segunda-feira, janeiro 29, 2007

Relações da China com países lusófonos despertam interesse pelo português

Mais de duas centenas de alunos estudam a língua e cultura portuguesas no continente chinês numa altura em que o país quer continuar a aprofundar as relações com o mundo da lusofonia.

Criado em Setembro de 1989, o Instituto Português do Oriente é a entida de responsável pela divulgação da língua e cultura portuguesas no sudeste asiático e tem actualmente a seu cargo cerca dois mil alunos em toda a Ásia.

Na capital chinesa, onde o primeiro-ministro José Sócrates inicia terça -feira a sua primeira visita oficial à República Popular da China, 90 alunos frequentam a licenciatura em Língua e Cultura Portuguesas na Faculdade de Espanhol e Português da Universidade de Línguas Estrangeiras da cidade, num programa de formação cujo terceiro ano é cumprido em Macau.

Também em Pequim, na Universidade de Comunicações da China, visitada pelo ex-presidente português Jorge Sampaio em Janeiro de 2005, 62 alunos frequentam a licenciatura em Língua e Cultura Portuguesas num programa de quatro anos, cujos alunos do 2º se encontram no Brasil ao abrigo de um protocolo de intercâmbio com uma unidades daquele país.

Em Xangai, a segunda etapa de José Sócrates na China, a licenciatura em Língua e Cultura Portuguesa da Universidade de Estudos Estrangeiros de Xangai tem 58 alunos e foi recentemente criado um Centro de Língua numa parceria entre o Instituto Português do Oriente, a Universidade e o Instituto Camões, facilitando a actualização das técnicas e métodos de ensino e coordenação da equipa de doc entes que é feita, via Internet, pelo IPOR em Macau.

A secção cultural da Embaixada de Portugal em Pequim também organiza cursos livres de língua portuguesa que são ministrados pelos leitores das universidades da capital.

Bem mais perto do antigo território administrado por Portugal, na Universidade de Jinan, em Cantão, capital da província de Guangdong, 25 alunos, a maioria dos quais no primeiro nível, aprendem português num curso opcional com o leitor Vítor Silva num programa de formação que verá em breve a carga horária aume ntada para quatro horas semanais.

No continente chinês existem também 40 alunos a frequentar a licenciatura em Estudos Portugueses na Universidade de Tianjin, que já solicitou apoio ao IPOR para um professor.

Ainda este ano, começa a título experimental na Universidade de Estudos Estrangeiros de Cantão um curso livre de português, e a Universidade de Wuhan vai enviar técnicos de empresas chinesas com relações comerciais com os países africanos de expressão portuguesa para aprenderem a língua em Macau.

Ainda no continente chinês, na cidade Chengdu, capital da província de Sichuan, o Instituto Camões e o Instituto Português do Oriente assinaram um protocolo de cooperação com o Centro de Intercâmbio Internacional para apoio ao ensino da língua portuguesa a intérpretes, pessoal médico e paramédico para apoio em fornecimento de material de apoio e equipamento audio-visual para os cursos ali leccionados desde 1976.

O ensino da língua portuguesa na China não se fica apenas pelo continen te e nas duas Regiões Administrativas Especiais - Hong Kong e Macau - acaba por ter muito mais expressão já que na antiga colónia britânica estudam 30 alunos nos cursos livres e de opção da Universidade de Hong Kong que em Setembro deste an o irá contratar um professor de português ao mesmo tempo que o IPOR reforça os apoios e vai conceder bolsas para formação em Portugal de docentes locais.

Em Macau o papel do Instituto Português do Oriente tem uma face mais vi sível na formação em língua e cultura portuguesas com 1.502 alunos - 336 dos qua is funcionários da Administração local - formados por 16 professores, dos quais 10 a tempo inteiro.

Além da China, o Instituto Português do Oriente está também presente na Tailândia onde dá formação a 46 alunos nas Universidades de Chulalongkom e de Thammasat e no Centro Cultural Português.

Ao longo dos quatro dias que permanecerá na China, será difícil que José Sócrates e a sua comitiva se cruzem com muitos cidadãos locais que dominam o português mas o interesse pela língua de Camões e Pessoa não pára de aumentar pelo Oriente.

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