quinta-feira, janeiro 25, 2007

Licenciatura de Português em Cambridge termina por falta de verbas

A Universidade de Cambridge, em Inglaterra, decidiu cancelar a licenciatura em Português, a partir do final do próximo ano lectivo, devido à falta de verbas com que a universidade inglesa se depara.

A responsável pela licenciatura, Maria Manuel Lisboa, já pôs a circular na Internet um pedido para que a decisão seja revista, argumentando que o curso de Português é altamente produtivo e está em fase de expansão, quer no número de alunos inscritos quer nas áreas de investigação e publicação de trabalhos por parte do corpo docente.

O português foi também celebrado para especial louvor entre todas as disciplinas de licenciatura nas últimas avaliações externas da Faculdade de Línguas Modernas e Medievais de Cambridge, acrescentou a professora, na carta onde torna pública a decisão da Reitoria da Universidade.

A vice-reitora da universidade confirmou, em comunicado, o encerramento da licenciatura de Português em Outubro de 2008, adiantando que, devido aos constrangimentos financeiros com que a instituição de ensino se depara, não lhe restava outra alternativa. Acrescentou, no entanto, que o ensino de português vai manter-se vivo na Universidade de Cambridge, através de uma cadeira inserida no curso de Línguas Modernas e Medievais e de uma disciplina de ensaio optativa no último ano desse curso.

A responsável pela instituição universitária expressou também o desejo de que esta reestruturação do ensino de português não ponha em causa o apoio financeiro que o Instituto Camões tem dispensado à universidade para esse fim.

No comunicado, a vice-reitora ressalvou ainda que a licenciatura de Português será reactivada, logo que a universidade de Cambridge disponha de melhores condições financeiras.

Já a presidente do Instituto Camões revelou desconhecer esta decisão, por não lhe te sido comunicada nem pela universidade nem por parte da embaixada portuguesa em Londres.

«Ouvimos rumores» de que haveria «internamente algumas vozes discordantes relativamente à manutenção do português» e «pedimos ao embaixador de Portugal em Londres que fizesse um «diligência junto da Universidade», para apurar a veracidade desses comentários, disse.

Simonetta Luz Afonso, acrescentou, no entanto, que o instituto ainda não recebeu «nenhuma informação» nem formal nem informal por parte da universidade, sendo que o protocolo assinado estabelece que ambas as partes podem desistir do mesmo, sempre que o justifiquem.

A presidente do Instituto Camões ressalvou ainda que, se a Universidade de Cambridge está com falta de verbas, não é por causa da falta de pagamento por parte da instituição portuguesa, que «tem sido sempre cumprido» com os «30 mil euros» que paga lhe anualmente.

Simonetta Luz Afonso realçou que em Inglaterra o português está «bem representado», porque para além de «quatro importantíssimas cátedras», o instituto está presente «em 12 universidades», a caminhar para 13, com um acordo com a Universidade Belfast em vias de ser assinado. O investimento do Instituto Camões em Inglaterra é de 390 mil euros por ano.

Vergonha...

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