terça-feira, fevereiro 02, 2010

Advertências chinesas: venda de armas a Taiwan e encontro Obama-Dalai Lama piora relações

A China advertiu hoje os Estados Unidos (EUA)que a cooperação bilateral em questões internacionais e regionais será afetada pela decisão norte-americana de vender armas a Taiwan.

"As relações China-EUA, em importantes questões internacionais e regionais, serão inevitavelmente influenciadas e a responsabilidade reside totalmente do lado dos EUA", disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Ma Zhaoxun.
"Apelamos solenemente às empresas norte-americanas envolvidas que deixem de impulsionar e de participar na venda de armas a Taiwan", acrescentou.
Este foi a segundo aviso da China a Washington em menos de 12 horas.
Hoje de manhã (hora local), um alto funcionário chinês advertiu que um eventual encontro do Presidente norte-americano, Barack Obama, com o Dalai Lama "afectará gravemente" as relações sino-norte-americanas.
"Se o líder norte-americano escolher encontrar o dalai lama nesta altura, isso ameaçará certamente a confiança e a cooperação entre a China e os EUA", disse Zhu Weiqun, vice-ministro do departamento do Comité Central do PC chinês que desde 2002 mantém contactos com emissários do líder espiritual dos tibetanos.
Numa conferência de imprensa sobre os resultados da última ronda de conversações, realizada na semana passada em Pequim, Zhu Weiqun reafirmou que as "relações entre o governo central chinês e o Dalai Lama são um assunto puramente interno da China".

A administração norte-americana aprovou na semana passada a venda a Taiwan de mísseis Patriot, helicópteros Black Hawk e outro equipamento militar, no valor de 6400 milhões de dólares (4600 milhões de euros).
Taiwan - a ilha onde se refugiou o antigo governo chinês depois de o PC ter tomado o poder no continente, em 1949 - é vista por Pequim como uma província da China.
O Governo chinês defende a "reunificação pacífica", segundo a mesma fórmula adotada para Hong Kong e Macau ("um país, dois sistemas"), mas ameaça "usar a força" se a ilha declarar a independência.

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