segunda-feira, maio 14, 2012

Portugal continua a ser um grande desafio à prospecção de petróleo

Representantes de empresas petrolíferas do Brasil e dos EUA classificaram hoje Portugal como um dos grandes desafios para a prospecção de petróleo, ao ponto de se continuar a investir na pesquisa sem haver um único barril explorado.
"Portugal é uma nova fronteira exploratória", afirmou José Fernando de Freitas, da Petrobras Portugal, ao participar hoje, na Universidade de Coimbra, no I Congresso de Geociências da CPLP.

Idêntica opinião foi expressa por Arlindo Alves, representante em Portugal da americana Mohave, que já possui concessões na plataforma terrestre nas zonas de Torres Vedras, Batalha e numa faixa que vai da Nazaré a Aveiro.
O representante em Portugal da brasileira Petrobras aludiu ao facto de a bacia do Canadá, onde se explora petróleo, ter feito parte da bacia Lusitânica.
"Se tem lá, porque não aqui", questionou José Fernando de Freitas, ressalvando que essa simplicidade de afirmação carece da "demonstração de que essas coisas possam acontecer". Na sua perspectiva, a tecnologia existente no momento condiciona aquilo que se pode encontrar, mas isso não afasta a expectativa de explorar boas jazidas de petróleo em Portugal.
Arlindo Alves, da Mohave, chegou ao ponto de avançar com uma expectativa de "95 bilhões de barris" nas zonas onde tem vindo a desenvolver estudos geológicos.

A Petrobras é detentora de blocos de exploração nas bacias de Peniche e do Alentejo, e no final do corrente ano e em meados do próximo vai tomar decisões sobre a continuação ou não nessa aposta, referiu o responsável.
"Até agora não temos nenhum indício de que tenhamos de parar de procurar, e isso é muito mais do que se pode dizer em relação a muitas outras áreas. Portugal é, sim, uma nova fronteira exploratória, e ainda temos algumas fichas para botar nessa mesa para ver se conseguimos ao final dela o jackpot", salientou José Freitas.

Ferreira de Oliveira, da Galp Energia, que igualmente participou no congresso de Coimbra, realçou que já foram investidos "mais de mil milhões de dólares" na prospecção de petróleo em Portugal, e que se as empresas ainda não desistiram de o encontrar é por entenderem que as condições geológicas a recomendam.
Na sua perspectiva, um dos grandes desafios que se coloca actualmente às empresas petrolíferas da CPLP é o de ajudar Moçambique na exploração das jazidas de gás de Rovuma, que classificou de uma das maiores descobertas dos últimos cinco anos.

No painel sobre exploração petrolífera, do I Congresso de Geociências da CPLP, participaram ainda dois representantes da petrolífera angolana Sonangol, que aludiram ao potencial de várias zonas no seu país, nomeadamente de bacias interiores como a do deserto do Namibe, a juntar às já conhecidas do Congo e Kwanza.

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