orçado em 300 milhões de euros, vai determinar o futuro de Cabo Verde, pois permitirá o desenvolvimento do arquipélago em praticamente todos os sectores.
José Maria Neves discursava no Mindelo (ilha de São Vicente) na abertura do Fórum sobre o Cluster do Mar, reunião que constitui um espaço de análise, discussão e definição de um plano de acção, a curto e médio prazos, para o desenvolvimento do sector, que envolve outros dois clusters, o do Ar e o das Novas Tecnologias.
Os projectos associados são vários, como as pescas, a criação de um centro internacional de conservação, processamento e exportação de produtos marinhos, reparação naval e pesquisa oceanográfica, como fármacos, energia das ondas e alterações climáticas, dependendo, porém, da mobilização de recursos financeiros. Tudo está ligado à renovação e/ou reconversão do Porto Grande, no Mindelo, infra-estrutura que, a par da renovação de outros portos internacionais - Cidade da Praia, Sal e Santo Antão -, pretende tornar Cabo Verde uma referência no Atlântico Médio.
Hoje, na sessão de abertura do Fórum, realizado pelo Gabinete do Primeiro-Ministro em parceria com a Câmara do Comércio, Indústria, Agricultura e Serviços do Barlavento (CCIASB), José Maria Neves salientou a oportunidade de se proceder a um balanço estratégico sobre políticas públicas no domínio do mar.
O chefe do governo disse esperar que o encontro do Mindelo permita traçar a visão e as estratégias, definir os recursos institucionais e humanos, identificar os principais atores e construir os consensos sobre a formulação de uma Agenda Estratégica para o Mar.
"O Estado terá, com certeza, um papel de visionário, de estratego e de regulador, mas caberá ao sector privado o papel motor de protagonista fundamental na construção e no desenvolvimento do já denominado hiper-cluster do mar", sustentou.
José Maria Neves reconheceu que ainda não se conseguiram explorar todos os recursos naturais e as potencialidades marinhas, sendo "bem nítida" a "deficiente" exploração económica que é feita do "valioso recurso". Desde que, em 2003, se introduziu o conceito "Cluster do Mar", acrescentou, foram já desenvolvidas várias acções, nomeadamente nas pescas e na reparação naval, bem como investidos "milhões de contos" na modernização dos portos e na transformação do Porto Grande num hub de cargas marítimas na sub-região.
"É preciso também dar um novo impulso aos transportes marítimos internacionais", sustentou José Maria Neves, para quem a criação de uma Companhia Nacional de Transportes Marítimos Internacionais é um "desígnio nacional", atendendo à vocação marítima do país.
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