‘STUPID’ é a nova sigla que circula nos mercados para referir os países que podem ser afectados por um efeito dominó em caso de falência da Grécia: Espanha, Turquia, Reino Unido (R.U.), Portugal, Itália e Dubai.
O acrónimo ‘PIGS' (Portugal, Irlanda, Grécia e Espanha) parece já ter passado à história. Isto porque o que está agora na ‘boca' dos mercados é a sigla ‘STUPID', uma situação que deve preocupar o Reino Unido. É que apesar de não ser um dos ‘PIGS', o país de sua majestade é considerado ‘STUPID' e como o acrónimo pode ser contagioso, o R.U. tem de se distanciar dos outros.
Já Portugal está nos dois grupos, uma situação nada lisonjeira. Mas comecemos pelo primeiro anacronismo. A expressão 'PIGS' foi muito utilizada em 2008 por jornalistas britânicos e norte-americanos para se referirem aos quatro países europeus: Portugal, Irlanda, Grécia e Espanha, que partilham problemas de défices elevados, um histórico de grandes níveis de endividamento e altas taxas de desemprego.
A sigla voltou 'à baila' depois de Grécia, Portugal e Espanha terem atraído a atenção dos mercados devido ao desequilíbrio das contas públicas e subida dos indicadores de dívida. Os 'PIGS' (porcos em português) são os quatro países que estão a dar mais dores de cabeça ao conjunto da zona euro e ninguém quer entrar no grupo. Os especialistas começam agora a usar uma outra expressão para denominar os países que seriam afectados pelo efeito dominó em caso de falência da Grécia: os 'STUPID' (estúpidos).
Hugo Dixon, colunista da Reuters, considera que o R.U. tem de se distanciar deste grupo e deixa três conselhos para o conseguir. São dicas que podem servir de exemplo para outros países na lista como Portugal.
Em primeiro lugar, os políticos devem evitar qualquer comparação entre o R.U. e a Grécia. Mas segundo o mesmo colunista, David Camerson, o líder do partido conservador da Oposição, está a cometer o grave erro de sublinhar as semelhanças entre R.U. e o país helénico. Esta postura, escreve Dixon, pode, no limite, ajudá-lo nas eleições, que devem realizar-se em Maio, mas quanto mais a Grécia e o R.U. forem associados, pior.
Em segundo lugar, diz, o Governo precisa de produzir um orçamento credível, possivelmente em Março. Num cenário ideal, este orçamento teria de incluir cortes fiscais suficientes para mostrar que o R.U., que está a braços com um défice previsto de 13% do PIB este ano, adopta uma postura responsável.
Por último, o Governo deve identificar todas as possíveis formas da crise se alastar ao R.U. e desenhar os necessários planos de contingência.
Escreve o colunista, que se o R.U. não se proteger desta forma será verdadeiramente ‘stupid'.
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